Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

22
Nov 11
Hora de pelotão de fuzilamento: ( a mim)

Hoje recebi um email, para que eu como assistente convidade numa escola superior, faça greve, com todas as razões e mais alguma. Razões de elite, de expectativa, de acusação, e de "venha a nós".

Por acaso, nesse dia não dou aulas. Mas se tivesse, ia.
...
Porquê? porque a greve, que até é justa, não me parece ser pelos motivos certos.

-porque para os professores fazerem greve, as minhas filhas vão ficar sem aulas em casa da avó, mas podiam não ter avó...
- porque para outras crianças que não têm avó não fiquem abandonadas, as senhoras do ATL têm de trabalhar mais horas, ou os pais não podem ir trabalhar
-porque se os pais trabalharem no sector privado, é complicado fazerem greve, pelo estigma, pelo precedente, e por mais dois outros motivos: nas empresas onde há trabalho, é necessário produzir e todos os minutos contam, nas empresas onde não há trabalho, procuram-se motivos para despedir os funcionários, e se a greve não serve como motivo, serve de ignição.
- porque uma greve motivada apenas nas coisas de uns não querem perder, não resolve os problemas daqueles que nada ganham
-porque muitos dos grevistas não se manifestarão, mas usarão o dia de greve para o lazer, para arrumar a casa, ou para ir tratar de assuntos pendentes. Ou tomar conta dos filhos.
-porque alguns grevistas irão dirigir-se a determinado sítio, para fazer alguma coisa, e vão deparar-se com a porta fechada, e hão-de dizer "Carago, logo hoje que eu tive tempo para vir aqui e estão fechados!"
- porque muitos grevistas terão o ordenado acabadinho de cair na conta, no dia da greve, mas há muita gente que nem no fim do mês, nem no fim do ano, nem em dia nenhum vão ter ordenado, subsídio ou o raio que o parta para comer, vestir, sobreviver.
- porque muitos dos reformados, com uma vidinha sossegada, e com reforma razoável ( não as reformas miseráveis), parecem esquecer-se que os seus filhos não terão essa reforma, e que muitos filhos não levam esse dinheiro para casa.
- porque os grevistas esquecem-se que neste país as pequenas empresas, que estão atoladas de dívidas e sem crédito, são as que vão pagando os impostos, e que são esses impostos que sustentam o país, e que nem todas as empresas têm gestores milionários, administrações corruptas, e vivem à tona da água, para além de todas as suas forças, para manter empregos e contas com o estado em dia, pois senão, tudo estará perdido
- porque muitos grevistas votaram em quem tomou estas decisões, e muitos grevistas não se quizeram perder uma hora para ir votar num domingo, mas podem perder um dia de trabalho
-porque uma greve de gasolina faz mais efeito que uma greve geral ou uma greve de fome, e isso é estranho

e quando é que eu iria a uma greve?

-se ela fosse por direitos fundamentais
- se fosse para exigir igual para todos, e não para os mais iguais que outros
-se fosse para exigir que se fizesse uma revisão das opções do estado dos 20 últimos anos, isenta, com prazo, com identificação clara dos erros e das motivações em tempo útil
-se desse para fazer um reset ao Mundo

Como tal, e na fraca expectativa de ver estas razões acontecerem, vou dando o meu melhor, todos os dias, na vida profissional e pessoal, sem medo de expor a minha opinião e de me sujeitar à crítica e ao debate. Porque se tiverem explicações melhores que a dos outros do email, estejam à vontade para as demonstrar, porque se tiverem razão, até peço desculpa e sou a primeira a assinar por baixo
publicado por na primeira pessoa do singular às 16:27

30
Set 11

Fui adepta tardia, confesso, mas fiquei conquistada.

 

A lista de amigos é reduzida, é certo, porque ainda que goste muito de falar, acho que nem todos estarão aptos ou serão desejáveis, para o que eu digo, escrevo ou exponho.

 

De vez enquando procuro colegas da escola ou da Universidade, ou chegam-me de mão beijada por serem amigos de amigos .

 

Olhar para muitos daqueles perfis e ver a situação profissional de muitos têm-me feito pensar, e admitir que fiz muitas escolhas erradas na minha vida. Acima de tudo, escolhas profissionais.

 

Ao que parece, sucesso profissional é coisa que não falta. E vêm-se os amigos sorridentes, em fotografias tiradas em diversos destinos de férias por todo o mundo, as amigas sorridentes com o seu bando de filhotes de uniforme da escolinha, os bem sucedidos cá, os bem sucedidos no estrangeiro...tudo parece ser maravilhoso.

 

E eu aqui...numa micro empresa que já só tem o nariz de fora para respirar, e pouco mais. Com férias no campismo  e já vou com muita sorte!

 

Falhou tudo. Tudo. Só tenho a minha dignidade e a a minha família. E, pela primeira vez , desde que comecei a trabalhar, há 13 anos, vivo à custa do ordenado do marido. Isto está a deixar-me doida.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:13

26
Ago 11

4ª feira de manhã

 

quem tem de privar comigo diariamente, sabe que ando sempre à procura de umas chaves, uma pen, um cartão...que obviamente não perdi, mas se encontra em lugar incerto.

posso saber que determinado papel está no monte da esquerda , 23 folhas a contar de baixo, mas saber onde está a chave do carro, está quieto...

hoje, é um medicamento que tenho que tomar entretanto. Tive o cuidado de escrever na caixa qual o dia em que tinha de o tomar, e de o deixar bem à vista, em cima do frigorífico, para não o perder. Não está lá, não o encontro.

Tenho a perfeita noção que ando sempre acelerada, e que ponho o cartão multibanco misturado com papéis, largo a chave aqui ou acolá, e que o mais provável é estar tudo no fundo da carteira ou da mala do computador.

Falta de método, diz o marido, põe sempre tudo no mesmo lugar.

O que me dana a sério é eu olhar para o objecto e pensar: vou por-te aqui, que é para não te perder! e depois acontece sempre.

F**K.

e agora, para perder mais qualquer coisa: perder tempo a descobrir onde digitalizar folhas A0 aqui por estes lados, perder tempo enquanto espero que o façam a 10 folhas e perder dinheiro a pagar a digitalização, que ninguém vai querer pagar.

 

4ª feira à tarde

 

a parte boa é que achei o rato.

a parte má é que detesto ser enganada. procurei um sítio para digitalizar os desenho A0, "mas é só a preto e branco, minha senhora". Tá bem, lá se vão as anotações coloridas. Demora muito? não, é na hora. Lá voltei eu para trás, para perto de casa. Chego lá, e afinal "vai demorar cerca de meia hora".

Então vou às compras, pensei eu, escuso de ir logo à noite. Fui ao Pingo Doce lá perto de casa. Não gosto de PD, prefiro continente, mas é grande, fica ao fundo da rua, e como tal, tem sido o eleito. E uma das coisas piores que tem, além de falta de algumas marcas da minha preferência, são as promoções e preços enganosos.

Iogurtes Danone de morango, de beber : promoção 6+2 , um preço. Promoção7+1, outo preço. Compro 2 conjuntos de 4, sem promoção, mas mais baratos. Detergentes ( queria oxi action): ultra oxi, a marca PD, 4 vezes mais cara que a verdadeira Oxi action. Há dúvidas? a diferença está no frasco. Chouriço PD, com preço reduzido. Ao lado Nobre, bem mais caro. Comparação: o PD é à unidade, o nobre é ao kilo, feitas as contas, compra-se nobre.

São situações umas atrás das outras.

Para completar a felicidade: o cliente das digitalizações queria alterações. Isto na hora de ir buscar o trabalho. Temos pena. Telefonei antes a perguntar, e ninguém me disse nada. E agora? perde tempo a alterar os ficheiros digitalizados.

Mais ainda: o detergente estava mal fechado, e entornou-se em cima das compras, no porta bagagens, na mala do computador.

Sim, hoje é um dia muito bom.

 

 

4ª feira à noite

 

dia de cão, f******

estou a entrar em "modo cair para o lado"

agora perdi os sacos do lixo e a caneta

 

5ªfeira de manhã

 

os sacos do lixo estavam no microondas

a caneta, no hall de entrada

 

5ª feira à tarde

 

recebo no telemóvel: tenho saudades tuas, tenho saudades de "ralhar" com alguém

 

e pouco depois

 

"  chego às 22h, para jantar com vocês"

 

5ª feira à noite

 

os comprimidos aparecem, por baixo do frigorífico

 

Fazias-me tanta falta, R. 4 dias sem ti, é o fim do mundo dentro de mim

Amo-te muito

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:22
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21
Ago 11

Eu sou forte. Tenho um tamanho aumentado, por inércia, dores, e pratos de comida bem atestados.

Dantes, eu era magra. Em algumas alturas da vida, demasiado magra, até. Um dia comecei a trabalhar. Deixei de ter horas livres, descanso e boa vida. E passei a ter fome, devoradora, fome de tudo o que me soubesse bem. Nunca mais nenhuma dieta fez de mim o que era, antes pelo contrário. Hoje, e desde há vários meses, que não subo à balança. Já nem quero ver. E depois choro, quando penso a sério no que me estou a transformar todos os dias.

 

Eu sou forte. Decidida, de ideia fixas. Consigo dizer-me que tenho de acordar às 2, 4 6 da manhã para acabar um trabalho, cozinhar um banquete para a família. Quando isto se repete várias vezes numa semana, fica difícil, mas sei o que tenho de fazer, e faço-o. Dantes, seria capaz de o fazer por uma boa corrida, um passeio a pé ou de bicicleta. Há cerca de um mês, fi-lo, para ir pescar de madrugada com o R., e podermos disfrutar do prazer ao nascer do sol numa praia deserta e inacessível. E no entanto, ainda não o fiz para subir para a bicicleta que estáali, a 60cm da minha cama.

 

Eu sou forte. Mas estou a deixar de o ser.

às vezes penso que, se a vida fosse só minha ( e não o é, tenho os meus 3 amores!), seria capaz de tudo. Todos os dias me levantaria cedo e faria a ginástica, a caminhada, a dieta. Todos os dias iria trabalhar para uma empresa que me pagaria bem, e trabalharia tudo, daria o litro, e voltaria livre de outras preocupações para casa. E seria magra. Mentira! Porque não sei ser só eu, nem seria feliz sem eles, e quando estou só eu, a preguiça também não me larga.

às vezes penso que largaria tudo e passaria a uma vida frugal, algures no fim do mundo, a pôr ao serviço dos Homens os meus conhecimentos e as minhas mãos. E que emagreceria por via da frugalidade e de tudo o que simplesmente não existiria a mais nessa vida simples. E seria magra. Mentira! porque tdos os dias tenho a oportunidade de simplificar e de estar ao serviço, e muitas vezes não o faço.

 

Hoje estou assim. No remorso de um fim de semana de banquete de reis , para as pessoas que eu mais gosto na vida,que me atestou de calorias, gastos ( e no entanto, felicidade, ironia do destino!).

Com coisas para fazer, a pensar fazê-las, e sem mexer um dedinho, a não ser para teclar frustações num blog.

 

Eu sou Forte.

E quero que amanhã seja o primeiro dia de um novo eu. Ou no dia seguinte. Ou no outro. Ou outro qualquer.

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:19

25
Fev 11

Mãe e filha. Mãe portuguesa, velha, caquética. Filha inglesa, homem aprisionado num corpo com vestígios de feminilidade, deve rondar os 40 anos. Bêbada até dizer chega.

Discutem, brigam, agridem-se mutuamente.

Fartei-me de chamar a polícia. Já perdi o conto das vezes.

 

E no entanto, a parte negra em mim: ouvi-las discutir, é como estar a ouvir um sketch da British Comedy.

 

Em versão real. Cómica. muito trágica

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 23:28
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29
Nov 10

Ai como doi

 

Não é bom para ser eleito? Óptimo para ser nomeado!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:03

26
Nov 10

Diz assim, o DN. Leiam lá se faz favor, que depois eu continuo.

 

Já está?

 

Todos os dias me vejo, ao meu marido, pais, familiares , colegas, que em geral que trabalham por contra de outrém, a fazerem horas e horas de trabalho.

Quem trabalha nas obras, é um claro exemplo disso, e já o referi n vezes.

Trabalha-se porque tem de ser, não porque se goste, nem porque se recebe a mais.

Em 12 anos de trabalho, nunca recebi uma única hora extra.

O meu marido recebe algumas.

Em muitas empresas, essas horas são pagas à socapa, porque ao declará-las, quem trabalhou para conseguir mais qualquer coisa e ajudar a empresa a desenvolver-se, arrisca-se a chegar ao fim do mês e ainda levar para casa menos do que o costume.

E mesmo contrariados, vamos fazendo essas horas, ou porque não temos alternativa, ou porque compreendemos a sua necessidade.

 

Pelo contrário, e salvo belissimas excepções, que as há!, qualquer funcionário público largar alto e a bom som: EU NÃO FAÇO HORAS EXTRA PORQUE NÃO MAS PAGAM.

 

Eu, agora que também sou um bocadinho FP, ainda não consegui atingir este patamar. Descobri recentemente que não vou receber 3 semanas de aulas que dei, porque só consideraram o meu contrato com data posterior ao início das aulas. E a postura das senhoras me me informaram foi: não devia ter dado aulas! E os alunos? perguntei eu.Ficavam sem aulas nessas semanas!responderam as senhoras. Bem, comigo foram 3 semanas, com uma colega minha foram 7.

E no entanto,tendo reclamado, continuei a dar aulas. 1 hora a mais por semana do que o combinado. Aulas de dúvidas a mais do que o combinado. E depois?Fui eu que me candidatei ao lugar, não fui recrutada à força. E vejo que essas horas fazem falta para que os alunos tenham bom aproveitamento e como tal assumo-as com gosto e dedicação, porque quero que eles tenham bons resultados e que ao fim do semestre eu olhe para o meu trabalho e diga a mim mesmo que valeu a pena. A minha maluqueira vai tão longe que pedi autorização para dar aulas para compensar os feriados de Dezembro. E os alunos já confirmaram que iriam, mesmo ao sábado! Falta a escola dar autorização.

 

 

E acham que faço horas extra porque não tenho mais nada para fazer?

Pensam que eu não preferia estar em casa, a namorar o marido e as filhas, a ver canais temáticos de Construção ou culinária, a devorar romances, a cozinhar compotas e licores? A cuidar do meu micro jardim? a projectar uma casa nova? a passear?

 

Enganam-se! Sonho todos os dias com dias assim. Consumo-me. Desgasto.me. Ando rota e cansada.

 

mas a sensação de dever cumprido, também faz bem ao coração e à alma

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:22

19
Nov 10

Nome, já tem. Há muitos anos! Alexandre

 

A essência do seu ser há muito que vive em mim

 

Falta materializar este sonho

 

Novembro costuma ser um mês de mudanças importantes na minha vida:

 

O meu primeiro e único namorado,aniversário do mesmo( que acumula funções como primeiro e único marido ), o meu primeiro emprego, início de vida a doisapós Lua de Mel, 2ª emprego, fabrico da princesa R, fabrico da princesa I,  fim do 4ª emprego e decisão de criar a minha empresa.

 

Podia ser ainda mas especia: e passar a ser o mês oficial de fabrico de duasprincesas e de um princípe

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:05

03
Nov 10

Porque é que dos 76€ da factura do EDP, 48€ são de taxas disto, daquilo e aqueloutro e de impostos.

 

Ou seja, bem posso poupar, que por muito que poupe continuo a pagar muito: não depende de nós...

 

 

Porque é que os 0.26€ de água gastos no meu mini escritório se transformam em factura de 13,25?

 

Deixo de puxar o autoclismo?

 

e por fim

 

Porque é que nenhum cliente me pagou, nem um tostão, nos últimos 45 dias, ainda que fosse de facturas vencidas há 5 meses? É que daqui a 15 dias, passa-se de novo TSU, IRS, e IVA, sabiam? E este mês ainda houve PEC! Ou será que só eu é que pago?

Porque é que também não recebi do Instituto Politécnico, das aulas dadas desde Setembro é outra incógnita. Aguardo.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:02
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30
Out 10

está mais frio e mais chuva.

 

Para quem saiu do Aeroporto em camisola de alcinhas, vindo de 17 dias de calor bom no Quénia, foi um choque!

 

Já não me lembro quem nos foi buscar, mas rapámos frio na viagem até casa.

 

Carregados de bugigangas e ananazes, assentámos arraiais em casa da cunhada, para um almoço de boas vindas depois de uma lua de mel fabulosa.

 

Da ementa fizeram parte Clavamoxes, porque o meu joelho direito estava uma lástima, depois de um encontro imediato de 3ª grau com um coral venenoso nas águas quentes do Índico.

 

Um bronze cinco estrelas, de muitas horas de praia, piscina e safari.

 

Dias e noites fantástico, o amor e uma cabana em sentido real.

 

O acordar para o mundo real, mas numa versão soft e descontraída, de quem está bem na vida e de bem com a vida.

 

Mas isso faz amanhã dez anos que aconteceu...

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:11
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27
Out 10

CASO DE ESTUDO.

 

Doem-me os pés: porque fui dar aulas de salto alto?

Doi-me a cabeça: porque dormi só 3h?

Doi-me o pescoço: Porque ando stressada?

Doem-me os olhos: sono?

Doi-me a uretra: mais uma infecção?

Doem-me as pernas: peso a mais....

 

Peso a mais?

- demasiado trabalho e pouco exercício

-comida fora de horas e pouca força de vontade para a garantir

- vício, comer é tão doce, quando a vida é amarga.

- hormonas aos saltos, ovários malucos

-insulina aparvalhada

- mini bola mma tiroide.

- milhentas boas desculpas, como "adoro cozinhar"

 

Acho que já não vou chegar aos 65.

Quem ficerá com a minha reforma?

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 23:56
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21
Out 10

Se não morrer esta noite de cansaço, presumo que, a partir de amanhã, terei o meu corpo e o meu cérebro testados e aprovados para as mais rudes provas.

 

Se não voltar aqui, por esta hora, amanhã, vão ao meu funeral, ou levar-me twix e romances ao manicómio

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:12

20
Out 10

Mas era no meu 1º emprego, há 9 anos, mas era  burra e não sabia.

 

Hoje podia ser uma engenheira rica, pelos salários que lá se vão praticando, mas não, escolhi ter personalidade, ser teimosa, não admitir faltas de respeito e hoje estou nisto:

Patroa de uma microempresa, a dar aulas em parte time num politécnico e numa escola superior.

 

No politécnico, descobri a frustação dos cursos EFA. Eu já não ia à bola com as novas oportunidades, agora sai-me isto na rifa e constato, ao vivo e a cores, que as minhas teorias estavam correctas. Apenas me serve de consolo, nada mais.

 

Na Escola Superior, estou a gostar, mas têm sido horas e horas de preparação para que não falhe em nada, para me voltarem a contratar no próximo semestre. Noto, no entanto, que estão a abusar e eu a ver...

 

Na empresa, o trabalho continua atafulhado e os nós parecem não desatar. As aulas têm contribuido para isso.

 

 

Hoje, pago bem caras as opções que fiz na vida , de não me deixar vender nem comprar.

 

por isso, tornei-me escrava o trabalho, e as correntes estão curtas, os grilhões apertados e a bola de chumbo que arrasto ainda é mais pesada do que eu.

 

 

 

Só um orgulho desmedido, e uma vergonha de ter falhado os meus objectivos me impede de desistir. Ainda não estou preparada para esta palavra, mas cada dia que passa me parece a opção mais óbvia. E depois, o que é que eu vou fazer? Pedir para a porta da igreja?

Desfazer-me de tudo e voltar para casa dos pais?

 

 

Mudar de vida?

 

Eu sei lá...

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:44

08
Out 10

e porquê?

 

porque estou na minha 34 hora seguida acordada e a trabalhar, e já hoje fiz cerca de 600km, ou seja , mais de 7 horas de cú tremido para ir e vir a uma reunião no fim do Alentejo.

 

Porque ontem era a antevisão disto, e eu não me estava a achar em condições de aguentar.

 

Antes de dormir, talvez mais 6 ou 7 horas acordada. Em versão farrapo humano.

 

Um pouco de sol ia fazer-me bem. Mas hoje, só mesmo chuva...

 

Quem te mandou a ti querer ser patroa, M M? Toma lá que é para deixares de ser burra.

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:01

01
Out 10

Sim, sou eu.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:39
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29
Set 10

Diz o conceituado senhor que os direitos adquiridos são incompatíveis com a crise...

 

Devo andar perdida...ou então sou uma cidadã ilegal no meu país, que não tem direito ao que a constituição me "dá"

 

Eu tenho direito à habitação porque a pago, pontualmente ao dia 30 de cada mês. Melhor, não pago, o banco vai lá e retira-me o dinheiro, quer esteja a fazer falta ou não.

 

Eu tenho direito à saúde, e sim até tenho médica de família. Mas quando estou doente fora de horas , o centro de saúde não está aberto. Quando fiquei paralisada fui ao hospital e sem qualquer exame sequer, mandaram-me para casa ao fim de umas horas, porque não havia nada a fazer. O que é certo é que 36horas mais tarde saí a andar de uma clínica privada, após cirurgia. Quando preciso de ir ao oftalmologista, dentista, ginecologista, pediatra, otorrino, endocrinologista, pago. Quando tenho de dar as vacinas da meningite ou da varicela, ou todas as coisas que o pediatra recomenda, pago. E ainda pago seguro de saúde.

 

Eu tenho as minhas filhas a estudar em escola pública, e pago os livros, as refeições ( este ano piores que nunca!) , e CAF. Pago ainda uma contribuição mensal voluntária para que os professores tenham dinheiro para comprar material para as actividades que desenvolvem ao longo do ano. Pago a lista de material que pedem no início do ano. Os pais da escola pagaram os arranjos exteriores. Os pais pintaram a escola. Os pais vão comprar um projector. Os pais vão comprar uma impressora. Os pais compram rifas para angariar dinheiro. Algum desse dinheiro serve para pagar progutos de higiene e limpeza, porque o dinheiro devido por lei não chega, é pouco, e pior que isso, não está a ser entregue à escola. Onde é que fica a parte do gratuito? Pago ainda actividades extra curriculares credíveis, uma vez que as AECs são apenas uma maneira de tapar chouriços. É verdade, paguei ainda os tinteiros da impressora da escola, senão este ano não havia impressões para ninguém.

De bom grado pagaria um bom colégio particular, se houvesse por aqui algum de qualidade comprovada, e se o ordenado chegasse para isso.

 

 

Também diz na constituição dos direitos ao lazer e à família, mas mais uma vez fiquei de fora, porque como dizia o sr da assistência da internet do escritório, que ontem reclamei estar lenta: " mas oh minha senhora, está ligada 11, 12 13h por dia" , e eu abri os olhos e tomei consciencia que é o número de hoas que passo no escritório, normalmente. E o meu marido idem, na fábrica. E as filhas em casa da avó...

Isto e acumular 3 empregos: a minha micro empresa , e aulas em duas escolas superiores. E para quê? ontem veio cá o contabilista e felicitou-me pelos 892€ de lucro que tive o ano passado e du qual pagei cerca de 41€ de imposto.

 

Também me parece que vem lá qualquer coisa sobre a justiça, mas eu tenho um processo há mais de 4 anos contra um parvalhão que me deve mais de 6 meses de salários, paguei taxas de justiça, e nunca mais vou ver esse dinheiro nem essas taxas.

 

O que me parece que não vem na constituição são as mordomias a políticos e gestores públicos, as diferenças de direitos entre funcionários públicos e particulares, distribuição de carros, viagens, ajudas de representação, refeições de luxo, prémios de incompetência, fundações, institutos, comissões, delegações, celebrações da república, exposições, futebois...

 

Mas se os direitos constituicionais são incompatíveis com a crise, pois a mim parece-me que os direitos adquiridos não constitucionais estão perfeitamente cabimentados...

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:24

28
Set 10

para fazer metade do que eu preciso.

 

Estou a fazer uma pequena pausa no , e já estou a dever horas à família. Como se isso fosse inédito...

 

Tenho uma aula de 4 horas toda para preparar e fazer manual de curso para 5ª feira, e ainda agora comecei.

Tenho sete horas de aulas para preparar para amanhã, e ainda só fiz um bocado no domingo.

Tenho uma reunião amanhã de manhã, e aulas toda a tarde até às 10 da noite.

Tenho algumas dezenas de facturas para conferir até 2ª feira.

Tenho as aulas manual da semana que vem para fazer.

Tenho um trabalho novo para entregar na próxima semana.

Tenho autos de medição para fazer para as obras e subempreiteiros.

Tenho um relatório de acta e pedidos de orçamento para fazer.

Estou à espera de um cliente com mais trabalho.

 

Tenho a D.São amanhã, logo devia arrumar a casa, mudar as roupas das camas, preparar a roupa para passar.

Tenho as roupas das miúdas num caos

Tenho de ir aos correios, tenho de ir tratar de seguros.

Tenho de estender roupa e pôr mais a lavar

Tenho de deixar a máquina do pão a trabalhar esta noite.

Tenho o sótão e a garagem há 8 anos à espera de limpeza.

tenho a casa à espera de pintura e limpeza geral

Tenho os escritórios em estado de sítio

Tenho de ir tratar da papelada do mestrado

Tenho de arranjar roupa para o batizado da sobrinha mais nova,

Tenho de ir comprar prendas para os aniversários da mãe e 3 sobrinhos

Tenho de ir comprar roupa e sapatos para as garotas

 

Tenho de tratar de mim

Tenho de fazer a ecografia que devia estar feita há um mês

Tenho de encontrar a receita da vacina da I

Tenho de ir pintar o cabelo

Tenho de tirar um tempo só para mim e para o R

 

Tenho de pensar que dentro de uns dias farmos 10 anos de casados e vamos passar esse dia a trabalhar, esquecidos de nós, com tantas urgências, menos para o mais importante: as nossas filhas e nós.

 

 

 

 Não há horas esta semana, nem nas próximas, nem sei quando haverá.

 

 Estou exausta, vencida pelo cansaço ( QUASE).

 

Sinceramente, não sei quanto mais tempo vou aguentar. Já ando a choramingar sozinha, no carro, por tudo e por nada...acho que já vi este filme..

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:16

Porque é que eu pago tantas taxas de lixo, e reciclagem, se na realidade:

 

- Sou eu que tenho o trabalho de separar tudo bem separadinho

- Sou eu quem leva para os ecopontos, que até nem são ali na esquina

- Os custos da taxa do lixo do escritório são muito superiores aos de casa, apesar de nem sequer haver ecopontos nas redondezas e eu levar os papeis e plásticos para perto de minha casa...

- Se, na prática, a maior parte do que eu separo não é reutilizado?

 

Isto não explicam eles...

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:01

23
Set 10

Não bastava no país, como ainda por cima na minha vida.

 

Comecemos pela nossa casa: as limpezas da 4ª de manhã da D. São fazem maravilhas, mas a verdade é que a roupa se amontoa, as coisas amontoam-se, existem divisões intocadas durante semanas, livros, papéis, roupa tralha que estão estáticos há semanas em sítios onde não deviam estar. Num pequeno T3 onde moram 4 pessoas e alguns amigos de vez em quando não sei se é suposto isto acontecer. preciso urgentemente de fazer uma limpeza geral, porque a última já foi há dois anos...

 

As roupas são lavadas regularmente, e à quarta feira levo-as à Alzira, que passa e dobra, para levarmos de volta à noite.

Chegada a casa, e não é só desleixo, vai ficando no cesto até à próxima quarta, vai ficando em cima de cadeiras, na cama de bebé sem ocupante, porque as gavetas estão cheias de roupa que já não serve ou precisa de ser escolhida. Bem, a de Inverno já está toda arrumadinha, resta-me a desordem que sobrou de um Verão em que as garotas cresceram desalmadamente.

As meias e cuecas ocupam desorganizadamente e sem grandes hipóteses de se encontar um par em menos de meia hora uma grande divisão do nosso roupeiro do IKEA, e vão entrando e saindo desse espaço desde quando o comprámos.e já antes estavam numa caixa. Cuecas de 4 rabos, meias de oito pés, todos os dias...E não bastando a confusão, a falta de pares é uma coisa que me transcende!

 

No trabalho, as obras mais simples dos últimos tempos têm sido uma dor de cabeça. Não tenho grandes prespectivas de outros trabalhos grandes, mas neste momento, com as aulas do ISLA e da ESTG e o Alentejo quinzenal, o meu horário está a abarrotar, e voltaram as madrugada e as noitadas, que me estão a deixar miseravelmente de rastos. Não bastando isso, o R está para o mesmo e somam-se as 16, 17 e 18h de trabalho diário, várias vezes por semana. E um humor de cão que eu tenho de aturar e respeitar, porque se eu ando estourada, ele não me fica atrás.Os ordenado dele mantém-se, mas na madrugada de ontem o patrão dele informou que ia pagar as horas extras de Agosto e Setembro, em vez de irem para o banco de horas. Esse banco deve ser o BPN das horas, uma vez que ele já tem horas mais que suficientes para não trabalhar até ao fim do ano. Quanto a mim, bem, sou uma patroa muito má, e continuo a dever-me meses e meses de salários e despesas, porque os clientes não pagam, o ISLA há-de pagar no fim do curso em Novembro, e na ESTG não sei nada, porque ainda não tenho contrato. E hoje , por exemplo, já vou dar 6 horas extra de aulas, até à meia noite, para substituir um colega...

 

Isto remete para o horário inacreditável da nossa familia, e explica porque a casa está num caos, a roupa se acumula, as miudas andam cansadas e birrentas, e eu o R deitamonos na cama e é mesmo para tentar dormir. Só. Não há energia nem desejo de mais. Quer dizer, desejo até há, mas se no minuto anterior discutimos por uma coisa da treta, não há ambiente,  ou se um tem de esperar dois minutos pelo outro, quando o último chega à cama já o outro está a dormir.

 

Entretanto, acho que nem é preciso referir que a semana de férias que não tirámos em Setembro deixou de ter qualquer previsão de ser gozada, e por este andar nem a do Natal. Arriscamos a melhorar a marca dos últimos anos 18, 14, 12 e este ano, quem sabe os fabulosos 11 dias , com trabalho pelo meio do querido mês de Julho...

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:17

14
Set 10

Eu explico:

 

No final de 2007 despedi-me de um emprego certo, mas de regime esclavagista e comecei a preparar a minha empresa. Tanto que, no primeiro dia útil de 2008 lá estava eu a fazer o primeiro registo do ano no distrito de Leiria, e a depositar o belo capital social...

Capital este que se foi esgotando lentamente, enquanto os primeiros clientes surgiam a conta gotas, e os pagamentos tinha de passar pelo buraco de uma agulha antes de me chegarem à conta.

 

Durante algum tempo as coisas estiveram mais ou menos compostas, tentei comprar um carro para o trabalho, pedi dinheiro ao banco para um micro automóvel, e os srs disseram que não. Fui começando a pagar um pequeno ordenado a prestações a mim mesma, e ia-me pagando quilómetros e mais quilómetros , a preço de custo, pelas deslocações que fazia em trabalho com o meu carro particular. Nada dedutível.

Ao mesmo tempo fui pagando sempre todos os Impostos e Taxas que o contabilista me manda, diligentemente, por email, com uma data de final de prazo sempre bem destacada. E seguros altíssimos, consumíveis de escritório, água, luz, telefone, publicidade, contabilista, etc....

E trabalhando mais horas que o suportável por não ter capacidade de ter empregados.

 

Quando cheguei ao fim de 2008, os atrasos de pagamentos de clientes eram mais que muitos e comecei a entrar com dinheiro da família. Curiosamente, a empresa onde o marido trabalha começou a atrasar pagamentos. Sai a bela conta do IVA ( e eu não percebo porque é que tenho de cobrar e pagar, porque quase não tenho nada para deduzir, porque o trabalho é essencialmente intelectual, ou seja mão de obra, mas está bem) e fico enrascadíssima. Pago das poupanças e começo a reduzir o reduzido ordenado, até deixar de o receber durante quase 6 meses...

Digamos que lá por casa as coisas ficaram negras. Felizmente o R começou de novo a receber com regularidade!

 

As deslocações, e isto quer dizer todo o combustível e manutenção do meu clio velho deixaram de ser pagas. Os clientes começaram a abusar e os prazos de pagamento já dilatados continuaram a aumentar.

Deixei de ter isenção de impostos e tive que aceitar mais trabalho, a preço estupidamente baixo para conseguir sobreviver.

 Com o aumento de trabalho, sem que aumentassem as horas do dia, tive de começar a recorrer a colegas, que a recibo verde, trabalham pontualmente para mim. Mais contas para pagar , e a tempo e horas, pois ainda deve estar alguém para nascer que diga que eu não pago a tempo e horas a quem devo.

Ao fim do ano viu-se o aumento de facturação e o consequente aumento de impostos e despesas.E dos seguros, e dos combustívisl e tudo em geral, menos do meu ordenado .

 

Resumindo e concluindo, ao longo do mês vou pagando tudo o que devo. Chego ao fim do mês e vejo: sobrou alguma coisa? Quais são os próximos pagamentos a fazer? Quais as prespectivas de ir receber do Cliente A, B ou C? Tudo bem pesado e descubro que me sobram meia dúzia de euros. Boa, vou receber ordenado! e transfiro uma quantia irrisória para a minha conta, e vou ao livrinho do deve e do haver, onde vou coleccionando o que me devo e me vou pagando e abato qualquer coisa no que me devo. E posso dizer que me devo todas as despeçsas de combustível e deslocação de Outubro do ano passado até agora, e quanto a ordenados, bem, hoje vou tentar receber uma pequena quantia do de março, porque ontem um cliente pagou qualquer coisinha!

 

Continuo a precisar de carro, mas os srs do banco dizem que só ponderam emprestar-me 10 ou 12 mil euros se eu puder passar tudo o que devo a mim própria para capital social da empresa, porque os rácios ficam melhores! Os rácios ficam melhores e eu fico sem o dinheiro na mesma. cambada de hipócritas! mas cobra 11 euros por gestão mensal da conta que eu controlo e giro, isso já podem eles fazer...

 

E eu vou procurando novos clientes, novas oportunidades de trabalho, trabalhando mais horas, dando cabo de mim, negligênciando a família e a minha saúde, desistindo de sonhos, esquecendo necessidades e desejos,recebendo menos, mas sempre a tentar ver um dia melhor em cada dia que nasce.

 

E é assim que vou financiando a minha empresa com o meu salário. Mas não é só a mim. Pensando bem, até sou melhor que os bancos, porque vou financiando clientes com empresas bem maiores que as minhas, também com o meu salário! Devo ser "bué de Rica" e ainda não dei por nada!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:50

13
Set 10

Mas de marcha atrás!

 

Tudo bem,dormi só duas horas, levantei-me cedo, fiz o que tinha a fazer, a aula correu bem. Agora, 15 horas mais tarde, parece que levei uma sova, só me apetece ir dormir, mas quer-me parecer que ainda tenho de esperar mais umas 6 ou 7 horas.

Suponho que seja normal que com tanta hora em cima, o meu resto do dia não dê para fazer quase nada de jeito. E se eu tenho coisas para fazer.....

 

Sinto-me mole e peganhenta, como se nem tivesse tomado um banhinho bom pela manhã. Se o anúncio do detergente diz que  roupa liberta aromas e fragâncias durante o dia, tenho de criar uma nota para não voltar a comprar, porque da minha camisola só sai cheiro a calor, transpiração e cansaço.

 

Estou de volta de uma pastilha de mentol bem picante, para não ter tentações de ir lá abaixo ao café comer um bolo e sumo de laranja natural. Um torrão de açucar amarelo, ou vários, isso é que me está a fazer falta.

Preocupa-me , porque dou comigo a atacar o frasco, que está deliberadamente colocado atrás de outras coisas, no ponto mais alto do armárioo, para não o ver nem assaltar! e de repente lá estou eu em cima de um banco, rezando para ninguém me encontrar.

 

Estou aqui a cair de sono, e o telefone vai tocando a perdir mais e mais...

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:26

São 4:40 da manhã de uma segunda feira e eu já estou sentada ao computador há mais de duas horas. Mais tempo do que estive deitada.

A minha vizinha saiu há minutos de casa e prepara-se para fazer quase 100 km por estradas de qualidade variável até ao emprego, onde deverá chegar cerca das 6 da manhã. Situação do caraças, embora seja rotacional com ciclos de 3 semanas. Recibo verdinho há cerca de 11 anos. Para o Estado.

 

E eu estou aqui porquê?

 

Porque não consegui acabar o trabalho no sábado.

Porque a semana passada trabalhei horas a mais noutras coisas, e fizeram-me perder outras tantas horas a mais em esperas, viagens e cisas sem jeito nenhum.

Porque gastei horas a preparar coisas, compras, reuniões, para a escola que começa daqui a umas horas

Porque me mudaram aulas que seriam no final do mês para hoje de manhã

Porque o manual do curso não se faz sozinho

Porque ontem me recusei a acordar de madrugada para o fazer, desligando o despertador duas vezes e depois definitivamente

Porque o marido e as filhas não têm culpa, e eu não posso ocupara as horas que são deles com trabalho,

 

Assim, ocupo as minhas, mesmo que isso signifique roubar horas ao sono. Mesmo que isso signifique que logo vou estar um farrapo.

 

Significa ainda que não consegui dormir, porque acordei mais cedo do que o despertador, previsto para as 4:25.

Porque tenho a responsabilidade de acabar o trabalho. Porque estamos a ficar sem dinheiro na conta a um ritmo assustador, e eu sem receber dos clientes, alguns dos quais com mais de 90 dias de atraso nos pagamentos. Porque não sei muito bem o que fazer da minha vida, com contas para pagar, carros a darem o badagaio, se isto não leva rumo e me começam a pagara atempo e horas!

 

Trabalha burra!

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 04:47

10
Set 10

Não sei se sou eu ou se é a minha vizinha do lado...não consigo descobrir quem está pior!

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:39
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20
Ago 10

Quando era pequena, sempre ouvi dizer das intrigas familiares que, nessa altura envolviam os irmãos da minha avó materna ou umas primas do meu pai. E sempre em tom reprovador, os meus pais comentavam e eu cresci a pensar na tristeza que não seria uma família assim.

 

Mais tarde, comecei a assistir às tricas entre a minha sogra e a sogra dela, entre a minha sogra e a cunhada, o mesmo que dizer entre o meu sogro e a irmã.

 

Entre colegas, irmãos que não falavam com irmãos, pais que não falavam com filhos, filhos que não falavam com pais, pais separados que nem se quer se falavam, avós que não conheciam os netos...

 

Eu e R decidimos estar neutros, porque no meio dessas guerras, nenhum dos lados é inocente

 

E não é que agora, entre os meus pais e os meus tios está para o mesmo? Irmã com irmã e irmão com irmão! "Oh qui carago!".  Tento manter-me de fora, mas outro dia mandei um coice, que pensei que desta ia passar a ser também pais contra filha mais velha.

 

Mas o que eu não posso admitir é que as minhas filhas andem a rolar pelo meio! Matem-se, esfolem-se, mas livrem-se de as usar para qualquer que seja o motivo da guerrilha.

 

O que me lixa no meio disto tudo, é que há uns anos, eramos todos uma família modelo, e quem vinha de fora e entrava na família admirava-se e gostava.

 

Agora, cada dia mais me parece tudo uma fachada, e desgosta-me um demembramento contínuo. Não bastava as voltas da vida, os casamentos distantes, as vistas só de fim de semana, agora são mais estas merdas, que mais dia menos dia hão-de sair do campo dos pais e passar para os filhos e primos.

 

Assusta-me ainda mais na medida em que eu já estou a acumular emoções e discursos, e no dia em que abrir a boca, tudo me vai sair sem pensar, e mesmo que todo o meu cérebro, todo o meu coração, todo o meu corpo, todos à minha volta diagam: Cala-te, é melhor deixar como está!" e eu vou falar, falar, falar, reclamar acusar, consciente de que estou a partir a louças e que talvez não seja possível compor todos os cacos. Mas parto na mesma.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:46

19
Ago 10

A minha pequenina faz 5 anos. É a coisa mais linda deste mundo. A minha Linda I.

 

No seu mau feitio, revejo-a como uma extensão de mim, o que eu acho que fui quando tinha a idade dela, e penso no que ela possa ser quando for da minha.

 

O meu coração derrete-se por ela, e há meses que anda apertado só de pensar que daqui a uns dias vai fazer um cateterismo para tapar um buraquinho no coração...

 

Papanique, a mamã ama-te muito. Deliciosa! Gulosa! ( de chocolate, mimos e massagens!)

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:29

18
Ago 10

A aplicabilidade das Leis de Murphy ( e outros). ( desde já obrigada, a quem compilou o meu fado..)

 

Os dias têm corrido a um ritmo alucinante e ressinto-me disso amargamente. Não bastassem os erros que acabo por cometer, há dias em que tudo conjura contra mim, e há semanas e meses em que esses dias ocorrem com demasiada frequência.

 

1- Tenho a despensa quase vazia.

2- A minúscula faz anos amanhã.

3- Tenho algum trabalho atrasado.

 

 Domingo não deu para ir às compras, e eu pensei, "amanhã à noite, quando chegar de Lisboa"

Segunda feira Fui fazer análises que me confirmaram o que eu já sabia e não queria saber (paguei os olhos da cara por serem sem receita!), e, estando atrasada, ainda tive de esperar sossegadinha 20 minutos. Tão sossegadinha que pensaram que eu tinha saído e passaram pessoas há minha frente, pelo que me atrasei ainda mais.

Fui ao escritório buscar papelada e segui para as obras. Chegada lá, esperei, esperei, esperei, e por fim a fiscalização chegou. Já eram 14h, quando estavamos para ir almoçar, e chega a protecção civil para uma vistoria da obra ao lado, do mesmo encarregado e fiscal. Ficaram eles, fui almoçar, paguei um balúrdio e voltei. Ainda lá estavam, e voltei a esperar. Perto das 16h terminaram, e pudemos seguir para outra obra. Eu segui, eles pararam para almoçar, e eu esperei, esperei, esperei, Saí de lá perto das 20h, cheguei a casa depois das 21, cansada, estourada e ainda fui fazer o jantar, e já não fui às compras.E eu pensei, "amanhã à noite, quando sair do escritório"

 

Terça feira, fui cedo para o escritório e perdi que tempos a preparar papelada para uma reunião à tarde, de assuntos que me andam a remoer e a perturbar há alguns tempos. Fui almoçar a correr, voltei ao escritório, arranquei para a reunião, e o homem estava em Lisboa sem se lembrar de mim, e eu em Alcobaça, à espera... Nesse entretanto, um parvalhão qualquer decide que o seu carro cabe entre o meu e outro, e estaciona, batendo, batendo, batendo e voltando a bater, à frente e atrás, no meu e noutro carro. E vai-se embora, deixando o carro literalmente montado em cima do meu. Dizia a recepcionista: oh engenheira, aquele carro vermelho não é seu? Era sim senhora...

Para sair ,fez o mesmo e eu feita "c...." a olhar e ainda fui puxar o meu carro para trás! 

Voltei para o escritório e o trabalho atrasado continuou até depois das 20h, o altura em que o meu cunhado telefonou a perguntar se jantávamos em casa da minha mãe, estavam lá todos e ele ia buscar frango. Pronto, está bem.O R ainda está mais atrasado.

Cheguei lá, e todas as irmãs à espera dos homens, a tomar conta das filhas. Chegam eles quase uma hora depois com o frango, tinham ido a outro lado e tiveram de ficar à espera. Jantámos a correr, mas mesmo assim já era tarde de mais. Entretanto a luz de STOP da carrinha avariou, e o  ainda teve de a mudar...

Chegámos a casa, foi despachar as garotas, dar uma arrumadela a meia dúzia de coisas, apanhar roupa, pôr roupa a lavar, um duche rápido e entretanto era quase 1 da manhã.

 

Hoje foi levantar cedo, despachar tudo, porque às 8 chegava a Dona São, deixar tudo arrumado camas feitas e sair. Deixei as miúdas em casa da avó, levei o carro do marido à inspecção, fui buscar o resto das análises, e não estavam prontas. Fui buscar um vestido à lavandaria e ainda não eram 10h já estav no escritório a responder a emails. Chovia.E eu com o cabelo para pintar. Lá fui. Porque qiando eu arranjo o cabelo, chove sempre para estragar tudo. Mas estava mesmo a precisar de pintar. 35 anos e o cabelo quase todo branco!

Voltei para o escritório e ainda fiz mais hora e meia de trabalho. Fui almoçar a correr, porque tinha médico de medicina do trabalho, e foi então que me lembrei que faltava o boletim das vacinas. Fuck! Fui deixar a roupa para passar na Alzira.Voltei a casa e segui para leiria, com o IC2 em obra, cortando-me o acesso ao consultório onde nunca tinha ido, e apenas tinha um vaga ideia de onde fosse. Atrasada, telefonei, e estava longe... ou seja, cheguei tarde, lembraram-me  de minha obesidade, a balança marcou mais que nunca e eu ia-me passando. A seguir, era suposto ir ao AKi, ao Imaginarium e ao Continente, mas a bicha era enorme, o telemóvel não parava, tinha um cliente às 18, e ficou tudo sem efeito. Segui para o escritório, e quando cheguei era o caos no router e na internet, tudo dava erro, e assim foi até depois das 19h. Imprimi os convites da I a preto e branco, porque sem a rede a funcionar a impressora a cores estava marada, e fui buscar as miúdas para ir distribuir convites. pelo meio ainda telefonei para saber onde morava este ou aquele, e com as horas contadas, fui buscar as meninas, distribui convites ( e quase tudo de férias!), fui buscar a roupa passada, e estando atrasada para um compromisso à 20h, telefonaram a desmarcar. Telefonei ao marido , para irmos à compras, e ele respondeu-me torto e apresssado, hoje não vai dar, tenho de entregar o trabalho, vai andando para casa! E eu fui, contrariada, mas fui. A luz da gasolina acendeu, e eu parei nas bombas para abastecer. Tudo em piloto automático, absorvida por tanto atraso junto e tanta coisa para fazer. ia para pagar e não dava com o cartão. Paguei com outro. Estava a entrar na estrada , aparece uma senhora a correr , porque tinha o tampão do depósito no tejadilho e o depósito aberto. parei o carro na berma, saí, fechei o depósito e voltei para o carro. E ele pegou? Não. Telefonei ao marido, agora não, telefona ao T, faz assim, faz assado,conclusão, "olha, põe o triangulo e vai com as menonas a pé para casa, já é perto" . De facto, assim parece, mas a verdade é que ainda deu quase 25 minutos estrada fora, com as garotas. O carro ficou lá. Logo se há-de ver...

Chegada a casa, a tarefa cozinhar para o jantar mostrou-se coplicada, com tão poucas opções. massa com salsichas e está a andar. Que se lixe.

 

Amanhã terei o trabalho atrasado na mesma, e seguirei para o escritório. E irei à compras à hora de almoço, porque às 18h terei de ter a festinha da I preparada, e o jantar a caminho para não sei quantas pessoas, porque agora é tudo muito fino, todos precisam de convite especial, mas depois ninguém sabe se vem ou não. Isto se tiver carro. Se não tiver, não sei bem como fazer 10 km de casa ao escritório, fazer compras, voltar, ou então tendo eu o carro, ir levar as miúdas, levar o marido, voltar, trabalhar, ir às compras, ir buscar o marido, preparar a festa, etc..etc...

 

De que me serve ser a minha "patroa", se a gestão do meu tempo, em vez de me facilitar, está cada vez pior?

 

Um dia deste, fico maluca, a sério que fico.

É que isto é apenas uma pequena amostra dos meus dias.

 

E agora que as miúdas já jantaram, tenho de as despachar, e R continua por chegar. Terei de fazer doces sozinha, apesar de estar estourada, porque amanhã não vai dar.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:37

06
Jul 10

Daqui a 4 dias quero ir de férias, uma semana e meia, o que será um record dos últimos anos.

 

Não está nada combinado, mas queremos ir, para bem da nossa sanidade mental.

 

É claro, e como não podia deixar de ser, calha em fim de obra, até nem podia deixar de ser, nem ser de outra maneira, mas desta vez vou tentar ligar menos e o sr cliente, que me tem lixado sucessivamente, que se lixe ele.

 

Bem sei que nunca vou conseguir desligar-me, mas tenho de tentar. Como tenho tentado, sem sucesso, nas últimas vezes, é verdade.

 

Se não for tão mau como em 7 dias de férias em Junho passado ou tão péssimo como os 3 dias em Setembro, será, de facto, uma bela semana de férias, (se não chover...)

 

É que se repito a dose do ano passado, acho que não vou conseguir enfrentar o R e as miudas, e a empresa estará em risco, pois não sei se aguento outra semana como aquelas. ACho mesmo que iria abaixo em 3 tempos e seria complicado recuperar.

 

Tenho medo de toda a frustração se tornar numa bela m**** de "baixa pressão".

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:55

03
Jul 10

Os grilos andam escondidos, já não há tantos como dantes...

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:30

02
Jul 10

Estava ontem a pensar, miolinhos já fumegantes, sobre o que vou fazer à minha vida.

 

Para já, vou ter de aceitar um trabalho que me obrigará a pelo menos uma deslocação semanal de 3:30h para cada lado, no fim do Alentejo.

 

No entanto, volto à ideia do Clube, e passa-me outravez pela cabeça uma ideia tonta de há muitos anos de aprender a costurar, como a minha mãe, e montar um "atelier" DE COSTURA A SÉRIO. Ela risse e diz que para quem não tem paciência para fazer uma casa de um botão, estou com muitas ideias...

 

É verdade, passo-me com a lentidão dos processos manuais, mas acho que podia ser uma hipótese com futuro. Fica registada.

A minha mãe tem 40 anos de prática, mas eu preciso de formação certificada.. Já fui ver quanto custa um curso da CEAC, mas tenho sérias dúvidas...

 

Fica registada a ideia e a intenção

 

 

Ainda há-de ser assim que vamos desencalhar...

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:41

01
Jul 10

É coisa que raramente vejo..Mas ontem fui almoçar tarde, e com a televisão ligada vi uma senhora de idade a falar de coisas da infância.

 

Estava com pressa, não estava com muita atenção, mas parece que a senhora estava a falar de outro mundo!

 

Pois bem, há 30 anos atrás, e eu tenho apenas 35, muitas daquelas coisas eram válidas, e há 15 também, na minha aldeia, e hoje também, em muitas outras aldeias.

 

Este era o raio de acção...a aldeia, o quintal, a ribeira, o pinhal...

 

Também assisti a matanças e também lavei tripas, de pés de molho no ribeiro...( coisa muito feia, hoje em dia, é verdade).

Os dias da matança eram sempre de festa, e o bando de primos ficava fora do páteo enquanto se dava o assassinato, propriamente dito. Depois, abria-se o portão e viamos e ajudávamos a chamuscar e raspar o pêlo queimado. Assistiamos à desmancha, tratavamos das tripas, faziamos morcelas e chouriças. Comiamos nesse dia o fígado, e havia sempre jardineira com a forsura e outras miudezas. Salgava-se parte do porco. Faziam-se torresmos. Dias de festa, mesmo.

 

No campo, pude crescer no meio da agricultura. AJudávamos a semear/plantar, e depois a colher, batatas, milho, tomate, pepino, feijão.

As descamisadas, ou desfolhadas, eram outro dia de festa, onde o milho colhido era desfolhado, com uns pregos grandes que rasgavam as caimisas. Camisas que a vaca iria comer durante uns meses. Faziam-se ainda bigodes com as barbas, ou lindas cabeleiras, para as bonecas com as folhas ou os carolos.

 

 

 

O malhar do feijão também era bom de ver, não de fazer, porque o malho era grande e a habilidade era pouca. Mas depois peneirávamos, ou joeirávamos, como dizia o meu avô, a favor do vento e era ver a s folhas secas a voar...

 

Nas vindimas, os netos sabiam as carreiras das uvas mais saborosas, e essas era apanhadas primeiro, para comer. Durante toda a manhã, era subir e descer com baldes e cestos carregados, a despejar no lagar, e , à tarde, saltavamos todos lá para dentro e era ver as pernas a ficarem vermelhas, e os pés doridos de pisar o engaço. Depois o sumo começava a sair para um cântaro de folha de chapa, o meu avô fazia umas afinações com uns pozinhos estranhos e media o grau com um termómetro que boiava.Os engaços eram postos numa prensa com emormes peças de madeira, e apertados com uma alavanca , a um ritmo certinho, tac, tac, tac tac.

Tudo isto durava uns dias. Depois tudo era mudado para pipos e tonéis, que tinham sido lavados dias antes, e onde o meu avô punha ( ou tirava?) uma papa branca malcheirosa e uma coisa amarela.

 

Na adega ficavam também uvas a secar, e maçãs e pêras, deixando essa cave com um cheiro mágico e divinal. É o cheiro que hoje identifico com maçã, e não gosto de comer outras que não tenham esse cheiro. É cheiro do perfume Magnetic da Gabriela Sabatini, que me deram há 18 anos, que usei quando comecei a namorar, que usei no dia do casamento, e do qual resta uma parte infima, bem guardado no meu quarto.

 

Ao pinhal, ia-se à lenha, à caruma e à pinhocas, tojos para currais,  e ainda à carqueija, ao rosmaninho, ao tomilho,( cheiros que eu adoro e uso para cozinhar quase diariamente) para as fogueiras dos santos populares. No Verão, junto à praia, camarinhas. No Inverno, musgo para o presépio.

 

As azeitonas, das quais não sou apreciadora, EXCEPTO as do restaurante Pontuel, eram sacudidas à vara e caíam para grandes panos estendidos em baixo. Umas iam para o lagar, e enchiam-se talhas de azeite para todo o ano, outras eram retalhadas e postas a curar, com água, sal, laranja e as ervas do pintal.

 

A rega era feita por grandes mangueiras , que traziam a água do poço para carreiros na terra, que encaminhavam a água, e que eram abertos e fechados, com a enchada, regado apenas e quanto necessário. Coisa que ainda hoje se faz, no quintal inclinado, onde cresce feijão, couve, corgete, abóbora, alface, tomate, pepini, beterraba.

 

Se a isso somarmos a vaca, o burro, os porcos, galinhas, patos peús e coelhos, ovelha e cabras, então isto foi o sítio onde cresci, e de que as minhas filhas hoje usufruem, se bem que com menos animais, já sem vaca e sem burro, cabras e ovelhas e porcos só de vez em quando.

 

 

 

Sei que fui privilegiada, e quero que elas tenham esta oportunidade. Por isso brincam na terra, por isso mexem em bichos,por isso foram iniciadas à caça do grilo, (com palhinha na toca, ou esguicho de água em último recurso), dos pirilampos, escaravelhos, e em breve saberão como se desmancha um buraco de toupeira,  por isso vão à feira da Agricultura, por isso passeiam no campo e no pinhal. Têm muito tempo para serem cosmopolitas mais tarde...

 

Por isso comprámos 5000m2 de terreno para um dia, quem sabe, lhe podermos dar nós estas condições...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:11

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