Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

24
Mai 12

não sou como ele, e morro de medo de morrer.

 

De dia para dia, à medida que fico mais consciente do que sou, como estou, tenho mais medo dos dias que vêm?

 

Em cima da minha cabeça, paira um sinal luminoso fluorescente, visível a quilómetros de distância: OBESA, a maneira simpática de se referirem à GORDA.

 

Não interessa se a minha  tensão é baixa, se a glicémia é baixa, se o colestrol e os triglicrideos também não estão assim tão altos.

 

Sou gorda, e  no letreiro vai rodando, como no letreiro do cinema: AVC, ATAQUE CARDÍACO, DIABETES, EDEMAS, VARIZES, INSUFICIÊNCIA CARDIACA, RESPIRATÓRIA E RENAL, CIRROSE NÃO ALCOÓLICA, OBESIDADE MÓRBIDA...

 

E por este sinal estar acoplado a mim, não preciso que me lembrem a todos os minutos

 

Até porque todos os dias me vejo ao espelho, e nota-se a papada no pescoço, o abdomem dilatado, o pneu, limitado pela cicatriz das cesarianas, as coxas grossas, os tornozelos inchados, e braços enormes.

 

Até por sinto o cansaço, a respiração ofegante, as dores nos pés, o aperto no peito. Porque dou comigo a ressonar, e acordo com as mãos dormentes, dores nas costas, e ainda mais cansada do que antes de ter acordado.

 

Até porque fica difícil estar dobrada, acocorada, ajoelhada. Até porque sexo muito bom podia ser óptimo, sem uma barriga grande, sem uma pernas gordas. para mim, e, decerto, para ele.

 

Até porque tenho SOP, o do ovários poliquísticos, que, como pescadinha de rabo na boca, me baralha o sistema, e me leva a engordar, a sentir fome , por ser insulinoresistente, a que as minhas hormonas estejam malucas, e o perído variae de ausência prolongada a enxurradas monumentais, que não ovule como deve de ser, que às vezes tenha quistos do tamanho de laranjas, e que tr~es anos para engravidadr seja um tempo curto, porque isto não vai lá sem tratamentos, injecções, comprimidos, dores e ansiedades...

 

Até porque comprar roupa é um martírio, comprar sapatos são dois. Mas não sofrerei por causa do top ou do biquini, nem da sandalinha de salto alto...pois sei que não vou comprar. Não me serve. Não vou usar. Tenho vergonha do corpo, e tenho orgulho.

 

 

E gosto de comer, sim senhora, e sei cozinhar, e cozinho coisas boas.

Mas cozinho com pouca gordura, não faço nem como bolos todos os dias,  não bebo nem compro refrigerantes com frequência. Como pão de mistura. ADoro, mas não vou frequentemente a restaurantes de fast-food. Não gosto de alface, mas como. Não gosto de leite branco, nem de couves verdes escuras. Nem de caras de bacalhau, nem de peixe cozido. por isso bebo leito com chocolate, couves lombardas, grelos e bróculos, e peixe grelhado.

 

Já fiz dietas medicamente assistidas para todos os gostos, massagens, injecções., ginástica. Tudo funciona no in´cio, depois de umas semanas o efeito cessa, e ao fim de uns meses eu desisto. É assim desde 1999, quando eu pesava menos 50 quilos.

 

Todos os dias olho para mim e digo-me, ordeno-me que acredite que eu sou mais do que este corpo. E cumpro a minha ordem. Mexo-me, sou activa, falo, motivo, escrevo. Mexo-me menos do que devia do pescoço para baixo.

 

Mas a cada dor, a cada nova doença, a qualquer picadela que eu suspeite ser parecida com um qualquer sintoma de tudo o que passa no rodapé do placard, vou-me abaixo, porque tenho duas filhas e um marido. Eles precisam de mim, e eu quero vê-las crescer, e envelhecer ao lado dele.

 

Sim tenho muito medo de morrer, todos os dias, e hoje foi mais um deles, após cansaço inexplicável, tonturas, aliadas aos belos efeitos da metformina. Dor de cabeça, tensão baixa, açucar baixo, foi o que se veio a concluir. Hoje. Amnahã, não sei

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:17

28
Nov 11

http://www.ted.com/talks/lang/pt/sarah_kay_if_i_should_have_a_daughter.html#.Ts19T0wq36s.facebook

 

 

Qualquer dia, eu também irei a um TED TalK, e falarei de uma maneira ainda mais apaixonada

 

Um dia deste publicarei livros meus- não apenas 1, muitos

 

Um dia destes, haverá um menino em minha casa, nem que seja um namorado das filhotas, ou um neto

 

Um dia destes, terei um quintal fértil, de flores, legumes e árvores, com capoeiras e currais com criação, e farei muita comida para a família e amigos, os melhores doces e conservas, o melhor pão e a melhor morcela. E todos caberão à minha mesa...

 

Um dia destes, volterei a ser magra e elegante, e atlética, e poderei amar ainda mais intensamente.

 

Um dia destes vou ser grande e poderei olhar para trás e saber que fiz coisas que fizeram os outros felizes e que foram úteis para o mundo

 

Um dia destes um dos meus aluno virá ter comigo e dirá que foi numa das minhas aulas que descobriu aquilo que gostava de ser, e o que eu lhe disse marcou-o e ajudou-o a ser mais e melhor

 

Um dias destes tenho de começar, se quero apanhar o comboio que pare em todas estas estações

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:25

24
Nov 11

Foi outra Margarida que escreveu ( A minha casa é o teu coração, de Margarida Rebelo Pinto), mas gostava de ter sido eu...é claro que que os problemas começariam logo no falar, pouco e nunca alto...se calhar é mesmo por aqui que começam todos os meus problemas...

"Fala pouco, nunca alto. Fala devagar e com cuidado, fala menos do teu coração do que gostarias porque nunca sabes se tu, ou ele, te mentem. Mantém serenas as tuas palavras e nunca murmures o que queres dizer. Mostra o que vales com o que dizes, sem nunca te comprometeres. Sê fria e fugidia como uma gota de chuva, bela e fresca como uma flor de manhã, sê quem sonhas e quem desejas, mas guarda os teus segredos na despensa como um cesto de cerejas.

Fala pouco, nunca de ti, do teu passado e dos teus medos. Fala dos sonhos e dos desejos, mas cala os mais ousados e perfeitos. Não partilhes lágrimas nem tristezas, são coisas só tuas que assustam os homens. Nunca mostres medo de perder o teu amado, nunca lhe digas o quanto lhe queres.

Usa a sensatez como escudo, guarda a tristeza numa caixa. Não abuses da sinceridade nem te escondas na verdade. Segue sempre o teu caminho e não olhes para trás. Quem hesita cansa-se mais e esquece os seus objectivos. Sê dura com os outros na justa medida em que eles são duros contigo. E se sentires por perto a faca de uma traição, ataca primeiro o outro coração. Não tenhas medo dos homens, mas lembra-te de que eles podem ter medo de ti. Tenta ouvi-los quando não falam, deixa-lhes espaço para respirar. Não queiras tudo de uma vez, não peças o que não te podem dar.

Mostra calma e segurança, mas não vás dois passos à frente. Aprende a ficar quieta quando o mundo te pede que te movas. Aprende a calar se queres que se calem. Aprende a ouvir nos gestos quem te quer bem quando te abraça e quem te quer mal quando te beija.

Ouve a voz do teu coração, mas não deixes mais ninguém ouvir. Lê muita poesia, mas evita os livros de auto-ajuda, só te vão dizer coisas que já sabes. Dorme muito e come bem, trata da tua pele como se fosse uma jóia e da tua alma como se fosse o teu coração. Nunca te esqueças de arrumar as gavetas da tua memória antes de deixar entrar alguém na tua vida.

Fala pouco, devagar, para teres a certeza de que serás ouvida. Fala de tudo e de nada, não te cales se fores interrompida. Fala do mundo e do tempo, pouco dos outros e nada de ti. Elogia quem te faz bem, afasta do teu caminho quem te quis fazer mal. Lembra-te de que o orgulho tem mais força que lágrimas e suspiro. Guarda as dores dentro do peito, ou transforma-as em risos.

Sê sensata e delicada, tranquila e generosa. Sê discreta e calada, sê bonita e graciosa. Caminha como quem plana, senta-te como uma princesa. Sai antes do tempo, para que nunca se cansem de ti. Volta quando não te esperam, fica apenas quando te pedem. Ri-te das piadas dos outros, mesmo que não tenham graça. Trata bem quem não conheces, desconfia de quem te quer bem de repente. Fica atenta aos sinais, nunca baixes a guarda; pede conselhos aos velhos, mas não faças o que eles dizem.

Fala baixo, mesmo quando é contigo e ninguém te pode ouvir. Fala com o teu coração, mas não esperes que ele te diga sempre o que queres ouvir. E quando não souberes que caminho deves seguir, descansa por um momento e pede o que queres ver, ouvir e sentir. Vais ver que consegues, se o mundo te ouvir. "

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:27

 

Um gráfico de interesses e aptidões, há 22 anos, no relatório da psicóloga:

 

++ ciencias, engenharias, literatura, arte

+ exactidão matemática, actividade física

-- actividades burocráticas, actividades persuasivas, música, agricultura, pesca, silvicultura

 

 

A escolha: engenharia civil.

A paixão: obras em construção

 

O amor da minha vida: a leitura e a escrita

O guilty pleasure: a culinária e a agricultura de varanda

 

Dois amores, em nada iguais.

 

 

Resultado: um nível profissional bom, a rápida ascensão e glória, e a queda, lenta e de olhos abertos, sem paraquedas, apoiada nas teias de aranha que se agarram às paredes laterais do abismo.

Não cairei estatelada no chão, não me matará. Mas ficarei com muitas nódoas negras. E sem Hirudoid ou Trombocid

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:01

23
Nov 11

 

Hoje acordei inspirada, e isso não costuma da bons resultados.

 

 E as questões são:

 

1-Imaginem que dentro de 15 minutos o tempo para em todo o mundo, e todos ficam à mesma hora ( imaginem que serão 10AM em todo o mundo ao mesmo tempo).

E que ao mesmo tempo todo o dinheiro que temos no banco, em casa, no colchão, no mealheiro, é colocado num monte: o nosso, o das empresas, de todas as instituições e todos os bancos.

Que todas as casas e carros e tudo o que é material, incluindo o mealheiro e o colchão, que têm um valor estipulado se materializam em notas e moedas e vão para o monte ( de facto já algum dia foram trocados por dinheiro, pelo que este deve existir).

E tudo o que está em produção e crescimento também.

O mesmo para todas as reservas e stocks de materiais e matérias primas . O mesmo para todas as acções, seguros, fundos e outras aplicações financeiras.

 

Ora bem, esse dinheiro existe no mundo, fisicamente, na totalidade?

 

2- Vamos supor que eu tenho uma macieira biológica no meu quintal, que dá milhares de maças lindas e saborosas.

Durante o ano  tive que a podar, regar, tratar, e por fim apanhar os frutos.

Como já fiz doce, já fiz conserva, já guardei, e já comi, e continuo a ter maça, decido vender as restantes à comunidade.

Ponho num cestinho de verga e monto uma bancada no quintal à beira da estrada.

Vendo a maçã a 0,65€/kg e fico muito satisfeita.

Todos adoram as maças, compram-nas e levam para casa no saquinho que trouxeram.
A meio da manhã, vem o sr das finanças, e em vez de comprar a maça, aplica-me umas taxas e uma coima. 

 Vem o Sr da ASAE e diz que a bancada não tem condições, e lá tenho de fazer outra.

Vem o senhor da segurança social, e aplica mais uma taxa.

Vem a senhora da segurança e a da higiene alimentar e mandam-me por luvas, capacete, colete reflector, deitar a maça numa tela fofinha, colocar rótulo, analisar as características.

E o sr das estradas de portugal ainda me aplicou uma taxa por ter um letreiro na bancada a publicitar as maças.

Neste vai e não vai, tive de ir pagar as taxas e coimas, comprar o material em falta, por tudo como deve de ser.

Como também aproveitei para vender compota e conservas, imaginem toda a burocracia, com testes, papeis, certificações, teores de açucar e o diabo a quatro ( mal eles sabem que fiz licor, senão....)

No entretanto, a fruta começa a apodrecer, de tanto esperar, tenho de comprar uma arca gigante onde a guardo, com consumos enormes de energia, e quando, finalmente tenho tudo legalizado para vender ( também tive de licenciar o espaço na câmara!), faço as contas e afinal tenho de vender a maçã, igual à do primeiro dia, a saber ao mesmo, com todas as vitaminas, e proteinas de lagarta que no primeiro dia por 2,00€/kg.


Passam os clientes e não param. E os poucos que compram não voltam, pois a esse preço, a maçã não sabe tão bem quanto isso.


Baixo o preço, mas depois não posso continuar a pagar tudo o que me impuseram, e um dia concluo que é melhor abater a macieira, que só me trás prejuízo, e no fim ainda tenho de entregar o quintal ao banco.

 

A maçã ficou melhor, mais bonita, mais saudável e mais saborosa no fim de tanta reviravolta? É mais maçã do que no primeiro dia?

 

a maçã que não vendi e apodreceu, tive de pagar aos senhores dos resíduos para a deitar fora.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:02

22
Nov 11
Hora de pelotão de fuzilamento: ( a mim)

Hoje recebi um email, para que eu como assistente convidade numa escola superior, faça greve, com todas as razões e mais alguma. Razões de elite, de expectativa, de acusação, e de "venha a nós".

Por acaso, nesse dia não dou aulas. Mas se tivesse, ia.
...
Porquê? porque a greve, que até é justa, não me parece ser pelos motivos certos.

-porque para os professores fazerem greve, as minhas filhas vão ficar sem aulas em casa da avó, mas podiam não ter avó...
- porque para outras crianças que não têm avó não fiquem abandonadas, as senhoras do ATL têm de trabalhar mais horas, ou os pais não podem ir trabalhar
-porque se os pais trabalharem no sector privado, é complicado fazerem greve, pelo estigma, pelo precedente, e por mais dois outros motivos: nas empresas onde há trabalho, é necessário produzir e todos os minutos contam, nas empresas onde não há trabalho, procuram-se motivos para despedir os funcionários, e se a greve não serve como motivo, serve de ignição.
- porque uma greve motivada apenas nas coisas de uns não querem perder, não resolve os problemas daqueles que nada ganham
-porque muitos dos grevistas não se manifestarão, mas usarão o dia de greve para o lazer, para arrumar a casa, ou para ir tratar de assuntos pendentes. Ou tomar conta dos filhos.
-porque alguns grevistas irão dirigir-se a determinado sítio, para fazer alguma coisa, e vão deparar-se com a porta fechada, e hão-de dizer "Carago, logo hoje que eu tive tempo para vir aqui e estão fechados!"
- porque muitos grevistas terão o ordenado acabadinho de cair na conta, no dia da greve, mas há muita gente que nem no fim do mês, nem no fim do ano, nem em dia nenhum vão ter ordenado, subsídio ou o raio que o parta para comer, vestir, sobreviver.
- porque muitos dos reformados, com uma vidinha sossegada, e com reforma razoável ( não as reformas miseráveis), parecem esquecer-se que os seus filhos não terão essa reforma, e que muitos filhos não levam esse dinheiro para casa.
- porque os grevistas esquecem-se que neste país as pequenas empresas, que estão atoladas de dívidas e sem crédito, são as que vão pagando os impostos, e que são esses impostos que sustentam o país, e que nem todas as empresas têm gestores milionários, administrações corruptas, e vivem à tona da água, para além de todas as suas forças, para manter empregos e contas com o estado em dia, pois senão, tudo estará perdido
- porque muitos grevistas votaram em quem tomou estas decisões, e muitos grevistas não se quizeram perder uma hora para ir votar num domingo, mas podem perder um dia de trabalho
-porque uma greve de gasolina faz mais efeito que uma greve geral ou uma greve de fome, e isso é estranho

e quando é que eu iria a uma greve?

-se ela fosse por direitos fundamentais
- se fosse para exigir igual para todos, e não para os mais iguais que outros
-se fosse para exigir que se fizesse uma revisão das opções do estado dos 20 últimos anos, isenta, com prazo, com identificação clara dos erros e das motivações em tempo útil
-se desse para fazer um reset ao Mundo

Como tal, e na fraca expectativa de ver estas razões acontecerem, vou dando o meu melhor, todos os dias, na vida profissional e pessoal, sem medo de expor a minha opinião e de me sujeitar à crítica e ao debate. Porque se tiverem explicações melhores que a dos outros do email, estejam à vontade para as demonstrar, porque se tiverem razão, até peço desculpa e sou a primeira a assinar por baixo
publicado por na primeira pessoa do singular às 16:27

08
Nov 11

 

acho que não era suposto ser assim, este não é o ritmo da vida!! 00:25h e bicha a sério para sair da ESTG. Um polício berrava, barafustava, gritava, apitava, estava passado. Perguntei-lhe se não podia sair por aquele lado, e ele rosnou que sim, mas que estava tudo parado. Segui para o estacionamento, e tinha o carro trancado pela bicha dos que tentavam sair. Finalmente chegou a minha vez, e quando... cheguei ao primeiro cruzamento, fiz pisca para a esquerda, mas o raio do homem apitou e mandou-me ir para a direita. Então não quer ir para Leiria, perguntou. Não, quero ir para sul, respondi-lhe. Riu-se apitou e gesticulou a mandar-me para Norte.
Mais uma vez, a via sacra dos camiões a desviar para o lado da barosa, santa clara, parceiros, maceira...à 1 da manhã o marido manda uma mensagem a perguntar por mim....
pelo caminho, atrás do camião das galinhas, tive muito tempo para ir pensando na vida:
O que faço eu e toda aquela gente àquela hora na escola, e todos os que ainda lá ficaram pela noite dentro?
Depois o polícia, stressado
Os topógrafos a marcarem alinhamentos nas obras, à luz do holofone, e as centenas de homens a trabalhar nos últimos dias do emaranahdo de pontes e autoestradas, e os holofotes a cegarem quem vai de carro, com vidro molhado da chuva e da condensação.
Dezenas de camiões em fila indiana, a percorrerem estradas estreitas, a cruzarem-se e encolherem-se mais do que o fisicamente expectável.
Trabalho de dia, trabalho de noite, trabalho de dia e de noite para tanta gente.
Não compreendo!! a cegueira de trabalhar mais e mais, fazer mais e mais depressa e mais barato, onde já nem as empresas ganham, quanto mais os empregados.
A noite foi feita para dormir...e no entanto só me parece que se esteja a caminhar para o esgotamento do homem enquanto humano. Se calhar a ficçao científica está enganada, e os laboratórios também. Não vale a pena investir em robots, porque a evolução da espécie para aí caminha, a passos largos. Estamos a ficar autómatos reféns do trabalho e afastados do coração e da humanidade.
Definitivamente, não me parece que a vida dos homens tenha sido talhada...
publicado por na primeira pessoa do singular às 10:57

07
Nov 11

Uma réstia de sol ilumina o meu coração.

 

A semana passada publiquei o meu currículum num site de engenharia civil, e uma hora mais tarde tinha um uma proposta no meu email. Vai ser marcada uma reunião. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada, voltei à carga com mais um projecto, não desisti apesar de todos dizerem que é difícil, que dá muito trabalho. Hoje recebi um email. Vai ser marcada uma reunião. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada contactei um antigo cliente, por causa de um trabalho. Quer vir ter comigo. Vai haver uma reunião. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada contactei uma empresa, que ficou interessada nos meus serviços. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada propús a uma investigadora que me ajudásse uma ideia que surgiu. Pelos vistos, ela e a empresa onde trabalho demonstraram interesse. Veremos o que dali vai sair

 

Tudo isto volta a por em causa a existência da empresa, da qual eu não quero abrir mão, mas que está a ser sugada para o fundo do ralo.

 

Será que conseguirei sair daqui mais forte?

 

O que eu sei é que devo estar a fazer algo certo, mantendo o meu cérebro activo, apresentando ideias, ideias e mais ideias, até acertar...

Parecem-me reuniões a mais e fazer a menos, mas enfim...

 

isto, se entretanto, não cair em mim e verificar que sou apenas mais uma IDIOTA.

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:10

02
Nov 11

Eram seis da manhã, e rebolava na cama há alhum tempo.

 

Ele sentiu-me acordada e abraçou-me. Disse-lhe: Quero fechar a empresa. E expliquei-lhe que o quero fazer antes de ter dívidas, o que será já no final do mês, o o dinheiro continuar sem entrar. E, no telemóvel dele, moostrei-lhe o que há de anúncios para engenheiros, os que já concorri, e tudo mais.

Chorei, desesperei, mas aliviei o coração.

Só me abraçou, e pouco depois voltou a adormecer.

 

 

Senti-me  um pouco mais leve. Um pouquinho, só. Mas qualquer coisa.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:04

Desculpa-me, principe Alexandre, porque hoje deixei de te procurar.

 

Não por falta de amor, porque te ano, há muito tempo, e porque te continuo a mar, ainda que não não existas em mais nenhum lugar , excepto o meu coração.

 

Não por falta de paciência ou vontade, porque espero por ti há anos, e estou disposta a esperar outros tantos.

 

Deixei de tomar os medicamentos que poderiam melhorar as probabilidades de um dia vires a nascer, porque estamos quase sem dinheiro, e eu quase sem emprego. É só isso. Um motívo tão fútil como desprezível, mas real.

 

O pai tem medo, do que te pode faltar e às manas. Os avós acham que seria uma loucura. E eu estou de rastos...e choro, ainda que ninguém veja.

 

No entanto, a porta está só encostada. Podes vir quando quiseres, e eu vou estar de braços abertos para te receber.

 

 

e se não fores um principe, mas a mais pobre aldeã, o abraço será igual.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:48

19
Out 11

 

Eu bem disse, ontem, que era para me levarem para a psiquiatria... hoje acordei poeta:

A minha oração

Senhor
...
ministro das Finanças
ou da Economia
atende as minhas preces
a minha agonia
pago TSU e IRS, IVA e IRC
pago PC e IES, então o PEC porquê?
Pago o seguro do carro, da saúde e do trabalho
da casa , do terreno.
pago empréstimo e os juros, o IMI e o IUC
pago gasóleo e portagens
trabalho todo o dia,
não recebo porquê?
Cumpro as regras, e as leis
sou honesta e amiguinha
vou à escola vou à missa
voto sempre e participo
para o que serve, não sei
mais valia ir para noviça
ai que triste vida a minha
Se quiser criar galinhas,
lá no fundo do quintal,
tenho de as ir declarar
não venha daí a gripe
e a bicharada matar
Se quiser criar coelhos
lá no fundo do jardim
logo há de vir a DGV
e vai dar cabo de mim.
Se quiser fazer rissois
no sossego da cozinha
ou uns bolos para vender
não tenho bancada inox,
rede, copa, mosquiteiro
logo há-de vir a ASAE
e as coisas apreender.
Da minha mente arejada
instruída e abananada
há-de surgir a resposta
lá em casa vai-se andando
come-se mais moderado
corta-se a dose, estamos gordos
divide-se melhor a posta.

Margarida arrepia caminho
arranja um rumo novo
põe esta empresa a render
Bem sabes , está tudo para o mesmo
usa o cérebro e as mãos
tu não vais esmorecer
não te vais deixar vencer

e o poema continua...num estilo muito próprio, mas com palavras impróprias. Reservo-o ao interior do meu pensamento

não rima muito bem? não faz mal, o Saramago também não cumpre a gramática e ganhou o Nobel.

palmas, palmas

obrigados, obrigados
publicado por na primeira pessoa do singular às 18:57

10
Out 11

Um dia, deixei de cuidar de mim.

 

Porque nas obras não devia andar arranjada

 

porque usar perfume incomoda a bebé

porque usar relógio ou pulseiras magoa a bebé

porque os aneis deixaram de me servir

porque as bijuterias me fazem alergia

porque a minha pele está demasiado sensível/descamada/irritada para usar maquilhagem

porque nas obras, à chuva, cabelo arranjado e maquilhagem não funcionam.

e com calor e pó também não

 

porque não tinha tempo para me enfiar na esteticista e na cabeleireira

porque não tenho dinheiro

 

porque pouco ou nada me serve

 

 

ontem, pouco depois de uma discussão, iamos no carro, quase de costas viradas...

 

 

cheiras a morangos, exclamou. Morangos, agora?ou é frutas silvestres?

 

foste tu que me deste este perfume, respondi.

 

 

 

 

Há noite, arranjei as unhas, um verniz colorido nos pés, uma corzinha discreta nas mãos-

Hoje, tive mais cuidado ao pentear, coloquei uma ligeira pintura nos olhos, e um colar que fica bem com as sandálias vermelhas

 

 

DEVO, TENHO QUE, lentamente, voltar a ser quem era

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:52

30
Set 11

Fui adepta tardia, confesso, mas fiquei conquistada.

 

A lista de amigos é reduzida, é certo, porque ainda que goste muito de falar, acho que nem todos estarão aptos ou serão desejáveis, para o que eu digo, escrevo ou exponho.

 

De vez enquando procuro colegas da escola ou da Universidade, ou chegam-me de mão beijada por serem amigos de amigos .

 

Olhar para muitos daqueles perfis e ver a situação profissional de muitos têm-me feito pensar, e admitir que fiz muitas escolhas erradas na minha vida. Acima de tudo, escolhas profissionais.

 

Ao que parece, sucesso profissional é coisa que não falta. E vêm-se os amigos sorridentes, em fotografias tiradas em diversos destinos de férias por todo o mundo, as amigas sorridentes com o seu bando de filhotes de uniforme da escolinha, os bem sucedidos cá, os bem sucedidos no estrangeiro...tudo parece ser maravilhoso.

 

E eu aqui...numa micro empresa que já só tem o nariz de fora para respirar, e pouco mais. Com férias no campismo  e já vou com muita sorte!

 

Falhou tudo. Tudo. Só tenho a minha dignidade e a a minha família. E, pela primeira vez , desde que comecei a trabalhar, há 13 anos, vivo à custa do ordenado do marido. Isto está a deixar-me doida.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:13

25
Jul 11

nos últimos dois anos, já poupei quase 300€ em pilulas e afins

e mais de 1000€ em pediatras e vacinas

e mais uns 600€ em leites e fraldas,

 

 

mas já gastei demais em testes, pensos e tampões

 

e nada compensa a falta que eu sinto de mais um filhote, o meu Alexandre que teima em não chegar

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:54

14
Jun 11

Ontem ocorreu pelos lados do FB uma troca acesa de ideias sobre sons, entre mim, e duas conhecidas figuras da minha praça.

 

O que me faz ser o que sou, boa ou má, não interessa, é o que eu já vivi e o que aproveitei daquilo que foi passando por mim, e daquilo pelo que passei. Não me invento, vou acontecendo.

 

A música é daquelas coisas que passa por mim, e, se associado a momentos chave do meu crescimento, passa a ficar entranhada no meu ser. Não preciso nem quero saber se passa na rádio, muitas ou poucas vezes. basta que eu goste e pronto.

 

Se até aos 9 ou 10 anos as opções eram limitadas, daí para a frente abriu-se um mundo para mim: o começar a aprender inglês, e começar a tentar saber o que queriam dizer as letras, as capas dos discos e os telediscos, com cantoras elegantes que eu gostava de imitar, um mar de "slows" para curtir anos de dor de corno, ou músicas saltitantes das poucas festas e discotecas a que tive acesso. Centenas de músicas, dezenas de cassetes gravadas, que guardo religiosamente, ajudaram-me a ser eu, entranharam-se de tanto as ouvir. Tanto que, quando as ouço, ou um simples acorde faz-me tremer. Com algumas, o coração bate descompassado, outras dão vontade de chorar.

 

 Atrás de mim andam 6 ou 7 Cds, sempre os mesmos,talvez há uns 9 ou 10 anos para os stresses e horas de ponta no trabalho. Diana Ross para iniciar a jornada, Clã no esticar da corda. Cat Stevens, Sting, uma colectânea brasileira, Rodrigo Leão, uma Reserva Especial, um especialíssimo Twentyfive: For living - for loving - for the loyal, o Phill, o Bruce... Lá por casa, raramente se compra música, que a vida está cara. Também não faço pirataria regular, até porque não faz parte dos meus conhecimentos e atributos informáticos. Mas quando compro, não quero saber, se está na moda ou não. ponho-lhe os olhos em cima, e já está: provavelmente é um Best of, e tanto poderá ser Barbara Streisand, Abba, bee Gees ou Celine Dion, como Def Leppard ou Aerosmith,ou uma banda sonora que pode variar desde "A música no Coração" ao "Local hero", passando pelo "perturbador" Take may breath away, que literalmente ainda me tira o ar, ou Otis Redding ou Righteous Brothers.

Num dos empregos que tive, levei uma injecção de Mr Carreira, e aprendi a gostar de algumas músicas. Se um dia destes for ao som de Quim Barreiros que eu tenha um filho, talvez passe também a gostar ( até lá, pode esperar sentadinho..que também estou à espera há muito tempo.

 

 Por isso, e para concluir vou ouvindo o que gosto e que me diz alguma coisa.

Se ao fim de meses a ouvir algo, ainda não sei trautear a música, e não me aquece o coração, não teve qualquer efeito em mim, é para esquecer.

 

 Se passa na rádio, ou não, se anda na boca de toda a gente ou não, se roda apenas na esfera de selectos iluminados, pois a mim tanto me faz... .

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:56

08
Jun 11

Tenho saudades de causar o efeito UAUH...

Não a qualquer um, a ele.

 

Parece que me esqueci, ou que se apagou, tudo o que eu sabia sobre esse assunto.

 

Vejo fotos da primas mais novas, ( fonix, que aviões!), das sobrinhas, e já das filhas, que tão minúsculas e já sabem tudo o que é preciso de coqueterie, e sinto-me um mono!

 

Daqui a dois dias, estaremos todas juntas, outra vez, e eu vou sentir saudades do que eu era há 12 ou 13 anos atrás, assim, como elas. Bonita, jeitosa, apetitosa mesmo - e eu sei bem que o era!, e, sentindo-me jovem ( ainda não me capacitei que tenho 36 anos), serei a prima velha e gorda. Definitivamente, aquela que cumpriu com todos os preceitos. A que namorou para casar, casou e teve filhos ( e disto não me arrependo, nem mudava um milímetro!), aquela que fez o seu curso no prazo certo, passarando pela universidade no sentido estrito do dever, com notas não excelentes, mas razoáveis, a que não foi à excursão de finalistas, a que nunca apanhou uma bebedeira, a que raramente saía à noite. A certinha . A que FOI bem sucedida no emprego, desde o 1º até ao 3000º dia de trabalho ( daí em diante, acho duvidável...).

A refilona, opiniosa, que não leva desaforos para casa. A corajosa, que enfrenta desafios. A lider, que chefia(va) equipas de muitos homens. A que teve ciragem de empreender...

 

Esse vestido fica-te bem, será talvez o mais simpático para o ego que ouvirei. Não um ficas bem dentro desse vestido. Cortezmente, talvez um "estás mais magra?", e rirei de mim própria, e sairá uma fabulosa piada de humor negro, que deixará o outro lado feliz de ver como eu sou tão feliz e me aceito tão bem assim...

Tens sempre umas sandálias tão giras.. será outra das hipóteses! As sandálias que me causam dores atrozes, mas que, prateadas, douradas, vermelhas, pretas,  de que cor sejam, vistosas, são a maneira de desviar os olhares dos 4/5 superiores do meu corpo.

 

Daqui se vê o emu evitar de espelhos, de fotografias. Se eu só tiver de olhar para mim, de manhã, antes de sair de casa, é como se todo o resto do dia andasse invisível. Eu não me vejo, portanto, ninguém me vê...penso eu...

 

Daqui a dois dias, lá estaremos todas, as conversas serão postas em dia, em mesas separadas, as mais velhas com as mais velhas, as mais novas com as mais novas, eu a mais velha, e sucessivamente 36.35.35.33.31.30.30.27.23.22.21.20.19.18.18..16.12.  17 primos/as, 8 esposos(as)/ namorados(as),  5 filhotas+2 filhotes.

 

As minhas pernas, a minha barriga, a papada do queixo, as peles dos braços. O cabelo indisciplinado. Os óculos.

 

Hoje, não me sai da cabeça. Amanhã, tenho mais em que pensar. Quando for completar a depilação, talvez daqui a 24h, voltará tudo de novo.

 

Ninguém, no entanto, o verá. Talvez ele, talvez se de conta, e me abrace e me mime. Se não o fizer, abraço-me eu a ele.

publicado por na primeira pessoa do singular às 22:32

06
Jun 11

Quer se goste , ou não, hoje começamos uma nova etapa.

 

Quase metade dos portugueses, terão a obrigação de comer e calar, porque não se dignaram a escolher.

Mas quem sabe, se até nem serão os primeiros a atirar pedras...


Para os outros, é esperar para ver.

 

Vale tudo.

 

Só não venham dizer: está pior do que pensávamos! As cartas foram postas na mesa com a devida antecedência.

 

 Alea jacta est , não é aplicável.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:13

18
Abr 11

Imaginem-se compostos por um par de pés, em cima dos quais ( e sobre cada um) equilibrariam 11 garrafões de água. 22 no total.

 

Ou imaginem-se, tal como são, mas com um cinto de chumbos até atingirem 110kg. Depois, ponham-se a caminho, numa caminhada de quase 12 quilómetros. Param aos 5,5km, e depois só voltam a parar no fim.

 

e que tal?

 

fartei-me de ouvir comentários! Aos 8 km, pensei que todos eles seriam a minha força para chegar ao fim. Aos 9km fiquei com falta de ar, que passou ao parar um pouco, mas que me fez decidir parar por ali.

 

para os registos fica que eu não me aguentei, e que mais novos e mais velhos chegaram ao fim.

 

ninguém tem culpa de eu ser gorda. mas ninguém se pôs na minha pele. Ontem, 9km, para mim, foram uma grande vitória.

 

sugiro que os mais entusiasmados na crítica não se importem de levar lastro, na próxima passeata.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:30

25
Fev 11

Acordo com a maldade no corpo, a soltar-me a lingua: então o DL80/2006 não era para poupar energia, melhorar isolamento, e afins? então porque é que os edifícios novos, em especial os do estado, e nomeadamente as escolas de arquitecto que, escandalosamente, têm custado milhões à custa de uma feira de vaidades e de soluções construtivas e materiais à medida da fotografia e da revistinha de arquitectura, passaram a ter maiores custos com energia e água?

Escolas feitas à pressa, com prazos irreais, com gostos interessantes mas pouco racionais, construtores espremidos até ao tutano a usarem "soluções mais económicas", e depois è ver nos jornais que caiu o reboco, que o chão empolou, que entra água, que não têm dinheiro para pagar as contas da água e electricidade...

O DL e as obras são coisas distintas.

Ao DL,famoso RCCTE, tenho-lhe um desprezo desde o dia em que o conheci, porque de boas intenções está o inferno cheio, e aquele, no meio de tantas intenções, transformou-se quase no oposto do que devia. Quem o fez não anda nas obras. Quem o fez retira-me o direito de saber se eu tenho frio ou calor, diz-me a que temperatura devo estar. Quem o fez contraria regras seculares de bom senso. Quem o fez, diz que poupo energia introduzindo equipamentos que a gastam, achando que , por estarem previstos, vão gastar menos do que outros de que eu me venha a lembrar. Quem o fez, parece esquecer-se que as pessoas não estão formatadas por um regulamento. Apeteceu-me rir, e dizer : bem feito! Por isso rio-me e digo: Bem feito!

Quanto às obras, gosto tanto, que me doi ver o estado a que chegaram: primeiro, as obras são milhares de folhas, formulários, aprovações, certificados e conformidades. E se existirem os papeis todos, então a obra está óptima, mesmo que os trabalhadores trabalhem horas a mais, por salário a menos, mesmo que as pequenas empresas com bons trabalhadores fechem por falta de pagamentos, e sejam trocadas por trabalhadores temporários, explorados, sem experiência. mesmo que os materiais bons sejam trocados por coisas que se lhe assemelham só porque têm um carimbo e custam metade. Mesmo que os prazos sejam curtos, e que depois aumentem desmesuradamente, mesmo que esses prazos comprometam segurança e qualidade. Desilusão. Desilusão com um trabalho que eu costumava adorar fazer...

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:04

15
Fev 11

 Os idosos passaram a viver e a morrer sozinhos de um dia para o outro!

 

Como se nuca tivesse acontecido. Como se todos se tivessesm preocupado.

 

No meu prédio mora uma velhota com uma filha xoné. Malucas, doidas varridas, diabólicas. Gritam, berram, agridem-se, bebem demais. Quantas vezes é que os vizinhos já foram acalmar os ânimos? Dezenas de vezes. Quantas vezes é chamada a GNR? Só as que fui eu, já perdi a conta. A mesma GNR que conhece o caso, e que resmunga "Ó minha senhora, mas hoje já aí fomos duas vezes!" . Foram, regressaram, falaram mas o que fizeram? Nada! Quando são chamados a meio da noite, e demoram quase 3 horas a fazer 5km, ainda reclamam, que não está a acontecer nada. " Não, Sr. Guarda, mas quando eu telefonei, a filha esmurrava a mãe, a mãe batia à filha com a bengala, em pijama, descalça, na rua, eram quaze 23h!". No Natal, pendurei-lhes um presente na porta. Não sei se tiveram outro.

 

Na minha rua, mora um senhor que ficou muito debilitado depois de ter sido atropelado. Não teve tratamento especial, nem subsídios, e ficou totalmente dependente de cuidados. Dependente e só. Só uma irmã se disponibilizou para cuidar dele. Irmã viúva, doente e só. Viúva, cozinheira de mão cheia, prestável, generosa e só.

 

E qual a atitude da família? Nada. Um dia destes, a senhora ficou doente e recusou-se a ir para o hospital, pois não tinha quem tratasse do irmão. Ajudei-a a procurar um lar para o irmão. Por fim, os irmãos lá concordaram em ficar com ele por uns dias.

Esteve quase 3 semanas no hospital. Confesso que não a visitei, mas telefonava-lhe regularmente, e ouvia as lamentações. Quase não teve visitas. Na ala ao lado, e por esses dias, nascia-lhe um neto. Nem nesses dias o filho a foi visitar!

 

No prédio onde moramos, quase todos temos algo em comum: casais entre os 30 e 40 anos, com dois filhos. Entendemo-nos quase todos bem e apreciamos a senhora. Por isso, há sempre alguém que lhe dá uma boleia ou faça um recado.

No entanto, os nossos dias são tramados. Passamos uns pelos outros, a correr na escadas, a ralhar com os miúdos, atrasados. Ouvimos os ralhetes na hora de os mandar deitar. Os carros estão estacionados quase sempre no mesmo sítio, fruto de uma rotina.

 

O meu avô é tratado a pão de ló, em casa das filhas. É um felizardo, que nem sabe muito bem a sorte que tem em relação a tantos outros. No entanto, é um peso brutal nas horas de cuidados, atenções e dietas que necessita. É um desgaste enorme.

Os meus sogros vão para o mesmo caminho. E apenas eu e o meu marido parecemos preocupados coma a questão.

 

Nos hospitais, amontoam-se velhos, que passam fome de tudo. Nas aldeias, nas cidades, olham para nós de olhos encovados e assustados.

 

Porquê?

Porque deixou de haver tempo para as famílias. Passámos todos a robots e máquinas de trabalho ( os que ainda têm essa sorte!), e a família ficou só com o nome.

 

Deixámos de ser tempo para seremos nós e a nossa família.

E é por aí que as coisas têm de passar.

 

E as senhoras feministas podem ir queixar-se para outro, lado, que daqui não levam nada.

Porque se pudessemos ser mais mães para os nossos filhos, talvez eles pudessem a vir ser mais filhos daqui a uns anos. Ou mais irmãos..

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:39

14
Fev 11

Este fim de semana fiz tartes. Pastry, para ser mais fina. Amassei, deixei repousar e estendi massa que ficou estaladiça e saborosa.

Com maçãs, morango, melaço e nozes. Um pouquindo de açucar amarelo e manteiga.

 

Adoro programas de culinária, e delicio-me a vê-los nos canais da Meo.

Não gosto de ficar colada à receita, e gosto de inventar. Gosto de desafios, de me aparecer gente em casa e, de repente preparar um banquete, de ter só meia coisas no frigorifico ou na despensa e mesmo assim conseguir cozinhar algo  saboroso, de ter apenas duas ou três horas, e cozinhar refeições completas para um batalhão de gente...

De acordar de madrugada para fazer pão, doces, assados, para um aniversário em grande, para as miudas ou marido. Ou para mim, se faz favor.

De preparar compotas de laranja, tangerina, tomate, abóbora, figo, pêssego, marmelada, para oferecer à família e amigos.

Experimentar receitas de outros países, com outros sabores...

 

 

De cultivar na varanda as minhas ervinhas ou de as colher num passeio de fim de semana..

 

Sou apaixonada por equipamento de cozinha, e babo a olhar para batedeiras e "food processors" da Kenwood ou Kitchen Aid, e outros que tais, máquinas de massa, de gelados, de waffles, e toda a para fernália de equipamento mais simples , até mesmo uma linda colher de pau..

 

E depois vejo os concursos de culinária ( e também os do Biggest loser, é um facto), e penso: eu safava-me nisto...

 

E depois penso outra vez, e concluo que não...porque para mim, cozinhar não é luta ou sobrevivência. É um1 forma de ter e dar prazer, de descontrair e afastar pensamentos mais negros

 

 

Até porque  há dias em que consigo arruinar os mais simples leite creme ou arroz doce, ou esturricar o mais trivial dos guisados...

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:04

11
Fev 11

Sou engenheira, e como tal espera-se que faça coisas de engenheira.

 

E eu gosto de fazer. Ando um bocadinho arredada das obras, por contingências da crise, mas é lá que adoro estar. O meu coração suspira de saudades po um arranque de obra problemático! è que ainda por cima, nem é uma questão de ser fácil: gosto das que dão luta!

Passo por alguma obra e não consigo deixar de olhar, de desejar estar ali, de botas sujas, colete reflector e capaceta. feia? e depois? Sei que sou boa no que faço, apesar do meu mau feitio...

 

Gosto de dar aulas. Pois gosto. E acho que tenho jeito! A reacção dos alunos puxa por mim, e faz-me querer ser melhor. Mas o contrato está a acabar, e não sei quando virá outro.

 

No meio de tanta indefinição e incerteza, dentro de mim cresce a vontade de querer mudar.

 

Era abrir uma padaria/galeria/livraria/atelier

 

Era abrir uma costura por medida..

 

Eram workshops de saúde materna, psicologia, direito, e muita culinária

 

Mas sou engenheira civil. E pobretanas, porque não tenho sabido vender o meu trabalho, e sobretudo porque não me tenho vendido...

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:07

Nota:

 

Evitar ir ao El Corte Ingles,

 

 ou fechar os olhos ao entrar na livraria /papelaria...para não ver tanto livro que não posso comprar, tanto material para tantas coisas que não farei

ou fechar os olhos à padaria, nem tanto para comer, mas para que o bichinho da padaria não cresça desmesuradamente em mim

ou fechar os olhos aos produtos do supermercado, fora do comum, de todo o mundo, para que não desista das obras e me dedique à culinária

ou simplesmente não subir até ao fim, nem olhar para todas aquelas prateleiras de coisas de cozinha, que fazem o meu coração sorrir

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:02

19
Jan 11

Caro Sr. Futuro Presidente

 

Dirijo-me a si, esperando que não seja o Sr. Anibal ou Sr.José Manuel. Se assim for, considere este apelo um engano e ignore. É que nesse caso, também eu terei sido enganada, mais uma vez.

 

Ora bem, Sr. Presidente

 

"I used to think " que este devia ser o melhor país do mundo para se viver. Em 35 anos de vida, foi sempre este o meu pensamento. Clima moderado, sismos esporádicos (mas com boa regulamentação para a construção anti sísmica), mar, serra, sol. Pequena dimensão, chega-se de uma ponta à outra num instante. Boa comida ( dispenso a boa bebida e o bom azeite), paraíso para estrangeiros reformados e turistas endinheirados.

Alguma visão( histórica!), e espírito desenrascado e criativo.

Sem guerra aberta com nenhum pais. Pais aconhedor e hospitaleiro, generoso para com os desfavorecidos. Com sistema de educação, saúde e segurança social abrangente e tendencialmente gratuito ( sim, que mal há de pagar em função das possibilidades, pergunto eu?).

Pensava eu...

 

De famílias modestas, consegui tirar um curso superior em escola pública, mas longe de ser proporcional aos rendimentos..

Descobri que as bolsas de estudo gostavam de truques dos quais não dispunha, e como tal os 5.100$00 da altura não davam sequer para a cantina. Mas pronto. Fez-se, e não passei fome.

Consegui logo emprego, mas em 1998, "era outra louça"...um bom curso era garantia de emprego, afinal!

Descobri rapidamente que os empregos também têm outro lado, e que horas extras não implicam remuneração extra, que há patrões capazes de tudo, que há trabalhadores tão vulneráveis que se sujeitam a tudo. Mas isto pensava eu nessa altura, e dizia para mim própria, "tens 23 anos, és inexperente e ingénua!". Mas de noite não dormia e pensava "tens 23 anos e não podes admitir isto, nem a ti, nem aos outros!". E daí criei o hábito de discutir, debater, criticar, sugerir, tentar propor soluções para melhorar, não ser ovelha. Aprendi a admirar a minha perseverânça e a minha opinião. Aprendi que sou única, e que esta singularidade se obtem a aceitar as minhas opiniões, ideias, gostos e opções, sem me sentir inibida pelo que os outros possam pensar. Ainda que o preço a pagar seja caro!

 

E aí fui eu, passo a passo, caminhando, levando nas orelhas, mas sendo fiel a mim, aos meus princípios e origens, e mesmo quando a vida me deu para trás, levantei a cabeça e recomecei.

 

Diria que sou uma cidadã respeitável, modesta mas remediada, com um percurso certinho, escolar, profissional, familiar, tudo como mandam os livros. Marido, filhos, trabalho, religião. Tudo tudo como vem nas instruções.

 

mas de há uns tempos para cá, quero fugir daqui.

 

Quero ir para um país onde tudo seja mais simples, onde o telefone toque menos, se ande mais devagar, onde haja menos auto estradas. Onde esteja tudo por fazer, mas que não seja preciso negar a vida para trabalhar. Onde o trabalho seja feito por gosto, nas horas próprias, e ainda sobre trabalho para amanhã, e o tempo para familia não seja um luxo.

Quero ir para um pais onde possa usar colheres de pau, e não sejam precisas mil formalidades para abrir um negócio, onde não se viva com medo de um nódoa ou de um micróbio, onde se possa começar do zero, sem nada e ser feliz.

 

Ando a sonhar com África!

 

E depois penso, filhas, educação, saúde...elas merecem melhor do que África

E penso de novo, filhas, família, esperança, sustentabilidade, elas merecem melhor do que Portugal

E penso de novo...

E volto a pensar...

 

Ajude-me a tomar uma decisão...dê-me uma boa razão para eu não querer fugir. Ou muitas!

 

Nivelamento de ordenados para níveis Europeus. Estamos na Europa, certo!

E nivelamento, quer dizer nivelamento, atenuação da curva de disparidades. Para podermos pagar como Europeus.

 

Incentivos às empresas do sector primário e secundário. Menos importação. Igualdade de oportunidades no acesso à produção de energia de fontes renováveis. Facilidade na auto geração.

 

Limitação da especulação económica. Colapso da bolsa de desvalores. Desvalorização das "acções". Valorização do trabalho produzido.

Chicote nos bancos e nos gestores públicos. Sim a remuneração justa. Fim de regalias. TODAS. E quem não gostar, tente arranjar melhor no privado.

 

Moralização do sector de produção, para que os pequenos empresários que tentar sobreviver aos dias de hoje não sintam que trabalham apenas para os impostos ( OH! se eu sei do que estou a falar!!!). Para que os funcionários não públicos acreditem que, no fim do mês, o ordenado chegue. ( Chegue e entre na conta do banco e chegue até ao fim do mês).

Reformular a função pública, para que não simplique serviço aos funcionários público mas sim ao público em geral. Cortar em todos aqueles cus que nada fazem excepto dizer que o "sistema" não deixa, ou que está em baixo, e que não têm capacidade de analisar um problema e resolvê-lo, para além do "sistema". Cortar no número de chefes de chefes dos chefes dos chefes, que nunca podem decidir porque há sempre alguém acima.

 

Cortar nos cursecos da treta e investir em cursos gerais e úteis, dos quais se parta para especializações. Reintroduzir e reforçar a educação tecnológica. Voltar aos "trabalhos manuais", com carpintaria, serralharia, olaria,agricultura, costura, tecelagem, puericultura, economia doméstica, já que o português e matemática não são garantia de competência.

Investir no ensino geral. Contratar mais e melhores professores. Reformular as escolas, mas POR FAVOR! cortar nas barbaridade de dinheiro que se tem utilizado em fazer escolas " a la architecte", com materiais facilmente perecíveis, soluções arquitectónicas caríssimas, altamente dependentes de energia, de alto custo de manutenção.

Deixe lá as "merdices" dos RCCVs e CNOs, só para a estatística e crie um sistema credível de formação, independente do canudo que se leva para casa...

Ensine-se para o empreendedorismo. Para a liberdade de pensamento! Para a grandeza do coração e da alma!

 

Trocar quantidade por qualidade na política. Limitar a produção avulsa de legislação, sem integração com as anteriores leis e apagar todo o lixo que entretanto se produziu e que constitui e é sempre motivo de excepção. Produzir leis que qualquer pessoa possa lêr e perceber, sem ambiguidades nem buracos. Ter em atenção as Directivas Europeias e não ser cego a transpor tudo e mais alguma coisa. Transformar as prisões em fábricas. Acelerar a justiça, punindo, efectivamente, que comete crimes contra pessoas, bem e estado. Que vão produzir para a cadeia. Produzir a sua alimentação, os seus serviços, e exportar para fora dos muros, ao serviço da população carenciada.

 

E outras coisas...Dê.me boas notícias. Quanto ao gasóleo, por exemplo...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:07

02
Jan 11

Não são resoluções de ano novo, são resoluções de vida. Se não forem feitas este ano, continuam em lista de espera.

 

  1. Alexandre/Lara: Aguardo por ti.
  2. Filhas e Marido: Juro que vou gerir melhor o meu tempo e ter mais para vocês
  3. Peso Certo: Será muito bom não aumentar de peso....
  4. A minha micro empresa vai sobreviver mais um ano, e terá de ser um ano de melhorias visíveis, e com nova imagem
  5. O meu projecto de software vai ser posto em prática, custe o que custar
  6. O meu mestrado não vai ser deixado para 2º plano
  7. A ideia de um novo segmento de mercado vai sair da cabeça e passar à prática e vai ser uma coisa em grande
  8. A casa nova para passar a projecto e o Natal de 2013 será passado lá.

 

Notas: 

 1 implica 3.

 1, se e só se 3

 8 se e só se 4

4, 5 ,6,7, implica 2

2 quer também dizer férias.

 

Como tal tenho de ter sucesso em todas

 

A não esquecer. A não desistir. A não baixar os braços.

A não ter pena de quem não tem pena de mim.

Sem medo, sem dores de barriga.

 

Com mais sorrisos

 

Atrás disto, virá muito mais

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:06

17
Dez 10

Ontem estava KO e fui fazer o que se fiz que dá felicidade às mulheres: Compras. Assim como assim, o trabalho não estava a render, e já que tinha que ir à ESTG, aproveitei

 

Aterrei no Leiriashopping e corri aquelas lojas todas. Fuck! Tanta coisa e nada me serve! Isto, tendo em conta que estou farta de um guarda roupa Canda da C&A. Estava decidida a escolher algo, mesmo que fosse um pouco mais caro, e como tal, atrevi-me a entrar em lojas a que nunca tinha ido, daquelas em que me caiem os olhos só de ver os preços nas montras.

 

As modas deste ano agradam-me, mas parece que todas as gordas do mundo chegaram às lojas primeiro do que eu e não sobrou nada mais do que XS, S e M. Ou então, e a triste realidade deve ser mesmo essa, as gordas não têm direito a ter roupa. E tem tudo que ser roxo , e castanho?

 

Em temos de lingerie, lá terei que ter mais um básico da Triumph, e pagar o belo por um confortável soutien  branco/preto/creme em vez de um bonito conjunto . Lá vão os tempos em que tinha uma coecção invejável!

 

E depois sapatos! O meu pé tem tamanho 38. Se forem chinelas até serve um 37- Mas o peito do pé é largo, bem como a perna. Botas com cano, já desisti. Botas pequenas, eu sei que deve existir alguma coisa que me sirva. Sem 10cm de salto! Ainda outro dia comprei uns, só que até ficava com caimbras. Desisti delas nos primeiros 15 minutos de uso. Anda a minha irmã mais nova montada naquilo. Para tudo o que é fechado, tenho de comprar o 40! Restam-me as sapatilhas, sapatos tipo mocassin e botas de obra. No Verão ainda se arranja qualquer coisa, agora para Inverno, estou, como sempre lixada.

 

Entrei também em perfumarias, lojas de maquilhagem, mas não me atrevi a gastar um tostão. Saudades de outros tempos.

 

Ainda me passou uma coisa má pela cabeça, e tentei imaginar como seria a minha vida, solteira, sem filhas... e agora só tenho que viver com o arrependimento de sequer ter posto essa hipótese.

 

Passei ainda pela decoração, e concluí que a minha casa é tão básica...e no entanto onde é que eu ia pôr mais coisas?

 

Resultado: sai das compras de mãos vazias e com um péssimo, muito mau, mesmo, Humor.

 

Só não entrei na FNAC e na Bertrand: aí tudo me serve, e sou feliz nessas lojas! Livros de todas as medidas!

 

Conclusão: passei no continente e comprei materiais para as prendas de natal que tenho de fazer. Não, não comprei açucar!

Para mim, nada, pelo que tenho de continuar a ouvir a reclamação do marido quanto às minhas camisolas velhas. A solução é perder o amor à carteira e entrar na Daline, e esperar que tenham promoções. Mas não me apetece nada ir para o centro de Leiria! e depois terei de continuar a ouvir o marido por causa da conta que vai aparecer no extrato do banco! Porra, eu não quero nada de luxo! Só roupa simples para o dia a dia, que me sirva, sem ter de parecer que , em vez de engenheira, sou o servente da obra. Eu adoro roupa prática, calças de ganga, sweat shirts, sapatinhas, mas ontem dei comigo a evitar todos os espelhos das lojas. Só de olhar, não mete medo, mete dó!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:16

28
Set 10

Eu ainda não percebi muito bem se a crise é mesmo a sério ou se é só nas notícias.

Nem se a crise é económica ou é de poleiro e ganância.

 

Em minha casa já entrou quase o dobro do dinheiro que agora entra, e eramos apenas metade. Aprendi a gerir melhor, a pensar antes de gastar, e vejam só, ainda dá para poupar qualquer coisinha.

 

Proponho assim aos srs governantes:

 

-Abolirem o motoristas para transportes de funcionários dos mais diversos níveis e categorias profissionais. Não têm carta de condução? Tirem-na, comprem-na, mas poupem-me de pagar a alguém que recebe para passar a maior parte do dia sem fazer nenhum.

- Diminuirem toda a catrefada de administradores, directores, gestores e respectivos vices, subs, sercretários e delegados, de mil e uma instituição, fundação, comissão, delegação, aos estritamente necessários. Imponham-lhes um tecto salarial de 4 ou 5 ordenados mínimos e sem outras regalias, que eles próprios saiem... pelo seu pé.

_ diminuir ao estritamente necessário, útil e gerador de mais valias as ditas entidades (instituição, fundação, comissão, delegação...) porque muitas existem para serviço exclusivo de minorias.

- Aos que ficarem, exijam a permanência efectiva no local de trabalho e apresentação/justificação física do trabalho apresentado ( não o da sua secretária). É que não estando a tempo inteiro, só poderão receber o parcial respectivo, certo?.

- Definir modelos de viaturas e quem tem direito a usá-las, sem excepção.

-Diminuir comitivas em visitas de estado e governo no interior e exterior, bem como os almocinhos, jantarinhos, a quantidade de carros públicos que se desloca a estes eventos, só de motorista e um caramelo no banco de trás...

- Informar os srs funcionários públicos que cá fora, no mundo real, as pessoas trabalham horas extra para entregar as coisas nos prazos,e que quando fazem as pessoas esperar e voltar a esperar nas repartições públicas, é dinheiro mandado fora.

- Punha desempregados a fazerem de cantoneiros, guardas florestais, seguranças,limpezas,reparações, em vez de abrir sucessivamente concursos para empresas deste tipo de serviço.

- Promovia a utilização de terrenos públicos para execução de agricultura ou pecuária de subsitência para abastecimento de entidades públicas em alguns mantimentos, dando conhecimentos práticos a quem lá trabalhasse e garantido abastecimento local a escolas, hospitais, etc...ainda alugando a preço simbólico para utilização de particulares.

- Voltar a serviços mínimos ( salvaguardando a saúde e a educação, prestações sociais em caso de doença, saúde e desemprego)

- Substituir o subsídio de desemprego por um rendimento de subsistência com base no agrgado familiar e não nos salários anteriormente auferidos ( quer para mais, quer para menos).

- Acabar com os subsídios escolares para famílias que não promovam a ida e interesse pela escola, que faça férias caras no estrangeiro e depois se queixem de não ter um tostão para os livros, dar senhas para materiais e refeições em vez de dar dinheiro.

 

Continua.

 

Agora vou almoçar que tenho fome

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:56

24
Set 10

Mais um dias destes.

Estou atulhada de trabalho até à ponta do cabelo, mas o que é que eu fui fazer? Depilação.

 

E o que me fez vir lágrimas aos olhos? para além dos puxões da cera?

 

Descobrir páginas e páginas na net sobre a Colecção Patrícia  ( Trixie Belden) e recordar os meus livros favoritos. Sim! mais que Nicholas Sparks, e que Enid Blyton, e que Agatha Christie.

A minha "adolescentude" foi passada a lêr e reler esta colecção, e no fundo eu era a Patrícia , à espera que um jovem atlético que foi a minha paixão platónica entre os 11 e os 15 anos fosse Jim. Bem, eramos 4 filhos, mas ao contrário, moravamos no campo e tinhamos macieiras e galinheiro. Até tinhamos uma station wagon. Mas nunca andei por aí à aventura de cavalo, de bicicleta, de roulote, nem fui visitar parentes longínquos com os amigos, nem tive um clube, nem nunca fui a bailes da escola. Sardas e caracóis, já tinha. Só me faltava ser loura.

 

E não é que a Patrícia tem idade para ser minha avó? A intemporalidade dos livros surpreende-me. Estão alinhadinhos no meu quarto, em casa dos meus pais, e as miúdas só lhes poderão pôr a mão em cima quando demonstrarem juízo.

 

 

com tudo isto, está na hora de elaborar uma longa lista de trabalho a fazer no fim de semana.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:33

16
Set 10

Como tal, é dia de mercado na grandiosa Vila de Maceira.

 

O edifício está pronto, mas o mercado continua a ser feito na rua. Quando passarem para o edifício vai continuar a ser feito na rua, porque é pequeno para tanta gente. Tenho dito.

 

Isto quer dizer que é dia de carros a obstruir estradas e estacionamentos durante toda a manhã. Senhoras e senhores com cestos, sacos carrinhos, a ignorarem a existência de passeios, e deslocarem-se à estonteante velocidade de lesma mesmo pelo meio da estrada. Significa ainda papa-reformas e "motas da vaca" ( aquelas fechadas com um atreladosinho, da Piaggio ou equivalente) a fazerem as maiores barbaridades, com um senhor de boné ao volante, e uma senhora de permanente ao lado.

 

À parte disso, há legumes e frutas boas, e uma bancada de roupa de criança, outra de calçado de criança e mais duas outrês que vendem coisas bonitas e de qualidade. Às vezes compro lá, ou na de Leiria ao sábado, ou na mítica Feira de Pataias, ao domingo de manhã. E não me caem os parentes em desonra.

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:43

14
Set 10

"Obrigadinhos" ao Sr do ACT, que fez com que alguém olhasse aqui para o estaminé e o pusesse em Destaque no Sapo.

 

Já agora,sr do ACT, podem vir fazer uma inspecção, que está tudo legal, Seguros, Higiene e Segurança no Trabalho. Só não tenho é livro de reclamações.

 

 

 

Já agora, será que ficou caminho aberto a visitas? E comentários? O meu tempo escasseia, mas acho que consigo arranjar um bocadinho para dar atenção a todos.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:32

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