Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

28
Nov 11

http://www.ted.com/talks/lang/pt/sarah_kay_if_i_should_have_a_daughter.html#.Ts19T0wq36s.facebook

 

 

Qualquer dia, eu também irei a um TED TalK, e falarei de uma maneira ainda mais apaixonada

 

Um dia deste publicarei livros meus- não apenas 1, muitos

 

Um dia destes, haverá um menino em minha casa, nem que seja um namorado das filhotas, ou um neto

 

Um dia destes, terei um quintal fértil, de flores, legumes e árvores, com capoeiras e currais com criação, e farei muita comida para a família e amigos, os melhores doces e conservas, o melhor pão e a melhor morcela. E todos caberão à minha mesa...

 

Um dia destes, volterei a ser magra e elegante, e atlética, e poderei amar ainda mais intensamente.

 

Um dia destes vou ser grande e poderei olhar para trás e saber que fiz coisas que fizeram os outros felizes e que foram úteis para o mundo

 

Um dia destes um dos meus aluno virá ter comigo e dirá que foi numa das minhas aulas que descobriu aquilo que gostava de ser, e o que eu lhe disse marcou-o e ajudou-o a ser mais e melhor

 

Um dias destes tenho de começar, se quero apanhar o comboio que pare em todas estas estações

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:25

23
Nov 11

 

Hoje acordei inspirada, e isso não costuma da bons resultados.

 

 E as questões são:

 

1-Imaginem que dentro de 15 minutos o tempo para em todo o mundo, e todos ficam à mesma hora ( imaginem que serão 10AM em todo o mundo ao mesmo tempo).

E que ao mesmo tempo todo o dinheiro que temos no banco, em casa, no colchão, no mealheiro, é colocado num monte: o nosso, o das empresas, de todas as instituições e todos os bancos.

Que todas as casas e carros e tudo o que é material, incluindo o mealheiro e o colchão, que têm um valor estipulado se materializam em notas e moedas e vão para o monte ( de facto já algum dia foram trocados por dinheiro, pelo que este deve existir).

E tudo o que está em produção e crescimento também.

O mesmo para todas as reservas e stocks de materiais e matérias primas . O mesmo para todas as acções, seguros, fundos e outras aplicações financeiras.

 

Ora bem, esse dinheiro existe no mundo, fisicamente, na totalidade?

 

2- Vamos supor que eu tenho uma macieira biológica no meu quintal, que dá milhares de maças lindas e saborosas.

Durante o ano  tive que a podar, regar, tratar, e por fim apanhar os frutos.

Como já fiz doce, já fiz conserva, já guardei, e já comi, e continuo a ter maça, decido vender as restantes à comunidade.

Ponho num cestinho de verga e monto uma bancada no quintal à beira da estrada.

Vendo a maçã a 0,65€/kg e fico muito satisfeita.

Todos adoram as maças, compram-nas e levam para casa no saquinho que trouxeram.
A meio da manhã, vem o sr das finanças, e em vez de comprar a maça, aplica-me umas taxas e uma coima. 

 Vem o Sr da ASAE e diz que a bancada não tem condições, e lá tenho de fazer outra.

Vem o senhor da segurança social, e aplica mais uma taxa.

Vem a senhora da segurança e a da higiene alimentar e mandam-me por luvas, capacete, colete reflector, deitar a maça numa tela fofinha, colocar rótulo, analisar as características.

E o sr das estradas de portugal ainda me aplicou uma taxa por ter um letreiro na bancada a publicitar as maças.

Neste vai e não vai, tive de ir pagar as taxas e coimas, comprar o material em falta, por tudo como deve de ser.

Como também aproveitei para vender compota e conservas, imaginem toda a burocracia, com testes, papeis, certificações, teores de açucar e o diabo a quatro ( mal eles sabem que fiz licor, senão....)

No entretanto, a fruta começa a apodrecer, de tanto esperar, tenho de comprar uma arca gigante onde a guardo, com consumos enormes de energia, e quando, finalmente tenho tudo legalizado para vender ( também tive de licenciar o espaço na câmara!), faço as contas e afinal tenho de vender a maçã, igual à do primeiro dia, a saber ao mesmo, com todas as vitaminas, e proteinas de lagarta que no primeiro dia por 2,00€/kg.


Passam os clientes e não param. E os poucos que compram não voltam, pois a esse preço, a maçã não sabe tão bem quanto isso.


Baixo o preço, mas depois não posso continuar a pagar tudo o que me impuseram, e um dia concluo que é melhor abater a macieira, que só me trás prejuízo, e no fim ainda tenho de entregar o quintal ao banco.

 

A maçã ficou melhor, mais bonita, mais saudável e mais saborosa no fim de tanta reviravolta? É mais maçã do que no primeiro dia?

 

a maçã que não vendi e apodreceu, tive de pagar aos senhores dos resíduos para a deitar fora.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:02

22
Nov 11
Hora de pelotão de fuzilamento: ( a mim)

Hoje recebi um email, para que eu como assistente convidade numa escola superior, faça greve, com todas as razões e mais alguma. Razões de elite, de expectativa, de acusação, e de "venha a nós".

Por acaso, nesse dia não dou aulas. Mas se tivesse, ia.
...
Porquê? porque a greve, que até é justa, não me parece ser pelos motivos certos.

-porque para os professores fazerem greve, as minhas filhas vão ficar sem aulas em casa da avó, mas podiam não ter avó...
- porque para outras crianças que não têm avó não fiquem abandonadas, as senhoras do ATL têm de trabalhar mais horas, ou os pais não podem ir trabalhar
-porque se os pais trabalharem no sector privado, é complicado fazerem greve, pelo estigma, pelo precedente, e por mais dois outros motivos: nas empresas onde há trabalho, é necessário produzir e todos os minutos contam, nas empresas onde não há trabalho, procuram-se motivos para despedir os funcionários, e se a greve não serve como motivo, serve de ignição.
- porque uma greve motivada apenas nas coisas de uns não querem perder, não resolve os problemas daqueles que nada ganham
-porque muitos dos grevistas não se manifestarão, mas usarão o dia de greve para o lazer, para arrumar a casa, ou para ir tratar de assuntos pendentes. Ou tomar conta dos filhos.
-porque alguns grevistas irão dirigir-se a determinado sítio, para fazer alguma coisa, e vão deparar-se com a porta fechada, e hão-de dizer "Carago, logo hoje que eu tive tempo para vir aqui e estão fechados!"
- porque muitos grevistas terão o ordenado acabadinho de cair na conta, no dia da greve, mas há muita gente que nem no fim do mês, nem no fim do ano, nem em dia nenhum vão ter ordenado, subsídio ou o raio que o parta para comer, vestir, sobreviver.
- porque muitos dos reformados, com uma vidinha sossegada, e com reforma razoável ( não as reformas miseráveis), parecem esquecer-se que os seus filhos não terão essa reforma, e que muitos filhos não levam esse dinheiro para casa.
- porque os grevistas esquecem-se que neste país as pequenas empresas, que estão atoladas de dívidas e sem crédito, são as que vão pagando os impostos, e que são esses impostos que sustentam o país, e que nem todas as empresas têm gestores milionários, administrações corruptas, e vivem à tona da água, para além de todas as suas forças, para manter empregos e contas com o estado em dia, pois senão, tudo estará perdido
- porque muitos grevistas votaram em quem tomou estas decisões, e muitos grevistas não se quizeram perder uma hora para ir votar num domingo, mas podem perder um dia de trabalho
-porque uma greve de gasolina faz mais efeito que uma greve geral ou uma greve de fome, e isso é estranho

e quando é que eu iria a uma greve?

-se ela fosse por direitos fundamentais
- se fosse para exigir igual para todos, e não para os mais iguais que outros
-se fosse para exigir que se fizesse uma revisão das opções do estado dos 20 últimos anos, isenta, com prazo, com identificação clara dos erros e das motivações em tempo útil
-se desse para fazer um reset ao Mundo

Como tal, e na fraca expectativa de ver estas razões acontecerem, vou dando o meu melhor, todos os dias, na vida profissional e pessoal, sem medo de expor a minha opinião e de me sujeitar à crítica e ao debate. Porque se tiverem explicações melhores que a dos outros do email, estejam à vontade para as demonstrar, porque se tiverem razão, até peço desculpa e sou a primeira a assinar por baixo
publicado por na primeira pessoa do singular às 16:27

28
Out 11

Hoje não há escola de manhã, as professoras vão a uma reunião sindical.
Tudo bem, têm direito a contestar, mas não podia ser mais lá para o fim do dia?assim lá para as 17:30h, quando acabam as aulas?
Não é greve, é como se fosse. E quem não tem onde deixar os filhos faz o quê? Falta ao trabalho. Lá se vai a meia hora extra de extrema necessidade para a produção de Portugal( mais as outras todas)...
Não me parece que seja assim que credibilizem as razões da luta dos professores: hoje, por cada professor que faltou, se calhar há 20 ou 25 pais a reclamar contra ele. As crianças agradecem.

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:09

26
Out 11
Sabem aquela história dos doentes com hepatite B que as clínicas de diálise querem recusar e agora está tudo muito ofendido? Ofendam-se mais um bocadinho:
- se o Estado manda para o privado é porque, pressupõe-se! que seja mais barato fazer no privado de no público, ou então que sai tão caro ao público equipar-se devidamente, que sai mais barato mandar fazer. Certo?
- agora o estado, que combinou ...um preço, decide reduzi-lo. Não sei se as clínicas ganham pouco ou muito, mas o que é certo é que se fossem as clínicas a querer aumentar , o estado não aceitava, mas as clínicas têm de aceitar que o estado reduza.
- Por fim, as clínicas, considerando-se mal pagas dizem: não, eu não quero prestar mais este serviço que me dá prejuízo e é insuficientemente pago, e o estado diz que não, que estão a descriminar...
- Então o estado não pode ter prejuízo ( ou deixar de ganhar, ainda que não perda), mas as clinicas podem???
- E isto chama a atenção, porque mexe com a saúde. Mas e as outras áreas em que o estado tem contratos?
publicado por na primeira pessoa do singular às 15:43

14
Out 11

só para fechar a porta  ao meu mau feitio e acabar com o meu humor negro e cínico, é assim:
- Sinceramente, não receber os subsídios de férias e natal  era coisa que não ME ia afectar muito, até porque já estou habituada a viver sem eles
- Sinceramente, trabalhar mais meia hora por dia não me faz mossa, porque já costumo fazer mais que isso
- Sinceramente, o IVA do leite e dos iogurte também não me rala muito, porque eu tenho de o beber e ao fim do mês serão cerca de 2€ de diferença no leite simples, e cerca de 3€ no de chocolate, já fiz as contas.

 No entanto  incomoda-me saber ou não saber:
- Que quem ganha 3 ou 4000€/mês não vai sentir nada...
- que vai ser toda a diferença para as famílias que têm filhos a estudar e usam o subsídio para as propinas e livros, para os seguros, as reparações do carro ou as obras inadiáveis
- que vão continuar a existir motoristas, carros de serviço, que muitos funcionários continuarão e agravarão a postura do "ninguém me paga para eu fazer isto ou aquilo", "ninguém me paga para eu levar uma caneta de casa para fazer o meu trabalho" "ninguém me paga para eu ficar mais um minuto"..SENHORES FUNCIONÁRIOS QUE ME POSSAM ESTAR A LER: NÃO TENHAM NUNCA A INFELIZ IDEIA DE USAR ESSA FRASE QUANDO SE DIRIGIREM A MIM, POR QUALQUER MOTIVO....SIM? PARA BOM ENTENDEDOR, MEIA PALAVRA BASTA.
-que as contribuições e impostos que constituem as receitas do estado vão baixar tanto, mas tanto, mas tanto , que isto não vai ficar por aí
- que muitas pessoas vão perder tudo na vida, porque vão deixar de pagar seguros do carro e do trabalho, e exactamente no dia seguinte, algo grave acontecerá
-que os funcionários de todas as empresas que estão a acabar os lanços de autoestrada e pontes que se têm reproduzido que nem coelhos ( as auto estradas e pontes) aqui na zona, vão ficar desempregados logo que as obras acabem
- que grande parte dos casais portugueses decida que não pode ter filhos ( na china tiram os benefícios a quem tiver mais filhos, cá tiram-nos mesmo antes de se pensar no assunto...)
-que os cortes nos recursos  da educação, saúde e infraestruturas básicas, vão incidir sobre os utentes e trabalhadores menos classificados
- saber que o nosso premiere quase chorou ontem à noite...lágrimas de crocodilo


o que era preciso era um reset, pensando claramente quais os objectivos e deveres do estado para com o cidadão, reset nas empresas e fundações do estado e pensar :
- o que é imprescindível
-o que é necessário
- o que seria bom
-o que gostariamos

e começar a preencher por cima.
Sobrava para ordenados desporprocionados? então venham eles. Sobrava para sistemas de saúde extra? venham eles
Sobrava para regalias? Maravilha.

mas só depois de se saber que ao menor e último da lista de cidadão nada de essencial faltava.

não, não sou comunista. e  socialista utópica também não.


Mas muitos alguéns que têm ditado as regras deste país se têm esquecido de olhar um bocadinho mais longe do que para os seus umbigos.

 

e mesmo assim, não se importam de ver o cotão nem o cheiro que de lá sai...

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:20

30
Set 11

Fui adepta tardia, confesso, mas fiquei conquistada.

 

A lista de amigos é reduzida, é certo, porque ainda que goste muito de falar, acho que nem todos estarão aptos ou serão desejáveis, para o que eu digo, escrevo ou exponho.

 

De vez enquando procuro colegas da escola ou da Universidade, ou chegam-me de mão beijada por serem amigos de amigos .

 

Olhar para muitos daqueles perfis e ver a situação profissional de muitos têm-me feito pensar, e admitir que fiz muitas escolhas erradas na minha vida. Acima de tudo, escolhas profissionais.

 

Ao que parece, sucesso profissional é coisa que não falta. E vêm-se os amigos sorridentes, em fotografias tiradas em diversos destinos de férias por todo o mundo, as amigas sorridentes com o seu bando de filhotes de uniforme da escolinha, os bem sucedidos cá, os bem sucedidos no estrangeiro...tudo parece ser maravilhoso.

 

E eu aqui...numa micro empresa que já só tem o nariz de fora para respirar, e pouco mais. Com férias no campismo  e já vou com muita sorte!

 

Falhou tudo. Tudo. Só tenho a minha dignidade e a a minha família. E, pela primeira vez , desde que comecei a trabalhar, há 13 anos, vivo à custa do ordenado do marido. Isto está a deixar-me doida.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:13

25
Jul 11

dá-me nervos, que fique ali em pé,especada, a olhar para antes de ontem.

passo-me com a inércia, a falta de decisão, de iníciativa

vou aos arames com as desculpas esfarrapadas que inventa para tudo e mais alguma coisa

não admito que entre no meu quarto para arrumar o que quer que seja

comecei a ignorar tudo o que diz em tom inaudível

 

não me coíbo de dar a minha opinião e reclamar de tantas más ideias e preconceitos

 

eu, que tenho menos de metade da idade, e que não sou perfeita

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:50

21
Jun 11

Os professores, mais do que uma profissão, têm uma missão. A sua missão é ensinar. Do latim Insignare, trata-se de ajudar alguém a adquirir conhecimento.

E será o conhecimento apenas o que vem nos livros? Ou o que vem nos livros é uma mera ferramenta para atingir o conhecimento.

Se houve disciplina que eu detestei, ( e ultrapassados os campos da Termodinâmica, quimica e análise de estruturas), foi a filosofia, pelo que não me vou por aqui com discorrer de pensamentos, falarei apenas do que observo, relaciono e concluo, como ser de personalidade eminentemente científica:

Há professores que se excedem diariamente, e trazem o mundo aos nossos filhos. Cativam e motivam a trabalhar.Vou deixar um pouco para trás os professores de gente grande, que têm de ter tal e qual estas características, e vou concentrar-me nos da garotada que ainda anda a reboque dos pais.

Quando um professor motiva tanto os filhos que isso contagia os pais, isso é bom, mesmo muito bom, e os resultados vêm-se, no crescimento dos filhos e no crescimento dos pais, como pais e como pessoas.

O problema destes professores é terem colegas. Às vezes esses colegas sentem-se ameaçados, e são levados a defender-se daquilo que acham que é uma carga de trabalhos que ninguém lhes paga. Ora isso quer dizer que não fazem o que gostam, independentemente da sua maior ou menor competência.

Quando amamos o nosso trabalho, o tempo voa e não olhamos para o relógio a dizer que ainda falta uma hora, mas sim, como é possível que a hora já tenha passado. E os colegas, às vezes são assim, só de pensar que talvez tenham de fazer isto e aquilo fora do "meu horário", é um stress muito grande, e mais vale aniquilar os outros, antes que a moda pegue...

Um professor que abre a escola aos pais e deixa que os pais o ajudem a mostrar o mundo, tal como ele é aos nossos filhos, mais do que ensinar meninos que sabem cantar a tabuada, está a torná-los hábeis para descobrir maneiras de achar o 8x7 quando nos falha a cantiga. Mais do que saber onde fica a Austrália, saber como se vai para lá, e como lá sobreviver ( em sentido figurado).

E os pais, quando são chamados a colaborar, aprendem. Aprendem a organizar o seu tempo, para conseguir encaixar mais uma coisa na sua vida, aprendem a criar, imaginar, surpreender, com mais uma ideia ou actividade. Aprendem a interagir e a trabalhar em equipa, a dar a cara e avançar.

E quem não tem o trabalho e ordenado garantido, sabe muito bem que, aquilo que o mundo precisa, é de mentes abertas aos mundos, que compreendam a diversidade e as diferenças, e que sejam multifuncionais, mais do que especialistas, capazes de tocar sete instrumentos, e ,se possível, todos de uma vez!

Quando eu andei no infantário, descobri que existiam outros. E divertí-me a sério.

Quando fui para a primária, para além de uma professora que acreditava na reguada, tive uma professora que, sem auxiliar e sem dinheiro, nos ensinava ( e bem!), responsabilizava, que nos premiava o esforço ( cromos, berlindes, ou uma simples figura recortada de papel de embrulho alegravam o nosso coração, nas nossas pequenas vitórias), e sem grandes recursos, para além das aulas, faziamos trabalhos manuais, ginástica, jardinávamos, faziamos limpezas, iamos buscar água à fonte para o uso diário e tantas coisas mais.

No colégio, de régua não muito curta, mas nunca comprida, o apoio constante ( e por vezes demais!! que aquela gente não largava do pé...), para além de todas as matérias da praxe, e a oportunidade de actividades regulares, aprendi a amizade e os prenúncios do amor.

Acho que ficou por aí, a aprendizagem. Os 8 ou 9 anos de escola que se seguiram foram só treino e ferramenta. Foram os anos em que a familia foi colocada no papel pagador, e as emoções foram deixadas de lado, e foram chamados apenas no dia da benção das pastas. Foi também quando os professores passaram a ser alguém que entra e sai da sala, despejam o conteúdo num quadro ou projector, e saiem com a sensação de ver cumprido, salvo boas e honrosas excepções, muito bem sucedidas, e que, muitas vezes de low-profile, não passam despercebidas aos alunos.

Quando eu for grande, quero ser uma professora das boas ( já que não tenho grandes hipóteses se ser das boazonas...). E o melhor é ir treinado, porque faltam poucos meses para um novo ano lectivo

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:51

14
Jun 11

Ontem ocorreu pelos lados do FB uma troca acesa de ideias sobre sons, entre mim, e duas conhecidas figuras da minha praça.

 

O que me faz ser o que sou, boa ou má, não interessa, é o que eu já vivi e o que aproveitei daquilo que foi passando por mim, e daquilo pelo que passei. Não me invento, vou acontecendo.

 

A música é daquelas coisas que passa por mim, e, se associado a momentos chave do meu crescimento, passa a ficar entranhada no meu ser. Não preciso nem quero saber se passa na rádio, muitas ou poucas vezes. basta que eu goste e pronto.

 

Se até aos 9 ou 10 anos as opções eram limitadas, daí para a frente abriu-se um mundo para mim: o começar a aprender inglês, e começar a tentar saber o que queriam dizer as letras, as capas dos discos e os telediscos, com cantoras elegantes que eu gostava de imitar, um mar de "slows" para curtir anos de dor de corno, ou músicas saltitantes das poucas festas e discotecas a que tive acesso. Centenas de músicas, dezenas de cassetes gravadas, que guardo religiosamente, ajudaram-me a ser eu, entranharam-se de tanto as ouvir. Tanto que, quando as ouço, ou um simples acorde faz-me tremer. Com algumas, o coração bate descompassado, outras dão vontade de chorar.

 

 Atrás de mim andam 6 ou 7 Cds, sempre os mesmos,talvez há uns 9 ou 10 anos para os stresses e horas de ponta no trabalho. Diana Ross para iniciar a jornada, Clã no esticar da corda. Cat Stevens, Sting, uma colectânea brasileira, Rodrigo Leão, uma Reserva Especial, um especialíssimo Twentyfive: For living - for loving - for the loyal, o Phill, o Bruce... Lá por casa, raramente se compra música, que a vida está cara. Também não faço pirataria regular, até porque não faz parte dos meus conhecimentos e atributos informáticos. Mas quando compro, não quero saber, se está na moda ou não. ponho-lhe os olhos em cima, e já está: provavelmente é um Best of, e tanto poderá ser Barbara Streisand, Abba, bee Gees ou Celine Dion, como Def Leppard ou Aerosmith,ou uma banda sonora que pode variar desde "A música no Coração" ao "Local hero", passando pelo "perturbador" Take may breath away, que literalmente ainda me tira o ar, ou Otis Redding ou Righteous Brothers.

Num dos empregos que tive, levei uma injecção de Mr Carreira, e aprendi a gostar de algumas músicas. Se um dia destes for ao som de Quim Barreiros que eu tenha um filho, talvez passe também a gostar ( até lá, pode esperar sentadinho..que também estou à espera há muito tempo.

 

 Por isso, e para concluir vou ouvindo o que gosto e que me diz alguma coisa.

Se ao fim de meses a ouvir algo, ainda não sei trautear a música, e não me aquece o coração, não teve qualquer efeito em mim, é para esquecer.

 

 Se passa na rádio, ou não, se anda na boca de toda a gente ou não, se roda apenas na esfera de selectos iluminados, pois a mim tanto me faz... .

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:56

13
Jun 11

Há manhãs em que sinto que tenho 6 ou 7 filhos: vestir a Rita e a Inês, trocar a camisola porque é larga, trocar a camisola porque é apertada, ou porque a cor é assim, ou assado, a manga é curta ou comprida.

Mudar as calças por saias, ou saias por calças, as leggings por fato de treino, o fato de treino por calções...

E depois calçar, voltar a calçar porque a meia fazia impressão, o laço dos atacadores está largo, está apertado, já se desfez.

 Voltar a mudar qualquer coisa porque entornou leite, ou limpou as mãos à roupa, ou sujou com pasta dos dentes.

Penteio a Rita uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, com ela a choramingar e chiar atrás de mim, porque o totó está torto, está acima, está abaixo, a franja não está bem apanhada, o gancho caiu.

 Pentear a Inês, nivelar os totós com nível de laser, está apertado, está a puxar, está largo, está mais acima, está mais abaixo. Tudo isto com um ruído de fundo delas a chorarem, chiarem, Mãe,a Rita fez isto, Mãe a Inês disse aquilo.

A mim, apetece-me sair de casa e deixá-las alí. Ou desatar à bofetada. Ou as duas coisas.

 

 Por isso, não me voltem a dfizer que ainda é cedo e já tenho um ar cansado, ou que a respiração está ofegante, ao telefone, ou se vim a correr, e se não tenho frio. Não. Não tenho frio, sou gorda e já me mexi muito.

 

 E ainda antes das 9 da manhã já fiz coisas demais. .

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:59

06
Jun 11

Quer se goste , ou não, hoje começamos uma nova etapa.

 

Quase metade dos portugueses, terão a obrigação de comer e calar, porque não se dignaram a escolher.

Mas quem sabe, se até nem serão os primeiros a atirar pedras...


Para os outros, é esperar para ver.

 

Vale tudo.

 

Só não venham dizer: está pior do que pensávamos! As cartas foram postas na mesa com a devida antecedência.

 

 Alea jacta est , não é aplicável.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:13

Primeiro eram os pepinos e os tomates, depois já não eram.

 

Depois era um restaurante, que afinal não foi.

 

 Depois os rebentos de soja, que também não eram.

 

 Depois os rebentos de vegetais de uma quinta, que afinal, também não têm a bactéria da cólicas...

 

Com tudo isto, e com notícias bombásticas todos os dias, todos são culpados antes de julgamento, todos são queimados, numa época em que quem desliza não tem recuperação possível. E tão culpados como as autoridades sanitárias que largam as informações, são os media, para quem tudo vale, tudo conta, tudo vende, quanto mais escabroso melhor...

 

É como os títulos das revistas , que todas as semanas noticiam em grandes letras os amores, as traições, os filhos ou a falta deles, as traições existentes ou não, e que , mea culpa, vou espreitar, e depois são duas linhas de outra coisa qualquer.

 

Não sei se me ficava, se isso fosse comigo. O meu mau feitio não o permitiria.

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:09

18
Abr 11

Fosse eu a mandar ( e por isso é que ninguém vota em mim, porque não sou simpática!) , já que é para cortar , cortava a ADSE.

 

Parece razoável, que em tempos de corta unhas, o SNS não seja igualmente suficiente para todos?

 E porque é que o comum dos mortais, não satisfeito ou não encontrando resposta útil ou em tempo útil no SNS vá a determinado médico ou clínica, e por determinada consulta pague cerca de 15 a 20 vezes mais por um serviço igual ao prestado a um beneficiário da ADSE? Isto, falando de consultas como pediatria,ginecologia, otorrino, e outras do género, já sem entrar em dentistas, e grandes tratamentos ou operações...

 

Descontam para isso? eu também. Entre mim e a minha empresa, cerca de um terço do meu reduzido ordenado vai para a segurança social. A mesma que, se eu hoje ficasse desempregada não me daria subsídio de desemprego, que não não me dá qualquer subsídio por causa das filhas, mas que me permite usufruir a preços razoáveis do SNS, em alguns( poucos) serviços que me são disponilizados.

 

Dáva-me jeito? OHH, se dava! Provavelmente, a Inês precisará de aparelho nos dentes. A operação à coluna foi um rombo ainda não ultrapassado nas finaças da família. E um tratamento radical à obesidade vinha mesmo a calhar, sem ter que esperar alguns anitos..

 

Concordo com o princípio do utilizador pagador, com óbvia descriminação positiva para quem, definitivamente, não tem meios suficientes. Concordo, é claro, que havendo disponibilidade , o Estado comparticipe, equitativamente, alguns serviços. O estado, que sendo só um, não pode ter uns mais dignos do que outros, quando toca à assistência médica.

 

A título informativo, e só porque sim, o pediatra custa-me 70€ por consulta, a ginecologista 65€. Sim, poderia optar pelas consultas do posto médico, pelo médico de família. Oftalmologia, não vai custando, porque vou à multiópticas, só tenho de pagr os óculos. Mas para a Inês foram 50€ . Dentista a partir dos 40€. Otorrino, de uma só vez, 75€. Endocrinologistas, entre os 50 e os 110€! Cliníca geral no centro de Saúde, ou na Leirivida. Operação da Inês nos HUC ( graças a deus!). Operação à coluna, quase 4000€( quando fiquei meia paralizada, no hospital público disseram que não havia nada a fazer, e mandaram-me para casa talcomo entrei, com duas injecções, sem sequer se dignarem a fazer uma simples radiografia) Sim, gostava de pagar 3,99€, ou qualquer coisa a rondar estes valores. ou não pagar. .

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:27

15
Abr 11

Leonardo da Vinci faz hoje anos. Acordei a pensar nele, na sua pessoa, e fui surpreendida por este facto ao ir pesquisar na net.

 Talvez seja ele a mandar-me boas vibrações do além ( se eu acreditasse que isso existe...).

E porque é que eu pensei nele? O homem foi o mairo génio de todos os tempos! Hoje, porém, se nascesse um outro como ele, estaria lixado. A saber:

 

 -sendo filho ilegítimo, a mãe andaria às voltas com o tribunal para o pai o reconhecer e passar a contribuir para a sua educação. Nunca acontecendo isso, leonardo desenvolveria uma revolta interior, que podia ser condicionante para o seu desenvolvimento pessoal, e seria um potencial criminoso, ou só um desajustado do mundo.

 

-uma vez que as crianças e jovens não podem mexer uma palha, nenhum vizinho lhe teria pedido para pintar uma placa para sua casa, pelo que não teria nascido a sua primeira obra de arte. Tão pouco poderia vendê-la, não viesse aí a ASAE..

 

- como o ensino técnico profissional é desprezado, jamais teria tido oportunidade de aprender as artes de desenho, carpintaria, metalurgia,cortumes, desenho,escultura, modelagem, química e humanidades. Tão pouco o artista que o ensinou o podia ter feito, pois não era professor, nem sequer CAP de formador tinha. Um currículum escolar não homologado pelo ministério da educação também não ajudava nada.

 

 -aos vinte anos não seria mestre de nenhuma escola, porque ainda estaria a completar a escolaridade obrigatória. Tão pouco poderia ser versado em artes, engenharia e medicina, em simultâneo, porque o cérebro poderia não aguentar, e nenhuma escola iria querer traumatizar o menino, com um plano de estudos tão abrangente.

 

 -depois, havia outro pormenor, o moço era gay...para o bem ou para o mal

 

-como pintor, provavelmente nunca teria sido valorizado em vida -nunca foi à tropa, no entanto foi contratado como arquitecto e engenheiro militar, criando o plano de defesa da sua cidade. Se a protecção civil nem sequer tem planos de emergência para todas as cidades...

 

- logo aí, outra incompatibilidade: arquitecto e engenheiro? nem pensar, são duas raças incompatíveis, nos dias que correm, degladiando-se em guerras de importância. mais, que curso e universidade? inscrito nas respectivas Ordens ou não? Não? então nada sabe e não pode exercer...

 

-protectava e construía belos edifícios, cúpulas. Mas era empreiteiro? tinha alvará? fazia a comunicação prévia da abertura do estaleiro? tinha os seguros e as contribuições em dia? Cumpria as normas de segurança? os andaimes eram homogados, tinham guarda, rodapé e roda cabeça, escadas interiores e alçapão, bem como os topos protegidos? -anatomia, botânica, geologia: pois meu amigo, se trabalhasses no duro, não tinhas tempo para tanto passatempo..

 

-tanques de guerra, submarinos, helicópteros: mas pensas que o país pode gastar mais dinheiro? Onde estão os testes, as certificações, as acreditações e certificados de tais equipamentos?Já agora, engenheiro mecânico, electrotécnico, e austronauta, não?

 

-bobinas eléctricas, paineis solares, já agora, registaste a patente?

 

_Anatomia: onde tirou o curso de medicina, onde aprendeu a desenhar com tanto pormenor e rigor todas as partes do corpo?( se calhar também inventou o raio-X, os TACs e as ressonâncias!) Andas a exercer medicina como os dentistas brasileiros?

 

Pois bem, Leonardo, hoje não terias hipótese nenhuma! às tantas, até estarias a pagar imposto por pensar...

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:20

14
Abr 11

Isto é o que teria dito à pipoca, se tivesse conseguido comentar ( tentei, mas se calhor sou burra, ou rendida ao impossível, ou só não me apeteceu criar uma conta google)

 

Lamento que uma opinion maker se fique pelos lugares comuns e piadas do costumes. Aqui na aldeia costuma dizer-se que "o bom julgador por si se julga". Eu, que sou uma acérrima anti-FP, jamais me poria com estes comentários, sabendo da abrangência de um blog como "A pipoca mais doce". Lamento mesmo, que em vez desta ironia, que aceito que represente alguns dos portugueses, funcionários públicos ou não!,não tenha pegado exactamente no melhor do que por cá se faz, e mostrasse aos de cá e aos de fora que este país é mais do que uma caricatura. Para estas críticas, uso o livro de reclamações das instituições, porque se sabe destes casos e os pode nomear , directamente, e não os denuncia, é farinha do mesmo saco. E agora, pode apagar o comentário. Para mim, é igual ao litro...

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:53

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