Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

22
Nov 11
Hora de pelotão de fuzilamento: ( a mim)

Hoje recebi um email, para que eu como assistente convidade numa escola superior, faça greve, com todas as razões e mais alguma. Razões de elite, de expectativa, de acusação, e de "venha a nós".

Por acaso, nesse dia não dou aulas. Mas se tivesse, ia.
...
Porquê? porque a greve, que até é justa, não me parece ser pelos motivos certos.

-porque para os professores fazerem greve, as minhas filhas vão ficar sem aulas em casa da avó, mas podiam não ter avó...
- porque para outras crianças que não têm avó não fiquem abandonadas, as senhoras do ATL têm de trabalhar mais horas, ou os pais não podem ir trabalhar
-porque se os pais trabalharem no sector privado, é complicado fazerem greve, pelo estigma, pelo precedente, e por mais dois outros motivos: nas empresas onde há trabalho, é necessário produzir e todos os minutos contam, nas empresas onde não há trabalho, procuram-se motivos para despedir os funcionários, e se a greve não serve como motivo, serve de ignição.
- porque uma greve motivada apenas nas coisas de uns não querem perder, não resolve os problemas daqueles que nada ganham
-porque muitos dos grevistas não se manifestarão, mas usarão o dia de greve para o lazer, para arrumar a casa, ou para ir tratar de assuntos pendentes. Ou tomar conta dos filhos.
-porque alguns grevistas irão dirigir-se a determinado sítio, para fazer alguma coisa, e vão deparar-se com a porta fechada, e hão-de dizer "Carago, logo hoje que eu tive tempo para vir aqui e estão fechados!"
- porque muitos grevistas terão o ordenado acabadinho de cair na conta, no dia da greve, mas há muita gente que nem no fim do mês, nem no fim do ano, nem em dia nenhum vão ter ordenado, subsídio ou o raio que o parta para comer, vestir, sobreviver.
- porque muitos dos reformados, com uma vidinha sossegada, e com reforma razoável ( não as reformas miseráveis), parecem esquecer-se que os seus filhos não terão essa reforma, e que muitos filhos não levam esse dinheiro para casa.
- porque os grevistas esquecem-se que neste país as pequenas empresas, que estão atoladas de dívidas e sem crédito, são as que vão pagando os impostos, e que são esses impostos que sustentam o país, e que nem todas as empresas têm gestores milionários, administrações corruptas, e vivem à tona da água, para além de todas as suas forças, para manter empregos e contas com o estado em dia, pois senão, tudo estará perdido
- porque muitos grevistas votaram em quem tomou estas decisões, e muitos grevistas não se quizeram perder uma hora para ir votar num domingo, mas podem perder um dia de trabalho
-porque uma greve de gasolina faz mais efeito que uma greve geral ou uma greve de fome, e isso é estranho

e quando é que eu iria a uma greve?

-se ela fosse por direitos fundamentais
- se fosse para exigir igual para todos, e não para os mais iguais que outros
-se fosse para exigir que se fizesse uma revisão das opções do estado dos 20 últimos anos, isenta, com prazo, com identificação clara dos erros e das motivações em tempo útil
-se desse para fazer um reset ao Mundo

Como tal, e na fraca expectativa de ver estas razões acontecerem, vou dando o meu melhor, todos os dias, na vida profissional e pessoal, sem medo de expor a minha opinião e de me sujeitar à crítica e ao debate. Porque se tiverem explicações melhores que a dos outros do email, estejam à vontade para as demonstrar, porque se tiverem razão, até peço desculpa e sou a primeira a assinar por baixo
publicado por na primeira pessoa do singular às 16:27

26
Nov 10

Não fiz greve , e ponto final.

 

Não fiz porque o motivo não é o correcto e é promovida por quem fala de barriga cheia.

 

À volta do meu pequeno mundo, praticamente toda a gente trabalhou, e como a única auxiliar que faltou na escola de garotas é a que menos faz, ninguém deu por falta dela.

 

Para mim, a greve foi um episódio de novela, que até nem vi, porque estive a trabalhar entre a 9h e as 22h. Mas deve ter sido um episódio picante, porque no dia seguinte toda a gente comentava, e não parava de passar na televisão.

 

Eu cá não dei por nada.

 

O que eu sei é que quem a fez perdeu cerca de 5% no ordenado ao fim do mês. E se se queixam disto mesmo, que lhes vão tirar este valor, porque é que insistem e o fazem eles próprios?

 

Ou era uma greve de semanas, com todas as consequências e motivos criteriosamente apontados, ou assim não passa de uma palhaçada.

 

A crise combate-se, na minha opinião, com uma postura activa na sociedade, participação na comunidade e esforço. Porque isto não está só a acontecer em Portugal. Por isso, senhores grevistas, não venham dizer que descobriram a pólvora. E se têm soluções melhores, cheguem-se à frente. Certo?

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:13

10
Fev 10

Vem aí a greve, diz que é no dia do meu 35º aniversário.

 

Força, venham daí...e já agora façam ponte no dia seguinte.É que se ainda tivessem razão! São mais que os outros, se calhar!

 

Falo assim, eu que sou uma refilona inconformada, e que luto pelo que eu acho que é justo.

 

Só que não acho que seja justo o que eles pedem, não com tanta gente tão pior e que a nada pode recorrer.

 

A começar pelo ordenado certo ao fim do mês, seja muito ou pouco, pelo regime de pensões, regime de férias, regime de faltas, regimes de tudo e alíneas para tudo...

 

Ando ruim, não ando?

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:38

07
Fev 10

Ontem, estava eu a escrever sobre o que eu achava, e acho, sobre greves de funcionários públicos, e isto empancou. Por momentos, achei que estava a ser censurada em tempo real. Não quantifico a duração dos momentos. Por outro lado, não sofro de mania da perseguição...

 

Dizia eu que, todos os dias trabalho no duro, e que , por vezes me doi a barriga por pensar que estou a ficar sem trabalho, e que noutras vezes, tenho trabalho a mais e pouca gente para o fazer. E que me doi sempre a barriga a pensar nos pagamentos que não chegam , e é quase dia 15 ou dia 20...

Pois é, na minha micro-micro-micro empresa, recebe primeiro o estado, os seguros, depois colaboradores e fornecedores e depois eu, se sobrar...e não sobra muitas vezes, a não ser trabalho fora de horas, e muitas madrugadas no computador...

 

E continuava a dissertar sobre exemplos de bom atendimento em hospitais, repartições públicas, escolas, sobre a fome e a fartura , de uns e de outros...exemplos reais , que já vi, presenciei e senti na pele, não um sketch de comédia, mas mais parece.

 

Explicava e escrevia, com detalhes e requintes, sobre médicos, professores, motoristas, fiscais, continuos ( assistentes funcionais, ou lá como se chamam agora), e de repente puff, encravou tudo, e pior ainda, nem sequer foi para os rascunhos, para além da 2ª ou 3ª linha de texto.

 Hoje não volto a repetir, até porque já escrevi o que escrevi, e se houver dúvidas, perguntem, que eu volto a explicar.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:03

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