Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

28
Nov 11

http://www.ted.com/talks/lang/pt/sarah_kay_if_i_should_have_a_daughter.html#.Ts19T0wq36s.facebook

 

 

Qualquer dia, eu também irei a um TED TalK, e falarei de uma maneira ainda mais apaixonada

 

Um dia deste publicarei livros meus- não apenas 1, muitos

 

Um dia destes, haverá um menino em minha casa, nem que seja um namorado das filhotas, ou um neto

 

Um dia destes, terei um quintal fértil, de flores, legumes e árvores, com capoeiras e currais com criação, e farei muita comida para a família e amigos, os melhores doces e conservas, o melhor pão e a melhor morcela. E todos caberão à minha mesa...

 

Um dia destes, volterei a ser magra e elegante, e atlética, e poderei amar ainda mais intensamente.

 

Um dia destes vou ser grande e poderei olhar para trás e saber que fiz coisas que fizeram os outros felizes e que foram úteis para o mundo

 

Um dia destes um dos meus aluno virá ter comigo e dirá que foi numa das minhas aulas que descobriu aquilo que gostava de ser, e o que eu lhe disse marcou-o e ajudou-o a ser mais e melhor

 

Um dias destes tenho de começar, se quero apanhar o comboio que pare em todas estas estações

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:25

08
Nov 11

 

acho que não era suposto ser assim, este não é o ritmo da vida!! 00:25h e bicha a sério para sair da ESTG. Um polício berrava, barafustava, gritava, apitava, estava passado. Perguntei-lhe se não podia sair por aquele lado, e ele rosnou que sim, mas que estava tudo parado. Segui para o estacionamento, e tinha o carro trancado pela bicha dos que tentavam sair. Finalmente chegou a minha vez, e quando... cheguei ao primeiro cruzamento, fiz pisca para a esquerda, mas o raio do homem apitou e mandou-me ir para a direita. Então não quer ir para Leiria, perguntou. Não, quero ir para sul, respondi-lhe. Riu-se apitou e gesticulou a mandar-me para Norte.
Mais uma vez, a via sacra dos camiões a desviar para o lado da barosa, santa clara, parceiros, maceira...à 1 da manhã o marido manda uma mensagem a perguntar por mim....
pelo caminho, atrás do camião das galinhas, tive muito tempo para ir pensando na vida:
O que faço eu e toda aquela gente àquela hora na escola, e todos os que ainda lá ficaram pela noite dentro?
Depois o polícia, stressado
Os topógrafos a marcarem alinhamentos nas obras, à luz do holofone, e as centenas de homens a trabalhar nos últimos dias do emaranahdo de pontes e autoestradas, e os holofotes a cegarem quem vai de carro, com vidro molhado da chuva e da condensação.
Dezenas de camiões em fila indiana, a percorrerem estradas estreitas, a cruzarem-se e encolherem-se mais do que o fisicamente expectável.
Trabalho de dia, trabalho de noite, trabalho de dia e de noite para tanta gente.
Não compreendo!! a cegueira de trabalhar mais e mais, fazer mais e mais depressa e mais barato, onde já nem as empresas ganham, quanto mais os empregados.
A noite foi feita para dormir...e no entanto só me parece que se esteja a caminhar para o esgotamento do homem enquanto humano. Se calhar a ficçao científica está enganada, e os laboratórios também. Não vale a pena investir em robots, porque a evolução da espécie para aí caminha, a passos largos. Estamos a ficar autómatos reféns do trabalho e afastados do coração e da humanidade.
Definitivamente, não me parece que a vida dos homens tenha sido talhada...
publicado por na primeira pessoa do singular às 10:57

07
Nov 11

Uma réstia de sol ilumina o meu coração.

 

A semana passada publiquei o meu currículum num site de engenharia civil, e uma hora mais tarde tinha um uma proposta no meu email. Vai ser marcada uma reunião. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada, voltei à carga com mais um projecto, não desisti apesar de todos dizerem que é difícil, que dá muito trabalho. Hoje recebi um email. Vai ser marcada uma reunião. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada contactei um antigo cliente, por causa de um trabalho. Quer vir ter comigo. Vai haver uma reunião. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada contactei uma empresa, que ficou interessada nos meus serviços. Veremos o que dali vai sair.

 

A semana passada propús a uma investigadora que me ajudásse uma ideia que surgiu. Pelos vistos, ela e a empresa onde trabalho demonstraram interesse. Veremos o que dali vai sair

 

Tudo isto volta a por em causa a existência da empresa, da qual eu não quero abrir mão, mas que está a ser sugada para o fundo do ralo.

 

Será que conseguirei sair daqui mais forte?

 

O que eu sei é que devo estar a fazer algo certo, mantendo o meu cérebro activo, apresentando ideias, ideias e mais ideias, até acertar...

Parecem-me reuniões a mais e fazer a menos, mas enfim...

 

isto, se entretanto, não cair em mim e verificar que sou apenas mais uma IDIOTA.

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:10

12
Out 11

 

É sistemático, e eu já devia saber.

 

O primeiro teste de gravidez da minha vida foi feito com uma amiga, estava eu a estudar em Lisboa, e só podia dar negativo. E foi o que deu. Dias depois, repetido com o namorado, e sim, era mesmo negativo.

Penso que ainda terei feito mais outro, sim, claramente negativo, durante os meus tempos de solteira. Claro que ia dar negativo, mas just in case...

 

O que eu não sabia que ia ser por coisas destas que eu começaria a ir ao médico, até ser diagnosticado sindroma de ovários poliquísticos ( OBESIDADE, INFERTILIDADE, INSULINO RESISTÊNCIA, HIRSUTISMO, e outra que eu não me lembro, foram os substantivos que passaram a fazer parte dos meus dias). Acho que só escapo mesmo ao excesso de pelos- considero-me normal, às vezes até um pouco sortuda.

 

Depois de casada, em menos de dois meses decidimos que queriamos ter filhos e aí os testes continuaram a dar negativo...

Testes atrás de testes, meses a fio, sempre negativo.

Até quando fiquei grávida da mais velha, depois de meses de tratamentos e injecções aquela treta deu negativo...

 

Dezenas!!! Dezenas de testes que já fiz, e a dar negativo. Ao fim de 1 dia, de 5 dias, 10 dias, 20 dias de atraso.

Já podia ter ido com o marido fazer umas férias a sério à conta do dinheiro gasto...

 

Há 2 anos que tento engravidar, de novo. Primeiro, com ele relutante, mas dia 5 de Dezembro, passarão 24 meses desde que ele aceitou entrar nesta luta comigo, de braços abertos ao que der e vier ( ou não vieir)

Há meses que faço tratamento, dos mais simples, porque simplesmente não tenho dinheiro para repetir os que fiz em 2001/2002.

 

Todos os meses choro. Mas não posso, nem por um segundo, deixar passar essa ideia de desespero, e guardo silêncio.

 

E de vez em quando, mais um teste.

 

E é aí que eu digo: batam-me, mas com força.

cada vez que eu faço um teste, ás vezes ainda não acabei de fazer o xixizinho no teste, e lá vem o pingo vermelho. Fico pior de danada. Fico f......ornicada!!!

 

E por isso, hoje fui espera. Fiz o xixizinho no copo e espreitei. Limpei-me, e nada. Sim, posso abrir a caixa e usar o teste. Sim, que esta porcaria é cara.

E o resultado foi:    Negativo.

 

Eu , sentadinha na sanita, à espera da 2ª risca, depois de uma semana de contenção de impulsos, e nada.

 

Desisti. Limpei-me melhor. No papel: vermelho...

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:24

25
Jul 11

nos últimos dois anos, já poupei quase 300€ em pilulas e afins

e mais de 1000€ em pediatras e vacinas

e mais uns 600€ em leites e fraldas,

 

 

mas já gastei demais em testes, pensos e tampões

 

e nada compensa a falta que eu sinto de mais um filhote, o meu Alexandre que teima em não chegar

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:54

17
Mai 11

Hoje , estou por aqui:

 

 

Ora bem, flexibilidade no trabalho...

A minha mãe sempre trabalhou em casa: para além de mãe e dona de casa, costura para fora e faz toda a papelada do escritório dos meus pais e tios, pelo que fomos quatro irmãos com mãe presente e agora são quatro netas com avó. Ela é que sabe, ela é que manda, ela é que dá o pão, logo a educação ( é quase assim!)

Quando eu comecei a trabalhar na construção civil, em 1998, solteiríssima, o horário era horrível, o cansaço mais que muito, mas não tinha outras obrigações, o salário era bom, a vida corria-me bem, dentro do possível. Depois de 2000, quando casei, passou a ser um inferno, conseguir conjugar a vida de casada e a do trabalho, e em 2001 desisti de lutar e saí desse bom emprego, onde, pelo menos, e por troca de horas de serviço a mais, não remuneradas, nunca ninguém teve a menor retaliação se fosse preciso faltar um dia para tratar de algum assunto, ou chegar atrasada por algum motivo. Isto tenho de admitir!.

Consegui um emprego em part-time, bem remunerado, e foram os dias da minha vida em que tive tempo para tratar de mim, e fazer o batalhão de tratamentos para engravidar... Mas como tudo o que é bom termina, a empresa estava a enganar-me nos descontos e saí.

Rapidamente encontrei um emprego com uma remuneração de sonho, mas que eu pagava em horas e centenas de quilómetros, diariamente. Fiquei grávida, e o patrão logo sugeriu que não seria preciso licença de parto completa, certo? Alguns dias antes do parte, e continuando a fazer entre 150 a 600km por dia, conforme o dia da semana, despedi-me. Nunca mais voltei a ver um ordenado daqueles...

Fui imediatamente contratada pelo patrão do part-time, desta vez em full-time, mas com horário certinho, que jurou não voltar a enganar-me ( mas como é sabido, quem mais jura, mais mente!) Como o marido ficou desemppregado durante a minha licença de parto, trocámos, e fui eu trabalhar, ao fim de 4 meses. Trabalhei lá mais 2 anos, masceu a 2ª filha, e quando regressei da licença de parto, já a empresa se tinha desmoronado, e para além de inúmeras falcatruas que fizeram com o meu nome, na minha ausência, saí de lá com 6 meses de salário em atraso, diversos subsídios por receber, e ainda com o tribunal à perna, por causa do burlão do patrão.

Em menos de 15 dias, e com uma miúda de 30 meses e outra de 6, voltei a trabalhar, e fiz questão de negociar um horário certinho, em troco de um salário reduzido. O salário manteve-se reduzido, mas o horário descambou e passou a ser ainda pior que antes, e se tinha contrato para uma super-oobra, pouco a pouco já eram 3 e mais e mais e mais, e apesar de todas as horas extra não remunerados e os quase 1000km por semana não podia sair às 17 ou 18h para ir ao médico com as filhas sem ter de pedir licença ao chefe, depois aos recursos humanos e por fim ao patrão, sendo repreendida se saía a horas ( 18h, ao fim de 8 h de trabalho e 1 de almoço), pelo que saí, em Novembro de 2007, porque não aguentava mais.

Continuei o resto do ano a trabalhar para eles a recibos verdes, em casa, e em Janeiro de 2008 criei a minha empresa, muito micro, por sinal, no rebentar da crise. Uma mulher, num mundo de homens, sem ajudas nem subsídios, a fazer um trabalho novo, para a mentalidade da maioria dos construtores.

O salário foi reduzido ao mínimo. O sistema de impostos e contribuições é implacável.

Nestes 3 últimos anos, consegui estar ao dispor das filhas na escola , na patinagem. Estou a concluir um mestrado, já fiz mais formações. Dei aulas num Politécnico, dei formação. Aceitei todo o trabalho honesto que me proponham. Tive dias de 17 e 18h seguidas de trabalho, dias de começar às 2 da manhã. Nunca falhei prazos nem deixei clientes enrascados. Clientes, que por vezes, demoram 6 e 7 meses a pagar, e às vezes, com cheques carecas.

Trabalhei de noite, se tinha de estar disponível para elas de dia. Fui honesta, nunca entrei em esquemas, abstenho-me de usar o factor cunha.

Nos últimos meses o trabalho diminuiu para números insuportáveis, e estou quase a desistir.

O stress desiquilibra-me, e a procura de conforto vê-se no peso.

Hoje, não passo necessidades, mas também não tinha necessidade de fazer contasà vida se não tivesse lutado pela flexibilidade de horário. Arrependo-me de ter deixado o primeiro emprego. Arrependo-me pelos milhares de euros que fiz a família perder, com tudo o que eu não tenho recebido, e não é só o diferencial do que devia receber agora, para o que recebia antes, são os meses de salários que eu, simplesmente, não me consigo pagar.Arrependo-me de termos tido de abdicar da casa dos nossos sonhos, e de todas as férias e viagens que ficaram por fazer.

Só não me arrependo de estar disponível para os meus tesouros. O tempo dirá, se compensou.

Se hoje achasse um part-time, até umas 30h semanais flexíveis, não olharia a orgulhos, éticas e coisas do género, fechava a empresa e ia para lá. Mesmo que detestasse, a segurança de um ordenado ao fim do mês, por agora, seria suficiente.

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:03

27
Abr 11

Pensei que era desta, mas não.

 

Para além de 6 dias de expectativas, a somar a muitos meses de espera, foram 12€ para o galheiro, desnecessariamente. Ele bem sabia que não era preciso.

 

Assim, 'tou c'a telha, e ninguém se atravesse hoje no meu caminho...

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:48
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11
Fev 11

Sou engenheira, e como tal espera-se que faça coisas de engenheira.

 

E eu gosto de fazer. Ando um bocadinho arredada das obras, por contingências da crise, mas é lá que adoro estar. O meu coração suspira de saudades po um arranque de obra problemático! è que ainda por cima, nem é uma questão de ser fácil: gosto das que dão luta!

Passo por alguma obra e não consigo deixar de olhar, de desejar estar ali, de botas sujas, colete reflector e capaceta. feia? e depois? Sei que sou boa no que faço, apesar do meu mau feitio...

 

Gosto de dar aulas. Pois gosto. E acho que tenho jeito! A reacção dos alunos puxa por mim, e faz-me querer ser melhor. Mas o contrato está a acabar, e não sei quando virá outro.

 

No meio de tanta indefinição e incerteza, dentro de mim cresce a vontade de querer mudar.

 

Era abrir uma padaria/galeria/livraria/atelier

 

Era abrir uma costura por medida..

 

Eram workshops de saúde materna, psicologia, direito, e muita culinária

 

Mas sou engenheira civil. E pobretanas, porque não tenho sabido vender o meu trabalho, e sobretudo porque não me tenho vendido...

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:07

19
Jan 11

Caro Sr. Futuro Presidente

 

Dirijo-me a si, esperando que não seja o Sr. Anibal ou Sr.José Manuel. Se assim for, considere este apelo um engano e ignore. É que nesse caso, também eu terei sido enganada, mais uma vez.

 

Ora bem, Sr. Presidente

 

"I used to think " que este devia ser o melhor país do mundo para se viver. Em 35 anos de vida, foi sempre este o meu pensamento. Clima moderado, sismos esporádicos (mas com boa regulamentação para a construção anti sísmica), mar, serra, sol. Pequena dimensão, chega-se de uma ponta à outra num instante. Boa comida ( dispenso a boa bebida e o bom azeite), paraíso para estrangeiros reformados e turistas endinheirados.

Alguma visão( histórica!), e espírito desenrascado e criativo.

Sem guerra aberta com nenhum pais. Pais aconhedor e hospitaleiro, generoso para com os desfavorecidos. Com sistema de educação, saúde e segurança social abrangente e tendencialmente gratuito ( sim, que mal há de pagar em função das possibilidades, pergunto eu?).

Pensava eu...

 

De famílias modestas, consegui tirar um curso superior em escola pública, mas longe de ser proporcional aos rendimentos..

Descobri que as bolsas de estudo gostavam de truques dos quais não dispunha, e como tal os 5.100$00 da altura não davam sequer para a cantina. Mas pronto. Fez-se, e não passei fome.

Consegui logo emprego, mas em 1998, "era outra louça"...um bom curso era garantia de emprego, afinal!

Descobri rapidamente que os empregos também têm outro lado, e que horas extras não implicam remuneração extra, que há patrões capazes de tudo, que há trabalhadores tão vulneráveis que se sujeitam a tudo. Mas isto pensava eu nessa altura, e dizia para mim própria, "tens 23 anos, és inexperente e ingénua!". Mas de noite não dormia e pensava "tens 23 anos e não podes admitir isto, nem a ti, nem aos outros!". E daí criei o hábito de discutir, debater, criticar, sugerir, tentar propor soluções para melhorar, não ser ovelha. Aprendi a admirar a minha perseverânça e a minha opinião. Aprendi que sou única, e que esta singularidade se obtem a aceitar as minhas opiniões, ideias, gostos e opções, sem me sentir inibida pelo que os outros possam pensar. Ainda que o preço a pagar seja caro!

 

E aí fui eu, passo a passo, caminhando, levando nas orelhas, mas sendo fiel a mim, aos meus princípios e origens, e mesmo quando a vida me deu para trás, levantei a cabeça e recomecei.

 

Diria que sou uma cidadã respeitável, modesta mas remediada, com um percurso certinho, escolar, profissional, familiar, tudo como mandam os livros. Marido, filhos, trabalho, religião. Tudo tudo como vem nas instruções.

 

mas de há uns tempos para cá, quero fugir daqui.

 

Quero ir para um país onde tudo seja mais simples, onde o telefone toque menos, se ande mais devagar, onde haja menos auto estradas. Onde esteja tudo por fazer, mas que não seja preciso negar a vida para trabalhar. Onde o trabalho seja feito por gosto, nas horas próprias, e ainda sobre trabalho para amanhã, e o tempo para familia não seja um luxo.

Quero ir para um pais onde possa usar colheres de pau, e não sejam precisas mil formalidades para abrir um negócio, onde não se viva com medo de um nódoa ou de um micróbio, onde se possa começar do zero, sem nada e ser feliz.

 

Ando a sonhar com África!

 

E depois penso, filhas, educação, saúde...elas merecem melhor do que África

E penso de novo, filhas, família, esperança, sustentabilidade, elas merecem melhor do que Portugal

E penso de novo...

E volto a pensar...

 

Ajude-me a tomar uma decisão...dê-me uma boa razão para eu não querer fugir. Ou muitas!

 

Nivelamento de ordenados para níveis Europeus. Estamos na Europa, certo!

E nivelamento, quer dizer nivelamento, atenuação da curva de disparidades. Para podermos pagar como Europeus.

 

Incentivos às empresas do sector primário e secundário. Menos importação. Igualdade de oportunidades no acesso à produção de energia de fontes renováveis. Facilidade na auto geração.

 

Limitação da especulação económica. Colapso da bolsa de desvalores. Desvalorização das "acções". Valorização do trabalho produzido.

Chicote nos bancos e nos gestores públicos. Sim a remuneração justa. Fim de regalias. TODAS. E quem não gostar, tente arranjar melhor no privado.

 

Moralização do sector de produção, para que os pequenos empresários que tentar sobreviver aos dias de hoje não sintam que trabalham apenas para os impostos ( OH! se eu sei do que estou a falar!!!). Para que os funcionários não públicos acreditem que, no fim do mês, o ordenado chegue. ( Chegue e entre na conta do banco e chegue até ao fim do mês).

Reformular a função pública, para que não simplique serviço aos funcionários público mas sim ao público em geral. Cortar em todos aqueles cus que nada fazem excepto dizer que o "sistema" não deixa, ou que está em baixo, e que não têm capacidade de analisar um problema e resolvê-lo, para além do "sistema". Cortar no número de chefes de chefes dos chefes dos chefes, que nunca podem decidir porque há sempre alguém acima.

 

Cortar nos cursecos da treta e investir em cursos gerais e úteis, dos quais se parta para especializações. Reintroduzir e reforçar a educação tecnológica. Voltar aos "trabalhos manuais", com carpintaria, serralharia, olaria,agricultura, costura, tecelagem, puericultura, economia doméstica, já que o português e matemática não são garantia de competência.

Investir no ensino geral. Contratar mais e melhores professores. Reformular as escolas, mas POR FAVOR! cortar nas barbaridade de dinheiro que se tem utilizado em fazer escolas " a la architecte", com materiais facilmente perecíveis, soluções arquitectónicas caríssimas, altamente dependentes de energia, de alto custo de manutenção.

Deixe lá as "merdices" dos RCCVs e CNOs, só para a estatística e crie um sistema credível de formação, independente do canudo que se leva para casa...

Ensine-se para o empreendedorismo. Para a liberdade de pensamento! Para a grandeza do coração e da alma!

 

Trocar quantidade por qualidade na política. Limitar a produção avulsa de legislação, sem integração com as anteriores leis e apagar todo o lixo que entretanto se produziu e que constitui e é sempre motivo de excepção. Produzir leis que qualquer pessoa possa lêr e perceber, sem ambiguidades nem buracos. Ter em atenção as Directivas Europeias e não ser cego a transpor tudo e mais alguma coisa. Transformar as prisões em fábricas. Acelerar a justiça, punindo, efectivamente, que comete crimes contra pessoas, bem e estado. Que vão produzir para a cadeia. Produzir a sua alimentação, os seus serviços, e exportar para fora dos muros, ao serviço da população carenciada.

 

E outras coisas...Dê.me boas notícias. Quanto ao gasóleo, por exemplo...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:07

02
Jan 11

Não são resoluções de ano novo, são resoluções de vida. Se não forem feitas este ano, continuam em lista de espera.

 

  1. Alexandre/Lara: Aguardo por ti.
  2. Filhas e Marido: Juro que vou gerir melhor o meu tempo e ter mais para vocês
  3. Peso Certo: Será muito bom não aumentar de peso....
  4. A minha micro empresa vai sobreviver mais um ano, e terá de ser um ano de melhorias visíveis, e com nova imagem
  5. O meu projecto de software vai ser posto em prática, custe o que custar
  6. O meu mestrado não vai ser deixado para 2º plano
  7. A ideia de um novo segmento de mercado vai sair da cabeça e passar à prática e vai ser uma coisa em grande
  8. A casa nova para passar a projecto e o Natal de 2013 será passado lá.

 

Notas: 

 1 implica 3.

 1, se e só se 3

 8 se e só se 4

4, 5 ,6,7, implica 2

2 quer também dizer férias.

 

Como tal tenho de ter sucesso em todas

 

A não esquecer. A não desistir. A não baixar os braços.

A não ter pena de quem não tem pena de mim.

Sem medo, sem dores de barriga.

 

Com mais sorrisos

 

Atrás disto, virá muito mais

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:06

Este espaço fez um  ano na pasada quarta feira. Não é muito popular. Também não sei se quero que seja...

 

Com uma leitura enviesada, concluo que tive um ano muito cansativo, com dias muito maus e demasiados choros.

 

No entanto, são esses os dias em que o meu cérebro funciona melhor, e entro em 2011 cheia de ideias fabulásticas que estou decidida a concretizar.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:02
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29
Nov 10

É feio, sim senhora, mas não quero saber! Estou magoada e aguardo um pedido de desculpas.

 

Não me pediu nada, eu sei. Tudo o que fiz foi voluntário e gratuito, por o amo.

Que não tenha gostado de tudo, até acredito, se bem que ninguém se tenha queixado, e eu tenha preparado um jantar fabuloso para toda a família, sem gastos extraordinários.

Que tenha andado de trombas, até posso aceitar, porque lhe ia muita coisa na cabeça ao mesmo tempo

 

O que não gostei foi o que me disse depois, como tal, quem está de trombas, agora, sou eu. E vou cumprir o que disse.Válido até pedido de desculpas. Como deve ser!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:05

10
Set 10

Qunado Deus fecha uma porta, abre sempre uma janela, sempre ouvi dizer...

 

Pois a mim tem aberto e fechado portas e janelas como se fosse uma corrente de ar, depressa e com força.

 

Isto se eu culpasse Deus do que me acontece ou não...

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:35

08
Set 10

Tinha um exame marcado para hoje. Estava à espera dele há semanas!.

 

Hoje não dei com a requisição da médica, não faço a mínima ideia onde pus o envelope que tinha de  levar. Fui na mesma. Não adiantou o choradinho, porque não me fizeram o exame, a não ser que eu fosse ao médico pedir outro. Nem aceitaram que eu procurasse melhor e voltasse lá. Nem a pagar, nem no segurto de saúde.Fui , portanto, perder tempo, para voltar para trás de mãos vazias.

 

Podia ter sido isso o pior, esquecer-me de onde eu pús, ou de onde é que ELE decidiu arrumar, mas não se lembra. Mas não.

 

O pior foi estar no IC2, completamente desnorteada, sem saber o caminho para o CHSF, como se não fosse logo ali, como se eu não conhecesse todas as ruas e todas as estradas para lá ir ter, como se eu não conseguisse ver o letreiro no cimo do edifício, como se eu não tivesse ido lá dezenas de vezes nos últimos anos.. Bloqueei. Durante uns segundos não soube para onde ia, nem como lá chegar.

 

Preocupa-me a frequência com que os esquecimentos me estão a afectar, mas tenho tido vergonha de o confessar. Talvez esteja na hora de o fazer , a alguém competente para o assunto

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:50
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25
Ago 10

Eu gosto de sapatos, os meus pés é que não.

 

Mas gostam de crocs, os sapatos mais horríveis e mais confortáveis de sempre.

 

Sempre me lembro, de ser garota e andar com bolhas nos pés sempre que a minha mãe me comprava sapatos.

Depois, teenager jeitosa, comecei a andar de saltos altos, botas, botinas, sandalinhas mimosas, socas e cunhas, tudo era bom e bonito, para me deixar ainda mais jeitosa.

 

Agora, sonho com os meus sapatos das obras no meio de um casamento. Anseio pelos crocs, que descalcei há minutos atrás.

 

Não tenho fabulosas colecções, mas tenho sandálias bonitas, sapatos charmosos, e nãoos consigo calçar. Doem me os pés. Muito, muyito, um autentico suplício. Só aguento coisas rasas, e com algum amortecimento. Desconheço marcas, e tanto compro em sapataria, como no supermercado ou na feira. Procuro alguuma qualidade, materiais mais naturais, mas não a qualquer preço.

 

As minhas chinelas douradas, lindas de morrer, ainda não foram usadas este ano, As prateadas, por algns momentos, as vermelhas, raramente. Comprei umas sandálias super na moda, com plataformas e quase 10 cm de salto, que ao fim de 5 minutos estou pronta a desmontar . Além de que são um atrofio para andar, em especial, a descer.

 

Só sei que , se um dia perder de peso, e os sapatos não sairem da moda, terei uns vinte pares à minha espera, praticamente por usar.

 

Enquanto isso, vou destruindo por excesso de uso, alguns pares que nasceram com a culpa de serem só confortáveis.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:07

20
Ago 10

Ainda esta semana fiz análise e em todos os valores diz que eu estava em fase Folicular. Assim sendo, porque é que ,em simultâneo, se verificou o fim da fase luteinizante?

 

Eu sou mesmo uma maravilha da natureza. Um fenómeno melhor que o do Entroncamento.

 

Por favor Dra. A, receite-me os comprimidos e as injecções para eu voltar a engravidar, que depois pode aproveitar a cesariana e tirar tudo, incluindo banha.

 

Enquanto não engravidar não consigo fazer um tratamento radical para emagrecer em tempo útil. Enquanto não fizer esse tratamento, não emagreço. Enquanto não emagrecer as hormonas não vão ao sítio. Enquanto as hormonas não forem ao sítio eu não engravido. Em quanto não engravido vou engordando.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:06

18
Ago 10

A aplicabilidade das Leis de Murphy ( e outros). ( desde já obrigada, a quem compilou o meu fado..)

 

Os dias têm corrido a um ritmo alucinante e ressinto-me disso amargamente. Não bastassem os erros que acabo por cometer, há dias em que tudo conjura contra mim, e há semanas e meses em que esses dias ocorrem com demasiada frequência.

 

1- Tenho a despensa quase vazia.

2- A minúscula faz anos amanhã.

3- Tenho algum trabalho atrasado.

 

 Domingo não deu para ir às compras, e eu pensei, "amanhã à noite, quando chegar de Lisboa"

Segunda feira Fui fazer análises que me confirmaram o que eu já sabia e não queria saber (paguei os olhos da cara por serem sem receita!), e, estando atrasada, ainda tive de esperar sossegadinha 20 minutos. Tão sossegadinha que pensaram que eu tinha saído e passaram pessoas há minha frente, pelo que me atrasei ainda mais.

Fui ao escritório buscar papelada e segui para as obras. Chegada lá, esperei, esperei, esperei, e por fim a fiscalização chegou. Já eram 14h, quando estavamos para ir almoçar, e chega a protecção civil para uma vistoria da obra ao lado, do mesmo encarregado e fiscal. Ficaram eles, fui almoçar, paguei um balúrdio e voltei. Ainda lá estavam, e voltei a esperar. Perto das 16h terminaram, e pudemos seguir para outra obra. Eu segui, eles pararam para almoçar, e eu esperei, esperei, esperei, Saí de lá perto das 20h, cheguei a casa depois das 21, cansada, estourada e ainda fui fazer o jantar, e já não fui às compras.E eu pensei, "amanhã à noite, quando sair do escritório"

 

Terça feira, fui cedo para o escritório e perdi que tempos a preparar papelada para uma reunião à tarde, de assuntos que me andam a remoer e a perturbar há alguns tempos. Fui almoçar a correr, voltei ao escritório, arranquei para a reunião, e o homem estava em Lisboa sem se lembrar de mim, e eu em Alcobaça, à espera... Nesse entretanto, um parvalhão qualquer decide que o seu carro cabe entre o meu e outro, e estaciona, batendo, batendo, batendo e voltando a bater, à frente e atrás, no meu e noutro carro. E vai-se embora, deixando o carro literalmente montado em cima do meu. Dizia a recepcionista: oh engenheira, aquele carro vermelho não é seu? Era sim senhora...

Para sair ,fez o mesmo e eu feita "c...." a olhar e ainda fui puxar o meu carro para trás! 

Voltei para o escritório e o trabalho atrasado continuou até depois das 20h, o altura em que o meu cunhado telefonou a perguntar se jantávamos em casa da minha mãe, estavam lá todos e ele ia buscar frango. Pronto, está bem.O R ainda está mais atrasado.

Cheguei lá, e todas as irmãs à espera dos homens, a tomar conta das filhas. Chegam eles quase uma hora depois com o frango, tinham ido a outro lado e tiveram de ficar à espera. Jantámos a correr, mas mesmo assim já era tarde de mais. Entretanto a luz de STOP da carrinha avariou, e o  ainda teve de a mudar...

Chegámos a casa, foi despachar as garotas, dar uma arrumadela a meia dúzia de coisas, apanhar roupa, pôr roupa a lavar, um duche rápido e entretanto era quase 1 da manhã.

 

Hoje foi levantar cedo, despachar tudo, porque às 8 chegava a Dona São, deixar tudo arrumado camas feitas e sair. Deixei as miúdas em casa da avó, levei o carro do marido à inspecção, fui buscar o resto das análises, e não estavam prontas. Fui buscar um vestido à lavandaria e ainda não eram 10h já estav no escritório a responder a emails. Chovia.E eu com o cabelo para pintar. Lá fui. Porque qiando eu arranjo o cabelo, chove sempre para estragar tudo. Mas estava mesmo a precisar de pintar. 35 anos e o cabelo quase todo branco!

Voltei para o escritório e ainda fiz mais hora e meia de trabalho. Fui almoçar a correr, porque tinha médico de medicina do trabalho, e foi então que me lembrei que faltava o boletim das vacinas. Fuck! Fui deixar a roupa para passar na Alzira.Voltei a casa e segui para leiria, com o IC2 em obra, cortando-me o acesso ao consultório onde nunca tinha ido, e apenas tinha um vaga ideia de onde fosse. Atrasada, telefonei, e estava longe... ou seja, cheguei tarde, lembraram-me  de minha obesidade, a balança marcou mais que nunca e eu ia-me passando. A seguir, era suposto ir ao AKi, ao Imaginarium e ao Continente, mas a bicha era enorme, o telemóvel não parava, tinha um cliente às 18, e ficou tudo sem efeito. Segui para o escritório, e quando cheguei era o caos no router e na internet, tudo dava erro, e assim foi até depois das 19h. Imprimi os convites da I a preto e branco, porque sem a rede a funcionar a impressora a cores estava marada, e fui buscar as miúdas para ir distribuir convites. pelo meio ainda telefonei para saber onde morava este ou aquele, e com as horas contadas, fui buscar as meninas, distribui convites ( e quase tudo de férias!), fui buscar a roupa passada, e estando atrasada para um compromisso à 20h, telefonaram a desmarcar. Telefonei ao marido , para irmos à compras, e ele respondeu-me torto e apresssado, hoje não vai dar, tenho de entregar o trabalho, vai andando para casa! E eu fui, contrariada, mas fui. A luz da gasolina acendeu, e eu parei nas bombas para abastecer. Tudo em piloto automático, absorvida por tanto atraso junto e tanta coisa para fazer. ia para pagar e não dava com o cartão. Paguei com outro. Estava a entrar na estrada , aparece uma senhora a correr , porque tinha o tampão do depósito no tejadilho e o depósito aberto. parei o carro na berma, saí, fechei o depósito e voltei para o carro. E ele pegou? Não. Telefonei ao marido, agora não, telefona ao T, faz assim, faz assado,conclusão, "olha, põe o triangulo e vai com as menonas a pé para casa, já é perto" . De facto, assim parece, mas a verdade é que ainda deu quase 25 minutos estrada fora, com as garotas. O carro ficou lá. Logo se há-de ver...

Chegada a casa, a tarefa cozinhar para o jantar mostrou-se coplicada, com tão poucas opções. massa com salsichas e está a andar. Que se lixe.

 

Amanhã terei o trabalho atrasado na mesma, e seguirei para o escritório. E irei à compras à hora de almoço, porque às 18h terei de ter a festinha da I preparada, e o jantar a caminho para não sei quantas pessoas, porque agora é tudo muito fino, todos precisam de convite especial, mas depois ninguém sabe se vem ou não. Isto se tiver carro. Se não tiver, não sei bem como fazer 10 km de casa ao escritório, fazer compras, voltar, ou então tendo eu o carro, ir levar as miúdas, levar o marido, voltar, trabalhar, ir às compras, ir buscar o marido, preparar a festa, etc..etc...

 

De que me serve ser a minha "patroa", se a gestão do meu tempo, em vez de me facilitar, está cada vez pior?

 

Um dia deste, fico maluca, a sério que fico.

É que isto é apenas uma pequena amostra dos meus dias.

 

E agora que as miúdas já jantaram, tenho de as despachar, e R continua por chegar. Terei de fazer doces sozinha, apesar de estar estourada, porque amanhã não vai dar.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:37

17
Ago 10

E que tal, mais de mil visitas, ( em não sei quantos meses! Âh?( minhas visitas incluídas)

E o número estonteante de comentários , hein?

 

Sou mesmo um caso de sucesso na blogosfera!

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:10

06
Jul 10

Daqui a 4 dias quero ir de férias, uma semana e meia, o que será um record dos últimos anos.

 

Não está nada combinado, mas queremos ir, para bem da nossa sanidade mental.

 

É claro, e como não podia deixar de ser, calha em fim de obra, até nem podia deixar de ser, nem ser de outra maneira, mas desta vez vou tentar ligar menos e o sr cliente, que me tem lixado sucessivamente, que se lixe ele.

 

Bem sei que nunca vou conseguir desligar-me, mas tenho de tentar. Como tenho tentado, sem sucesso, nas últimas vezes, é verdade.

 

Se não for tão mau como em 7 dias de férias em Junho passado ou tão péssimo como os 3 dias em Setembro, será, de facto, uma bela semana de férias, (se não chover...)

 

É que se repito a dose do ano passado, acho que não vou conseguir enfrentar o R e as miudas, e a empresa estará em risco, pois não sei se aguento outra semana como aquelas. ACho mesmo que iria abaixo em 3 tempos e seria complicado recuperar.

 

Tenho medo de toda a frustração se tornar numa bela m**** de "baixa pressão".

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:55

02
Jul 10

Estava ontem a pensar, miolinhos já fumegantes, sobre o que vou fazer à minha vida.

 

Para já, vou ter de aceitar um trabalho que me obrigará a pelo menos uma deslocação semanal de 3:30h para cada lado, no fim do Alentejo.

 

No entanto, volto à ideia do Clube, e passa-me outravez pela cabeça uma ideia tonta de há muitos anos de aprender a costurar, como a minha mãe, e montar um "atelier" DE COSTURA A SÉRIO. Ela risse e diz que para quem não tem paciência para fazer uma casa de um botão, estou com muitas ideias...

 

É verdade, passo-me com a lentidão dos processos manuais, mas acho que podia ser uma hipótese com futuro. Fica registada.

A minha mãe tem 40 anos de prática, mas eu preciso de formação certificada.. Já fui ver quanto custa um curso da CEAC, mas tenho sérias dúvidas...

 

Fica registada a ideia e a intenção

 

 

Ainda há-de ser assim que vamos desencalhar...

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:41

01
Jul 10

É coisa que raramente vejo..Mas ontem fui almoçar tarde, e com a televisão ligada vi uma senhora de idade a falar de coisas da infância.

 

Estava com pressa, não estava com muita atenção, mas parece que a senhora estava a falar de outro mundo!

 

Pois bem, há 30 anos atrás, e eu tenho apenas 35, muitas daquelas coisas eram válidas, e há 15 também, na minha aldeia, e hoje também, em muitas outras aldeias.

 

Este era o raio de acção...a aldeia, o quintal, a ribeira, o pinhal...

 

Também assisti a matanças e também lavei tripas, de pés de molho no ribeiro...( coisa muito feia, hoje em dia, é verdade).

Os dias da matança eram sempre de festa, e o bando de primos ficava fora do páteo enquanto se dava o assassinato, propriamente dito. Depois, abria-se o portão e viamos e ajudávamos a chamuscar e raspar o pêlo queimado. Assistiamos à desmancha, tratavamos das tripas, faziamos morcelas e chouriças. Comiamos nesse dia o fígado, e havia sempre jardineira com a forsura e outras miudezas. Salgava-se parte do porco. Faziam-se torresmos. Dias de festa, mesmo.

 

No campo, pude crescer no meio da agricultura. AJudávamos a semear/plantar, e depois a colher, batatas, milho, tomate, pepino, feijão.

As descamisadas, ou desfolhadas, eram outro dia de festa, onde o milho colhido era desfolhado, com uns pregos grandes que rasgavam as caimisas. Camisas que a vaca iria comer durante uns meses. Faziam-se ainda bigodes com as barbas, ou lindas cabeleiras, para as bonecas com as folhas ou os carolos.

 

 

 

O malhar do feijão também era bom de ver, não de fazer, porque o malho era grande e a habilidade era pouca. Mas depois peneirávamos, ou joeirávamos, como dizia o meu avô, a favor do vento e era ver a s folhas secas a voar...

 

Nas vindimas, os netos sabiam as carreiras das uvas mais saborosas, e essas era apanhadas primeiro, para comer. Durante toda a manhã, era subir e descer com baldes e cestos carregados, a despejar no lagar, e , à tarde, saltavamos todos lá para dentro e era ver as pernas a ficarem vermelhas, e os pés doridos de pisar o engaço. Depois o sumo começava a sair para um cântaro de folha de chapa, o meu avô fazia umas afinações com uns pozinhos estranhos e media o grau com um termómetro que boiava.Os engaços eram postos numa prensa com emormes peças de madeira, e apertados com uma alavanca , a um ritmo certinho, tac, tac, tac tac.

Tudo isto durava uns dias. Depois tudo era mudado para pipos e tonéis, que tinham sido lavados dias antes, e onde o meu avô punha ( ou tirava?) uma papa branca malcheirosa e uma coisa amarela.

 

Na adega ficavam também uvas a secar, e maçãs e pêras, deixando essa cave com um cheiro mágico e divinal. É o cheiro que hoje identifico com maçã, e não gosto de comer outras que não tenham esse cheiro. É cheiro do perfume Magnetic da Gabriela Sabatini, que me deram há 18 anos, que usei quando comecei a namorar, que usei no dia do casamento, e do qual resta uma parte infima, bem guardado no meu quarto.

 

Ao pinhal, ia-se à lenha, à caruma e à pinhocas, tojos para currais,  e ainda à carqueija, ao rosmaninho, ao tomilho,( cheiros que eu adoro e uso para cozinhar quase diariamente) para as fogueiras dos santos populares. No Verão, junto à praia, camarinhas. No Inverno, musgo para o presépio.

 

As azeitonas, das quais não sou apreciadora, EXCEPTO as do restaurante Pontuel, eram sacudidas à vara e caíam para grandes panos estendidos em baixo. Umas iam para o lagar, e enchiam-se talhas de azeite para todo o ano, outras eram retalhadas e postas a curar, com água, sal, laranja e as ervas do pintal.

 

A rega era feita por grandes mangueiras , que traziam a água do poço para carreiros na terra, que encaminhavam a água, e que eram abertos e fechados, com a enchada, regado apenas e quanto necessário. Coisa que ainda hoje se faz, no quintal inclinado, onde cresce feijão, couve, corgete, abóbora, alface, tomate, pepini, beterraba.

 

Se a isso somarmos a vaca, o burro, os porcos, galinhas, patos peús e coelhos, ovelha e cabras, então isto foi o sítio onde cresci, e de que as minhas filhas hoje usufruem, se bem que com menos animais, já sem vaca e sem burro, cabras e ovelhas e porcos só de vez em quando.

 

 

 

Sei que fui privilegiada, e quero que elas tenham esta oportunidade. Por isso brincam na terra, por isso mexem em bichos,por isso foram iniciadas à caça do grilo, (com palhinha na toca, ou esguicho de água em último recurso), dos pirilampos, escaravelhos, e em breve saberão como se desmancha um buraco de toupeira,  por isso vão à feira da Agricultura, por isso passeiam no campo e no pinhal. Têm muito tempo para serem cosmopolitas mais tarde...

 

Por isso comprámos 5000m2 de terreno para um dia, quem sabe, lhe podermos dar nós estas condições...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:11

30
Jun 10

Não sei se já disse a alguém mas gostava de ter umas casa destas no meu terreno, para além da casa que sonhamos construir, mas sem saber se esse dia chegará.

 

 

http://www.siturbandesign.com/modular/index.html

 

Estas casa seriam para turístas , e eu seria uma anfitreã esmerada, de um serviço de turismo quase caseiro e familiar. Quase comeríamos à mesma mesa, desde o pão caseiro do pequeno almoço ao último licor do jantar, grandemente confecionados em casa e com recurso a um quintal e pomar esmerado, que ainda não tenho, mas gostava de ter. Como este...

 

 

http://www.jamieoliver.com/gardening/jamies-garden.php

 

E onde teria também animais de criação, que às vezes seriam transformados em assados...

 

E ainda jardins de flores, nada monumental ou artistico, apenas fofinho e mimoso!

 

E os nossos "convidados", e não hóspedes, se quizessem , poderiam usufruir do jardim, quintal e da criação, ou simplesmente não fazer nada...

 

E ainda teria tempo para ter um "Club" para senhoras ou senhores simpáticos, atentos, disponíveis, interessados, onde se fizessem uns lanchinhos enquanto de falásse de família, de leituras e culinária, com uns workshops de costura e tricot e renda, de trabalhos manuais, e outras coisas mais de perfeita dona de casa

 

Faria bolinhos, compotas, ( se calhar até teria mel!) licores e vasinhos de ervas aromáticas. Manteiga caseira e queijinhos e seria a prova provada de que se pode ser feliz com uma vida simples...

 

Quase como "Uma casa na pradaria" dos tempos modernos, e sem dificuldades!

 

Vai sonhando Margarida Manuela, vai Sonhando...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:01

Hei-de ser escritora...

 

E se não for pedir muito, como Gabriel Garcia Marquez

Com uns traços de Nicholas Sparks

 

Escrever livros maravilhásticos e fantabulosos

Escrever livros fofinhos, mimosos e amorosos

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:50

29
Jun 10

Temos pena...mas ainda não estou convencida! nem vencida!

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:39

17
Jun 10

Não me apetece trabalhar

 

Estou farta, farta, farta! Preciso de me afastar !

 

Preciso, acima de tudo, de ganhar o euromilhões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:46

14
Jun 10

Gosto de ir à feira a Santarém. Sempre fui quando era miúda, e agora gosto de levar as garotas, que deliram com a bicharada, e fazem festas a todos os que estejam mais perto das grades. Sempre apreciei olhar para aquelas vacas e porcos gigantes, embora à 25 anos me parecessem bem maiores.

 

Tenho algum fascínio pela bicharada.

 

Continuo a achar que gostava de ter uma quinta, ainda que o ideal fosse ter alguém que me ajudasse a cuidar dela. O ideal mesmo mesmo ideal era que fosse uma quinta alentejana, um grande monte, mas aqui na zona, ou quem sabe  esta zona fosse ali para os lados do litoral alentejano...

 

Quanto à largada de touros , que elas adoram ver:

 

- A bebedeira tem de fazer parte?

- Os mocinhos corajosos só o conseguem ser agarrados ao vinho, à cerveja, e com um cigarro na boca?

- Têm mesmo que ter um ar tão chungoso? Onde é que estão os rapazes fortes, maciços, com ar saudável de trabalho no campo? Onde é que estão os românticos marialvas?O tristes figuras!

 

Comentário da R aos galgos de corrida: São tão magrinhos atrás, parece que são desenhados...

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:03

04
Jun 10

Levei-lhe os balancetes da empresa para dar uma vista de olhos.

 

- Hum, não tens créditos, é bom... mas isto aquí é mau...Estás a financiar os clientes.....estás dever-te a ti.....é melhor fazer um suprimento, melhora os rácios.....oh fulano vê aqui....Ah pois....

 

 

 

Basicamente, estou a ser burra. Basicamente, se me pagassem a tempo e horas, isto até andava para a frente. Basicamente, estou a pagar impostos do que ainda não recebi, e ajudo que quem não me está a pagar deduza nos seus impostos e ainda pague menos.

 

Bonito. Muito bonito.

 

Hipóteses:

1- cobro juros e fico sem trabalho automáticamente

2- cobro mais, e fico sem trabalho automáticamente

3- desisto do cliente, e fico quase sem trabalho

4- ganho o euromilhões com urgência, e fico quase sem trabalhar.

 

Parece-me bem se optar pela 4ª...

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:32

27
Mai 10
Quando estava grávida da R, ouvia sempre esta música , e ela dançava dentro de mim.
The Very best of Cat Stevens, é um dos CDs que me acompanha há anos e me ajuda a enfrentar os dias maus. Mais uma vez, apeteceu-me ouvir.
"Hard Headed Woman" , "Morning has Broken" "The first cut is the deapest" "Mathew and son" "Can't keep it in", são outras que podiam aqui estar, mas "Rubylove" dá-me alegria e serenidade.
E bem que estou necessitada!
Dentro de mim, ninguém dança, e fico apreensiva com a ideia, cada dia mais forte e que me corroi o coração e metira entusiasmo, que nunca mais niguém vai voltar a dançar.
 
publicado por na primeira pessoa do singular às 11:25
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21
Mai 10

É sexta feira e já descolapsei do fanico da quarta.

 

Outro se aproxima, uma vez que esta noite tenho de acabar o trabalho e preprar a apresentação do fim do cursinho para amanhã. Ainda são muitas horas pela frente.

 

O meu despertador conspira contra mim! ou não, uma vez que:

- ou já estou tão KO que deixei de o ouvir

-ou ele se encarregou de se calar para me deixar dormir

 

Amanhã à noite estarei num farrapo e será a desculpa para não fazer mais nada no fim de semana

 

Ando a diar uma grande discussão, de trabalho, porque sei que depois disso não haverá volta a dar. Terei queimado os meus últimos cartuchos com o principal cliente. É uma grande decisão a tomar, uma vez que preciso de dinheiro. Por outro lado, estou farta de trabalhar depoixo de um bombardeamento constante, que me deixa maluca,e depois ter de esperar meses pelo tal dinheiro, e a fazer-me falta como o caraças!

 

Com isto tudo, estou a aconvencer-me, devagarinho, mas de modo sólido, que tenho de deixar as obras ( e eu adoro as obras, fogo, como eu adoro a construção!), mas isto assim já não está a dar.  Ou pelo menos nesta base em que estou a trabalhar!

 

Estou a dar em maluca, o meu corpo ressente-se e a família está a ser prejudicada grandemente. E se calhar até nem sou assim tão boa no que faço, que justifique continuar a bater no ceguinho. E se calhar até sou, porque se me têm entregue os "pinceis" mais merdosos para resolver , e melhor ou pior, eu resolvo, é porque devo saber qualquer coisita...

 

 

Deixem-me lá acabar  cursinho, e começar a mandar currículuns, e pode ser que em breve passe de engenheira a setôra, e se calhar até passo a usar salto alto a condizer com a carteirinha e tudo, e a mandar num gabinete com técnicos que eu tenha dinheiro para contratar e que trabalhem eles, que eu mando!

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:16

24
Mar 10

 

 

Lera assim na Wikipédia:

 

O '''Sonho Americano''' foi inventado pelo histórico James Tuslow Adams em 1931. Apesar de o significado da frase ter evoluído ao longo da história, para algumas pessoas, o sonho americano é a oportunidade de alcançar uma maior prosperidade material que não foi possível, no antigo país, ou no país de origem; para outros, é a oportunidade para os seus filhos se desenvolverem a receberem uma educação e oportunidades de emprego; para outros, é a oportunidade de fazer as escolhas individuais, sem os constrangimentos da classe, de geração, religião,raça, orientação sexual, ou grupo étnico.”

 

Concluiu que era de uns e de outros, neste mapa rectangular, mas que tinha de ser mais que isso. Tinha de ser outro o conceito...

Não almejava a maior das prosperidades, apenas um pouco mais que o suficientes, nunca tivera problemas de emprego, não se arrumava em classes, não era nem rica nem pobre, a raça, religião, escolha sexual, tudo do mais típico e insuspeito.

De facto, e pensando melhor, não sofria de “sonho americano”.

Era mais uma vontade de “back in time”, (mas com internet e todos os modernos apetrechos de cozinha).

Voltar a quando as senhoras eram donas de casa ( mas agora por opção, e sem marido a mandar e desmandar), e morar no campo ( rodeada de acessos à cidade).

Fazia a lida da casa, levava os meninos à escola, às actividades no fim do dia, cozinhava e às seis da tarde a família reunia-se à mesa a jantar. Fazia ginástica.

Trabalhava em part-time, na sua empresa bem sucedida, ( de pequena dimensão, amiga do ambiente e modelo de responsabilidade social) e o ordenado nem era o mais importante, porque o quintal era frutuoso e o marido garantia o resto que faltava. Ainda dava tempo para benfeitorias...

Seria a chefe exemplar, e os funcionários da lucrativa e bem gerida empresa seriam mais um elemento da família, já de si numerosa, trabalhando com afinco, em horário flexível, altamente motivados para o sucesso de um projecto comum.

Os dias eram formatados e sem grandes sobressaltos, e passavam assim...

A criancinhas, em escadinha,não faziam birras, arrumavam os quartos e estudavam um bocadinho ao fim do dia. Brincavam na rua com os vizinhos, subiam às árvores e andavam de balouço, num jardim meticulosamente aparado, por um jardineiro reformado, que apanhava as frutas, apanhava os ovos, matava as galinhas e os coelhos.

Tomavam banho e jantavam de tudo, de todos os vegetais do quintal, tudo comidinha caseira ( apesar de os peixes e algumas carnes puderem ser de “aviário”).

As visitas dos amigos eram constantes.

Ao pôr do sol, as criancinhas iam para a cama e dava tempo para ficar a ler na varanda ( sem mosquitos, sem frio), ou a ver televisão – sem adormecer .

Se fosse Verão, quem sabe um banho nocturno na piscina morna, um marido meigo por companhia!

Todos as noites, os lençóis seriam de linho, lisos e perfumados, e o sono seria profundo e relaxante,

 

Os Domingos seriam de roupa nova e toalha branca na mesa, e um belo assado no forno, sobremesa especial.

Quando se saísse da missa, enquanto os miúdos brincavam e corriam, os vizinhos poriam a conversa em dia.

Os sábados de brincadeira, limpezas e jardinagens.

Os outros dias, bom, seria dias sempre bons...

 

Oh, man!, já passou o corte, vou ter de ir à outra portagem e voltar para trás! Mais quarenta e sete cêntimos e mais dezoito minutos que não tenho!.

É sempre a mesma treta. Isto de vir em piloto automático...

Chega prá lá, pá, eu já ia nesta faixa!

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:48

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