Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

19
Jan 11

Caro Sr. Futuro Presidente

 

Dirijo-me a si, esperando que não seja o Sr. Anibal ou Sr.José Manuel. Se assim for, considere este apelo um engano e ignore. É que nesse caso, também eu terei sido enganada, mais uma vez.

 

Ora bem, Sr. Presidente

 

"I used to think " que este devia ser o melhor país do mundo para se viver. Em 35 anos de vida, foi sempre este o meu pensamento. Clima moderado, sismos esporádicos (mas com boa regulamentação para a construção anti sísmica), mar, serra, sol. Pequena dimensão, chega-se de uma ponta à outra num instante. Boa comida ( dispenso a boa bebida e o bom azeite), paraíso para estrangeiros reformados e turistas endinheirados.

Alguma visão( histórica!), e espírito desenrascado e criativo.

Sem guerra aberta com nenhum pais. Pais aconhedor e hospitaleiro, generoso para com os desfavorecidos. Com sistema de educação, saúde e segurança social abrangente e tendencialmente gratuito ( sim, que mal há de pagar em função das possibilidades, pergunto eu?).

Pensava eu...

 

De famílias modestas, consegui tirar um curso superior em escola pública, mas longe de ser proporcional aos rendimentos..

Descobri que as bolsas de estudo gostavam de truques dos quais não dispunha, e como tal os 5.100$00 da altura não davam sequer para a cantina. Mas pronto. Fez-se, e não passei fome.

Consegui logo emprego, mas em 1998, "era outra louça"...um bom curso era garantia de emprego, afinal!

Descobri rapidamente que os empregos também têm outro lado, e que horas extras não implicam remuneração extra, que há patrões capazes de tudo, que há trabalhadores tão vulneráveis que se sujeitam a tudo. Mas isto pensava eu nessa altura, e dizia para mim própria, "tens 23 anos, és inexperente e ingénua!". Mas de noite não dormia e pensava "tens 23 anos e não podes admitir isto, nem a ti, nem aos outros!". E daí criei o hábito de discutir, debater, criticar, sugerir, tentar propor soluções para melhorar, não ser ovelha. Aprendi a admirar a minha perseverânça e a minha opinião. Aprendi que sou única, e que esta singularidade se obtem a aceitar as minhas opiniões, ideias, gostos e opções, sem me sentir inibida pelo que os outros possam pensar. Ainda que o preço a pagar seja caro!

 

E aí fui eu, passo a passo, caminhando, levando nas orelhas, mas sendo fiel a mim, aos meus princípios e origens, e mesmo quando a vida me deu para trás, levantei a cabeça e recomecei.

 

Diria que sou uma cidadã respeitável, modesta mas remediada, com um percurso certinho, escolar, profissional, familiar, tudo como mandam os livros. Marido, filhos, trabalho, religião. Tudo tudo como vem nas instruções.

 

mas de há uns tempos para cá, quero fugir daqui.

 

Quero ir para um país onde tudo seja mais simples, onde o telefone toque menos, se ande mais devagar, onde haja menos auto estradas. Onde esteja tudo por fazer, mas que não seja preciso negar a vida para trabalhar. Onde o trabalho seja feito por gosto, nas horas próprias, e ainda sobre trabalho para amanhã, e o tempo para familia não seja um luxo.

Quero ir para um pais onde possa usar colheres de pau, e não sejam precisas mil formalidades para abrir um negócio, onde não se viva com medo de um nódoa ou de um micróbio, onde se possa começar do zero, sem nada e ser feliz.

 

Ando a sonhar com África!

 

E depois penso, filhas, educação, saúde...elas merecem melhor do que África

E penso de novo, filhas, família, esperança, sustentabilidade, elas merecem melhor do que Portugal

E penso de novo...

E volto a pensar...

 

Ajude-me a tomar uma decisão...dê-me uma boa razão para eu não querer fugir. Ou muitas!

 

Nivelamento de ordenados para níveis Europeus. Estamos na Europa, certo!

E nivelamento, quer dizer nivelamento, atenuação da curva de disparidades. Para podermos pagar como Europeus.

 

Incentivos às empresas do sector primário e secundário. Menos importação. Igualdade de oportunidades no acesso à produção de energia de fontes renováveis. Facilidade na auto geração.

 

Limitação da especulação económica. Colapso da bolsa de desvalores. Desvalorização das "acções". Valorização do trabalho produzido.

Chicote nos bancos e nos gestores públicos. Sim a remuneração justa. Fim de regalias. TODAS. E quem não gostar, tente arranjar melhor no privado.

 

Moralização do sector de produção, para que os pequenos empresários que tentar sobreviver aos dias de hoje não sintam que trabalham apenas para os impostos ( OH! se eu sei do que estou a falar!!!). Para que os funcionários não públicos acreditem que, no fim do mês, o ordenado chegue. ( Chegue e entre na conta do banco e chegue até ao fim do mês).

Reformular a função pública, para que não simplique serviço aos funcionários público mas sim ao público em geral. Cortar em todos aqueles cus que nada fazem excepto dizer que o "sistema" não deixa, ou que está em baixo, e que não têm capacidade de analisar um problema e resolvê-lo, para além do "sistema". Cortar no número de chefes de chefes dos chefes dos chefes, que nunca podem decidir porque há sempre alguém acima.

 

Cortar nos cursecos da treta e investir em cursos gerais e úteis, dos quais se parta para especializações. Reintroduzir e reforçar a educação tecnológica. Voltar aos "trabalhos manuais", com carpintaria, serralharia, olaria,agricultura, costura, tecelagem, puericultura, economia doméstica, já que o português e matemática não são garantia de competência.

Investir no ensino geral. Contratar mais e melhores professores. Reformular as escolas, mas POR FAVOR! cortar nas barbaridade de dinheiro que se tem utilizado em fazer escolas " a la architecte", com materiais facilmente perecíveis, soluções arquitectónicas caríssimas, altamente dependentes de energia, de alto custo de manutenção.

Deixe lá as "merdices" dos RCCVs e CNOs, só para a estatística e crie um sistema credível de formação, independente do canudo que se leva para casa...

Ensine-se para o empreendedorismo. Para a liberdade de pensamento! Para a grandeza do coração e da alma!

 

Trocar quantidade por qualidade na política. Limitar a produção avulsa de legislação, sem integração com as anteriores leis e apagar todo o lixo que entretanto se produziu e que constitui e é sempre motivo de excepção. Produzir leis que qualquer pessoa possa lêr e perceber, sem ambiguidades nem buracos. Ter em atenção as Directivas Europeias e não ser cego a transpor tudo e mais alguma coisa. Transformar as prisões em fábricas. Acelerar a justiça, punindo, efectivamente, que comete crimes contra pessoas, bem e estado. Que vão produzir para a cadeia. Produzir a sua alimentação, os seus serviços, e exportar para fora dos muros, ao serviço da população carenciada.

 

E outras coisas...Dê.me boas notícias. Quanto ao gasóleo, por exemplo...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:07

17
Dez 10

Ontem estava KO e fui fazer o que se fiz que dá felicidade às mulheres: Compras. Assim como assim, o trabalho não estava a render, e já que tinha que ir à ESTG, aproveitei

 

Aterrei no Leiriashopping e corri aquelas lojas todas. Fuck! Tanta coisa e nada me serve! Isto, tendo em conta que estou farta de um guarda roupa Canda da C&A. Estava decidida a escolher algo, mesmo que fosse um pouco mais caro, e como tal, atrevi-me a entrar em lojas a que nunca tinha ido, daquelas em que me caiem os olhos só de ver os preços nas montras.

 

As modas deste ano agradam-me, mas parece que todas as gordas do mundo chegaram às lojas primeiro do que eu e não sobrou nada mais do que XS, S e M. Ou então, e a triste realidade deve ser mesmo essa, as gordas não têm direito a ter roupa. E tem tudo que ser roxo , e castanho?

 

Em temos de lingerie, lá terei que ter mais um básico da Triumph, e pagar o belo por um confortável soutien  branco/preto/creme em vez de um bonito conjunto . Lá vão os tempos em que tinha uma coecção invejável!

 

E depois sapatos! O meu pé tem tamanho 38. Se forem chinelas até serve um 37- Mas o peito do pé é largo, bem como a perna. Botas com cano, já desisti. Botas pequenas, eu sei que deve existir alguma coisa que me sirva. Sem 10cm de salto! Ainda outro dia comprei uns, só que até ficava com caimbras. Desisti delas nos primeiros 15 minutos de uso. Anda a minha irmã mais nova montada naquilo. Para tudo o que é fechado, tenho de comprar o 40! Restam-me as sapatilhas, sapatos tipo mocassin e botas de obra. No Verão ainda se arranja qualquer coisa, agora para Inverno, estou, como sempre lixada.

 

Entrei também em perfumarias, lojas de maquilhagem, mas não me atrevi a gastar um tostão. Saudades de outros tempos.

 

Ainda me passou uma coisa má pela cabeça, e tentei imaginar como seria a minha vida, solteira, sem filhas... e agora só tenho que viver com o arrependimento de sequer ter posto essa hipótese.

 

Passei ainda pela decoração, e concluí que a minha casa é tão básica...e no entanto onde é que eu ia pôr mais coisas?

 

Resultado: sai das compras de mãos vazias e com um péssimo, muito mau, mesmo, Humor.

 

Só não entrei na FNAC e na Bertrand: aí tudo me serve, e sou feliz nessas lojas! Livros de todas as medidas!

 

Conclusão: passei no continente e comprei materiais para as prendas de natal que tenho de fazer. Não, não comprei açucar!

Para mim, nada, pelo que tenho de continuar a ouvir a reclamação do marido quanto às minhas camisolas velhas. A solução é perder o amor à carteira e entrar na Daline, e esperar que tenham promoções. Mas não me apetece nada ir para o centro de Leiria! e depois terei de continuar a ouvir o marido por causa da conta que vai aparecer no extrato do banco! Porra, eu não quero nada de luxo! Só roupa simples para o dia a dia, que me sirva, sem ter de parecer que , em vez de engenheira, sou o servente da obra. Eu adoro roupa prática, calças de ganga, sweat shirts, sapatinhas, mas ontem dei comigo a evitar todos os espelhos das lojas. Só de olhar, não mete medo, mete dó!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:16

29
Nov 10

É feio, sim senhora, mas não quero saber! Estou magoada e aguardo um pedido de desculpas.

 

Não me pediu nada, eu sei. Tudo o que fiz foi voluntário e gratuito, por o amo.

Que não tenha gostado de tudo, até acredito, se bem que ninguém se tenha queixado, e eu tenha preparado um jantar fabuloso para toda a família, sem gastos extraordinários.

Que tenha andado de trombas, até posso aceitar, porque lhe ia muita coisa na cabeça ao mesmo tempo

 

O que não gostei foi o que me disse depois, como tal, quem está de trombas, agora, sou eu. E vou cumprir o que disse.Válido até pedido de desculpas. Como deve ser!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:05

01
Jun 10

Já perdi a conta, literalmente, a quanto é que a minimicro empresa já pagou este ano em impostos, mas a verdade é que já ultrapassou o que recebi de clientes.

 

Como é que se gere uma situação destas?

Como é que eu sobrevivo , a trabalhar todos os dias, sem receber ordenado?

Como é que eu sobrevivo se deixar de pagar a fornecedores e colaboradores?

Como é que eu sobrevivo se deixar de pagar IVA,IRS,IRC,TSU, PEC, seguros, água, luz, papel, tonners, licenças de software, combustível, etc...?

 

Aceitam-se ideias.

 

Passo a pubicidade, mas sou boa ( pelo menos razoável) engenheira civil, e agora vou ter CAP de formadora.

 

 

 

Preciso de clientes novos , que me paguem!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:05

A empresa A trabalha para as empresas B e C.

A empresa A tem encargos e compromissos com D, E, F

B e C não pagam a A. A tem de pagar aos seus funcionários e fornecedores D,E,F. Na falta de recebimento vindo de Be C, não cumpre com D,E,F.

O caso vai para tribunal e o tribunal decreta que B e C paguem ao tribunal para pagar a D , E, F.

 

A continua sem receber, B e C descartam-se, e dizem que a culpa não é deles, pagam ao tribunal o que é pedido e dão um chuto no cú de A, ficando com o resto que este tem a haver.

 

Como A não é um banco ou entidade do estado, não consegue processar em tempo útil B e C, para obter o pagamento devido

 

De um modo ou de outro A está sempre f*d*d*.

 

Hipóteses:1) A dá um tiro a B e C e mata-se de seguida.

                  2)A dá um tiro a B e C e vai para a cadeia, comer de borla, isento de custos de alojamento, electricidade, água, gas, tarifas de ligação de infraestruras, taxas de lixo e saneamento, e outras

                   3) A aprende a lição, vai à falêbcia e abre a empresa A' e aplica as técnicas de B,D,E.F a outras empresas sem qualquer escrúpulo ou dor de consciência

                   4) outras

 

 

Resposta certa? Aceitam-se sugestões e comentários.

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:47

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