Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

24
Mai 12

não sou como ele, e morro de medo de morrer.

 

De dia para dia, à medida que fico mais consciente do que sou, como estou, tenho mais medo dos dias que vêm?

 

Em cima da minha cabeça, paira um sinal luminoso fluorescente, visível a quilómetros de distância: OBESA, a maneira simpática de se referirem à GORDA.

 

Não interessa se a minha  tensão é baixa, se a glicémia é baixa, se o colestrol e os triglicrideos também não estão assim tão altos.

 

Sou gorda, e  no letreiro vai rodando, como no letreiro do cinema: AVC, ATAQUE CARDÍACO, DIABETES, EDEMAS, VARIZES, INSUFICIÊNCIA CARDIACA, RESPIRATÓRIA E RENAL, CIRROSE NÃO ALCOÓLICA, OBESIDADE MÓRBIDA...

 

E por este sinal estar acoplado a mim, não preciso que me lembrem a todos os minutos

 

Até porque todos os dias me vejo ao espelho, e nota-se a papada no pescoço, o abdomem dilatado, o pneu, limitado pela cicatriz das cesarianas, as coxas grossas, os tornozelos inchados, e braços enormes.

 

Até por sinto o cansaço, a respiração ofegante, as dores nos pés, o aperto no peito. Porque dou comigo a ressonar, e acordo com as mãos dormentes, dores nas costas, e ainda mais cansada do que antes de ter acordado.

 

Até porque fica difícil estar dobrada, acocorada, ajoelhada. Até porque sexo muito bom podia ser óptimo, sem uma barriga grande, sem uma pernas gordas. para mim, e, decerto, para ele.

 

Até porque tenho SOP, o do ovários poliquísticos, que, como pescadinha de rabo na boca, me baralha o sistema, e me leva a engordar, a sentir fome , por ser insulinoresistente, a que as minhas hormonas estejam malucas, e o perído variae de ausência prolongada a enxurradas monumentais, que não ovule como deve de ser, que às vezes tenha quistos do tamanho de laranjas, e que tr~es anos para engravidadr seja um tempo curto, porque isto não vai lá sem tratamentos, injecções, comprimidos, dores e ansiedades...

 

Até porque comprar roupa é um martírio, comprar sapatos são dois. Mas não sofrerei por causa do top ou do biquini, nem da sandalinha de salto alto...pois sei que não vou comprar. Não me serve. Não vou usar. Tenho vergonha do corpo, e tenho orgulho.

 

 

E gosto de comer, sim senhora, e sei cozinhar, e cozinho coisas boas.

Mas cozinho com pouca gordura, não faço nem como bolos todos os dias,  não bebo nem compro refrigerantes com frequência. Como pão de mistura. ADoro, mas não vou frequentemente a restaurantes de fast-food. Não gosto de alface, mas como. Não gosto de leite branco, nem de couves verdes escuras. Nem de caras de bacalhau, nem de peixe cozido. por isso bebo leito com chocolate, couves lombardas, grelos e bróculos, e peixe grelhado.

 

Já fiz dietas medicamente assistidas para todos os gostos, massagens, injecções., ginástica. Tudo funciona no in´cio, depois de umas semanas o efeito cessa, e ao fim de uns meses eu desisto. É assim desde 1999, quando eu pesava menos 50 quilos.

 

Todos os dias olho para mim e digo-me, ordeno-me que acredite que eu sou mais do que este corpo. E cumpro a minha ordem. Mexo-me, sou activa, falo, motivo, escrevo. Mexo-me menos do que devia do pescoço para baixo.

 

Mas a cada dor, a cada nova doença, a qualquer picadela que eu suspeite ser parecida com um qualquer sintoma de tudo o que passa no rodapé do placard, vou-me abaixo, porque tenho duas filhas e um marido. Eles precisam de mim, e eu quero vê-las crescer, e envelhecer ao lado dele.

 

Sim tenho muito medo de morrer, todos os dias, e hoje foi mais um deles, após cansaço inexplicável, tonturas, aliadas aos belos efeitos da metformina. Dor de cabeça, tensão baixa, açucar baixo, foi o que se veio a concluir. Hoje. Amnahã, não sei

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:17

30
Dez 11

Acabou-se e nada mais será como antes.

 

 

O nosso nível de vida já era. Não tenho grandes expectativas de trabalho, e sinceramente, até as ideias me escapam, eu a sempre "idiota"

 

Enquanto conto as gramas da comida, e os cêntimos da conta,  o âmimo foge de mim.

 

Resta-nos SER família, e pelo menos isso não parece escapar às nossas mãos.

 

 

Eu evito espelhos. Suponho que deva estar com um ar desolador, tendo em conta os abraços e beijos que o marido e filhas me têem dado.

Também não consigo ver bem, com os cheios de lágrimas.

E pior ainda com os óculos, que, na passada semana, custaram tanto quanto o que eu necessitaria para quase um mês de supermercado.

 

 

Nunca pensei que um dia viesse a ser assim. Todos os sonhos e planos furados, um retrocesso brutal.

 

À venda, o terreno que comprámos para a casa. Um sonho não pedido, mas à venda.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:13

24
Nov 11

 

Um gráfico de interesses e aptidões, há 22 anos, no relatório da psicóloga:

 

++ ciencias, engenharias, literatura, arte

+ exactidão matemática, actividade física

-- actividades burocráticas, actividades persuasivas, música, agricultura, pesca, silvicultura

 

 

A escolha: engenharia civil.

A paixão: obras em construção

 

O amor da minha vida: a leitura e a escrita

O guilty pleasure: a culinária e a agricultura de varanda

 

Dois amores, em nada iguais.

 

 

Resultado: um nível profissional bom, a rápida ascensão e glória, e a queda, lenta e de olhos abertos, sem paraquedas, apoiada nas teias de aranha que se agarram às paredes laterais do abismo.

Não cairei estatelada no chão, não me matará. Mas ficarei com muitas nódoas negras. E sem Hirudoid ou Trombocid

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:01

02
Nov 11

Desculpa-me, principe Alexandre, porque hoje deixei de te procurar.

 

Não por falta de amor, porque te ano, há muito tempo, e porque te continuo a mar, ainda que não não existas em mais nenhum lugar , excepto o meu coração.

 

Não por falta de paciência ou vontade, porque espero por ti há anos, e estou disposta a esperar outros tantos.

 

Deixei de tomar os medicamentos que poderiam melhorar as probabilidades de um dia vires a nascer, porque estamos quase sem dinheiro, e eu quase sem emprego. É só isso. Um motívo tão fútil como desprezível, mas real.

 

O pai tem medo, do que te pode faltar e às manas. Os avós acham que seria uma loucura. E eu estou de rastos...e choro, ainda que ninguém veja.

 

No entanto, a porta está só encostada. Podes vir quando quiseres, e eu vou estar de braços abertos para te receber.

 

 

e se não fores um principe, mas a mais pobre aldeã, o abraço será igual.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:48

21
Ago 11

Eu sou forte. Tenho um tamanho aumentado, por inércia, dores, e pratos de comida bem atestados.

Dantes, eu era magra. Em algumas alturas da vida, demasiado magra, até. Um dia comecei a trabalhar. Deixei de ter horas livres, descanso e boa vida. E passei a ter fome, devoradora, fome de tudo o que me soubesse bem. Nunca mais nenhuma dieta fez de mim o que era, antes pelo contrário. Hoje, e desde há vários meses, que não subo à balança. Já nem quero ver. E depois choro, quando penso a sério no que me estou a transformar todos os dias.

 

Eu sou forte. Decidida, de ideia fixas. Consigo dizer-me que tenho de acordar às 2, 4 6 da manhã para acabar um trabalho, cozinhar um banquete para a família. Quando isto se repete várias vezes numa semana, fica difícil, mas sei o que tenho de fazer, e faço-o. Dantes, seria capaz de o fazer por uma boa corrida, um passeio a pé ou de bicicleta. Há cerca de um mês, fi-lo, para ir pescar de madrugada com o R., e podermos disfrutar do prazer ao nascer do sol numa praia deserta e inacessível. E no entanto, ainda não o fiz para subir para a bicicleta que estáali, a 60cm da minha cama.

 

Eu sou forte. Mas estou a deixar de o ser.

às vezes penso que, se a vida fosse só minha ( e não o é, tenho os meus 3 amores!), seria capaz de tudo. Todos os dias me levantaria cedo e faria a ginástica, a caminhada, a dieta. Todos os dias iria trabalhar para uma empresa que me pagaria bem, e trabalharia tudo, daria o litro, e voltaria livre de outras preocupações para casa. E seria magra. Mentira! Porque não sei ser só eu, nem seria feliz sem eles, e quando estou só eu, a preguiça também não me larga.

às vezes penso que largaria tudo e passaria a uma vida frugal, algures no fim do mundo, a pôr ao serviço dos Homens os meus conhecimentos e as minhas mãos. E que emagreceria por via da frugalidade e de tudo o que simplesmente não existiria a mais nessa vida simples. E seria magra. Mentira! porque tdos os dias tenho a oportunidade de simplificar e de estar ao serviço, e muitas vezes não o faço.

 

Hoje estou assim. No remorso de um fim de semana de banquete de reis , para as pessoas que eu mais gosto na vida,que me atestou de calorias, gastos ( e no entanto, felicidade, ironia do destino!).

Com coisas para fazer, a pensar fazê-las, e sem mexer um dedinho, a não ser para teclar frustações num blog.

 

Eu sou Forte.

E quero que amanhã seja o primeiro dia de um novo eu. Ou no dia seguinte. Ou no outro. Ou outro qualquer.

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:19

23
Fev 11

Fui operada em Outubro de 2008. Uma hérnia na coluna "rebentou" e deixou-me imobilizada e com as piores dores físicas de que tenho memória.

A recuperação foi razoável, e deu-me toda a liberdade para trabalhar sem dores.

 

Por outro lado, para além do preço exorbitante da operação, paguei um ainda maior. Desde essa altura que um sofá , um cadeirão, a cama , me lembram todos os dias que eu não fiquei como nova. Se estar sentada numa cadeira o dia inteiro, ou conduzir horas e horas não me fazem mossa, sentar-me num sofá pode terminar num doloroso pesadelo na hora de me levantar.

Deitar-me na praia, ou no sofá, é para esquecer. Deitar-me na cama, significa deitar-me de lado, ou começar com dores fortes em menos de cinco minutos. As noites passaram a ser um inferno, porque cada vez que precisava de mudar de posição, tinha de acordar e pensar como é que isso ia acontecer, e rodar-me, a força de braços, e com muita concentração, para não gritar de dor. Acordar muitas vezes por noite. E demanhã, um novo suplício, levantar-me. Com todo o jeitinho, rodando, pondo os pés no chão, levantando o tronco, e passar a primeira meia hora a tentar ganhar mobilidade sem dor.

E os pés, com dor na planta, reagindo a esforços, exercícios e com aversão a qualquer salto com mais de 4 ou 5 cm.

 

E eis que, este tempo todo depois, começo finalmente a acordar quase sem dores! É uma sensação fantástica, fabulosa!.

Sinto-me feliz! Sabe tão bem! Até dá tempo para ter voltado a sonhar...

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:51

11
Nov 10

 O cateterismo da papanique não funcionou, e em breve terá de voltar ao Hospital, para ser mesmo operada ao coração.

 

É aqui que eu penso que o melhor é marcar uma também para mim, porque não sei se o meu aguenta...

 

No pediátrico, em Coimbra, apesar de um edifício decrépito, ( do nível de um hospital a que fui no Quénia, há 10 anos)o atendimento foi muito bom, quer por médicos, enfermeiros ou auxiliares.

Até o sofá roto onde dormi me pareceu suficientemente confortável. A comida soube-me bem.

Porque vi a minha princesa a ser tratada como um rainha

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:59
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09
Nov 10

A perereca chorou, muito, nas cinco espetadelas que precisou levar até lhe conseguirem tirar sangue e colocar um cateter.

Amanhã, veremos se o buraquinho do seu coração vai ser fechado com sucesso.

 

O meu bem está a precisar de tratamento. O que lhe doi a ela, doi-me a mim bem mais. Desabei. Longe da vista dela.

 

Ela está feliz , a brincar por aí, já com amigas. O edifício do Pediátrico está velho, em péssimas condições, mas  dentro dos recursos que têm, parece-me que fazem um bom trabalho.

 

As minhas costas arrepiam-se quando olho para o sofá onde vou dormir nas próximas noites. Sofá, sentada. Maravilhoso.Roto. Hérnias.Tudo de bom.

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:35

05
Nov 10

Ee calhar aliviava-me a alma, mas o trabalho continuaria por fazer.

 

Ninguém veria, não teria de disfarçar, mas ao coração da perereca continuaria a precisar de operação.

 

Se calhar, devolvia-me a concentração, mas não sei se me animaria...

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:38
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04
Nov 10

A Papanique do meu coração vai ser operada ao coraçãozinho dela.

 

Há meses que isto me tortura, e está a ser difícil concentrar-me. Tento esquecer o pior dos pensamentos. Não posso ficar sem ela! O que é que me adianta dizerem que é uma operação fácil muito comum? è o meu bebé piri!

 

Se fosse a mim, dizia : corta! Mas não. Não tenho medo nenhum do que me fazem, a morro de medo do que lhe vão fazer

 

Amo-te muito, bebé linda da mamã.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:58

14
Jun 10

A semana passad a dermite seborreica atingiu proporções desastrosas.Marquei consulta para a dermatologista, mas só consegui para 4 dias depois

Como sempre, quando cheguei lá, apenas ligeiros vestígios.

 

Paguei mais nessa tarde em consulta e medicamentos do que canho em 3 dias.

 

Continuo com uma comichão do caraças

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:00

19
Mai 10

Estou a enlouquecer, a um ritmo tão rápido que me apercebo claramente da perda de capacidades.

 

Luto diariamente por uns momentos de descanso que consigo, durante um bocadinho, eventualmente ao fim de semana. Estou a esquecer-me, a distrair e não consigo estar concentrada mais do que uns minutos. Tudo o que é leitura técnica é um tortura, começo acelerada, salto linhas, como palavras e chego ao fim e não sei nada do que vi, e constato que foram inuteis os minutos perdidos, e volto a começar.

O trabalho acumula-se porque perdi a vontade e a concentração, e é um esforço enorme que faço para executar tarefas básicas da minha actividade profissional.

Comecei mesmo a duvidar que goste do meu trabalho, situação que sempre defendi. Apetece-me fazer tudo menos isto!

Estou apreensiva, ansiosa, com  o coração disparado todo o dia e já muitas vezes durante a noite.

Há dois dias que não ouço o despertador, sequer, e há meses, talvez anos que não tenho uma manhã em que diga, sim senhora, dormi bem e sinto-me revigorada. Estar na cama é mais uma fonte de dores e inquietação, mais vale estar acordada, contradigo-me.

 

Doi-me o corpo todo! Em qualquer parte há dores, nos pés, nas pernas, mas costas, são as piores e acompanham-se há dias, semanas, meses, sei lá não me lembro de quando não me doeram, afinal! É do peso, dizem e eu sei que sim, também é do peso, mas já estou por tudo e não consigo retomar a ditea. Pior, dou comigo a ir comprar chocolates regularmente, coisa que não era hábito meu, nem chocolates nem bolos ou outros doces.

 

 

Sei que tenho de pedir ajuda, mas estou a prender-me . Receio que começando o processo a minha vida se vá desmoronar eco´nomicamente e que depois venha tudo atrás. E receio também que , não começando, aconteça exactamente a mesma coisa.

 

Preciso de hibernar!

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:14

28
Abr 10

Juro que já não sei mais o que fazer!

 

Tirando uma fase boa com R., tudo parece desmoronar-se à minha volta.

 

Acho que estou a atingir o limite do cansaço, físico e psicológico, e isso não me parece nada bom. Se calhar, se fosse outra, já estava em casa com atestado médico, e se calhar não era tão difícli quanto isso.

 

Esgotou-se a vida própria durante a semana, e ao fim de semana é arrancada a ferros. O quarto das miúdas é o espelho de mim. O quarto, com toneladas de tralha encafuada e amontoada, com roupa por tudo quanto é lado ( as meninas não fazem por menos e é tirar roupa das gavetas até acharem uma que pensam que eu vou dixar vestir, no meio das birras de roupa diárias...) Todas as semanas é aspirado, e limpo o pó. A tralha acumula-se a um ritmo bem superior.

 

No meu quarto cresce o monte de roupa para escolher e dobrar, cuecas de quatro rabos, meias de oito pés, o cesto da roupa para passar, o cesto da roupa passada. Há meses que ando a pensar num armário que me possa tirar tudo isso da vista, mas não está fácil. A roupa que vemm passada, rapidamente fica quase como estava antes. Bem dizia a D.A, que achava que eu estava sempre a lavar roupa.

 

Concluo que só posso estar a ficar maluca.

O Blog faz-me falta para desabafar, mas não posso estar aqui todos os minutos. É verdade, sim senhor, tenho de trabalhar, e a net tanto tem de bom como de mau.

 

 

Ando a manipular o adiamento de uma reunião má, há dias, mas hoje tem mesmo que ser. Talvez tudo me pareça pior por isso, mas a verdade é que tenho medo de deitar tudo a perder, de cabeça quente com a vida e o calor que teima em não ficar só lá fora.

 

Para melhorar a coisa, doiem-me as pernas, de edemas que não vejo mas sinto... com muita força, aliás. Ontem ainda usei meias de descanso, que lavei à noitinha para voltar a usar hoje. Ficaram penduradinhas onde as deixei, perto da uma da manhã, e saí de pé descaço, numas sandálias vermelhas, que pecam pela falta de um salto ligeiro, apenas.

 

Perdi o rumo. Deixei que o trabalho ocupasse o lugar da areia, que rodeia as pedras do meu frasco, e o pior é que entrou bem molhada, compactou e secou, dificultando a entrada de mais o que quer que seja.

 

Tenho de ir, vou tentar pôr em prática a comunicação assertiva...

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:51
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27
Abr 10

e eu caí e chorei....

Chorei muito e depois limpei as lágrimas, peguei no telemóvel e no computador e recomecei.

 

Um estúpido decreto-lei, empurrado pelas eternas guerras entre engenheiros e arquitectos, proibe-me de fazer o que mais gosto: direcção de obra.

 

Só o poderei fazer integrada nos quadros técnicos de uma empresa de construção.

 

Como se um médico não pudesse ser médico sem ser director técnico de um hospital ou clínica...

 

Basicamente, estou a cometer ilegalidades atrás de ilegalidades desde Novembro, mas nem eu sabia, nem a maior parte dps envolvidos na questão.

 

Quer dizer que 80% da facturação da micro empresa está em risco, quer dizer que tenho de mudar de vida. Ontem...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:54

22
Abr 10

O sono, mais propriamente, a falta dele estão a dar cabo de mim. Estou que nem posso.

Com tantas coisas para fazer, e uma moleza impressionante.

 

Pela primeira vez, em vários meses, hoje é quinta feira e não fui às obras. No escritório não está a render.

 

mais valia estar a dormir a sesta em qualquer lado...

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:04
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07
Abr 10

Detesto esta frase, porque me parece que é a desculpa ideal para não se fazer nada contra. Mas, hoje, também sou assim!

 

Existe um personagem no meu mundo do trabalho, que debaixo de uma capa de importância e seriedade, é um filho da mãe tremendo.

Não gosto dele desde o primeiro dia em que o ouvi , só pelo telefone, sem lhe ter posto ainda a vista em cima.

Não larga durante meses, é um pica-miolos malcriado durante meses, complica-me a vida a torto e a direito, e no fim ainda vai levar uma belo maço de notas à sucapa, e comigo a ver?

 

Estão a gozar comigo, não? E ainda queriam que eu colaborasse...

 

É claro que, de hoje em diante, se eu já tinha pouca consideração pela peça, perco-a pelo completo, e o respeito devido, pela educação que me deram, vai logo atrás.

 

Quando é que eu abro os olhos, alguém me diz?

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:09
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31
Mar 10

O dia de hoje foi mais um para esquecer.

Como é que é possível? Passei todo o dia ao telefone , e não consegui pegar em nada de uma ponta a outra. Ralhei, berrei, gritei, mandei emails,porra, estou de rastos. Vão-se.........( Não, vão fazer outra coisa qualquer mais desagradável)

 

Mais ainda, e ainda não percebi como, quando e porquê, uma colaboradora do escritório levanta-se a meio da tarde, deseja Boa Páscoa, felicidades para a empresa e desaparece sem mais explicações, penso eu que para sempre... não consigo sequer perceber o que se passou, mas estou irritada de mais para tentar, e demasiado cansada para pensar.

De qualquer modo, ela vai ter de voltar, deixou cá a carteira e não tem chave...Mas é que me faz falta! Não vou atrás dela, não tenho tempo para garotices, mas faz-me falta. Não havendo discussões, reclamações, falta de pagamento e outros, não estou a ver o que se terá passado.De castigo, amanhã vou para Lisboa, e o escritório vai estar fechado. Quando precisar da carteira, telefone. Fica onde ela a deixou.

 

 

Como é que tanta coisa pode correr mal num só dia? E porque é que têm de chover agora mesmo? e Muito?

 

Só me apetece chorar, cjorar, chorar, ou empanturrar-me, até rebentar, com TWIX, panquecas com Nutella, Chocolate amargo, Chocolate quente, mousse de chocolate, petits gateaux de chocolate, CHOCOLATE,CHOCOLATE, CHOCOLATE...

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:34

30
Mar 10

Eu não sei mais o que fazer.

 

O meu cérebro deu três nós e não há listas que me valham.

Ontem li qualquer coisa sobre um livro de uma nova tendência, de trabalhar só quatro horas por semana (?), para se aproveitar a vida, com dicas de gestão de tempo, e afins.

Digamos que hoje consegui receber o ordenado de Outubro, faltando ainda todos os outros, subsídio de natal e deslocações de Outubro até agora, que pago do meu bolso...Mato-me a trabalhar para conseguir um míseros tostões, tarde e a más horas, menos do que no primeiro emprego, entre 1998 e 2001. Faço economia caseira, poupo em algumas coisas para nos aguentarmos sem problemas, sem as miudas se ressentirem ou pressentirem. O marido, então, nem se fala, não lhe posso apontar sequer extravagâncias ou despesas que não sejam bem calculadas.

 

Será que este é o caminho? Ontem levantei-me às 4:30 para me sentar ao computador. Cheguei das obras às 20:40h. Admito que parei um bocadinho na estação de serviço da autoestrada para comer qualquer coisa, já que o almoço tinha sido dentro do carro, com comiga fabricada de estação de serviço. Foram 16 horas seguidas a trabalhar, e depois voltar para casa, tratar das miudas, dar banho, deitar perto da meia noite, e hoje acordar cedo outra vez.

 

Porra, estou cansada. Tenho sono, não me apetece trabalhar. Aponto o que tenho para fazer e vou riscando, mas a todas as horas surgem mais coisas para fazer, para telefonar, para responder, para perguntar.

Não sei quanto mais tempo vou aguentar!

 

Na próxima semana começo um curso de formação de formadores. Pode ser que surjam novas oportunidades, e não vou querer desperdiçá-las.

omo vou conseguir fazê-lo, é mais uma incógnita, mas não há-de ser nada...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:39

12
Mar 10

Estava a precisar de ouvir os acordes

 

---~...- ---~...-

tã tã tã TÃ ta-ta-ta tã  

tã tã tã TÃ tá-ta-ta tã

 

Há uns 8 ou 9 anos ofereceram-me o CD do Luis Represas, "Reserva Especial", e tem uma versão muito boa.( pertence ao meu stock permanente de Cds da bolsa do computador, e são só meia dúzia)

 

Só recentemente ouvi o Original do Sérgio Godinho, e volta e meia os acordes martelam-me na cabeça, e afinal é uma música  3 anos mais velha do que eu

 

 

 

Estou tão cansada, doi-me tanto a cadeça, e a barriga inchada parece um tambor. Já lá vão 11 horas desde que entrei no escritório e mais 3 ou 4 horas eram poucas. Estou estourada.

Hoje é sexta e amanhã estarei de volta. Esta noite, pois vai ser mais uma a trabalhar, quer-me parecer.

 

Um destes dias rebento.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:54

05
Mar 10

No dia em que fiz 35 anos, voltei a ter um ataque de ansiedade. Mais propriamente, na noite ( normalmente ocorrem de noite), depois de uma troca de palavras e de acções escusadas de parte a parte.

Já é o segundo em menos de 2 meses, e mais do que a diarreia, nauseas e vómitos, perturba-me o frio que me ataca e me deixa a tremer descontroladamente e as insónias, que me deixam de olhos bem abertos e coração apertada até altas horas da madrugada.

E quando, finalmente, adormeço, toca o despertador.

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:55
sinto-me: mali mali

06
Jan 10

Dizia um senhor com quem trabalho, um dia destes, qualquer coisa sobre a minha forma de apresentar contas, todas certinhas, mas contas de merceiro, que só eu percebo..

"Tem de melhorar isto", dizia," é o que lhe estraga tanto virtuosismo!..."

Tem razão, mas veja, já apresento em folhas separadas, como me tinha pedido...respondi eu.

 

Nunca ninguém se tinha referido, a mim, como virtuosa!

 

Não sou a melhor que conheço em nada do que faço. Até sou bastante aldarabona, diga-se de passagem, e às vezes minto tão bem que até eu própria estranho.

 

No entanto, sou entusiasta, esforçada, decidida e frontal, consigo usar uma certa dose de inteligência emocional.Sou manipuladora, quando quero. Dizem que mostro uma enorme segurança no que faço, até sou educada e prestável, e trabalho muito bem numa equipa em que seja eu a mandar. Sou desenrascada.

 

Tenho uma memória bastante razoável, facilidade e rapidez de leitura de texto e projecto, e se não estiver muito barulho, consigo captar muitas coisas que decorrem ao mesmo tempo, à minha volta. Tenho boa capacidade de trabalho debaixo de pressão e com um bocado de boa vontade, consigo fazer as coisas de modo a agradar a Deus e ao Diabo.

 

Tenho um mau feitio, que poucas pessoas tiveram o azar de ver, porque consigo escondê-lo durante muito tempo, e um fabuloso humor negro, que encantava o meu primeiro chefe...e no entanto, não é fácil verem-me a rir à gargalhada. Mas sorrio bastante!

E consigo esconder ainda as insónias e ansiedades, dores de barriga e choro iminente, em momentos chave, atrás de um sorriso, de uma piada certeira, ou do comentário mais cínico - até ao minuto em que , já sozinha, possa explodir de raiva ou de dor, chorando até esvaziar o coração.

 

Lido mal com a injustiça e com incompetentes. Sou refilona e bato-me por aquilo em que acredito, até me demonstrarem que estou errada. Aí, sei pedir desculpa, ainda que arrancada a ferros...

 

Tento ser eficiente (um misto de eficaz e de competente)

 

Os meus ex-patrões experimentaram, todos, a dose completa, e até hoje, despedi-me sempre de todos os trabalhos, a partir do momento em que deixei de ser feliz no que fazia.

 

Porque eu adoro a minha profissão: sou engenheira civil e trabalho nas obras. Posso afirmar a pés juntos que não sabia para o que ia, quando entrei do IST, nem quando de lá saí, 5 anos e 1 dia mais tarde. Garanto-vos que é uma profissão lixada (f.d.d.para falar curto e grosso), mas tudo somado, adoro. Se ganhasse mais e trabalhasse menos, então seria melhor que torrões de açucar amarelo!

 

 

Apesar de toda a crise, lancei-me na incerteza, e criei uma empresa de mulher, que dá trabalho a mulheres, ousando singrar num mundo de homens, sendo mãe, esposa e dona de casa, ao mesmo tempo.

(Também dá chatices, menor rendimento, mais horas de trabalho e dores de barriga, à espera dos cheques dos clientes que não chegam, e impostos e contas que não param de chegar)

 

 

Por estas e por outras,e  no meio de tanta contradição, tenho uma certa dor de cotovelo, de alguns engenheiro/as(?) e doutore/as e professore/as e outros afins da função pública ( e porque não, privada?) que não percebem, não gostam, não se dedicam, nem se ralam com o trabalho que fazem, mas que recebem o belo antes do fim do mês e têm o trabalhinho assegurado no mês que vem, sem ter que se esforçar , nem sequer disfarçando ou fingindo que o fazem. Passo-me!

 

Ou talvez não inveje, apenas lamente, por eles...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:41
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