Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

30
Dez 11

Acabou-se e nada mais será como antes.

 

 

O nosso nível de vida já era. Não tenho grandes expectativas de trabalho, e sinceramente, até as ideias me escapam, eu a sempre "idiota"

 

Enquanto conto as gramas da comida, e os cêntimos da conta,  o âmimo foge de mim.

 

Resta-nos SER família, e pelo menos isso não parece escapar às nossas mãos.

 

 

Eu evito espelhos. Suponho que deva estar com um ar desolador, tendo em conta os abraços e beijos que o marido e filhas me têem dado.

Também não consigo ver bem, com os cheios de lágrimas.

E pior ainda com os óculos, que, na passada semana, custaram tanto quanto o que eu necessitaria para quase um mês de supermercado.

 

 

Nunca pensei que um dia viesse a ser assim. Todos os sonhos e planos furados, um retrocesso brutal.

 

À venda, o terreno que comprámos para a casa. Um sonho não pedido, mas à venda.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:13

02
Nov 11

Eram seis da manhã, e rebolava na cama há alhum tempo.

 

Ele sentiu-me acordada e abraçou-me. Disse-lhe: Quero fechar a empresa. E expliquei-lhe que o quero fazer antes de ter dívidas, o que será já no final do mês, o o dinheiro continuar sem entrar. E, no telemóvel dele, moostrei-lhe o que há de anúncios para engenheiros, os que já concorri, e tudo mais.

Chorei, desesperei, mas aliviei o coração.

Só me abraçou, e pouco depois voltou a adormecer.

 

 

Senti-me  um pouco mais leve. Um pouquinho, só. Mas qualquer coisa.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:04

Desculpa-me, principe Alexandre, porque hoje deixei de te procurar.

 

Não por falta de amor, porque te ano, há muito tempo, e porque te continuo a mar, ainda que não não existas em mais nenhum lugar , excepto o meu coração.

 

Não por falta de paciência ou vontade, porque espero por ti há anos, e estou disposta a esperar outros tantos.

 

Deixei de tomar os medicamentos que poderiam melhorar as probabilidades de um dia vires a nascer, porque estamos quase sem dinheiro, e eu quase sem emprego. É só isso. Um motívo tão fútil como desprezível, mas real.

 

O pai tem medo, do que te pode faltar e às manas. Os avós acham que seria uma loucura. E eu estou de rastos...e choro, ainda que ninguém veja.

 

No entanto, a porta está só encostada. Podes vir quando quiseres, e eu vou estar de braços abertos para te receber.

 

 

e se não fores um principe, mas a mais pobre aldeã, o abraço será igual.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:48

12
Out 11

 

É sistemático, e eu já devia saber.

 

O primeiro teste de gravidez da minha vida foi feito com uma amiga, estava eu a estudar em Lisboa, e só podia dar negativo. E foi o que deu. Dias depois, repetido com o namorado, e sim, era mesmo negativo.

Penso que ainda terei feito mais outro, sim, claramente negativo, durante os meus tempos de solteira. Claro que ia dar negativo, mas just in case...

 

O que eu não sabia que ia ser por coisas destas que eu começaria a ir ao médico, até ser diagnosticado sindroma de ovários poliquísticos ( OBESIDADE, INFERTILIDADE, INSULINO RESISTÊNCIA, HIRSUTISMO, e outra que eu não me lembro, foram os substantivos que passaram a fazer parte dos meus dias). Acho que só escapo mesmo ao excesso de pelos- considero-me normal, às vezes até um pouco sortuda.

 

Depois de casada, em menos de dois meses decidimos que queriamos ter filhos e aí os testes continuaram a dar negativo...

Testes atrás de testes, meses a fio, sempre negativo.

Até quando fiquei grávida da mais velha, depois de meses de tratamentos e injecções aquela treta deu negativo...

 

Dezenas!!! Dezenas de testes que já fiz, e a dar negativo. Ao fim de 1 dia, de 5 dias, 10 dias, 20 dias de atraso.

Já podia ter ido com o marido fazer umas férias a sério à conta do dinheiro gasto...

 

Há 2 anos que tento engravidar, de novo. Primeiro, com ele relutante, mas dia 5 de Dezembro, passarão 24 meses desde que ele aceitou entrar nesta luta comigo, de braços abertos ao que der e vier ( ou não vieir)

Há meses que faço tratamento, dos mais simples, porque simplesmente não tenho dinheiro para repetir os que fiz em 2001/2002.

 

Todos os meses choro. Mas não posso, nem por um segundo, deixar passar essa ideia de desespero, e guardo silêncio.

 

E de vez em quando, mais um teste.

 

E é aí que eu digo: batam-me, mas com força.

cada vez que eu faço um teste, ás vezes ainda não acabei de fazer o xixizinho no teste, e lá vem o pingo vermelho. Fico pior de danada. Fico f......ornicada!!!

 

E por isso, hoje fui espera. Fiz o xixizinho no copo e espreitei. Limpei-me, e nada. Sim, posso abrir a caixa e usar o teste. Sim, que esta porcaria é cara.

E o resultado foi:    Negativo.

 

Eu , sentadinha na sanita, à espera da 2ª risca, depois de uma semana de contenção de impulsos, e nada.

 

Desisti. Limpei-me melhor. No papel: vermelho...

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:24

08
Jun 11

Tenho saudades de causar o efeito UAUH...

Não a qualquer um, a ele.

 

Parece que me esqueci, ou que se apagou, tudo o que eu sabia sobre esse assunto.

 

Vejo fotos da primas mais novas, ( fonix, que aviões!), das sobrinhas, e já das filhas, que tão minúsculas e já sabem tudo o que é preciso de coqueterie, e sinto-me um mono!

 

Daqui a dois dias, estaremos todas juntas, outra vez, e eu vou sentir saudades do que eu era há 12 ou 13 anos atrás, assim, como elas. Bonita, jeitosa, apetitosa mesmo - e eu sei bem que o era!, e, sentindo-me jovem ( ainda não me capacitei que tenho 36 anos), serei a prima velha e gorda. Definitivamente, aquela que cumpriu com todos os preceitos. A que namorou para casar, casou e teve filhos ( e disto não me arrependo, nem mudava um milímetro!), aquela que fez o seu curso no prazo certo, passarando pela universidade no sentido estrito do dever, com notas não excelentes, mas razoáveis, a que não foi à excursão de finalistas, a que nunca apanhou uma bebedeira, a que raramente saía à noite. A certinha . A que FOI bem sucedida no emprego, desde o 1º até ao 3000º dia de trabalho ( daí em diante, acho duvidável...).

A refilona, opiniosa, que não leva desaforos para casa. A corajosa, que enfrenta desafios. A lider, que chefia(va) equipas de muitos homens. A que teve ciragem de empreender...

 

Esse vestido fica-te bem, será talvez o mais simpático para o ego que ouvirei. Não um ficas bem dentro desse vestido. Cortezmente, talvez um "estás mais magra?", e rirei de mim própria, e sairá uma fabulosa piada de humor negro, que deixará o outro lado feliz de ver como eu sou tão feliz e me aceito tão bem assim...

Tens sempre umas sandálias tão giras.. será outra das hipóteses! As sandálias que me causam dores atrozes, mas que, prateadas, douradas, vermelhas, pretas,  de que cor sejam, vistosas, são a maneira de desviar os olhares dos 4/5 superiores do meu corpo.

 

Daqui se vê o emu evitar de espelhos, de fotografias. Se eu só tiver de olhar para mim, de manhã, antes de sair de casa, é como se todo o resto do dia andasse invisível. Eu não me vejo, portanto, ninguém me vê...penso eu...

 

Daqui a dois dias, lá estaremos todas, as conversas serão postas em dia, em mesas separadas, as mais velhas com as mais velhas, as mais novas com as mais novas, eu a mais velha, e sucessivamente 36.35.35.33.31.30.30.27.23.22.21.20.19.18.18..16.12.  17 primos/as, 8 esposos(as)/ namorados(as),  5 filhotas+2 filhotes.

 

As minhas pernas, a minha barriga, a papada do queixo, as peles dos braços. O cabelo indisciplinado. Os óculos.

 

Hoje, não me sai da cabeça. Amanhã, tenho mais em que pensar. Quando for completar a depilação, talvez daqui a 24h, voltará tudo de novo.

 

Ninguém, no entanto, o verá. Talvez ele, talvez se de conta, e me abrace e me mime. Se não o fizer, abraço-me eu a ele.

publicado por na primeira pessoa do singular às 22:32

17
Dez 10

Ontem estava KO e fui fazer o que se fiz que dá felicidade às mulheres: Compras. Assim como assim, o trabalho não estava a render, e já que tinha que ir à ESTG, aproveitei

 

Aterrei no Leiriashopping e corri aquelas lojas todas. Fuck! Tanta coisa e nada me serve! Isto, tendo em conta que estou farta de um guarda roupa Canda da C&A. Estava decidida a escolher algo, mesmo que fosse um pouco mais caro, e como tal, atrevi-me a entrar em lojas a que nunca tinha ido, daquelas em que me caiem os olhos só de ver os preços nas montras.

 

As modas deste ano agradam-me, mas parece que todas as gordas do mundo chegaram às lojas primeiro do que eu e não sobrou nada mais do que XS, S e M. Ou então, e a triste realidade deve ser mesmo essa, as gordas não têm direito a ter roupa. E tem tudo que ser roxo , e castanho?

 

Em temos de lingerie, lá terei que ter mais um básico da Triumph, e pagar o belo por um confortável soutien  branco/preto/creme em vez de um bonito conjunto . Lá vão os tempos em que tinha uma coecção invejável!

 

E depois sapatos! O meu pé tem tamanho 38. Se forem chinelas até serve um 37- Mas o peito do pé é largo, bem como a perna. Botas com cano, já desisti. Botas pequenas, eu sei que deve existir alguma coisa que me sirva. Sem 10cm de salto! Ainda outro dia comprei uns, só que até ficava com caimbras. Desisti delas nos primeiros 15 minutos de uso. Anda a minha irmã mais nova montada naquilo. Para tudo o que é fechado, tenho de comprar o 40! Restam-me as sapatilhas, sapatos tipo mocassin e botas de obra. No Verão ainda se arranja qualquer coisa, agora para Inverno, estou, como sempre lixada.

 

Entrei também em perfumarias, lojas de maquilhagem, mas não me atrevi a gastar um tostão. Saudades de outros tempos.

 

Ainda me passou uma coisa má pela cabeça, e tentei imaginar como seria a minha vida, solteira, sem filhas... e agora só tenho que viver com o arrependimento de sequer ter posto essa hipótese.

 

Passei ainda pela decoração, e concluí que a minha casa é tão básica...e no entanto onde é que eu ia pôr mais coisas?

 

Resultado: sai das compras de mãos vazias e com um péssimo, muito mau, mesmo, Humor.

 

Só não entrei na FNAC e na Bertrand: aí tudo me serve, e sou feliz nessas lojas! Livros de todas as medidas!

 

Conclusão: passei no continente e comprei materiais para as prendas de natal que tenho de fazer. Não, não comprei açucar!

Para mim, nada, pelo que tenho de continuar a ouvir a reclamação do marido quanto às minhas camisolas velhas. A solução é perder o amor à carteira e entrar na Daline, e esperar que tenham promoções. Mas não me apetece nada ir para o centro de Leiria! e depois terei de continuar a ouvir o marido por causa da conta que vai aparecer no extrato do banco! Porra, eu não quero nada de luxo! Só roupa simples para o dia a dia, que me sirva, sem ter de parecer que , em vez de engenheira, sou o servente da obra. Eu adoro roupa prática, calças de ganga, sweat shirts, sapatinhas, mas ontem dei comigo a evitar todos os espelhos das lojas. Só de olhar, não mete medo, mete dó!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:16

11
Out 10

 

 

 

Hoje, um anjo agarrou-me os braços com força e protegeu-me de mim própria.

 

Agarrou-me com força, arrastou-me para a cozinha e afastou-me da minha filha mais velha, que esteve a uma distância muito pequena de levar a sova da vida dela, ainda antes de ir para a escola.

 

Eu não vi o anjo, mas ele deve ter lá estado, porque no último segundo, uma força maior do que eu e que a raiva que eu estava a sentir, afastou-me dela e deixou-me no chão a hiperventilar, com uma dor no peito, num estado de nervos tal que nunca me lembro de isto ter acontecido, mas poupei-a de uma tareia que seria desproporcionada, bem sei, apesar de aquela pirralha insolente estar mesmo a pedi-las.

 

 

Só estou para saber se foi o anjo da guarda dela ou o meu...

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:45

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