Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

02
Nov 11

Desculpa-me, principe Alexandre, porque hoje deixei de te procurar.

 

Não por falta de amor, porque te ano, há muito tempo, e porque te continuo a mar, ainda que não não existas em mais nenhum lugar , excepto o meu coração.

 

Não por falta de paciência ou vontade, porque espero por ti há anos, e estou disposta a esperar outros tantos.

 

Deixei de tomar os medicamentos que poderiam melhorar as probabilidades de um dia vires a nascer, porque estamos quase sem dinheiro, e eu quase sem emprego. É só isso. Um motívo tão fútil como desprezível, mas real.

 

O pai tem medo, do que te pode faltar e às manas. Os avós acham que seria uma loucura. E eu estou de rastos...e choro, ainda que ninguém veja.

 

No entanto, a porta está só encostada. Podes vir quando quiseres, e eu vou estar de braços abertos para te receber.

 

 

e se não fores um principe, mas a mais pobre aldeã, o abraço será igual.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:48

19
Ago 10

A minha pequenina faz 5 anos. É a coisa mais linda deste mundo. A minha Linda I.

 

No seu mau feitio, revejo-a como uma extensão de mim, o que eu acho que fui quando tinha a idade dela, e penso no que ela possa ser quando for da minha.

 

O meu coração derrete-se por ela, e há meses que anda apertado só de pensar que daqui a uns dias vai fazer um cateterismo para tapar um buraquinho no coração...

 

Papanique, a mamã ama-te muito. Deliciosa! Gulosa! ( de chocolate, mimos e massagens!)

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:29

13
Ago 10

Estou KNOCK OUT.

 

Um mal estar geral abateu-se sobre mim, mas já não é de hoje.

 

Nos últimos 15 dias já gastei quase 40 euros em testes de gravidez, mas sou burra e não entendo, ou não quero entender, que se apesar de um grande atraso aquilo diz não, é porque é não. E será outra coisa qualquer.

 

Sinto calores, suores, cansaço ( eu sei, está calor, tenho trabalhado muitas horas, dormido pouco, mas não é SÓ isso).

 

São muitos meses à espera... e parece que ainda vou ter de esperar.

 

De qualquer modo, já marquei a revisão na GO do costume, que me vai dizer que sou louca, que tenho duas filhas lindas, uma vida complicada e trabalhosa, para quê outro filho, blá blá blá, aproveitar a vida,  conversas de quem já me conhece desde os 16 anos (e vou nos 35...).

E vai ouvir a conversa do costume, que eu quero, e que não vou ficar mais nova, e que quanto mais tarde mais riscos, e que com duas cesarianas ela limitou-me a 4 e eu só peço 3...e lembrá-la que faz na próxima semana 5 anos, debaixo de uma epidural e com uma bonequinha cabeluda acabadinha de sair da barriga, marquei encontro com ela naquele bloco operatório para o ano de 2007, para ir buscar um Alexandre, e já estamos em 2010 e nada.

 

Nesta guerra estou quase sozinha. É do conhecimento geral de quem convive comigo que eu quero ter mais filhos. Sorriem e dizem que é preciso ter coragem, ou dizem que estou doida, que a vida está difícil, e mais isto, e mais aquilo.

 

Ele , nem apoia nem deixa de apoiar. Acho que me diz que sim com um misto de não me querer ver triste , mas com medo do que virá, com vontade de ter mais um minúsculo nos braços, mas que cinco na mesma cama já são muitos. Mas pelo menos já deixou de dizer não. E garante que , se vier, será muito amado. Chega-me saber isso.

 

Pelos meus sogros, imagino eu que podiam vir mais 5 ou 6 e eram poucos.

Pelos meus pais, não tenho qualquer dúvida do amor e carinho que mais um bebé iria receber, como as irmãs e primas recebem, mas iriam suspirar e falar e  mandar pensar duas vezes , nas dificuldades da vida, nas incertezas e como tomar conta de mais um...é claro que aqui eu tinha de arranjar uma empregada para ajudar a minha mãe, porque ficar com 4+1ia ser uma dose . Por isso, nem abro a boca, nem comento ou desabafo, para evitar sofrimentos antecipados, a ambas as partes.

 

Nunca falei muito destes assuntos com as minhas irmãs, porque em solteira não era suposto haver "actividade", e depois de casada, continuei sem ter muit à vaontade para abordar estes assuntos.

Com amigas, no geral ( e também porque não tenho assim tantas), não falo. Porque invejo aqueles que, como diz a D,  só precisam "dar meia"...

Com a I, às vezes ainda falo qualquer coisita, mas nunca fui de entrar muito em pormenores, esses são só meus e do R.

 

(Além de que ainda me podem cobiçar o homem, se eu contasse as suas habilidades, e não posso arriscar-me a perdê-lo para uma invejosa qualquer!)

 

O que eu sei é que temos treinado, e bem!, diga-se de passagem, mas como uma selecção à portuguesa, os golos não surgem.

 

E se isto não fosse suficientemente mau, não sei quando me vem o período, e pode aparecer a qualquer hora! De enxurrada, como de costume! Nas obras, longe de casa ou de uma casa de banho ou de uma muda de roupa estratégica.

 

E já nem sequer vou entrar pelas hipoteticas doenças a que isto pode estar ligado, já nem vou por aí, senão...

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:33

15
Jun 10

Estou muito longe da forma e elegância de há alguns anos atrás.

 

No entanto, começo a dar razão ao quem diz que é aos 35 que as mulheres são melhores...

 

Pelo menos, se não é melhor, é mesmo muito bom.

 

Ou então é ele que está a superar e transcender....

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:42

06
Abr 10

Ao meu marido:

 

Amo-te tanto, mais que muito!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:04
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16
Jan 10

Acho que o meu coração está a empedernir.

 

Há sei lá quantos anos, com Chernobil, lembro-me da familia se ter mobilizado para receber alguém, que nunca chegou..

Há 11anos, no meu primeiro emprego, indignei-me do modo como estavam a ser recebidos a primeira leva de ucranianos que chegavam para as obras... e a engenheirita, de mangueira na mão, lavou os espaços a que chamavam de quartos,  mandou, ralhos, barafustou, mas conseguiu condições para alquela meia duzia de rapazes ,que chegava sem saber uma única palavra de português. Recortei panfletos, desenhei, escrevi e fiz um dicionário ilustrado de primeira necessidade, com escrita e fonética, de números, horas, ferramentas, alimentos. Levei um frigoríco de casa. Fiz o que pude e o que não pude.Dos funcionários, ganhei respeito e admiração. Da patroa, um olhar de admiração. Do patrão, um sermão deste mundo e do outro.

De tudo o que não era bom, reconheço hoje, que já nessa altura, ele lhes estava a oferecer condições muito acima do que, desde então, tenho visto , até aos dias de hoje.

Noutro emprego, revoltei-me contra as condições sub-humanas a que os funcionários eram sujeitos, levantei uma Não -Conformidade à administração da empresa, no sistema da Qualidade, e grávida, despedi-me.

Emocionava-me com as desgraças do mundo.

Um dia, já mãe, dei quase metade do ordenado acabado de receber a uma mulher, que , à chuva, pedia dinheiro com um bando de garotos a chorar atrás. E sei que fui enganada.

Ultimamente, custa -me ver todas as desgraças, os sismos, os tsunamis, as guerras, mas é como se o coração se tivesse fechado. Vejo a mãe e a sogra a choramingarem à frente de televisão, e custa-me a entender.

Quando o avô Q morreu, não me apercebi. Tinha 3 ou 4 anos. Quando foi da avó M, em vésperas de exames para a universidade, deprimi. Depois, fechei o coração. O avô J, emprestado, a avó T, a Bisa M, a L, outros, não tiveram lágrimas.  E não quer dizer que lamente ou me custe menos. Defendi-me.

Agora, com o sismo no Taiti, limitei-me a procurar as contas da Cruz Vermelha e da AMI, e depositei uma soma, logo pela manhã, nas mãos daqueles que farão a diferença, mais dos que as lágrimas que eu possa derramar.

 

Se calhar é só mais uma desclpa minha. Ou se calhar, sou eu a ganhar a fibra que é necessário, para um dia, também eu fazer a diferença

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:19
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