Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

18
Out 10

Ontem fiquei em casa.

Só saí bem cedo para ir ao supermercado, estavam ainda todos a dormir.

Voltei e cozinhei, sopinha para bebés, cozido para 12, ameijoas para entrada, bolo Red Velvet para sobremesa( ficou pink velvet, a desfazer-se, mas sabe bem)

 

Com as filhas,os pais, irmãos  e sobrinhas, comemoramos o 10 aniversário de casamento.

 

Estendi roupa, apanhei roupa, pús roupa e louça a lavar.

 

Mexi a maceração para o licor de pêssego, preparei o de mentol e erva doce, o de lúcia lima , o de tomilho, alecrim e gengibre.

 

Adaptações minhas, eu que nem bebo bebidas alcoólicas. Agora tenho de arranjar garrafinhas "jolie nice" para os meus presentes da Natal..

 

Ainda passei pelas brasas no sofá, ficando com as costas num oito.

 

Fiz empadão com as sobras do almoço, vi televisão, não fiz nada de Trabalho-trabalho.

Ainda tive para madrugar esta manhã, mas não! Hoje tenho aulas até às 10 da noite, tenho de me aguentar de pestana aberta...

 

Soube mesmo bem...mas soube-me a pouco.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:03

01
Jul 10

É coisa que raramente vejo..Mas ontem fui almoçar tarde, e com a televisão ligada vi uma senhora de idade a falar de coisas da infância.

 

Estava com pressa, não estava com muita atenção, mas parece que a senhora estava a falar de outro mundo!

 

Pois bem, há 30 anos atrás, e eu tenho apenas 35, muitas daquelas coisas eram válidas, e há 15 também, na minha aldeia, e hoje também, em muitas outras aldeias.

 

Este era o raio de acção...a aldeia, o quintal, a ribeira, o pinhal...

 

Também assisti a matanças e também lavei tripas, de pés de molho no ribeiro...( coisa muito feia, hoje em dia, é verdade).

Os dias da matança eram sempre de festa, e o bando de primos ficava fora do páteo enquanto se dava o assassinato, propriamente dito. Depois, abria-se o portão e viamos e ajudávamos a chamuscar e raspar o pêlo queimado. Assistiamos à desmancha, tratavamos das tripas, faziamos morcelas e chouriças. Comiamos nesse dia o fígado, e havia sempre jardineira com a forsura e outras miudezas. Salgava-se parte do porco. Faziam-se torresmos. Dias de festa, mesmo.

 

No campo, pude crescer no meio da agricultura. AJudávamos a semear/plantar, e depois a colher, batatas, milho, tomate, pepino, feijão.

As descamisadas, ou desfolhadas, eram outro dia de festa, onde o milho colhido era desfolhado, com uns pregos grandes que rasgavam as caimisas. Camisas que a vaca iria comer durante uns meses. Faziam-se ainda bigodes com as barbas, ou lindas cabeleiras, para as bonecas com as folhas ou os carolos.

 

 

 

O malhar do feijão também era bom de ver, não de fazer, porque o malho era grande e a habilidade era pouca. Mas depois peneirávamos, ou joeirávamos, como dizia o meu avô, a favor do vento e era ver a s folhas secas a voar...

 

Nas vindimas, os netos sabiam as carreiras das uvas mais saborosas, e essas era apanhadas primeiro, para comer. Durante toda a manhã, era subir e descer com baldes e cestos carregados, a despejar no lagar, e , à tarde, saltavamos todos lá para dentro e era ver as pernas a ficarem vermelhas, e os pés doridos de pisar o engaço. Depois o sumo começava a sair para um cântaro de folha de chapa, o meu avô fazia umas afinações com uns pozinhos estranhos e media o grau com um termómetro que boiava.Os engaços eram postos numa prensa com emormes peças de madeira, e apertados com uma alavanca , a um ritmo certinho, tac, tac, tac tac.

Tudo isto durava uns dias. Depois tudo era mudado para pipos e tonéis, que tinham sido lavados dias antes, e onde o meu avô punha ( ou tirava?) uma papa branca malcheirosa e uma coisa amarela.

 

Na adega ficavam também uvas a secar, e maçãs e pêras, deixando essa cave com um cheiro mágico e divinal. É o cheiro que hoje identifico com maçã, e não gosto de comer outras que não tenham esse cheiro. É cheiro do perfume Magnetic da Gabriela Sabatini, que me deram há 18 anos, que usei quando comecei a namorar, que usei no dia do casamento, e do qual resta uma parte infima, bem guardado no meu quarto.

 

Ao pinhal, ia-se à lenha, à caruma e à pinhocas, tojos para currais,  e ainda à carqueija, ao rosmaninho, ao tomilho,( cheiros que eu adoro e uso para cozinhar quase diariamente) para as fogueiras dos santos populares. No Verão, junto à praia, camarinhas. No Inverno, musgo para o presépio.

 

As azeitonas, das quais não sou apreciadora, EXCEPTO as do restaurante Pontuel, eram sacudidas à vara e caíam para grandes panos estendidos em baixo. Umas iam para o lagar, e enchiam-se talhas de azeite para todo o ano, outras eram retalhadas e postas a curar, com água, sal, laranja e as ervas do pintal.

 

A rega era feita por grandes mangueiras , que traziam a água do poço para carreiros na terra, que encaminhavam a água, e que eram abertos e fechados, com a enchada, regado apenas e quanto necessário. Coisa que ainda hoje se faz, no quintal inclinado, onde cresce feijão, couve, corgete, abóbora, alface, tomate, pepini, beterraba.

 

Se a isso somarmos a vaca, o burro, os porcos, galinhas, patos peús e coelhos, ovelha e cabras, então isto foi o sítio onde cresci, e de que as minhas filhas hoje usufruem, se bem que com menos animais, já sem vaca e sem burro, cabras e ovelhas e porcos só de vez em quando.

 

 

 

Sei que fui privilegiada, e quero que elas tenham esta oportunidade. Por isso brincam na terra, por isso mexem em bichos,por isso foram iniciadas à caça do grilo, (com palhinha na toca, ou esguicho de água em último recurso), dos pirilampos, escaravelhos, e em breve saberão como se desmancha um buraco de toupeira,  por isso vão à feira da Agricultura, por isso passeiam no campo e no pinhal. Têm muito tempo para serem cosmopolitas mais tarde...

 

Por isso comprámos 5000m2 de terreno para um dia, quem sabe, lhe podermos dar nós estas condições...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:11

30
Jun 10

Não sei se já disse a alguém mas gostava de ter umas casa destas no meu terreno, para além da casa que sonhamos construir, mas sem saber se esse dia chegará.

 

 

http://www.siturbandesign.com/modular/index.html

 

Estas casa seriam para turístas , e eu seria uma anfitreã esmerada, de um serviço de turismo quase caseiro e familiar. Quase comeríamos à mesma mesa, desde o pão caseiro do pequeno almoço ao último licor do jantar, grandemente confecionados em casa e com recurso a um quintal e pomar esmerado, que ainda não tenho, mas gostava de ter. Como este...

 

 

http://www.jamieoliver.com/gardening/jamies-garden.php

 

E onde teria também animais de criação, que às vezes seriam transformados em assados...

 

E ainda jardins de flores, nada monumental ou artistico, apenas fofinho e mimoso!

 

E os nossos "convidados", e não hóspedes, se quizessem , poderiam usufruir do jardim, quintal e da criação, ou simplesmente não fazer nada...

 

E ainda teria tempo para ter um "Club" para senhoras ou senhores simpáticos, atentos, disponíveis, interessados, onde se fizessem uns lanchinhos enquanto de falásse de família, de leituras e culinária, com uns workshops de costura e tricot e renda, de trabalhos manuais, e outras coisas mais de perfeita dona de casa

 

Faria bolinhos, compotas, ( se calhar até teria mel!) licores e vasinhos de ervas aromáticas. Manteiga caseira e queijinhos e seria a prova provada de que se pode ser feliz com uma vida simples...

 

Quase como "Uma casa na pradaria" dos tempos modernos, e sem dificuldades!

 

Vai sonhando Margarida Manuela, vai Sonhando...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:01

11
Jun 10

A minha cabeça anda desorientada, e nestes momentos preciso de ter tudo organizado à minha volta para raciocinar.

 

Após anos de resistência, fomos ao IKEA, e pronto, agora que lá fui uma vez, temo pela repetição.

 

Andámos a montar um super roupeiro, para o quarto, uma vez que ao fim de 10 anos era impossível andar por alí com tanta tralha e sem sítio para a pôr.Deitei muita coisa fora, outras coisas são para dar, mas, acima de tudo, descobri coisas que nem me lembrava de existirem, por estarem no fundo de sacos e caixas.

 

Agora, tudo tem o seu lugar!

Vamos ver por quanto tempo.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:30

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