Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

28
Jan 16

aqui a santa desconfia.

 

Ainda não chegámos ao fim de Janeiro, e já enviei 25% de orçamentos para eventuais trabalhos comparativamente ao total do ano passado, que foi infinitamente melhor que os 3 anteriores...

 

Já fechei dois contratos e está outro em mira.

 

 

"Haxixe" munte stranhe!

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:18

25
Jan 16

Falo apenas da minha pobreza de guarda fatos.

Para além de um ou fatos de cerimónia, para ir a casamentos, baptizados e afins, os mesmos há uma carrada de anos, feitos por medida pela minha mãe, pouco mais há no armário que não sejam calças de ganga, camisas do C&A e camisolas dos chineses.

 

Dou comigo a ter uma saída à noite com roupa igual à com que vou a uma obra. Festejo o Natal com as mesmas calças com que vou trabalhar. Ainda ponho um colar, ou tento vestir uma camisa ou camisola mais bonitinha...mas o resultado é deprimente.

 

Decididamente, não tenho investido em mim o suficiente. Nem o mínimo, para ser verdade.

A começar por um conjunto de soutien e cuecas em estado bom, e não usado até à exaustão, de cores neutras e sumidas do uso e das lavagens.

 

 

Somos mesmo uma triste!!!

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:42

04
Jan 16

Já nem me dou ao trabalho de listar resoluções.

 

"Que sera, sera, Whatever wil be, wil be..."

 

Mas pronto, o acordar de hoje, lá em casa, não foi tão mau quanto poderia ter sido.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:28

01
Jan 16

Não vou ter muitas saudades deste ano que agora acaba. Só dos mimos, dos filhotes a crescer, de meia dúzia de resultados de trabalho, outra meia dúzia de dias especiais. Espero enterrar dores, medos e receios, solidões, cansaço e noites más, sermões, ralhetes, gritarias e mal entendidos. Espero dias melhores, dias mais felizes, outros desafios, melhores resultados, a perda de peso programada, mais vitórias dos filhos, dias de sol nas férias, mais sestas com o bebé, melhor ambiente familiar. Bom ano novo

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:32

22
Dez 15

É assim. Coisas vão ter de desaparecer de casa. Todos os dias, um bocadinho. Preciso de espaço!!! De ar.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:43

21
Dez 15

Nada menos que isso. Dorida, cansada, esquecida, confusa. Parada.Sonolenta.

 

Há quem pense que eu não trabalho. E às vezes não trabalhp mesmo. Porque não o tenho, ou porque tendo, estou demasiado cansada para continuar. Isto, no meu local de trabalho.

 

Depois, há todo o trabalho invisível. E esse têm-me deixado absolutamente KO. Mas esse é o que leva as pessoas a pensarem que eu não trabalho.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:25

07
Dez 15

Quando tudo volta ao normal, aos abraços, aos beijos e aos amassos. Mesmo que o dia tenha sido de chatices e irritações.

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:13

30
Nov 15

É uma trabalheira, uma canseira. Um exercício de imaginação e paciência permanente.

 

E eu que ando tão cansada e com tão pouca paciência...ai minhas ricas filhinhas, se eu não gostasse tanto de vocês!

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:52

25
Nov 15

que me ando a esquecer de mim.

 

Vá lá, este domingo tirei uns minutos para fazer depilação. Estamos em Novembro, e os últimos dias de Verão a praia já foram há tanto tempo!!Foram os dias em que comprei um creme para a cara, que ainda nem sequer abri para lhe sentir o cheiro.

 

Assim de repente, parece que errámos em quase tudo. E não! Temos três filhos lindos, temos 24 anos juntos,e isto deve valer ouro, nos dias de hoje!!

 

assumo que possa ser o meu cérebro a mal funcionar.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:44

20
Nov 15

Hoje acordei bem cedo. O mini despertador acordou à hora do costume, pelo que quando o outro tocou, já estava de olho aberto há uns tempos.

Tenho trabalho a fazer. Têm sido umas semanas lixadas, mas só assim se compensa as semanas também lixadas em que o trabalho não abunda.

E assim, pelas 4:30 da manhã, já tinha sido estendida roupa, posta mais a lavar, já tinha visto as notícias dos jornais, as cusquices do FB...

E não precisei de café para acordar, Bastou-me a leitura de alguns títulos absurdos, de alguns comentários abstrôncios, e desculpem lá caros colegas e amigos, e amigos de amigos: Alguns de vocês emprenham pelos olhos, pelos ouvidos, pela boca, pelo nariz!! Usem as vias normais, caraças!

Nem todas as notícias que circulam no FB são verdade, apesar de repetidas milhões de vezes - repetir uma mentira não a torna verdade. Repetir uma notícia com muitos anos não a torna um facto passado hoje. Repetir e partilhar notícias e comentar estupidamente sem as ler, sem lhes verificar as datas e fontes, não as torna mais verdade nem o comentário mais legítimo e acertado. Repetir títulos de notícias fora de contexto, não os torna verdade. Repetir notícias veiculadas e distorcidas  por grupos ligados à extrema direita não as torna verdade.

E se eu fosse "bastoneira" ou "chefa" ou "provedora" da imprensa, saneava todos os jornalistas ou quem se faz passar por eles, chefes e editores das suas publicações que continuam, sistematicamente a lançar títulos explosivos, e notícias de coisas que não aconteceram ou não vão acontecer. Mesmo que me acusassem de censura.

E mais: eu sou uma pessoa pouco dada ao uso de chapéus, bonés, cachecóis, echarpes, mantinhas. Tenho calores. Uso capacete, nas obras. Mas não me incomoda quem usa. Porque não sei se é por gosto, por hábito, por necessidade que o fazem.
Alguns terão de o fazer, e usar coisas por obrigação, como burcas, véus, niqabs, hijabs, seja ela obrigação moral, seja coação. Seja maldade. Assusta? talvez. Andam aí? Sim. Começam a ver-se por cá na parvónia? Sim senhora. E????
Estou para ver quem vai abolir as máscaras e o carnaval, por não saber o que está por baixo. Estou para ver quem vai abolir os gorros, os carapuços, os grandes óculos de sol, as barbichas tão na moda, cabelos compridos que tapam caras, estilos andrógenos, transformistas, actores de peças de teatros e outras manifestações artísticas, porque não se sabe o que está por baixo.

Todos temos de estar atentos, mas não temos de morrer de medo, nem assustar. Nem mandar larachas sobre quem não conhecemos. As minhas avós sempre usaram lenços na cabeça. Iam mandar as vossas avós descobrirem-se? Há muitas senhoras de cá que continuam a não usar calças, a não usar pernas ou braços descobertos. Vão ter de passar a fazê-lo?
Se tivéssemos nas nossas relações pessoais amigos chegados que, por tradição, religião ou opção tivessesm estas escolhas, íamos obriga-los a mudar?
Se saísse uma lei a dizer que não se podem usar jeans iam acatar? se saísse uma lei a obrigar um corte de cabelo como o amigo da coreia, iam aceitar? Quando esse amigo executa uma família de diversas gerações, porque um familiar foi apanhado a praticar um crime, e o melhor é cortar o mal pela raíz, todos ficam escandalizados. Mas quando um membro de uma família gigante comete um crime, não há qualquer vergonha em enterrar todos os outros membros da família.

Quando alguém recebe benesses que nós não temos, está a roubar, e andamos a pagar para esse alguém. Se esse alguém é nosso amigo, mesmo que as receba injustamente, faz bem em aproveitar. Se alguém que não conhecemos precisa, está a roubar ou sabe de um esquema que nós ainda não percebemos.

Todos os dias, tento manter uma mente aberta. Tento explicar com calma, quando sei um pouco mais sobre o assunto. Procuro estudar um pouco mais sobre a origem dos problemas, para poder discutir melhores soluções.

Mas olhem: eu ando cheia de sono, e estou cheia de trabalho. Ver parvoíces que me exaltam , tira-me o sono, dá-me pica, põe-me a ferver. Por isso, e quiserem continuem. Que eu também.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:46

19
Nov 15

fui atropelada pelo trabalho. não sei quando conseguirei recuperar. estou, basicamente, desesperada. É só isto.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:32

07
Nov 15

Cortei. Cortei ainda mais o cabelo, e se calhar daqui a um ou doia dias até já me arrependi. Mas a verdade é que muitos dos meus problemas permanecem alojados nas pontas dis cabelos, aqueles problemas dos quais estou mesmo farta, e alguns desaparecem com as tesouradas, são varridos para o saco do lixo. Fico mais leve. Tenho um compromisso novo, perder mais 5kg até Março. Fazer uma adaptaçao para um teatro do atl para o Natal. Preparar—lhes uma festa monumental. Criar mais um projecto de sucesso para o infantário. Dar vida a meu projecto do Saber +. Conseguir manter os velhotes do voluntariado a comparecerem felizes na hora da minha aula. Escrever e ganhar pelo menos um concurso literário. Ir ao IPL levantar o meu certificado do mestrado, com 3 anos de gaveta. Fazer as prendas para o Natal. Dormir. Dedicar—me a isso. ( se retirasse as filhas de todas as actividades, ganhava um dia por semana, no mínimo, e a rsta hora, talvez a casa estivesse arrumada. Ou não. Ou não...) Corta. CORTA.CORTA.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:20

Cortei. Cortei ainda mais o cabelo, e se calhar daqui a um ou doia dias até já me arrependi. Mas a verdade é que muitos dos meus problemas permanecem alojados nas pontas dis cabelos, aqueles problemas dos quais estou mesmo farta, e alguns desaparecem com as tesouradas, são varridos para o saco do lixo. Fico mais leve. Tenho um compromisso novo, perder mais 5kg até Março. Fazer uma adaptaçao para um teatro do atl para o Natal. Preparar—lhes uma festa monumental. Criar mais um projecto de sucesso para o infantário. Dar vida a meu projecto do Saber +. Conseguir manter os velhotes do voluntariado a comparecerem felizes na hora da minha aula. Escrever e ganhar pelo menos um concurso literário. Ir ao IPL levantar o meu certificado do mestrado, com 3 anos de gaveta. Fazer as prendas para o Natal. Dormir. Dedicar—me a isso. ( se retirasse as filhas de todas as actividades, ganhava um dia por semana, no mínimo, e a rsta hora, talvez a casa estivesse arrumada. Ou não. Ou não...) Corta. CORTA.CORTA.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:19

27
Out 15

Tantas ideias, tantos projectos, tantas vontades!!!

 

 

(Tanto trabalho no escritório que tenho para fazer, e sem vontade nenhuma!)

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:19

26
Out 15

Os dias voam, e eu quase não dou por eles.

Adormeço. A endocrinologista decidiu retirar um medicamento, o eventual culpado. O que também me tem ajudado a emagrecer.

 

A escola recomeçou em força, e este ano a mais velha não tem vómitos e dores de barriga e até acorda cedo sozinha. A mais nova na mesma escola, fez maravilhas, acabaram-se s streses matinais. Não se acabaram o despacha-te, estás atrasada, veste-te, ainda não arrumaste tudo, não te mandei fazer isso ontem...porque suponho que isso não vá acabar nunca.

 

A mais velha estuda até eu ter de a mandar parar, a mais nova pensa que vai vilver dos rendimentos,  está a custar habituar-se ao estudo com regras.

O minúsculo, com 11 meses feitos, é um mar de vida, um bonequinho que anda, corre, sobe, trepa, um teimoso de primeira, por quem eu continuo apaixonada, apesar de toda a reguilice e das noites mal dormida com que me tem brindado nos últimos tempos.

 

E pronto, lá continuo eu cansada com a vida. Para descansar, voltei ao voluntariado com as velhotas da Universidade Sénior, ando envolvida com a CAF/ATL da escolinha, embora não tenha nenhum filho que para lá vá até 2017 ( mas quero que tudo esteja 5 estrelas para quando o meu menino entrar para o infantário, e tem que ser o da aldeia, e não o do centro escolar!!!), recomeçaram os treinos das garotas, as reuniões da associação de pais...

 

Até tem surgido mais algum trabalho, dá para ter uma colega aqui comigo e tudo!

 

É Outono, aproxima-se Novembro e Novembro é sempre um mês muito bom!! Assim espero.

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:40

01
Set 15

Ando com um nó na garganta a ver o que se passa no Mundo.

 

Mas é um nó que não me impede de falar nem de divulgar nem de dar a opinião.

Nem me impede de dizer cara a cara o que eu penso sobre comentários xenófobos, racistas e outros igualmentes parvos e absurdos que saiem tantes de burros ignorantes como de mentes supostamente iluminadas!

 

Não me faltem as palavras, já que me falta o dinheiro e o poder de acção!

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:49

Ano Novo, a vida do costume.

Cansada, cansada, cansada, cheia de sono, dorida, velha.

Os dias têm sido duros. Não porque sejam penosos de trabalho, mais pela ausência dele, e pelo desgaste que isso traz.

Passar horas e horas sozinha não é o meu forte. Adoro todas as horas que passo nas obras, abomino as que passo no escritório. Escritório onde as tarefas burocráticas me maçam, me cansam, mas do que se andasse a cavar. O sono acumulado de tantos anos vem ao de cima. A tarefa mais simples revela-se um fardo penoso só de pensar em começar...e no entanto, dêem-me um desafio, e eu avanço sem olhar para trás, sem imites, sem cansaços!

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:43

24
Jun 15

mas a sorrir...

 

a minúscula no quadro de louvor, por comportamento, atitudes, cidadania,

a maiúscula no de mérito, por notas a roçar a perfeição 

 

e um pequenino lindo que arranca sorrisos de toda a gente

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:00

23
Jun 15

a mais velha já levou a vacina contra o HPV

a do meio pediu para furar as orelhas

o minúsculo, ainda não tem sete meses e meio e começa a andar em pé agarrado às bordas do parque.

 

 

o mundo está a girar depressa de mais para mim!

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:26

22
Jun 15

Não sabia que ter 40 anos trazia tantas dores em tantos sítios, tanto cansaço, tantas maleitas. Coisas nas unhas, bolhas nos pés, cabelo miserável, como se eu me tivesse esquecido de um dia para o outro de como tratar de mim. 

Se me tivessem avisado, acho que não tinha passado dos 27 ou 28...

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:33

08
Jun 15

Amar é ser daqueles que se zangam por tudo mas não se separam por nada.

 

Uma frase que li hoje não sei onde.

publicado por na primeira pessoa do singular às 23:20

03
Jun 15

Por favor! Por favor! Por favor!

 

Eu quero dormir. Muito, muitas horas, todos os dias.

Eu quero passar a dormir mais de 5 ou 6 horas por dias e SEM TER de acordar pelo meio ( bebé, a culpa nem é tua, é tão bonzinho!). 

Eu quero que a nossa vida passe a ter horas normais e que a hora de ir para a cama seja mais perto das 23 do que da 1 da manhã. Mesmo que a hora de acordar seja pouco depois das 6!

 

Ou isso, ou passar a dormir umas 3 horas de sesta, sem remorsos, sem sobressaltos, sem telemóveis ou emails a chegar.

 

Deixem-me dormir!!!

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:59

02
Jun 15

coisas...

A segurança social "citou-me" porque não paguei durante a licença de maternidade. Curioso, não era suposto pagar!

Telefonei para o número indicado na citação, expliquei por A+B, e ai, que isso não é nada connosco, nós só executamos...tem de marcar outro número e falar com os outros, os outros é que são os maus.
Já liguei para o número dos "outros", que ao fim de vezes sem conta de toques responde invariavelmente que a chamada não pode ser atendida...e no site da segurança social remete para o primeiro número, aquele dos que dizem que não é nada com eles.

Ora e dizem os senhores do site, quais são as minhas hipóteses : 1 -pagar e não bufar. 2- mandar para o tribunal. 3- pagar em prestações.

Nenhuma me interessa. Portanto, é ir para a fila, chatear-me. E não fazer nada do que tinha planeado. E pagar estacionamento. E ir arranjar moedas para isso. E ter de ir para Leiria.

 ela.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:11

27
Mai 15

Se eu tivesse patrão, já estava despedida. Mas a patroa sou eu, e a patroa sabe que há qualquer coisa de errado para a empregada andar a tombar de sono. Nem que seja mesmo só isso, sono, muita falta de horas a dormir sem sem acordada, sem acordar sozinha.

 

Não contente, amanhã começo com 3 medicamentos que ameaçam tornar as próximas semanas de adaptação numa desgraça.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:37

Por isso é que para curar uma série de coisas me mandam tomar medicamentos que provocam efeitos que coincidem com algumas das coisas que me queixo: cansaço, dores, edemas, sonolência...

 

Toma lá uns comprimidozinhos que ainda fazem mais, mas pode ser que passe...e eu "tá bem". Burra, conas...é assim que eu me sinto! mas olha, eles é que são os médicos...

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:00

26
Mai 15

estava sol, secou-me as lágrimas

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:07

Às vezes, a vida é estúpida como o caraças.

Às vezes somos nós. Porque mesmo sabendo que não nos devemos deitar com problemas por resolver na almofada do lado, fazêmo-lo. 

E um dia tudo estoira na nossa cara.

 

O crítico de serviço não tem tacto. Às vezes parece-me que espera por uma falha para poder criticar, ou para poder mandar pratos com força para dentro do lavalouça, ou largar os talheres com força na bancada. Para que a sua irritação se ouça. Porque o garfo tem um bocadinho de comida agarrado, porque a bancada tem migalhas, porque limpei/lavei/passei (ou não) mal qualquer coisa, porque não varri ou aspirei, porque pareço indiferente a pó que se acumula nos cantos ou móveis, porque adormeci no sofá, exausta, porque não tenho ordenado certo, porque não ter ordenado certo cortou-nos as asas, porque a sopa está aguada, porque não está saborosa, porque não fiz sopa, porque fiz jantar, porque não fiz jantar, porque comi, porque lhe fiz comer, porque estou gorda, porque o faço engordar, porque cheguei tarde, porque cheguei mais tarde, porque me esqueci, porque não o lembrei, porque lhe doi o braço...porque as filhas não treinam tanto quanto seria desejável, porquese deitam tarde, porque se demoram a despachar...

 

Tudo é bom motivo para resmungar, e resmungar sem modos. Ou andar a resmungar baixinho, como se mais ninguém ouvisse, que é a pior coisa. Ou ignorando-me quando falo. Ou pondo em mim coisas que não lhe disse, amuando como o puto mais birrento.

 

Hoje estamos num dia destes, ontem também estávamos. Às vezes estamos. São dias que me matam por asfixia. E depois passo-me e digo com todas as letras o que andava a poupar.

Que às vezes também deixa louça mal lavada, e migalhas  na bancada, e não limpa ou lava tão bem quanto acha, e que não me lembro de ter assinado um contrato que tenho de ser eu a varrer ou aspirar quando alguma coisa não está bem. E que se ele se sente incomodado, pode ser ele a fazê-lo. E que se acha que estando eu adormecida ele está a ser obrigado a arrumar a cozinha, que não arrume, que de certeza que não é por isso que a casa vai abaixo. E que se está gordo, bem, eu só lhe faço o jantar! o pequeno almoço é ele que az, os lanches são como ele pede...e se ele sai tarde, e se eu saio tarde, e se com compras, actividades das filhas, reuniões, chegamos tarde, pois bem, os dias não chegam para tudo e há que haver prioridades. E se não há orçamento para empregada, e se quase não estamos em casa, parece-me consequente que existam coisas que fiquem por fazer. E que durante anos eu tive um ordenado maior, e nunca foi problema. E que um dia desisti de uma carreira que me podia trazer bons ordenados, para ter tempo para os nossos filhos, para os pais dele, para os meus. Para que as filhas tenham todo o acompanhamento na escola e nas actividades.Para poder durante 24 sextas feiras num ano a mãe dele à terapia, para lhes fazer limpeza, fazer compras, levar às consultase exames médicos quando estiveram sem empregada, para continuar a apoiá-los agora que têm uma empregada que eu perdi tempos infinitos a recrutar. Perdendo o ordenado bom e certo que recebia. Tendo de lutar diariamente por uma empresa num sector em crise. Passando horas e horas sozinha, desanimada, assustada, quando não estou nas obras. 

 

Ou então,  não digo. Fico pela conversa do costume do tens que ter mais tacto a falar...e ele birrento e evasivo e eu a chorar por dentro, assustada, enraivecida, com vontade de lhe dizer tudo, e com tanto medo de o perder. E ele sabe.

 

E então choro e choro e volto a chorar, sozinha, para que as meninas não vejam, para que ninguém perceba. Para descomprimir e abafar esta vontade de abrir a boca e deitar tudo a perder. Arrasada. Devastada. Exausta. Asfixiada.

 

E eu não o quero perder.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:16

25
Mai 15

Hoje ( 23 de Maio)  fala-se, luta-se, alerta-se, apela-se. É a obesidade e os riscos associados que estão no centro da questão. As doenças cardiovasculares, a diabetes, doenças musculoesqueléticas...tanta coisa que vem com a obesidade.
O sedentarismo, as calorias, as gorduras, a fast food, as porcarias light encapotadas - os suspeitos do costume.

Isto que hoje escrevo, é só em meu nome, não tenho a pretensão de falar por mais nenhum gordo ou gorda deste mundo.
Falam da obesidade como se fosse uma roupa que nos fica mal. O gordo escolhe aquela roupa e continua a usar e a vestir outras ainda mais feias, mais largas por cima, apesar de todos os conselhos que lhe dão.

Vamos por partes:

- os conselhos: todos os dias alguém me diz que devia fazer dieta / ginástica e emagrecer. Eu emito opiniões desse género com os meus filhos/ filhas: tens de comer mais, estás a ficar tão madrinha, ou não comas isso estás a ficar gordinha...por enquanto sou a principal responsável pela alimentação deles, compete-me. Às vezes também abordo o meu irmão, mas acredito que isso faça parte dos estatutos e minhas competências . Ora eu não ando por aí a dizer a toda a gente se concordo ou não com o seu tamanho e o que devem fazer. Acredito que, tal como eu, estão conscientes dessa realidade ( a menos de uma doença que lhes distorça a capacidade de avaliação da sua condição). Acredito que, tal como a mim, cada comentário seja uma facada com lâmina romba, ferrugenta...

- as dietas: a primeira dieta que fiz, há uns 18 anos, custou-me 24 contos. Sendo eu apagar, custou-me muito. Ao fim dois meses tinha perdido cerca de 400g. esqueci-me de dizer que todas as dietas que fiz até hoje foram receitadas por profissionais de saúde, e que rejeitei sempre " comprimidos" milagrosos. Até porque acho que é uma coisa que eu tenho de poder controlar, sem medo de me faltar qualquer substância adjuvante. Da primeira dieta até hoje, vão cerca de 50 kg. A mais. E recordo todos os kg perdidos e ganhos com cada direitista, nutricionista, endocrinologista, médico. -1+10-7+9-3+6-9+12-3+6....e pelo meio outros ganhos em interregnos de desistência. Já fiz coisas que vão de comer metades de coisas pequenas não sei quantas vezes ao dia, chás disto ou daquilo, doses seleccionadas, ementas destinadas a determinados dias, caldos, caldinhos, com coisas magras, sem coisas magras, com leite, sem leite, com sopas de tudo menos batatas...coisas que durante uns dias ainda funcionam e depois deixam de funcionar. E então corta-se a dose, reafinam-se horários e quantidades, paga-se a consulta e marca-se para daqui a 15 dias. E depois, um dia desiste-se, e recomeçam as asneiras. O que ficou? O leite magro com vestígios de café, o fiambre de aves, os iogurtes magros nos lanchinhos, as saladas ( já disse que detesto salada de alfaces, detesto o sabor, mas vou comendo, normalmente sem tempero). E cozinhar praticamente sem adicionar qual gordura, quando muito, o mínimo dos mínimos de azeite. O que não ficou: as sopas deslavadas de couve flor e outros substitutos de batata. As minhas sopas já são más de mais para as conseguir fazer ainda pior. E ainda outra coisa: quando cozinho, não sou só eu que como, e não tenho nem tempo nem dinheiro para fazer pratos alternativos. E também não tenho paciência para a guerra que essas sopas davam direito. E suponho que nenhuma dieta funcionará com jantares perto das 10 da noite, em que tudo o que apetece depois é descansar, no fim de um dia de trabalho, de canseiras, de problemas para resolver.

-tratamentos e ginásios: enquanto paguei uma fortunazinha por drenagem linfática, a dieta associada funcionava. É um dia disse à senhora que o meu orçamento para essas massagens maravilhosas tinha terminado. E a dieta associada deixou de ter qualquer efeito. Enquanto paguei por acupuntura para emagrecer, não emagreci. Mas dormia uma sestinha maravilhosa às terças feiras à hora do almoço, que eram um sonho. Há 45 kg atrás, quando eu andava no ginásio, a moçoila saltitante de trunfa aos caracóis, uma simpatia de rapariga, com muito sucesso nos ginásios da zona e eventos desportivos, tinha dificuldade em perceber porque é que eu não conseguia saltar ao mesmo ritmo e velocidade. Não percebia bem que eu, só nas pernas, pesava mais do que ela no corpo todo. Mas eu tentava, e meses depois, nada tinha sucedido. Há 30 kg atrás quando fui para o ginásio, de companhia, quem não percebia era eu, porque é que o meu circuito era o mais duro, o mais pesado, o mais longo. Mas eu fazia-o. E eu tentava, e meses depois nada tinha sucedido. E depois a R. começou a jantar. À hora em que eu estava no ginásio. E pareceu-me que deixá-la em casa da avó antes do pequeno almoço e ir lá buscá-la depois do jantar várias vezes por semana, não era a solução. Quando há 20 kg atrás me inscrevi num ginásio que era perto, não tinha condicionantes de horário, nem eu estava condicionada por um patrão, pensei que estava aí a solução dos meus problemas. Curiosamente, o circuito das máquinas era feito sem uma gota de esforço, sem uma gota de suor. Sem ponta de efeito. Sem uma grama a menos. Já a aula seguinte, era feita a engolir lágrimas. Com dores na coluna, nos tornozelos, na planta dos pés, com falta de ar, com um permanente sabor a sangue na boca. Já vos disse quanto é que meses assim reverteram em kg? Zero. Já em euros...
A Wii tem um perfil de desporto iniciado. A bicicleta elíptica teve algum uso. Depois parei. Caminhadas? Antes das 6 da manhã ou depois das 11 da noite? Ou quem sabe, em vez do almoço? Imaginem que vão caminhar. Antes enchem uma mochila com água. Imaginem que eu vos peço para levarmos a minha mochila, para saberem o que eu sinto. Nessa mochila poderão encontrar 8, 9, 10 garrafões de água...quantos de vós conseguiriam dar um passo em frente?

- hábitos: eu sou uma comedora social.gosto de comida e de comer em socialização. Nesses dias, gosto de fazer e comer coisas, algumas não muito saudáveis.mas no meu dia a dia não faço nem como bolos, não vou ao café comprar croissants...num dia de reunião de trabalho muito desgastante, é provável que antes coma um chocolate, mas depois podem passar-se semanas que não volto a provar outro. Não bebo o cafezinho da praxe com o respectivo pacote de café, mas alguns dias gosto de beber café sem nada com bolachas. Gosto de hambúrgueres, mas normalmente são feitos em casa. Fast food? Às vezes comemos, mas nem sequer numa base semanal! Nem sequer mensal, muitas vezes! Sumos? Normalmente não existem em casa, mas gosto de sumo de laranja natural. E de sumol, mas fica para dias de excepção. Na verdade, água também não bebo muita, um dos erros que assumo. Bebidas alcoólicas estão 100% fora da minha dieta ( se calhar falta-me o copo de vinho tinto....). Comidas pré cozinhas, são também inocentes, cá por casa. Fazem parte das excepções de última hora. Problema? Como muito. Muita quantidade. Mas no dia que me apanharem a dizer: é pá, estou a rebentar!, avisem-me e eu dou-vos uma prenda a gosto. Sob pena de se eu vos apanhar, fazerem o mesmo a mim. Imagino que ficaria a ganhar. Outra coisa má: como depressa. Este sim um péssimo hábito.

- fome: eu acordo cheia de fome Todos os dias. Todos, todos, todos. O pequeno almoço é tomado todos os dias em família, sentados há mesa, com variação ao domingo, o dia das panquecas. Duas horas depois, nada resta do pequeno almoço. Esforço-me por fazer lanchinhos. Se estiver nas obras, muitas vezes passa a hora de comer e até me esqueço o tolero a fome. Se estiver no escritório, em dias de trabalho mais intelectual, às vezes parece que vou desmaiar se não comer. Mas a partir do momento em que comer o iogurte, ou a fruta ou o pao ou o que seja, estou desgraçada. Daí a meia hora a fome volta, e mais uma e outra vez. A lancheira que preparo em casa para todo o dia arrisca-se a ficar vazia antes do almoço.e depois vira o disco e toca o mesmo, até ao fim do dia.

- taxas e impostos para comida menos saudável: venham eles a ver se me fazem mossa...

- o que perco: não sei se estão conscientes do que é ser gordo e precisar de ir comprar roupa com orçamento limitado. Não sei se têm noção da variação de tamanhos de marca para marca, e invariavelmente não haver o número que é preciso. De ser quase impossível encontrar umas botas e calçado fechado. Da tortura que pode ser um dia de salto alto. De deixar de encontrar roupa interior bonita a preços que possa pagar. Da resignação de se comprar o que serve e não o que se gosta. E de voltar às mesmas lojas de sempre comprar roupa quase igual à que deixou de servir, porque mesmo nessas, o modelo é sempre o mesmo , muda a cor. E sabem o que acontece a um gordo quando se senta numa cadeira de praia? Ou num banco de plástico? Ou quando usa um fato de banho mais reduzido? Às perneiras das suas calças?

- por favor: não me digam que é fácil. Ou não estaria o mundo cheio de gordos, nem de oportunistas com tratamentos dispendiosos de eficácia duvidosa. Não me digam para fechar a boca, porque isso é admitir que todos os magros comem sempre pouco e de modo saudável, e não é essa a realidade que me rodeia. Todos o que se exercitam seriam magros, todos os magros sedentários seriam gordos...não quero mais médicos que olhem para mim e digam: rissois, croquetes, croissants, enchidos, bolos, sumos...desfiando uma lista que conheço há anos e que, de facto, não são a base do que como diariamente...

Sou gorda, mas sou gente. Hoje senti-me uma indigente, tanta notícia e comentário que ouvi sobre o assunto, sempre no mesmo tom que criticaria um criminoso condenado justamente a prisão perpétua.

Não vim aqui defender obesidade. Se fosse uma coisa que se escolhe, eu continuaria a escolher minissaias e saltos altos...e o meu corpo de 1998

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:34

20
Mai 15

Às vezes estou a subir as escadas para o escritório e penso se não é nesse minuto que vou desaparecer neste buraco negro.
Se percebesse muito do assunto, diria que este edifício é uma coisa anti matéria, ou anti empresas, pequenos negócios.

Estou aqui desde o final de 2007/início de 2008. Quando cheguei, diversas placas de publicidade anunciavam negócios que já cá tinham estado, mas nunca os cheguei a ver. Com o passar dos anos, que não têm sido fáceis, vejo nova gente a chegar, a partir, a chegarem outros para os substituir, a partirem também, e um dia, ninguém os substitui, a não ser uma placa na porta ou na janela com um " arrenda-se" ou "vende-se", ou nem isso, apenas uma porta ou vidraça fechada.

O sítio é bom, e não acredito em bruxarias ou maus olhados. Então a culpa é da freguesia, grande, mas tão pequena em tanta coisa, tão perto dos arredores, tão longe do centro, e depois concluo que não...não deve ser, porque se passarmos às 3 ou 4 capitais de concelho que a circundam, o cenário é igual!

Não é do edifício, não é da freguesia, do concelho...será do distrito? Vejamos: central, servido de estradas e linhas férreas, a menos de duas horas de distância das principais cidades do pais, encaixado entre o mar e a serra, dotado de um mercado empresarial variado e reconhecido...e no entanto...logo ao lado é igual ou pior!

Será do país? o paraíso dos low costs para grandes bolsas internacionais? o paraíso de estrangeiros em busca de sol, comida boa, diversão, casas "baratas"? O pais no topo de todos os guias de viagens e turismo internacionais por todos os motivos que nos possamos lembrar? Será?

SERÁ DAS GENTES? será de nós que tentamos, tentamos, tentamos, e depois de levar porrada de todos os lados, encostamos às boxes por já não termos meios para pagar a mais pequena peça sobresselente ou de substituição? que não temos um tostão para ir gastar em mais do que o básico, já subtraído da bela promoção do hipermercado?

Não sei, mas a coisa não está fácil! em especial para quem todos os dias tem de pensar: o que é que esta empresa vai ter para fazer amanhã? ( pensar no próximo mês, no próximo ano, nos próximos dez, seria a atitude correcta, mas como as coisas estão, "amanhã, sabes bem, é sempre longe demais"!

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:03

19
Mai 15


Gostava que todas as crianças pudessem ouvir todos os dias o quanto gostam delas, o quanto são grandes e capazes, e que neles existe a capacidade de fazer tudo.
Gostava que os miúdos, de todas as idades, fossem para a escola sabendo ter uma missão: aprender, aprender, fazer melhor.Gostava que a escola os acolhesse e dissesse a cada um: tu és a coisa mais preciosa desta escola, estimamos-te, temos grandes esperanças em ti!
Gostava que cada professor soubesse despertar o potencial de todos os meninos, nas suas diferenças, e consciencializá-los que independente do resultado dos testes, tem coisas boas e únicas.
Que em cada dia na escola houvesse um desafio, e que cada desafio os fizesse pensar, encontrar soluções, debatê-las, experimentá-las e melhorá-las. Que todos os dias houvesse lugar a debates, comentários, de assuntos do interesse dos miúdos, de uma notícia qualquer, de um problema do mundo, ou de uma coisa boa.
Gostava que cada um se sentisse responsável pelos outros, e estivesse consciente do quanto as atitudes podem afectar os outros. E consolidasse claramente, mais do que letras ou números, que há regras: não se agride, não se rouba, não se engana,não se discrimina, estima-se, protege-se, ajuda-se, pensa-se, aceita-se, debate-se, faz-se, lê-se, ouve-se, fala-se.
E que aprendessem a fazer, vendo como se faz, praticando até saber fazer, inovando em como se poderá fazer.

Eu gostava...daí a ter, vai uma grande distância!
( na falta de escola assim, tento em casa. Uns dias com mais sucesso, outros ( mais) com muito pouco...)

 

Acho que as notícias iam passar a ter outros assuntos.

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:23

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