Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

26
Nov 10

Diz assim, o DN. Leiam lá se faz favor, que depois eu continuo.

 

Já está?

 

Todos os dias me vejo, ao meu marido, pais, familiares , colegas, que em geral que trabalham por contra de outrém, a fazerem horas e horas de trabalho.

Quem trabalha nas obras, é um claro exemplo disso, e já o referi n vezes.

Trabalha-se porque tem de ser, não porque se goste, nem porque se recebe a mais.

Em 12 anos de trabalho, nunca recebi uma única hora extra.

O meu marido recebe algumas.

Em muitas empresas, essas horas são pagas à socapa, porque ao declará-las, quem trabalhou para conseguir mais qualquer coisa e ajudar a empresa a desenvolver-se, arrisca-se a chegar ao fim do mês e ainda levar para casa menos do que o costume.

E mesmo contrariados, vamos fazendo essas horas, ou porque não temos alternativa, ou porque compreendemos a sua necessidade.

 

Pelo contrário, e salvo belissimas excepções, que as há!, qualquer funcionário público largar alto e a bom som: EU NÃO FAÇO HORAS EXTRA PORQUE NÃO MAS PAGAM.

 

Eu, agora que também sou um bocadinho FP, ainda não consegui atingir este patamar. Descobri recentemente que não vou receber 3 semanas de aulas que dei, porque só consideraram o meu contrato com data posterior ao início das aulas. E a postura das senhoras me me informaram foi: não devia ter dado aulas! E os alunos? perguntei eu.Ficavam sem aulas nessas semanas!responderam as senhoras. Bem, comigo foram 3 semanas, com uma colega minha foram 7.

E no entanto,tendo reclamado, continuei a dar aulas. 1 hora a mais por semana do que o combinado. Aulas de dúvidas a mais do que o combinado. E depois?Fui eu que me candidatei ao lugar, não fui recrutada à força. E vejo que essas horas fazem falta para que os alunos tenham bom aproveitamento e como tal assumo-as com gosto e dedicação, porque quero que eles tenham bons resultados e que ao fim do semestre eu olhe para o meu trabalho e diga a mim mesmo que valeu a pena. A minha maluqueira vai tão longe que pedi autorização para dar aulas para compensar os feriados de Dezembro. E os alunos já confirmaram que iriam, mesmo ao sábado! Falta a escola dar autorização.

 

 

E acham que faço horas extra porque não tenho mais nada para fazer?

Pensam que eu não preferia estar em casa, a namorar o marido e as filhas, a ver canais temáticos de Construção ou culinária, a devorar romances, a cozinhar compotas e licores? A cuidar do meu micro jardim? a projectar uma casa nova? a passear?

 

Enganam-se! Sonho todos os dias com dias assim. Consumo-me. Desgasto.me. Ando rota e cansada.

 

mas a sensação de dever cumprido, também faz bem ao coração e à alma

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:22

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