Dizem as estatísticas que sou jovem empresária. Maldita a hora...
Farta de aturar patrões e chefes, decidi-me a criar o meu emprego, e demais quem fosse necessário.
Pensava eu:
Tenho um curso superior e até sou boa no que faço.
Não tenho medo de trabalhar,
Não vou gastar milhares de euros em mercedes nem casa da praia, nem viagem suspeitas a paraísos
Não sou de pagar jantaradas e whisky, não frequento casas de senhoras de profissão alternativa, ou alternada ou equivalente..
Não há muitas empresas neste ramo
A lei diz que os meus serviços estão previstos e são necessários,
Sou uma mulher desenrascada
e aqui vai disto!
Lancei-me às feras há pouco mais de 2 anos, em plena crise, num sector afundado, e sobrevivendo, não posso dizer que está a ser fácil.
As perspectivas eram boas, na práctica tudo é diferente.
A começar por ser mulher num trabalho de homens
Subsídios? Nicles
QREN? Não é para mim
Incentivos? Não sou elegível.
Cunhas, não tenho.
IEFP? Esqueçam, se ainda estivesse à espera...
"Triste herança te deixamos, filha", diziam ontem os meus pais, que há 30 anos que andam para o mesmo...e que constituem grande parte do apoio e suporte que permite que esta luta se mantenha acesa.
Para trás ficam sonhos de família adiados, horas de sono perdidas, comprimidos anti ansiedade, quilómetros percorridos, publicidade que parece invisível.
Raio de vida a minha!