Tudo começou mal na amamentação, tudo correu mal, e parece-me que perdi as hipóteses de passar a correr bem. Aliás, parece que dou por terminado o capítulo do leito materno. Fica uma sensação de tristeza e impotência, e o medo de haver uma emergência, uma situação extrema e eu não ter com que alimentar o meu filho, ainda que seja uma questão de horas e eu saiba que ele não vai ficar mal por isso. Mas nunca mais vou ouvir o som delicioso que um bebé faz a mamar, nem ver a sua cara esborrachada contra a mama, sôfrego, a apertar com mãos pequeninas. E depois de ter perdido a hipótese de voltar a engravidar, perco agora a amamentação de um bebé. E se ser gorda, estar cheia de cabelos brancos, não ter roupas que me favoreçam muito são coisas que me abanam, mas não me deitam abaixo ( eu sei que sou mais do que aquilo que me vêem), estas duas perdas deixam-me diminuída, incompleta, levam-me partida alma. E eu não estou nada resiliente para passar por isto sem mossa. Não hoje, não esta semana ou este mês. Não depois de uma troca azeda de palavras com o marido, ou de saber da morte de um conhecido por um cancro rápido e fatal. Não agora.