Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

28
Ago 13

Estou "possessa".

 

Saturada.

 

E, ainda assim, tenho de lhe desculpar. É "doente".

 

Porra, mas se é doente, só é doente para mim? Só eu é que me preocupo?

 

Estou farta de a levar a todas as consultas e mais algumas. De 15 em 15 dias, todas as semanas, durante muitos meses. E sabendo de antemão que nada vai resultar, porque o que a terapeuta quer experimentar agora já ando eu a tentar fazer há 3 anos, sem sucesso. mas eu sou só eu, não é? nem sou médica, nem psicologa, nem neurologista...sou só a nora burra de carga.

 

Hoje destranquei a mola e disse-lhe uma série de coisas. Depois de me chamar mentirosa. Depois de me chagar o juízo com todas as pintelhices e paneleirices de merda que lhe enchem a cabeça, com todos os agreiros que vê nos olhos dos outros, sem ver o barrote atravessado à sua frente. De querer tudo para ela, e à volta dela, e na casa dela, e no quintal dela, quando os míseros vasos do meu jardim estão secos, porque à conta dela, da casa dela, do quintal dela, deixei ( deixá-mos) de ter tempo para o que é nosso.

 

Estou farta. 

E, ainda assim, sei bem que não passa de um ensaio para dias piores que estão para chegar.

 

Com ela. E, provavelmente com a minha mãe.

 

 

Inspira, expira, inspira, expira.

 

E esquece que te preferias vingar, deixando de por lá os pés uma carrada de tempo. É que vai ser 6ª. sábado, 3ª e sabe-se lá mais quando, já só para falar da p´roxima semana

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:42

20
Ago 13

hoje ligaram-me a saber se eu tinha interesse em estar presente num jantar de apoio a determinada candidatura à JF daqui da terrinha.

Por acaso até tinha. Por acaso até nem posso nessa data. Por acaso não deixa de ser uma coisa que penso que pode passar pelas minhas opções no futuro.

Mas lá fui explicando que eu só acredito em factos e no que a minha consciência me aconselha. Que eu não tenho cor. Quem eu não tenho lateralidades. Que o meu CC diz que eu moro noutra freguesia e nem voto aqui.
Aqui, nesta freguesia de onde sou, onde trabalho e onde as minhas filhas estudam. Onde não foi possível encontrar uma casa para morar com qualidade e preço compatível.
Onde pago quase tanto aos SMAS por um wc com sanita, lavatório e um bidé onde encho o balde com água para lavar o chão, onde não vou todos os dias e tenho de levar o lixo para outra rua, porque ali não há caixotes quanto pago pela água de consumo de minha casa durante um mês, com banhos, cozinha e lavagens. 
Onde não há quase nada, em termos de comércio, excepto supermercados.
Onde o posto médico é uma lástima, as farmácias levam caro e raramente têm um medicamento fora do comum.
Onde a maioria dos poucos clientes que daqui tive foram maus pagadores.
Onde há milhentos desempregados, e pior que isso mais milhentos desocupados e outros tantos de ignorantes por convicção . 
Onde é possível dislumbrar tráfico de droga com os suspeitos do costume.
Onde há sítios onde os telemóveis não funcionam, onde a net mal chega, e onde se roubam cabos de cobre das telecomunicações.
Onde ( vá lá! )as escola até tem melhorado, ( mesmo quando há elementos que são chumbo pendurado ao pescoço de quem se está a afogar)
Onde se está a poucos km e poucos minutos de diversas sedes de concelho, e não se aproveita isso.
Onde houve um bairro fabuloso, de uma empresa, que hoje adormece, anestesiado, e poderia voltar a ser um polo de mais valias altíssimas para a freguesia, quer em termos urbanísticos, culturais e desportivos.

Onde até as miúdas foram "convidadas a sair" da catequese, por não morarem cá..

Onde ainda não vi nenhuma vantagem em aqui estar, e mesmo assim não quis daqui sair, e não desisti de tentar que se torne num sítio melhor para viver e trabalhar.

Mas aí está, o candidato até é um bom candidato, um homem que me parece sério e acessível e até tem feito algumas coisas bem feitas..mas imaginem que eu tinha de abrir a boca para apoiar, podiam-me sair coisas inconvenientes pela boca fora...

Fica para outro dia. Se precisarem de apoio técnico chamem-me.

Se precisarem de mim para governar, pensem duas vezes, eu sou altamente democrática para com os que respeitam e cumprem as minhas opiniões e ordens. Às vezes até sou um pouco monárquia, se for eu para rainha.. Não iam querer uma ditadorazinha pois não? É que tenho sérias dúvidas sobre comando partilhado. Talvez seja até inconstitucional. ..

O que eu sei é que sinto cócegas políticas pelo corpo todo. E que passo os meus dias com ideias, e muitas ideias são de "improvement" da minha terra e dos que aqui vivem

Mas fica para outra altura, tá bem?, quando eu tiver mais tento na língua, e mais diplomacia, que o meu estilo é mais de pelotão de fuzilamento.

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:57

15
Ago 13

 

Isto era o que eu pensava, em Maio do ano passado.

A verdade é que, 7 meses passados do mau tempo, e quer se invoquem razões de organização ou logística, de propriedade do Estado e direito (ou ou não direito de travessia ou permanência), a verdade é triste, e para mim, apenas uma:

este ano, não posso fazer a festa de aniversário que reúne de há uns anos para cá famílias e amigos entre o Canto do Ribeiro e a Praia Velha porque a Mata não foi limpa nem recuperada, nem por quem devia, nem por quem se propôs a fazê-lo e foi impedido.

Pronto. É só isto

 

http://aviagemdosargonautas.net/2012/05/13/andando-por-ai-15-por-margarida-ruivaco/

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:48

13
Ago 13

Um dos meus defeitos, ou assim me dizem, é, muitas vezes preocupar-me com as coisas com demasiada antecedência. 
Passei uma adolescência com dores de barriga, uma tortura quer em dias de exame, quer em dias de festa, tudo era um bom motivo para ser acometida de ansiedades e dores. ( eram os dias de magreza e elegância, quando nada me parava no estômago)

Felizmente, consegui ultrapassar isto, e com o tempo, consegui antever, antecipar e controlar estes pânicos que se instalam, sejam para um trabalho ou reunião importante, ou para um acontecimento inusitado na vida , e sei que, em algumas horas passa. Sei, porque já os vi muitas vezes, sei o antes, o durante e o depois, e aprendi a não deixar que condicionem a minha vida. Sem que a maior parte das pessoas que me rodeia, especialmente em contexto de trabalho sequer se apercebam ( são agora os dias em que me entram mais coisas no estômago do que as devidas)

Suponho que alguém me herdou esta característica, e tenho uma pré adolescente assim, mas num nível que me está a preocupar.
Assumindo que ansiolíticos não são a minha primeira opção, aponto baterias aos livros. A 4ª classe foi uma dor de barriga constante, apesar dos bons resultados escolares. O 5º ano aparece-lhe à frente como a mais alta das montanhas. Um passeio, uma saída, uma aula são uma porta para o escuro.

Hoje apresentei-lhe Mariana, irmã da Rosa, amiga da Rita.
Para um ensaio geral da adolescência de uma menina. Para que ela saiba que existem outras meninas, ainda que de fantasia, que também vivem sentimentos como os dela. Porque os ensaios servem para alguma coisa, certo? 

Li com ela, durante quase uma hora, depois de lhe apresentar a minha mais preciosa colecção de livros : os livros de Enid Blyton e da Alice Vieira, as colecções da Patrícia, Ana, Susana,Cláudia, Nancy e Carlota, As aventuras, os clubes, os Grimm, os Perrault, os Júlios Vernes e as Sophias,  o Adrian Mole, as BDs do Danny Doodle, do Agente 327 e Johnny Goodbye, o Afonsarilho, o Avôzinho, no meio de tantos outros, nas prateleiras do meu quarto de solteira.

Espero mesmo que resulte, porque já passei a fase do " já não tenho paciência para essas pieguices", e quebrei, estou na fase " doi-me o coração de a ver a anular-se e desejar ser transparente".

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:32

03
Ago 13

que quanto mais complicada está a vida, mais esquemas inventam ( rodeadas de todos os bons conselheiros que as ajudam a complicar e a inventar mais esquemas) para a complicar mais.

 

Não consigo imaginar o que passará numa cabeça daquelas, com o seu mundo a implodir e explodir ao mesmo tempo. Nem sei como reagiria.

 

mas acho que começar do zero não deixa de ser uma hipótese! Mas sto digo eu que não sou assim uma boa conselheira

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:14

A ùltima pergunta parva foi pedir-me que lhe escrevesse num papel o que devia levar na mala de viagem...vai para onde? quanto tempo? fazer o quê?

 

A compulsividade, o abrir e fechar o fecho ou botões, puxar as calças para si e para baixo, tirar e por coisas nos armários, sucessivamente, o ficar estática...é tudo normal, certo?

 

A teimosia, a confusão, a obsessão fora de horas pela vida religiosa, pela mania das grandezas, o ter de ir, ter de comprar, ter de estar inscrita num ginásio, ter de ir para a escola, para a catequese, ter de fazer isto ou aquilo que nunca fez, nem sabe para que serve,...é tudo normal, certo?

 

O chagar-me o juízo com necessidades repentinas de fazer isto ou aquilo, com vaidades e merdicites de escolha de roupas e sapatos, de roupas e acessórios ( oh mulher, eu não me gaço isso a mim!!!), de preceitos  de sei lá mais o quê...é tudo normal, certo?

 

Sim, normal de quem está doido!! Parece que demência é uma coisa que não sai do papel das consultas...e pronto, é normal. 

 

Ou então, e mais uma vez repito, então a doida sou eu!!! Internem-me. Melhor, dê-me baixa ou reforma. Isso é que era bom serviço.

 

Depois , a mulher podia continuar a fazer todas as macaquices que lhe ocorressem...

 

Eu sei que é a doença dela, mas porque me escolheu aturar todas as manifestações e todos os sintomas?

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:02

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