Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

08
Fev 13

Ontem fomos à caça.

 

Aos primeiros raios de sol da manhã, avistámos a peça, esperneando no denso cabelo da minorca.

 

Começou a nossa primeira caçada, em mais de 9 anos em que há garotada por aqui.

 

Produtiva. Ao cair da noite, novo cerco.

 

Extreminámos a raça.

 

 

Até quando?

publicado por na primeira pessoa do singular às 20:57

07
Fev 13

Sim, sou XXL, não é novidade nenhuma.

 

Sim, tenho pouca roupa, porque tenho poucos armários, pelo que não posso ir guardando tudo o que deixa de me servir. E porque não tenho dinheiro para ir repondo tudo o que dou...

 

Ontem, mais uma vez, tentei ir às compras. Quase sem dinheiro.

 

Num chinês, lá desencantei uns jeans que me sirvam, e um casaco de malhinha mesmo, mesmo, à tangente...

 

Sapatos ficaram para outra volta. O que eu vejo, e gosto, não me serve ou é caro. O que eu posso pagar, ou não me serve ou é feio. É lixado ter um peito do pé que não cabe na maioria dos sapatos e botas. E os saltos? não, não são a primeira opção para os meus pés torturados no dia a dia.

 

Entretanto será primavera, e verão, e poderei usar outra vez sapatos e sandálias abertas...

 

E collants? onde é que as outras gordas compram collants, que eu não vejo nada que me sirva?

 

No meio de tanta voltinha, acabei por gastar cerca de 6€ em retalhos, e vou aventurar-me a fazer sozinha umas calças e uma camisa. 

 

Mas sou engenheira ou não? quão difícil será projectar uma roupa? tenho ou não tenho livros e livros de instruções? há ou não há tutoriais na internet?

 

Tou aqui, tou a ser costureira mestra!!! Mais uns cortinados para fazer para a cozinha...acho que dá direito a diploma, certo?

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:47

04
Fev 13

Hoje, fiz delete numa parte do meu coração, e fiz trim a uma secção do meu cérebro.

Hoje, um bocado de mim deixou de aceitar plenamente que as pessoas (adultos ou crianças) são aquilo que o seu meio lhes proporcionou: amor, bem estar, segurança, educação, (ou todos os seus opostos), e que, como tal, devem ser completamente entendidas em função do seu meio.

Esta minha convicção, fazia-me distinguir entre o que podendo ser normal para uns, não é extensivo a todos, tal como o que eu vejo como anormal noutros, pode não o ser para eles.

Uma teoria da relatividade caseira, que se baseava numa adaptação de "quem dá o que tem, a mais não é obrigado, e que me obrigava a exigir mais de uns que de outros, mediante o que eu consideraria as suas capacidades ou oportunidades.

Sempre me considerei satisfeita com esse meu critério, nem sempre gerador de consenso, mas que para mim sempre foi justo. Até hoje. E estou muito baralhada.

Suponho que arranquei um bocado da minha inocência, e está a doer-me.

publicado por na primeira pessoa do singular às 21:32

Aproxima-se Março, a uma velocidade estonteante.

 

Em breve terei 38 anos. Ainda que me sinta mais adulta, ainda que esteja um pouco mais sensata, e, definitivamente, melhor pessoa, e mais mulher, tenho sérias dúvidas que tudo isto compense os efeitos do envelhecer.

 

Se comecei 2013 com vontade de mudar, vou ter de o levar ao fim. Sobre a secretária, a garrafa de água, que terei de beber hoje. 

 

Retomei a maquilhagem, mas numa pele tão irritada como a minha, o efeito está longe de aprovar.

 

Cortei o cabelo, mas os caracóis indomáveis não estão a proporcionar o efeito Juliete Binoche pretendido.

 

Pode ser que a água vá fazer alguma coisa pela pele e pelo cabelo, e já agora pelos rins e bexiga...

 

Se, entretanto, e ao fim de 4 anos deppis da operação, já me doiem menos as costas quando estou deitada, ando afanada do ombro e do cotovelo, para além das dores do polegar oponível...Tendinites? Bursites? Velhice?

Bem, vou acreditar outra vez no poder da água...e do sol.

 

Estou KO.

 

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:50

03
Fev 13

Ontem, o surrealismo atravessou-se à minha frente. Sorri e confirmei que a vida me tinha dado a escolher, e escolhi bem.

 

Estava à espera de ser atendida num balcão da FNAC, olho para a caixa, e , à espera, lado a lado, a minha paixão platónica da adolescência, e o amor da minha vida.

 

Um, alto e louro, o outro, mais baixo e moreno. Ambos com a barriguinha que convém a um pai,ambos mais gordos e com menos cabelo que há vinte e tantos anos. Ambos acompanhados de cria e crias, respectivamente.Um, que vincou o meu caracter, sempre bem distante, entre os meus 11 e 15 anos, e outro que me completa deste os 16. Há mais de 21 anos, sempre ao meu lado a ajudar-me a crescer.

 

Reparei que me endireitei e encolhi a barriga, e fiquei feliz por ter pintado o cabelo esta semana, e por ter tido o cuidado de o secar e escovar convenientemente pela manhã. Reparei que o primeiro continua com o mesmo andar, tanto quanto me consigo lembrar, e garanto que, durante ans, observei muito bem.

 

Não sei se ele me viu, ou sequer me reconheceu. Saiu primeiro, e nós continuámos por lá. Já o exclentíssimo marido reparou, e bem, e quando à noite puxei a conversa, respondeu em tom jocoso e ciumento  ( good!!).

 

Soube que tinha sido favorecida pela vida. Agradeço.

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:55

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