Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

31
Dez 12

Acaba-se o ano de 2012, começará 2013, coisa que para mim será apenas mudança de agenda, uma vez que, cá em casa, a minha passagem de ano é em Setembro, findas as férias, no primeiro dia de aulas.

 

Esta noite, será apenas uma em que nos deitamos mais tarde, depois de um jantar de família alargada, como tantos outros jantares ao longo do ano, com algumas brincadeiras e um pouco mais de barulho.

 

Ainda assim, deixo sempre em aberto a hipotese de acontecerem coisas boas.

 

Já me deixei dos desejos, estão tão batidos, que nem sei.É como um pacote de natas para fazer chantilly: se batemos e não engrossa, é melhor deitar fora e começar com outro, mais frio.

 

SE emagrecer, se engravidar, se melhorar o trabalho, se aumentar o ordenado, vai ser lucro.

 

Se não, então também não perdi nada que tivesse.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:16

24
Dez 12

Adoro o Natal. Acho que já tinha dito.

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:53

23
Dez 12

Eu não queria, neste Natal, receber um sabonete Palmolive, como no ano passado.

 

Não que não faça jeito, é bom, e tem uso, mas gostava de saber que demoraram mais de 1 segundo a pensar em mim.

 

Ou então sou eu que demoro muito tempo a pensar.

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:39

Adoro o Natal, e partilho a minha vida com um homem que se tranforma num ogre nesta altura do ano.

 

É preciso muita paciência. <3

 

 

É o meu pedido nº 1, para prenda do Natal.

 

 

Os outros virão por acréscimo.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:36

05
Dez 12

Definitivamente, hoje apetece-me entrar num aquário e submergir. Num aquário de água morna. E que me cresçam guelras, já agora, porque sou pouco dada a água no nariz.

 

Se não estou rodeada de gente maluca, então sou mesmo eu.

 

Há meses, anos, que estendo a mão, o ombro os braços, (embora só me apeteça estender o pé ) para ajudar a sogra, que está maluca de todo!! Sindroma demencial, é o nome técnico do neurologista. Depressão e comportamento compulsivo, acrescenta o psiquiatra. Birra, chama-lhe a cunhada. Eu faço a minha aposta no Alzeihmer que nenhum médico ainda confirmou, mas que as consultas de neurologia das próximas 6ª e 2ª feira não deverão excluir. As manias, os choros, os fingimentos, a birrinhas, as manobras, os chiliques, a gaguez, tudo lhe aparo, porque sei que está doente, mas estão a dar comigo em maluca. A pressão para mudarmos lá para casa é enorme. Mas daqui não leva nada sogra.

 

O sogro, de quem tanto gosto, surdo de todo, a fazer confusões, e a pressionar para mudarmos para a casa penhorada da prima, mesmo ali ao pé. Ele diz que empresta dinheiro. Dinheiro que não temos como pagar. Casa que me incomoda moralmente, por ser a casa dos primos das minhas filhas. Casa que, sendo bom, não está nem perto do que eu gostava ou precisaria numa casa. Sogro com dinheiro e vida confortável que se chora diariamente da pobreza...sogro que prefere continuar surdo e a gritar, do que por um aparelho para ouvir melhor. E, acima de tudo, ouvir o que lhe dizem, e não o que ele imagina ouvir das palavras que entende mal.

 

A mãe. Com 62 anos, cansada, estourada, com o cérebro em papas de anos de ginástica a contar tostões na empresa e em casa. Com a ideia de que quem não é por ela, é automáticamente contra ela. Traumatizada com o internamento na casa de freias, torturada de ciúmes da irmã, perseguida pelo fantasma dela, esteja presente ou não, ( não é uma santa, a minha tia), esmagada por um pai que não terá sido assim tão mau, arrastada por anos de cuidados aos pais, aos filhos e netas. Que está a ficar louca, que vive de conjecturas do que alguém pode ouvir, do que as irmã e cunhados poderão, fazer, dizer, ter, viver, comprar, vender, entrar ,sair, cagar...e sempre a lembrar-me que eu sou gorda, e que um dia lhe disse que nunca ficaria gorda como ela e fiquei pior, e que um dia eu vou ser pior que ela, e que ninguém vai tomar conta de mim, e que eu vou estar mais doente que ela, mais pobre que elas mais tudo de mau do que ela...enquanto eu tento engolir, não lhe responder mal, e não deixar de por os pès naquela casa. Mas não esqueço. Arrumo num canto, e perdoo-o porque é a minha mãe, e mais dia, menos dia, terei de cuidar dela, sem a abandonar. Porque devo, e porque não vejo outra maneira de um filho tratar os pais.

 

O pai, que quando se puder reformar terá 50 anos de descontos, e três anos de guerra, e estará cansado e desgastado demais para aproveitar. E viverá obcecado pela bula dos remédios...

 

A irmã a seguir,advogada, que anda desaparecida, misteriosa, deixou quase todo o trabalho. Preocupo-me com as cartas que chegam e ela não abre, não faz, os clientes que perderam o apoio. Preocupo-me ainda mais com o que não me é dito, e com a fragilidade que ela esconde mas eu sei que ela tem

 

Com a irmã seguinte, psicologa, que anda com cara demasiado alegre, aquela que usa para camuflar o que corre mal, e que só se sabe sempre muito tempo depois...aquela que se ri, e me dá razão sobre a mãe: eu para a semana que vem vou com ela ao psiquiatra...

 

O irmão, estudante, e a sua namorada, os sem expectativas, os sem um tostão, os eternos garotos...o que será deles?

 

 

O marido. O homem que eu tanto AMO, mas onde vou notando comportamentos obcessivos e a intolerância à migalha no chão, à louça suja, à bancada molhada. A critica na ponta da lingua a como lavo, seco, passo, varro, ando, como, visto...tudo está mal ( valha-me o sexo, ainda não se queixa)...vou deixando para segundo plano. As prioridades desreguladas: o que interessa tirar a louça da máquina e arrumar no armário quando estamos super atrasados pela manhã, as filhas estão por vestir, os pequenos almoços por fazer? Pelos vistos tem o maior dos interesses!! Mas essa crítica fácil não se aplica no trabalho, que o tem arrasado há meses, e onde não tem tomates para por os pontos nos iiis. Porque tem sobre os ombros o peso da subsistência da nossa família. E por isso, tudo lhe desculpo. Mas não esqueço, nem deixo de ser eu.

 

As filhas, que não tiram a palavra mãe da boca, para tudo, e para nada, que se preocupam e me ocupam com birras de roupa, birras de cama, o casaco que não fica bem, a camisola interior que se vê na gola, as calças que não têm brilhante, o casaco que está a ficar curto.

 

Foda-se. Estou pelos cabelos!

 

E pendurada pelo pescoço por uma trabalho que não tem grandes prespectivas, que não me dá o dinheiro que eu precisaria.

 

E amocho.

 

Por isso, hoje quero submergir, e não ouvir mais nada de ninguém. Só por umas horas, ao menos.

 

 

 

É que, se não são os outros, que pelos vistos se sentem todos muito bem, a maluca sou eu, e para bem da humanidade, devo ser isolada.

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:09

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