Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

01
Mar 12

isto da internet, tem as suas coisas boas.

 

pela madrugada adentro, contei com a preciosa ajuda do marido, que num hotel de Barcelona, ia formatando os documentos que lhe fui enviando ao longo da noite.

 

A 2º parte da tese foi entregue. Quer os orientadores gostem ou não, esteja boa ou esteja má, com quase 2 horas de atraso e depois de muito choro e desespero, foi entregue.

Não consigo conceber que tenha demorado mais tempo a compor fotografias, letra assim, espaço assado, a pôr e a tirar ao gosto dos desorientadores, do que a estudar e escrever sobre o assunto...mas isto devo ser eu a ser burra...

 

Pelo meio, e para agravar, nos últimos dias tenho sido mãe e pai, a empregada de limpeza, a engenheira e a gerente de uma empresa que não recebe há meses , de nenhum cliente, quem tem pouco trabalho e o pouco que faz nem sequer tem podido facturar, a filha de uma mãe desconsolada, a mãe de duas filhas chorosas, a neta de um avô que foi para o hospital e aguarda a sua vez de morrer. Talvez hoje, talvez amanhã, talvez do fim de semana...

 

Voltaram as insónias, e já não é só à segunda feira. Votaram as dores de barriga, as diarreias, e a sensação de que vou vomitar a qualquer minuto.

 

Dentro de 15 dias, mais Impostos e ainda mais impostos. Não tenho como pagar.

Ainda não tenho dívidas na empresa, mas também já não tenho mais dinheiro em casa para as pagar, por isso vou passar a ter, mesmo sabendo que tenho dinheiro a receber de clientes, os mesmos que me dizem que não fazem ideia de quando poderão pagar ( os que se dignam a atender o telefone, é claro).

 

Aproximam-se as datas de revisão do carro da empresa e do nosso carro. Dos seguros. A mudança de pneus.

 

Acaba-se amanhã o meu contrato com o Politécnico, pelo que nem o miserável salário menos que mínimo vou receber.

 

No meio disto, eu que sou 98% abstémia, dou comigo a olhar para o congelador, a pensar que, com o gelo, iria fazer um belo Caipirão. Não o fiz. Se não bebo feliz, não é triste que o vou fazer.

 

E por causa do doce, eu sei. Porque já me comecei a vingar  nos torrões de açuca amarelo, no chocolate amargo, no exagero de conida ao almoço, no leite com bolachas depois de jantar, no chocolate e morangos a meio da tarde.

Daqui, só resultarei mais gorda, e mais infeliz, mas nem esta certeza me demoveu do pequeno prazer de cada um dos momentos. Tão pequenos, tão comprometidos, mas os únicos que me deram um bocadinho de ânimo e esperança.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 07:00

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