Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

17
Mai 11

Hoje , estou por aqui:

 

 

Ora bem, flexibilidade no trabalho...

A minha mãe sempre trabalhou em casa: para além de mãe e dona de casa, costura para fora e faz toda a papelada do escritório dos meus pais e tios, pelo que fomos quatro irmãos com mãe presente e agora são quatro netas com avó. Ela é que sabe, ela é que manda, ela é que dá o pão, logo a educação ( é quase assim!)

Quando eu comecei a trabalhar na construção civil, em 1998, solteiríssima, o horário era horrível, o cansaço mais que muito, mas não tinha outras obrigações, o salário era bom, a vida corria-me bem, dentro do possível. Depois de 2000, quando casei, passou a ser um inferno, conseguir conjugar a vida de casada e a do trabalho, e em 2001 desisti de lutar e saí desse bom emprego, onde, pelo menos, e por troca de horas de serviço a mais, não remuneradas, nunca ninguém teve a menor retaliação se fosse preciso faltar um dia para tratar de algum assunto, ou chegar atrasada por algum motivo. Isto tenho de admitir!.

Consegui um emprego em part-time, bem remunerado, e foram os dias da minha vida em que tive tempo para tratar de mim, e fazer o batalhão de tratamentos para engravidar... Mas como tudo o que é bom termina, a empresa estava a enganar-me nos descontos e saí.

Rapidamente encontrei um emprego com uma remuneração de sonho, mas que eu pagava em horas e centenas de quilómetros, diariamente. Fiquei grávida, e o patrão logo sugeriu que não seria preciso licença de parto completa, certo? Alguns dias antes do parte, e continuando a fazer entre 150 a 600km por dia, conforme o dia da semana, despedi-me. Nunca mais voltei a ver um ordenado daqueles...

Fui imediatamente contratada pelo patrão do part-time, desta vez em full-time, mas com horário certinho, que jurou não voltar a enganar-me ( mas como é sabido, quem mais jura, mais mente!) Como o marido ficou desemppregado durante a minha licença de parto, trocámos, e fui eu trabalhar, ao fim de 4 meses. Trabalhei lá mais 2 anos, masceu a 2ª filha, e quando regressei da licença de parto, já a empresa se tinha desmoronado, e para além de inúmeras falcatruas que fizeram com o meu nome, na minha ausência, saí de lá com 6 meses de salário em atraso, diversos subsídios por receber, e ainda com o tribunal à perna, por causa do burlão do patrão.

Em menos de 15 dias, e com uma miúda de 30 meses e outra de 6, voltei a trabalhar, e fiz questão de negociar um horário certinho, em troco de um salário reduzido. O salário manteve-se reduzido, mas o horário descambou e passou a ser ainda pior que antes, e se tinha contrato para uma super-oobra, pouco a pouco já eram 3 e mais e mais e mais, e apesar de todas as horas extra não remunerados e os quase 1000km por semana não podia sair às 17 ou 18h para ir ao médico com as filhas sem ter de pedir licença ao chefe, depois aos recursos humanos e por fim ao patrão, sendo repreendida se saía a horas ( 18h, ao fim de 8 h de trabalho e 1 de almoço), pelo que saí, em Novembro de 2007, porque não aguentava mais.

Continuei o resto do ano a trabalhar para eles a recibos verdes, em casa, e em Janeiro de 2008 criei a minha empresa, muito micro, por sinal, no rebentar da crise. Uma mulher, num mundo de homens, sem ajudas nem subsídios, a fazer um trabalho novo, para a mentalidade da maioria dos construtores.

O salário foi reduzido ao mínimo. O sistema de impostos e contribuições é implacável.

Nestes 3 últimos anos, consegui estar ao dispor das filhas na escola , na patinagem. Estou a concluir um mestrado, já fiz mais formações. Dei aulas num Politécnico, dei formação. Aceitei todo o trabalho honesto que me proponham. Tive dias de 17 e 18h seguidas de trabalho, dias de começar às 2 da manhã. Nunca falhei prazos nem deixei clientes enrascados. Clientes, que por vezes, demoram 6 e 7 meses a pagar, e às vezes, com cheques carecas.

Trabalhei de noite, se tinha de estar disponível para elas de dia. Fui honesta, nunca entrei em esquemas, abstenho-me de usar o factor cunha.

Nos últimos meses o trabalho diminuiu para números insuportáveis, e estou quase a desistir.

O stress desiquilibra-me, e a procura de conforto vê-se no peso.

Hoje, não passo necessidades, mas também não tinha necessidade de fazer contasà vida se não tivesse lutado pela flexibilidade de horário. Arrependo-me de ter deixado o primeiro emprego. Arrependo-me pelos milhares de euros que fiz a família perder, com tudo o que eu não tenho recebido, e não é só o diferencial do que devia receber agora, para o que recebia antes, são os meses de salários que eu, simplesmente, não me consigo pagar.Arrependo-me de termos tido de abdicar da casa dos nossos sonhos, e de todas as férias e viagens que ficaram por fazer.

Só não me arrependo de estar disponível para os meus tesouros. O tempo dirá, se compensou.

Se hoje achasse um part-time, até umas 30h semanais flexíveis, não olharia a orgulhos, éticas e coisas do género, fechava a empresa e ia para lá. Mesmo que detestasse, a segurança de um ordenado ao fim do mês, por agora, seria suficiente.

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:03

09
Mai 11

Ontem foi dia de aventuras.

Aproveitámos o dia solarengo e partimos à descoberta. Da asma, nem sinal, ao fim de uma hora a subir um monte, mata cerrada mediterrânica, com carvalhos, pinheiros, silvas e todo o tipo de arbustos e bicharadas.

 Não a primeira escolha delas, que são um bocado picuinhas, mas chegar ao ponto de destino e ver o maior e mais bonito carvalho da nossa vida( quem sabe, do mundo!), valeu a pena, o sacrificio da subida, os arranhões no mato, as escorregadelas, as formigas gigantes.

 

Depois, uma atravessia bem molhada, de galochas Hello kitty, sob uma autoestrada, num dos aquedutos para ir à procura de uma fonte. Chapinhar na ribeira, apanhar limos, afastar teias de aranha.

 

E para acabar o dia em beleza, uma procura num túnel, uma passagem subterrânea de águas pluviais, à luz das lanternas.

 

Sujas e malcheirosas? Muito! mas a máquina lava. O que não vai sair é a memória de experências como estas, que a maior parte das meninas ( e meninos) de 5 e 7 anos ( ou de outras idades) não têm.

 

Para os pais, vale a aventura com os filhos, e o passeio para abater na barriga e descobrir que há músculo no corpo, em locais insuspeitos.

E vale pela alegria nas caras delas, mesmo que sejam medricas, e que uma certa miúda pareça o" Conde Castelo Branco" com queixas e reclamações...

 

Pode não ser a maneira mais certinha e composta de fazer crescer crianças. Alguns dos sítio visitados talvez não fossem os mais saudáveis. Talvez houvesse muitos espinhos e urtigas ( para elas, é tudo urtigas!).

 

Mas aventura de ontem tirou medos e inseguranças, cultivou o espirito de descoberta e aventura, educou para a natureza e exercício, e proporcionou horas de actividade em família. Saldo: muito positivo.

 

A noite de sono foi mais do que merecida. E curta demais...

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:04

e sai uma multa de estacionamento para pagar.

ESTG, primeiro dia em que dei aulas, numa raia onde estavam pelo menos mais 15 carros.

Fui falar com os PSP do giro: para uns, esteja à vontade, pode estacionar, não estorva, há poucos lugares. Para outros, o que é que acha, minha senhora? Não vê as raias?

De facto, na maior parte das vezes não vejo, estão cheias de carros lá em cima.nem as raias, nem outros lugares para estacionar, porque é uma milagre achar um buraquinho para lá deixar o carro.

 

Não, NÃO há autocarro lá para os meus lados. Muito menos um que me vá deixar a casa às 11 da noite...

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:02

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