Dizem que é a crise...
Quando comecei a trabalhar, há quase 12 anos, as coisas eram diferentes.
Sempre me lembro de haver crise lá em casa, mas controlada, hierarquizada, pelo que só faltaram coisas desnecessárias, e nunca as indispensáveis.
Se no dia 8 de Novembro de 1998 me tivessem perguntado quanto é que eu estimava que estivesse a ganhar a 30 de Abril de 2010, sem dúvidas nenhumas que indicaria, nessa data, mais de 500 contos por mês.
O que seria uma loucura de ordenado! Mais do que os meus pais algum dia trouxeram juntos para casa, mais do que tantas famílias numa série de meses...
Estava tudo tão bem encaminhado que, se em 30 de Abril de 2003, me fizessem a mesma pergunta, eu até diria mais, para aí uns 3500 euros por mês!Porque os 500 contos estavam quase quase lá, e com mais outro ordenado em casa, sem filhos, era a reinação total.
Hoje, se eu e o meu marido trouxessemos os tais 500 contos, juntos, por mês para casa , era uma festa! Com mais duas garotas em casa.
Felizmente, soubemos poupar no tempo das vacas gordas e não nos pusémos em grandes aventuras.
E sei muito bem que , de 2005 para cá aprendi a poupar em grande escala, e sei bem que ainda consigo fazer melhor, se tiver que ser...
Mas onde é que ficou toda a expectativa? Onde ficou o investimento em estudo? Onde ficaram os sonhos?
Hoje, a nossa vida está formatada entre casa, escola e trabalho. O nosso apartamento converteu-se em dormitório,apenas. Os grandes planos foram adiados até data incerta. Vivemos com o que temos, e ainda nos podemos dar por felizes por nada nos faltar do essencial. Mas...
E amanhã?