Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

20
Mai 13

Este é um post rebarbado, de fera ferida.

 

Os miúdos que rodeiam as minhas filhas, têm, na generalidade, poucas oportunidades de actividades culturais ou de conhecimento, por falta de interesse dos próprios e dos pais. 

 

Mesmo que os garotos não se interessem, os pais também não insistem. mesmo que os garotos insistam, os pais não lhes dão oportunidades. 

A desculpa de ser longe, ser caro, não saberem cai por terra, quando, na própria aldeia se criam actividades que tentam aproximar, ainda que a pequena escala, o que se passa em locais como  o Museu das Ciências Naturais, o Pavilhão do Conhecimento ou o Visionarium.

 

Não era preciso ir longe, nem pagar deslocações e viagens, nem tinham de saber...

 

E foi assim, integrado no Projecto Rios,que há umas semanas falámos com os pais sobre um passeio no rio da nossa terrinha e programámos actividades científicas e exploratórias sobre a água.

Durante dias ( mais propriamente noites, preparei cartazes e apresentações, arranjei equipamento, livros, desenhos, para apresentar aos meninos, depois da caminhada.

 

Entretatanto, começou a chover, o que terá afugentado muita gente, mas tendo isto em mente, avisei toda a gente que, se chovêsse e não houvesse passeio, ainda assim teriamos actividades. 

Chegada a hora do passeio, este realizou-se, com meia dúzia de gatos pingados, que arriscaram enfrentar as ameaças de chuva e foram contemplados com um percurso magnífico, sob um sol tímido, mas colaborante. E foi , de facto, um belo passeio, em pouca, mas muito boa companhia. 

 

As mães e pai presentes divertiram-se, os miúdos mostraram uma energia inesgotável e uma alegria contagiante. O local era lindo!

 

Para o almoço partilhado quase ninguém apareceu ( nem que fosse para comer de borla, carago!!!), e para as actividades da tarde, os gatos pingados do costume e pouco mais.

 

60% dos inscritos não apareceram. Os restantes aproveitaram as actividades com entusiasmo e brilho nos olhos próprios de crianças.

 

 

Senti-me muito frustrada. Pelas horas investidas a preparar tudo, mesmo o que correu menos bem. Senti-me usada, defraudada. Senti-me parva por ter elevado as expectativas.

 

......................................E no entanto, valeu tanto a pena por aqueles meninos!!.......................

 

Senti-me estúpida, e muito burra, por ter a veleidade de pensar que o que eu acho melhor para as minhas filhas, também é o melhor para os filhos dos outros.

Como se não me tivesse sido demonstrado, vezes sem contas, que vou a remar contra a maré...

 

Ou como disse a outra, muito ofendida, numa das reuniões de pais em que propus que se adptassem actividades experimentais e culturais que complementem o ensino que vem nos livros da escola, " Cultura geral só dá quem quer, podes achar que isso é bom para as tuas filhas, mas eu não  quero para o meu..."

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:16

comentário:
às vezes, o nosso esforço vale por aqueles que o aproveitam. Não pelo nº, mas por quem nos dá valor. Acho que foi um esforço positivo para os poucos meninos que o souberam aproveitar. há que continuar

Anita
Anita a 21 de Maio de 2013 às 15:24

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