Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

31
Mar 12

senhora dos momentos disparatados, preciso de entrar em contacto consigo. Veja o post Insistindo

publicado por na primeira pessoa do singular às 20:52

29
Mar 12

ando com os sonos trocados, embora saiba que esta noite já devo dormir melhor.

Estamos no fim de março, e, supostamente, entra o primeiro dinheiro na empresa desde Novembro.

Poderei, pois, gastá-lo a pagar o pagamento por conta, a segurança social, que já devia ter sido na semana passada, e, se restar, o seguro do carro.

 

uau!!!que excitação.

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:59

28
Mar 12

 ASAE continua a sua busca dos preços baixos, agora no Continente, quando ainda nada se sabe das suas buscas de há uns meses do leite do pingo doce.
É chato, se vendem abaixo de custo, mas a mim dá-me jeito, e se hoje vendem barato, na semana que vem vendem caro, e pronto...

Na semana passada tive uma reunião num cliente, e como quem não quer a coisa, perguntei-lhe se ainda trabalhava com "fulan...o". Um senhor sem qualificações, com muitos amigos e conhecidos, que lhe dão trabalho e lhe pagam a bom preço!( ou assim era, quando o conheci , há uns 4 ou 5 anos, até porque passavam pela minha mão recibos do fulaninho...
Sim, sim, ainda trabalho...diz o outro, mas agora está mais complicado para pagar, porque desistiu dos recibos verdes, porque tinha de declarar, e os impostos... e agora recebe tudo por fora...

Compreendo, desistiu dos recibos, porque tinha de declarar e pagar impostos. Nem paga seguros, nem ordens profissionais, nem contribuições, às tantas ainda recebe subsídio de coitadinhos, e vão-lhe parar às mãos trabalhos bons, dos quais obtem os seus razoáveis rendimentos ( porque trabalhos chatos, o sr não faz, por isso é que eu estava na reunião, porque aceitei fazê-los...)...

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:58

"Este post é candidato ao melhor post do mundo, da Limetree"

 

 

 

Quando se ama alguém ( como eu amo), e se traz para casa o pacote completo de amor integral, e se jura amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida, ( como eu jurei !)há outras pessoas que vêm incluídas.

 

E as minhas  juras de amor cobrem também essas pessoas.

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:44

27
Mar 12

 

Dulcinea vive assustada com o fim do mundo que conhece. Preocupada com os dias que poderão vir, ou nem chegar. Acorda aflita e pensa que é hoje que virá o terramoto, o tufão, o maremoto, os dias de pernas para o ar. Sem água canalizada, sem electricidade, nem em pó, nem nas tomadas, sem pilhas, nem baterias. Sem dinheiro na mão.

Por isso importa saber que o chá e um jornal velho podem fazer caracóis, e que ervas podem fazer chá. E que outras coisas se podem cultivar.

É útil saber o que fazer ao algodão e ao linho, que poderá fazer crescer num quintal que não tem, onde encontrar as sementes, e pelo sim, pelo não, guarda em papel uma cópia de projecto de um tear.

Procura nas feiras, nas velharias, um moinho de cereais que funcione a manivela, e faz experiências com pedras, para tentar transformar trigo e milho em farinha que possa comer em pão. E sabe como preparar fermento e isco, a partir de uma maça.

Pesquisa em livros e vai ensaiando, fazendo compotas, fazendo conservas, enchidos, fumados, pensando no modo de guardar batatas e fazer durar a carne fora da arca congeladora, que não será mais do que um armário.

Numa caixa grande, guarda agulhas, tesouras, linhas e botões, e num estojo que fez, repousam ferramentas para todas as manualidades que lhe ocorram fazer no apocalipse.

Fica frustrada, por ainda não alcançar os mistérios da transformação da ferra em ferro, e do ferro em pá, em faca, em serra, e utensílios de vasta e extensa utilização.

Recorta receitas, anota conselhos, pede informações, recolhe saberes dispersos nas velhas, e arruma, ordenado, na sua cabeça e no seu coração.

Mentalmente, repete rotinas, pesquisa em livros e na internet, que pó azul pode pintar a casa, como fazer o tijolo e a cal.

Do fundo do coração, venera todos os homens e mulheres que, sem nada ter, sem nada saber, inventaram tudo o que é preciso.

Um dia, se o avião onde não viaja, cair no fim do mundo, não a apanharão desprevenida.

Um dia, se o carro avariar nos recônditos da terra, aonde não vai, a vida não parará por ali.

Um dia, se a vida a levar aos mais pobres dos pobres, recrutará um batalhão deles e lhes dará o desenvolvimento e a prosperidade pelo saber fazer.

No meio da tragédia, nunca passará mal. No reino dos cegos, terá dois olhos.

Inveja a liberdade das mulheres do antigamente, que não ficavam presas a estes pensamentos, de pouco saber fazer, se nem tudo lhe for dado pronto.

Por isso, e pelo seu mau perder, não está disposta a entregar o jogo ao futuro incerto: continua na descoberta do como se faz.



publicado por na primeira pessoa do singular às 15:32

Março é um mês fixe, para impostos, logo a seguir ao mês do IVA( Fevereiro), e um pouco antes de outro mês de IVA (Maio).

 

Não faço ideia como vai ser...

 

Pagamento por conta?Não tenho dinheiro

Segurança social? fiquei a dever...

Seguro do carro? não tenho dinheiro

Avariou o transformador do computador? que remédio comprar outro, se quero trabalhar...

Avariou a bateria? aguenta ligado ao fio...

Os dois carros precisam de ir à revisão? aguentem...

um carro precisa de pneus?espera...

É preciso pagar o IMI até ao fim de abril? paga..

O marido tem a sua primeira multa de trânsito para pagar em 21 anos, logo uma bem cheiinha? paga...

 

Depois admiro-me de andar stressada, e de sentir o coração a bater...

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:31

26
Mar 12

Março é um mês fixe, para impostos, logo a seguir ao mês do IVA( Fevereiro), e um pouco antes de outro mês de IVA (Maio).

 

Não faço ideia como vai ser...

 

Pagamento por conta?Não tenho dinheiro

Segurança social? fiquei a dever...

Seguro do carro? não tenho dinheiro

Avariou o transformador do computador? que remédio comprar outro, se quero trabalhar...

Avariou a bateria? aguenta ligado ao fio...

Os dois carros precisam de ir à revisão? aguentem...

um carro precisa de pneus?espera...

É preciso pagar o IMI até ao fim de abril? paga..

O marido tem a sua primeira multa de trânsito para pagar em 21 anos, logo uma bem cheiinha? paga...

 

Depois admiro-me de andar stressada, e de sentir o coração a bater...

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:28

24
Mar 12

o mais perto que estou desse sonho, foi ter feito, esta tarde, com as filhas e vizinhos, a construção de uma casinha da Classic Toys, que até era uma escola, por sinal

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:52

22
Mar 12

o meu coração bate tanto e está tão agitado, que não consigo concentrar-me nem trabalhar.

 

e há 2 ou 3 dias que isto anda assim...

 

sinto-o a bater, parece que vai saltar, que me vai faltar o ar...às tantas não é stress nem ansiedade, e é mesmo um treco!!!

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:13

é notícia, no dia de hoje, que um pai FCP fez queixa ao ministério da educação, por uma educadora incluir Benfica numa versão do atirei o pau ao gato...
Era um pau pelas costas abaixo do senhor pelo lado de fora, já para não falar de um pau pelas costas acima, pelo lado de dentro.

é isto que preocupa alguns pais portugueses?

isto digo eu, que nem sou do benfica, e que é para o lado que durmo melhor, se cantam assim ou assado...desde que não sejam os vizinhos a cantar em altos berros no meio da noite

publicado por na primeira pessoa do singular às 16:55

uma das vantagens de ter menos trabalho ( ainda que nos últimos dias tenha tido bastante trabalho, concentrado de mais), é ter tempo para a família.

 

Acompanhei a sogra a uma reparação da dentadura. Ontem, 90 kms para trás e para frente, com tentativa de comprar roupa e sapatos. Apetece-me desistir. Vou coleccionando todos os bocadinhos de paciência, para passar horas ( horas que me fizeram muita falta!), a entrar e sair de lojas, calçar, descalçar, e no fim nada.

 

A incapacidade para tomar qualquer decisão é impressionante. Apenas sabe se não gosta, mas nem sabe porquê, nem do que gosta. Não desisto, porque amo o filho dela, e como tal, tenho de a tratar como uma mãe para mim.

 

Hoje tinhamos de lá voltar, e para poupar os 90kms, trouxe para dormir em nossa casa. O fim do mundo, uma experiência complicada. Tudo o que sai da rotina dela ( qual será a consequência , naquela cabecinha, de termos saído de casa com as camas por fazer???) é uma catástrofe, uma impossíbilidade um não sou capaz...

 

Queria dar-lhe uma injecção bem forte de genica. De personalidade. De afirmação.

 

Não tenho tal medicamento. Mas não desisto. Bufo, esperneio, barafusto, mas não desisto.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:54

sei que isto está a ficar descontrolado, porque os ameaços de crises de pânico e ansiedade estão a ser diários...

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:53

18
Mar 12

adoro ler e escrever, mas raramente esta adoração inclui poesia.

 

Um dia destes pediram-me que escrevesse uma. Aceitei.

Duas.Aceitei. Comentário de alguém que desconheço: Excelente.

 

Fiquei vaidosa. Agora não me apetece continuar trabalho que estou a acabar, há não sei quantos dias, e que parece nem ter fim.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:47

16
Mar 12

a trabalhar.

 

Antes por isto, que por insónias...

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 02:50

15
Mar 12

Sou eu a ter um ataque de ansiedade.

 

Tenho tido tão pouco trabalho, que agora agora estou a ter problemas em lidar com um pico muito esporádico, e que mesmo assim está bem longe dos meus stresses de antigamente.

 

As noites são péssimas, e agora que temos de novo vizinho por baixo, sei que o senhor toma um demorado banho às 5 da manhã. è mais ou menos à hora em que eu vou fazendo contas de cabeça com o que é preciso pagar e o dinheiro disponível, a ver se chegamos ao fim do mês.

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:46

12
Mar 12

e assim de repente, se os srs da troika, do BCE, da OCDE, dos ratings e do governo, mais os nobelizados e afins se sentassem a conversar e dissessem:

 

 

Portugal assim não vai lá
ou
É desta que vai ser!

 

 

é que isto de, hora a hora, cada um vir com uma teoria diferente: melhora, entra no mercado, sai do euro, precisa de resgate, não precisa, está na bancarrota, não está mas vai a caminho, mudou de rota,- não está com nada, não elucida ninguém, e só confirma que quem manda no dnheiro que é nosso não faz ideia do que anda a fazer...

publicado por na primeira pessoa do singular às 15:18

suponho que esta crise já destruiu muita coisa boa que existia entre nós...

 

termos um fim de semana só nosso, sem filhas, e acabarmos por estar a discutir os custos de ir pintar o cabelo de 4 em 4 meses (22€), quando ambos admitimos que o meu aspecto estava vergonhoso, porque devia ser uma vez por mês - isto de se ter 37 anos e o cabelo quase todo branco, não é fácil...,

e de desistir do aquário...

e da televisão e internet...

e da senhora da limpeza, que já era...( hoje perguntava-me a vizinha da frente: então a D.São já não vem? vem, D. Adélia, só que são só 4 horas, de 15 em 15 dias...)

e recordar que há meses que não compramos roupa, nem para nós, nem para as filhas, e que em breve vai ser necessário...

e que estão para vencer os seguros do carro, o IMI..

 

e isso destruir à nascença o que podia ter sido um fim de semana amoroso

 

presumo que isto é estar a bater bem no fundo

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:55

Tem sido a minha sina, este ano.

 

De domingo para segunda, acordo às primeiras horas dsa madrugada, e fico acordada, a rebolar na cama, a pensar em contas, em impostos, em dinheiro que não consigo cobrar.

 

Já lá vão vários meses assim, e começa a deixar de ser só no início de cada semana. A minhda sanidade mental começa a preocupar-me...

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:53

11
Mar 12

ontem abriu-se mais uma porta no meu futuro: descobri que o meu talento musical permite -me concorrer em pé de igualdade, quiçá até, em clara vantagem, no festival da canção do ano que vêm...
se calhar vou concorrer, cantando, escrevendo a letra e a música e até interpretando 3 ou 4 instrumentos. Ao mesmo tempo.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:38

09
Mar 12

Agora que sei o porquê do dia da mulher, dou-lhe um pouco mais de valor.

Prescindo, ainda assim, de tratamentos especiais: prefiro essas considerações em todos os outros dias do ano.

Mimos todos os dias, atenção todos os dias, consideração todos os dias, oportunidades todos os dias.

Não contem comigo para noitadas, strips marados, jantares de malucas...nessas feminilidades ( fêmeazices), não alinho, nem me parecem a maneira mais digna de marcar este dia

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:02

08
Mar 12

Todos os dias há noticias destas, e os comentários mais absurdos.


Todos são metidos no mesmo saco, e todos passam a ser meninos riquinhos que se endividaram demais e que agora estão a pagar por isso. Comentários de dor de cor e dor de cotovelo.


Há quem tenha abusado no crédito? há sim senhora. Todos? Talvez não.


Uma boa regra que se ouvia sempre dizer, é que os empréstimos não deviam superar 30 a 40% do rendimento disponível.

 
Muito bem. Vamos então supor que um casal, onde ambos trabalham e têm um salário idêntico, contraem créditos na ordem dos 20% do seu ordenado conjunto. Em poucos anos, com o agravar de taxas e juros, esse crédito já irá nos 30%, mas não os seus rendimentos.
E no entanto, continuam a ter uma conduta irrepreensível na gestão dos créditos. Um dia, um deles perde o emprego, mas tem subsídio. Temporariamente, o crédito passa para 50 a 60% do valor disponível. E foi culpa do endividamento maciço?


Não, porque cumpriram todas as regras e a boa gestão. Mas um dia acaba-se o subsídio, e o crédito passa a comer 60 a 70% do rendimento....

 

O que é que as pessoas comuns, que há meia dúzia de anos tinham expectativas de vida podem fazer?
E perdendo o 2º emprego? Continuam culpadas do incumprimento?

 

O primeiro cego é o estado, que deve às empresas, mas que não as poupa. Não vê, não quer ver, nem quer saber.
Depois os bancos/ credores, que tomam a mesma atitude, alteram unilateralmente os contratos, as avaliações e não se compadecem com as razões de cada um.

 

 

E por fim, todos nós, que continuamos a ter muita pena de quem hoje está mal, mas não nos poupamos de continuar a mandar pedradas de inveja. Parece que, ter tido ou tentado ter mais conforto ou mais qualidade de vida, é um crime, como se quem o fez o tenha feito de forma ilegal.

 

 

Ilegal devia ser a falta de expectativas e de confiança no futuro. Algo que há 10 anos não me faltava, e que hoje busco sem parar.

 

Aos que abusaram, paciência. Aos outros,  força e imaginação. É o que me calha, a mim, também.

 

Nota: há 12, há 10, há 8, há 6 anos, a nossa vida era muito razoável. Tinhamos ordenados razoáveis, e créditos controlados, na ordem dos 15% do nosso rendimento. Hoje, esses mesmos créditos comem 60% do dinheiro que entra em casa. Porque os créditos subiram, e os ordenados passaram a menos de metade. E depois, há que deixar para as contas obrigatórias. Sim, mudámos de carros o ano passado, um que foi logo para abate, de velho, e outro, de 11 anos, que serviu de troca pelo modelo mais modesto de um ford fiesta. Foram comprados com as poupanças. que fizemos ao longo de 11 anos. Não há outros créditos, de consumos, de viagens, de nada.

Moramos num pequeno T3, que já devia ter sido rifado há 6 anos...mas continua a ser a nossa casa, e só esperanos que se mantenha assim, tão bom e quase sem manutenção durante os próximos 67 mil€ que nos faltam pagar.

A vida mudou, e muitas coisas nos passaram a estar vedadas: os meus livros, que há muito deixei de comprar, alguém que me passe a ferro e limpe a casa ( mantemos 4h de empregada, de 15 em 15 dias, 40€ por mês), não há cá modas, nem saldos, nem nada. O supermercado reduziu para cerca de 1/3 do que costumávamos. Acabou-se o peixinho dia sim dia não, o meu ovomaltine. Tudo é do mais barato, do mais económico e só se estiver na lista. Tudo se conta, tudo se pesa. Ficam amigos por visitar, nas contas do gasóleo.

E, de tudo o que já não sobra, ainda se arranja maneira de tirar para ajudar a pagar preuízos da empresa, oferecer uma prenda a alguém.

 

Faltam-me os passeios e viagens que não fiz, mas contava um dia fazer. As compras e mimos que fazia, a mim, ao marido, às filhas, à família, aos amigos, que fazia, mas que há muito deixei de fazer... Falta-me um almoço ou jantar num restaurante, melhor que uma esporádica ida a um Mac donalds de 13,75 € para 4.

 

Falta-me a vida que já tive e perdi. mas não me envergonho.

 

 

 

 


 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:45

Enquanto os outros choravam, coloquei as minhas emoções nas mãos , e cozinhei comida de conforto para toda a família.

 

E ficou tudo muito bom.

Em homenagem ao avô Zé.

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:42

06
Mar 12

o meu avô morreu, há poucas horas.

 

Quando a minha mãe telefonou a dar a notícia, não chorei, e desconfio que nem o coração bateu mais forte.

 

Já o esperava, desejava até, porque o sofrimento não pode ser ilimitado. Não o meu, mas o dele, e o das filhas.

 

Quando o meu avô Quim morreu, era pequena de mais para perceber.

Quando foi a avó Matilde, "paniquei", "ansiei" e fiquei doente. Foi a vacina, aos 18 anos.

Quando foi a avó Tina, cerrei os lábios, esmaguei o coração, e foi só isso.

Hoje, respirei fundo. Acabaram-se os avós.

 

Pelo meio, um avô e uma avó do marido, a irmã dele e um tio. Um ou outro conhecido. Mas tudo se regeu apenas pela lei da vida, no meu coração.

 

às vezes penso que devo ser muito fria e cruel.

 

noutras,  apenas que já aprendi que amanhã o dia vai nascer de novo, e, que com o tempo, a dor passa.

 

na consciencia, só tenho uma interrogação. Fiz bem, ou mal não ter ido vê-lo?

adiei e adiei a ida ao hospital, e não fui. Agora também não vale a pena. nem sei se valia, se estava em coma...

 

Estou convencida que foi melhor assim.  Todos os dias me fui despedindo dele, em pensamento, como se fosse a rezar.

publicado por na primeira pessoa do singular às 14:56

05
Mar 12

Bastaram uns minutos, para eu aprender muito, pelo que os 37 de afiguram como um ano onde muita coisa nova pode acontecer.

 

Do banho de imersão desejado:

aprendi que há muito que não o fazia, que pouca água, para poupar, não chega para nada, e que passar muito tempo sem o fazer dá direito a nem nos lembrarmos que não temos sais ou gel perfumado cá por casa há muito tempo. Rebusquei nas gavetas da casa de banho, e lá achei uma espuma hidratante, mas não resultou, em meia dúzia de centímetros de água na banheira. Que, já de si, é pequena para mim...ou sou eu que estou demasiado grande.

 

Do arranjar-me e pintar as unhas:

achei que merecia, e que o queria fazer...mais valia estar quieta, talvez tivesse chegado à cama, perfumada, macia, antes de ele adormecer.

 

Do ficar acordada e amuada:

pior para mim, porque ele dorme na mesma.

 

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:37

02
Mar 12

 

assim como não quer a coisa:

algumas senhoras, durante uma vida, por opção ou contingencias, não trabalham fora de casa. Cuidam da casa, dos filhos, do quintal e do jardim, fazem trabalhos pontuais aqui e acolá. Não têm ordenado, e muitas não têm ou terão pensão.

algumas senhoras, durante uma vida, por opção ou contingencias, trabalham fora de casa. Cuidam da casa , dos filhos, do quintal e do jardim, fazem trabalhos pontuais aqui e acolá. Esperam ter ordenado, esperam poder pagar a alguém que as ajude,  mas não têm ou e não sabem se terão pensão.

algumas senhoras, durante uma vida, por opção ou contingencias, não trabalham fora de casa. não cuidam da casa , dos filhos, do quintal e do jardim, nem fazem trabalhos pontuais aqui e acolá. Esperam ter ordenado e pensão, e têm.
publicado por na primeira pessoa do singular às 07:56

01
Mar 12

isto da internet, tem as suas coisas boas.

 

pela madrugada adentro, contei com a preciosa ajuda do marido, que num hotel de Barcelona, ia formatando os documentos que lhe fui enviando ao longo da noite.

 

A 2º parte da tese foi entregue. Quer os orientadores gostem ou não, esteja boa ou esteja má, com quase 2 horas de atraso e depois de muito choro e desespero, foi entregue.

Não consigo conceber que tenha demorado mais tempo a compor fotografias, letra assim, espaço assado, a pôr e a tirar ao gosto dos desorientadores, do que a estudar e escrever sobre o assunto...mas isto devo ser eu a ser burra...

 

Pelo meio, e para agravar, nos últimos dias tenho sido mãe e pai, a empregada de limpeza, a engenheira e a gerente de uma empresa que não recebe há meses , de nenhum cliente, quem tem pouco trabalho e o pouco que faz nem sequer tem podido facturar, a filha de uma mãe desconsolada, a mãe de duas filhas chorosas, a neta de um avô que foi para o hospital e aguarda a sua vez de morrer. Talvez hoje, talvez amanhã, talvez do fim de semana...

 

Voltaram as insónias, e já não é só à segunda feira. Votaram as dores de barriga, as diarreias, e a sensação de que vou vomitar a qualquer minuto.

 

Dentro de 15 dias, mais Impostos e ainda mais impostos. Não tenho como pagar.

Ainda não tenho dívidas na empresa, mas também já não tenho mais dinheiro em casa para as pagar, por isso vou passar a ter, mesmo sabendo que tenho dinheiro a receber de clientes, os mesmos que me dizem que não fazem ideia de quando poderão pagar ( os que se dignam a atender o telefone, é claro).

 

Aproximam-se as datas de revisão do carro da empresa e do nosso carro. Dos seguros. A mudança de pneus.

 

Acaba-se amanhã o meu contrato com o Politécnico, pelo que nem o miserável salário menos que mínimo vou receber.

 

No meio disto, eu que sou 98% abstémia, dou comigo a olhar para o congelador, a pensar que, com o gelo, iria fazer um belo Caipirão. Não o fiz. Se não bebo feliz, não é triste que o vou fazer.

 

E por causa do doce, eu sei. Porque já me comecei a vingar  nos torrões de açuca amarelo, no chocolate amargo, no exagero de conida ao almoço, no leite com bolachas depois de jantar, no chocolate e morangos a meio da tarde.

Daqui, só resultarei mais gorda, e mais infeliz, mas nem esta certeza me demoveu do pequeno prazer de cada um dos momentos. Tão pequenos, tão comprometidos, mas os únicos que me deram um bocadinho de ânimo e esperança.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 07:00

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