Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

21
Jun 11

Os professores, mais do que uma profissão, têm uma missão. A sua missão é ensinar. Do latim Insignare, trata-se de ajudar alguém a adquirir conhecimento.

E será o conhecimento apenas o que vem nos livros? Ou o que vem nos livros é uma mera ferramenta para atingir o conhecimento.

Se houve disciplina que eu detestei, ( e ultrapassados os campos da Termodinâmica, quimica e análise de estruturas), foi a filosofia, pelo que não me vou por aqui com discorrer de pensamentos, falarei apenas do que observo, relaciono e concluo, como ser de personalidade eminentemente científica:

Há professores que se excedem diariamente, e trazem o mundo aos nossos filhos. Cativam e motivam a trabalhar.Vou deixar um pouco para trás os professores de gente grande, que têm de ter tal e qual estas características, e vou concentrar-me nos da garotada que ainda anda a reboque dos pais.

Quando um professor motiva tanto os filhos que isso contagia os pais, isso é bom, mesmo muito bom, e os resultados vêm-se, no crescimento dos filhos e no crescimento dos pais, como pais e como pessoas.

O problema destes professores é terem colegas. Às vezes esses colegas sentem-se ameaçados, e são levados a defender-se daquilo que acham que é uma carga de trabalhos que ninguém lhes paga. Ora isso quer dizer que não fazem o que gostam, independentemente da sua maior ou menor competência.

Quando amamos o nosso trabalho, o tempo voa e não olhamos para o relógio a dizer que ainda falta uma hora, mas sim, como é possível que a hora já tenha passado. E os colegas, às vezes são assim, só de pensar que talvez tenham de fazer isto e aquilo fora do "meu horário", é um stress muito grande, e mais vale aniquilar os outros, antes que a moda pegue...

Um professor que abre a escola aos pais e deixa que os pais o ajudem a mostrar o mundo, tal como ele é aos nossos filhos, mais do que ensinar meninos que sabem cantar a tabuada, está a torná-los hábeis para descobrir maneiras de achar o 8x7 quando nos falha a cantiga. Mais do que saber onde fica a Austrália, saber como se vai para lá, e como lá sobreviver ( em sentido figurado).

E os pais, quando são chamados a colaborar, aprendem. Aprendem a organizar o seu tempo, para conseguir encaixar mais uma coisa na sua vida, aprendem a criar, imaginar, surpreender, com mais uma ideia ou actividade. Aprendem a interagir e a trabalhar em equipa, a dar a cara e avançar.

E quem não tem o trabalho e ordenado garantido, sabe muito bem que, aquilo que o mundo precisa, é de mentes abertas aos mundos, que compreendam a diversidade e as diferenças, e que sejam multifuncionais, mais do que especialistas, capazes de tocar sete instrumentos, e ,se possível, todos de uma vez!

Quando eu andei no infantário, descobri que existiam outros. E divertí-me a sério.

Quando fui para a primária, para além de uma professora que acreditava na reguada, tive uma professora que, sem auxiliar e sem dinheiro, nos ensinava ( e bem!), responsabilizava, que nos premiava o esforço ( cromos, berlindes, ou uma simples figura recortada de papel de embrulho alegravam o nosso coração, nas nossas pequenas vitórias), e sem grandes recursos, para além das aulas, faziamos trabalhos manuais, ginástica, jardinávamos, faziamos limpezas, iamos buscar água à fonte para o uso diário e tantas coisas mais.

No colégio, de régua não muito curta, mas nunca comprida, o apoio constante ( e por vezes demais!! que aquela gente não largava do pé...), para além de todas as matérias da praxe, e a oportunidade de actividades regulares, aprendi a amizade e os prenúncios do amor.

Acho que ficou por aí, a aprendizagem. Os 8 ou 9 anos de escola que se seguiram foram só treino e ferramenta. Foram os anos em que a familia foi colocada no papel pagador, e as emoções foram deixadas de lado, e foram chamados apenas no dia da benção das pastas. Foi também quando os professores passaram a ser alguém que entra e sai da sala, despejam o conteúdo num quadro ou projector, e saiem com a sensação de ver cumprido, salvo boas e honrosas excepções, muito bem sucedidas, e que, muitas vezes de low-profile, não passam despercebidas aos alunos.

Quando eu for grande, quero ser uma professora das boas ( já que não tenho grandes hipóteses se ser das boazonas...). E o melhor é ir treinado, porque faltam poucos meses para um novo ano lectivo

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:51

14
Jun 11

Ontem ocorreu pelos lados do FB uma troca acesa de ideias sobre sons, entre mim, e duas conhecidas figuras da minha praça.

 

O que me faz ser o que sou, boa ou má, não interessa, é o que eu já vivi e o que aproveitei daquilo que foi passando por mim, e daquilo pelo que passei. Não me invento, vou acontecendo.

 

A música é daquelas coisas que passa por mim, e, se associado a momentos chave do meu crescimento, passa a ficar entranhada no meu ser. Não preciso nem quero saber se passa na rádio, muitas ou poucas vezes. basta que eu goste e pronto.

 

Se até aos 9 ou 10 anos as opções eram limitadas, daí para a frente abriu-se um mundo para mim: o começar a aprender inglês, e começar a tentar saber o que queriam dizer as letras, as capas dos discos e os telediscos, com cantoras elegantes que eu gostava de imitar, um mar de "slows" para curtir anos de dor de corno, ou músicas saltitantes das poucas festas e discotecas a que tive acesso. Centenas de músicas, dezenas de cassetes gravadas, que guardo religiosamente, ajudaram-me a ser eu, entranharam-se de tanto as ouvir. Tanto que, quando as ouço, ou um simples acorde faz-me tremer. Com algumas, o coração bate descompassado, outras dão vontade de chorar.

 

 Atrás de mim andam 6 ou 7 Cds, sempre os mesmos,talvez há uns 9 ou 10 anos para os stresses e horas de ponta no trabalho. Diana Ross para iniciar a jornada, Clã no esticar da corda. Cat Stevens, Sting, uma colectânea brasileira, Rodrigo Leão, uma Reserva Especial, um especialíssimo Twentyfive: For living - for loving - for the loyal, o Phill, o Bruce... Lá por casa, raramente se compra música, que a vida está cara. Também não faço pirataria regular, até porque não faz parte dos meus conhecimentos e atributos informáticos. Mas quando compro, não quero saber, se está na moda ou não. ponho-lhe os olhos em cima, e já está: provavelmente é um Best of, e tanto poderá ser Barbara Streisand, Abba, bee Gees ou Celine Dion, como Def Leppard ou Aerosmith,ou uma banda sonora que pode variar desde "A música no Coração" ao "Local hero", passando pelo "perturbador" Take may breath away, que literalmente ainda me tira o ar, ou Otis Redding ou Righteous Brothers.

Num dos empregos que tive, levei uma injecção de Mr Carreira, e aprendi a gostar de algumas músicas. Se um dia destes for ao som de Quim Barreiros que eu tenha um filho, talvez passe também a gostar ( até lá, pode esperar sentadinho..que também estou à espera há muito tempo.

 

 Por isso, e para concluir vou ouvindo o que gosto e que me diz alguma coisa.

Se ao fim de meses a ouvir algo, ainda não sei trautear a música, e não me aquece o coração, não teve qualquer efeito em mim, é para esquecer.

 

 Se passa na rádio, ou não, se anda na boca de toda a gente ou não, se roda apenas na esfera de selectos iluminados, pois a mim tanto me faz... .

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:56

13
Jun 11

Há manhãs em que sinto que tenho 6 ou 7 filhos: vestir a Rita e a Inês, trocar a camisola porque é larga, trocar a camisola porque é apertada, ou porque a cor é assim, ou assado, a manga é curta ou comprida.

Mudar as calças por saias, ou saias por calças, as leggings por fato de treino, o fato de treino por calções...

E depois calçar, voltar a calçar porque a meia fazia impressão, o laço dos atacadores está largo, está apertado, já se desfez.

 Voltar a mudar qualquer coisa porque entornou leite, ou limpou as mãos à roupa, ou sujou com pasta dos dentes.

Penteio a Rita uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, com ela a choramingar e chiar atrás de mim, porque o totó está torto, está acima, está abaixo, a franja não está bem apanhada, o gancho caiu.

 Pentear a Inês, nivelar os totós com nível de laser, está apertado, está a puxar, está largo, está mais acima, está mais abaixo. Tudo isto com um ruído de fundo delas a chorarem, chiarem, Mãe,a Rita fez isto, Mãe a Inês disse aquilo.

A mim, apetece-me sair de casa e deixá-las alí. Ou desatar à bofetada. Ou as duas coisas.

 

 Por isso, não me voltem a dfizer que ainda é cedo e já tenho um ar cansado, ou que a respiração está ofegante, ao telefone, ou se vim a correr, e se não tenho frio. Não. Não tenho frio, sou gorda e já me mexi muito.

 

 E ainda antes das 9 da manhã já fiz coisas demais. .

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:59

08
Jun 11

Tenho saudades de causar o efeito UAUH...

Não a qualquer um, a ele.

 

Parece que me esqueci, ou que se apagou, tudo o que eu sabia sobre esse assunto.

 

Vejo fotos da primas mais novas, ( fonix, que aviões!), das sobrinhas, e já das filhas, que tão minúsculas e já sabem tudo o que é preciso de coqueterie, e sinto-me um mono!

 

Daqui a dois dias, estaremos todas juntas, outra vez, e eu vou sentir saudades do que eu era há 12 ou 13 anos atrás, assim, como elas. Bonita, jeitosa, apetitosa mesmo - e eu sei bem que o era!, e, sentindo-me jovem ( ainda não me capacitei que tenho 36 anos), serei a prima velha e gorda. Definitivamente, aquela que cumpriu com todos os preceitos. A que namorou para casar, casou e teve filhos ( e disto não me arrependo, nem mudava um milímetro!), aquela que fez o seu curso no prazo certo, passarando pela universidade no sentido estrito do dever, com notas não excelentes, mas razoáveis, a que não foi à excursão de finalistas, a que nunca apanhou uma bebedeira, a que raramente saía à noite. A certinha . A que FOI bem sucedida no emprego, desde o 1º até ao 3000º dia de trabalho ( daí em diante, acho duvidável...).

A refilona, opiniosa, que não leva desaforos para casa. A corajosa, que enfrenta desafios. A lider, que chefia(va) equipas de muitos homens. A que teve ciragem de empreender...

 

Esse vestido fica-te bem, será talvez o mais simpático para o ego que ouvirei. Não um ficas bem dentro desse vestido. Cortezmente, talvez um "estás mais magra?", e rirei de mim própria, e sairá uma fabulosa piada de humor negro, que deixará o outro lado feliz de ver como eu sou tão feliz e me aceito tão bem assim...

Tens sempre umas sandálias tão giras.. será outra das hipóteses! As sandálias que me causam dores atrozes, mas que, prateadas, douradas, vermelhas, pretas,  de que cor sejam, vistosas, são a maneira de desviar os olhares dos 4/5 superiores do meu corpo.

 

Daqui se vê o emu evitar de espelhos, de fotografias. Se eu só tiver de olhar para mim, de manhã, antes de sair de casa, é como se todo o resto do dia andasse invisível. Eu não me vejo, portanto, ninguém me vê...penso eu...

 

Daqui a dois dias, lá estaremos todas, as conversas serão postas em dia, em mesas separadas, as mais velhas com as mais velhas, as mais novas com as mais novas, eu a mais velha, e sucessivamente 36.35.35.33.31.30.30.27.23.22.21.20.19.18.18..16.12.  17 primos/as, 8 esposos(as)/ namorados(as),  5 filhotas+2 filhotes.

 

As minhas pernas, a minha barriga, a papada do queixo, as peles dos braços. O cabelo indisciplinado. Os óculos.

 

Hoje, não me sai da cabeça. Amanhã, tenho mais em que pensar. Quando for completar a depilação, talvez daqui a 24h, voltará tudo de novo.

 

Ninguém, no entanto, o verá. Talvez ele, talvez se de conta, e me abrace e me mime. Se não o fizer, abraço-me eu a ele.

publicado por na primeira pessoa do singular às 22:32

06
Jun 11

Quer se goste , ou não, hoje começamos uma nova etapa.

 

Quase metade dos portugueses, terão a obrigação de comer e calar, porque não se dignaram a escolher.

Mas quem sabe, se até nem serão os primeiros a atirar pedras...


Para os outros, é esperar para ver.

 

Vale tudo.

 

Só não venham dizer: está pior do que pensávamos! As cartas foram postas na mesa com a devida antecedência.

 

 Alea jacta est , não é aplicável.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:13

Primeiro eram os pepinos e os tomates, depois já não eram.

 

Depois era um restaurante, que afinal não foi.

 

 Depois os rebentos de soja, que também não eram.

 

 Depois os rebentos de vegetais de uma quinta, que afinal, também não têm a bactéria da cólicas...

 

Com tudo isto, e com notícias bombásticas todos os dias, todos são culpados antes de julgamento, todos são queimados, numa época em que quem desliza não tem recuperação possível. E tão culpados como as autoridades sanitárias que largam as informações, são os media, para quem tudo vale, tudo conta, tudo vende, quanto mais escabroso melhor...

 

É como os títulos das revistas , que todas as semanas noticiam em grandes letras os amores, as traições, os filhos ou a falta deles, as traições existentes ou não, e que , mea culpa, vou espreitar, e depois são duas linhas de outra coisa qualquer.

 

Não sei se me ficava, se isso fosse comigo. O meu mau feitio não o permitiria.

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:09

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