Sobre mim e outras coisas, irreais, ou nem por isso...

31
Jan 10

Hoje é domingo, e, ontem, tinha grandes planos.

 

O marido está a trabalhar fora e sinto saudades. No entanto, é uma boa altura para ir jardinar, no enorme jardim que é uma varanda de 9 m2.( pensava eu ontem)

 

É claro que não me levantei tão cedo quanto pensava, e que ainda tenho de ir mudar os lençois às camas, e ir às compras, e fazer o almoço para nós as três. Queria ainda dar uma arrumadela geral na casa, para fazer uma surpresa quando ele regressar, no final da semana.

E trouxe trabalho para casa, porque o contabilista está à espera de papelada que ainda não organizei...

E tenho de estrear a nova máquina do pão, e arrumar a velha, que morreu..

 

Em vez disso, fui fazer panquecas para o pequeno almoço com as princesas. panquecas com chocolate e leitinho com Nesquick. Adoram!

Por incrível que pareça, até se estão a portar bem. Por quantos mais minutos? Não sei, mas tenho de aproveitar...

 

Estou com uma preguiça desgraçada. Tenho de ir vestir qualquer coisa e atacar os vasos cheios de urtigas por falta de manutenção.

 

Quero ver se consigo vestir algo minimamente decente e me consigo arranjar, para tentar não estar igual à mesma que vai para as obras, nos dias de semana, quando as for levar ao aniversário de uma amiguinha. Não por quem lá vai estar, mas por mim.

 

Quero conseguir voltar a sentir vaidade ao olhar para o espelho.

 

E hoje é mais um bom dia para voltar a tentar

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 09:49

29
Jan 10

Um dia destes acordei com uma música familiar, em vez de notícias. Foi a Dona São, pensei eu, ao limpar o pó, mudou a sintonia. Ainda às escura rodei o  botão para a frente e para trás, mas nada.

Cheguei ao carro, e o mesmo. Carreguei no botão, deu duas ou três voltas ao "contador" ,só musiquinha que eu sei cantar.

A M80 saltou da internet e entrou no meu rádio.

 

Agrada-me. São as músicas que sei cantar, e canto. Em altos berros.

 

Gosto das músicas dos anos 80.

 

Dos anos 70, de pouco me lembro, era piriri, mas havia Doce e Abba, Abelha Maia e José Barata Moura.

A meio dos anos 80 deu-se o meu boom musical. Acho que cada ano, depois de entrar para o "ciclo" passou a ter música.

Wham e Nick Kershaw  , Withney Houston , Bruce Springsteen e Brian Adams, Sting e Phill Collins. PinK Floyd. Tray Chapman. Cindy Lauper. Paul Simon e Art Garfunkel. James Taylor. Supertramp, Def Leppard, Elton John,Cat Stevens, Prefab Sprout, REM,tantos outros

 

Tive poucos discos, mas tinha cassetes, que gravava do Oceano Pacífico, e ouvia vezes sem conta.

Ainda havia a mania de gravar cassetes para os amigos, e ainda recebi umas tentativas de "suborno amoroso" através de selecção impecável de música...

Hoje, continuo a ter poucos, e quando compro escolho "Best of"

 

Não consegui acompanhar os tempos modernos, porque a maior parte das músicas de agora não me diz nada, e não marcou momentos importantes do meu crescimento.

 

Gosto de baladas, de rock romântico, ainda que achem piroso. Tenho segurança que chegue em mim para me dar ao luxo de assumir o gosto, sem ter de me ralar com o que os outros possam pensar, e não tenho medo de o dizer na cara de ninguém.

 

Quando estou afundada em trabalho, quem me acompanha: Diana Ross, Sting, Cat Stevens, Paul Simon, Phill Collins o CD Reserva especial do Luis Represas, Rodrigo Leão,

e mais uns Cds que andam numa bolsinha atrás de mim, há anos.

Também gosto de cantores mais recentes, mas esqueço-me dos nomes, não decoro as letras. O que é que eu posso fazer?

 

Antes, não tinha grandes oportunidades de ir a concertos. Agora, tendo a oportunidade, não tenho muito interesse. No entanto, fui ver o George Michael, com duas amigas, e foi excelente. Os bilhetes foram comprados com antecedência, e foi o único concerto que decidi que tinha mesmo de ir. Os outros fui por que sim, gosto, mas se não for ninguém morre.

 

Sou lamechas. E depois? Gosto.

 

E ando a ver se ensino as garotas...

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 19:10
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25
Jan 10

Guardo, do infantário, as melhores recordações.

 

O edifício, ainda existente, partilha o espaço de uma área de turismo. No entanto, continua parece tão velho como já era há 30 ans atrás.

Não voltei a entrar lá, desde que lá saí.

 

Era uma casa de velhas, mas que se chamavam meninas, menina Cilinha, menina Celeste.

As salas eram no andar de cima, e tinha de se subir uma grande escadaria.Nessa zona, existia uma estatueta de uma Nossa Senhora, com uma coroa, que um dia desapareceu.

As portas eram altas, muito altas.

No berçário existia um castelo construído com pacotes de leite.

Cá em baixo havia uma sala, vermelha, se não me engano, com bancos a toda a volta, onde estavamos, cantavamos, dançavamos ao som das Doce. No hall, um armário grande, uma cómoda gigante, de onde saiam colants, calças e cuecas, para as emergências.

Na casa de banho, bacia turca. Detestava aquilo! Cheiravam mal.

Havia mais salas, mas acho que não entravamos lá.

Do refeitório lembro-me da louça de plástico, que também cheirava mal. O leite que cheirava e sabia mal, o óleo de fígado de bacalhau, que cheirava e sabia muito mal. O xarope Tonosol, que cheirava e sabia muito bem. Isto eram coisas que não variavam, ao longo dos dias. E tudo o que cheirava mal, cheirava igual, a lagartinhos corta unhas, ( bichos maria café).

Das aulas, lembro-me de uma Fátima, e da educadora Madalena. Recordo ainda nomes, de muita gente que hoje não conheço. De uma Cristina Odete, Tita, veio o nome para uma cadelinha. Eram o Nuno da estalagem. o Nuno gorducho, a Teresota, o Pilatos, o Tiago, a Rita, e outros, mais a irmã e a prima. Picotavamos com um bicos cor de laranja, em cima de esponja, papel de lustro colorido. Faziamos muitos desenhos, colagens, recortes de revistas. Falávamos do mundo ( " Como é que ele anda, se não tem patinhas?"), ouviamos histórias e faziamos teatros.

Mas cá fora é que era.

Dentro de um barracão de pedra, areia!. Um escorrega gigante, que era a alternativa às escadas. Balouços, cavalinhos, tudo lá dentro.

As janelas não tinham vidro, eram grades, e ficavam lá em cima. No entanto, bastava empilhar pneus, e dava para subir e esgueirar pelas grades. saindo pela janela, era rua outra vez. Ervas. Mato, uma caleira. Uma porta que dava para um túnel...

Um dia fomos todos pelo tunel abaixo. Tinha água. Supostamente, devia ir dar ao Grémio. Não sei se é verdade, ou imaginação, mas que estivemos lá dentro, estivemos! Ainda me lembro de haver um degrau grande.

Na rua também de brincava. Havia um riacho, com chorões há volta. Na água havia "Costureiras" ( insecto alfaiate, Jesus, patinador) e girinos. Podiamos mexer e brincar.

Mais ao fundo , e território proibido, a ponte da Boutaca. A velha. Antes de recuperada. Há quem não goste de como ficou. O problema de agora, é que já não tem ar de "ponte das bruxas"

 

O básico, para crescer. Foi de lá que veio o meu espirito competitivo, e de querer vencer. Mas também foi lá que aprendi outras coisas, nas "brincadeiras aos médicos", com verdadeiras operações, nos muitos trabalhos manuais, nos desenhos, nos grafismos, no convívio.

Admiro-me de tudo o que podiamos fazer, sem problemas de segurança, de sujidade. Era bom andar nesse infantário, porque aprendiamos muita coisa. Foi bom.

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 11:00
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Estava a pensar, e até acabei por perguntar ao marido e irmãs:

 

Quantas pessoas conhecemos, nascidas nos anos 70 ou 80, que têm mais de 2 filhos? Pessoas da família, amigos,do trabalho, de outras actividades...

 

Ainda que já tenhamos ouvido falar de outros casais, e se leiam os casos de grandes famílias de riquinhos e dondocas nas revistas cor de rosa, conhecer, conhecer, só conheço 2 casos, 1 de 3 e outro de 4 filhos. E se fomos ver os coleguinhas da escola das miúdas, quase todos são filhos únicos.

 

Há 30 anos atrás era quase o contrário, pelo menos lá na escola, a mesma em que eu andei, e que elas agora frequentam...

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:53
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22
Jan 10

Gosto de fazer pão.

 

Nem que tenha de me levantar de madrugada, para , sozinha, amassar, amassar e deixar a levedar.Isto porque a minha maquineta do pão morreu, ao fim de dois anos de uso intensivo.

 

Às vezes não fica bom, piora com a minha falta de paciência para concluir devidamente alguma parte do processo. Mas, comigo, não é só assim com o pão caseiro, e consigo fazer asneira nas coisas mais simples, por uma pressa absurda de chegar ao fim, ou por um desmazelo em pormenores. Que umas vezes não interessam, que outras, são da maior importância.

 

1kg de farinha de trigo, 65, se possível, do moleiro

( opção: 30 a 40grs de farelo de trigo, aveia, centeio...)

700ml de água morna

fermento de padeiro em cubos ou saquetas ( um pouco menos que a dose recomendada)

10gr de sal

 

Amassar, à mão ou na máquina, enquanto houver paciência, juntando a água conforme as necessidades, até se formar uma bola que já nao pegue muito à taça ou às mãos.

Tapar e deixar levedar, mais ou menos tempo, o que se puder dispensar...

 

Formar o pão ou pãezinhos, com mãos enfarinhadas, e levar ao forno bem quente,( de lenha ou da cozinha, que não tenho outro) pelo tempo suficiente, para não ficar nem cru nem muito cozido...e esperar que cresça, ganhe crosta e cor, e que o cheiro invada o coração.

Terapia concluída

 

 

Pode-se ainda juntar rodelas de chouriço ou presunto, ervas aromáticas, nozes , sementes,

o que apetecer.

 

Mesmo que não fique bem, acabadinho de sair do forno, com manteiga, é sempre reconfortante e saboroso.

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:55
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21
Jan 10

Não sou humilde, nem modesta. E sou orgulhosa.

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 12:07
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16
Jan 10

Acho que o meu coração está a empedernir.

 

Há sei lá quantos anos, com Chernobil, lembro-me da familia se ter mobilizado para receber alguém, que nunca chegou..

Há 11anos, no meu primeiro emprego, indignei-me do modo como estavam a ser recebidos a primeira leva de ucranianos que chegavam para as obras... e a engenheirita, de mangueira na mão, lavou os espaços a que chamavam de quartos,  mandou, ralhos, barafustou, mas conseguiu condições para alquela meia duzia de rapazes ,que chegava sem saber uma única palavra de português. Recortei panfletos, desenhei, escrevi e fiz um dicionário ilustrado de primeira necessidade, com escrita e fonética, de números, horas, ferramentas, alimentos. Levei um frigoríco de casa. Fiz o que pude e o que não pude.Dos funcionários, ganhei respeito e admiração. Da patroa, um olhar de admiração. Do patrão, um sermão deste mundo e do outro.

De tudo o que não era bom, reconheço hoje, que já nessa altura, ele lhes estava a oferecer condições muito acima do que, desde então, tenho visto , até aos dias de hoje.

Noutro emprego, revoltei-me contra as condições sub-humanas a que os funcionários eram sujeitos, levantei uma Não -Conformidade à administração da empresa, no sistema da Qualidade, e grávida, despedi-me.

Emocionava-me com as desgraças do mundo.

Um dia, já mãe, dei quase metade do ordenado acabado de receber a uma mulher, que , à chuva, pedia dinheiro com um bando de garotos a chorar atrás. E sei que fui enganada.

Ultimamente, custa -me ver todas as desgraças, os sismos, os tsunamis, as guerras, mas é como se o coração se tivesse fechado. Vejo a mãe e a sogra a choramingarem à frente de televisão, e custa-me a entender.

Quando o avô Q morreu, não me apercebi. Tinha 3 ou 4 anos. Quando foi da avó M, em vésperas de exames para a universidade, deprimi. Depois, fechei o coração. O avô J, emprestado, a avó T, a Bisa M, a L, outros, não tiveram lágrimas.  E não quer dizer que lamente ou me custe menos. Defendi-me.

Agora, com o sismo no Taiti, limitei-me a procurar as contas da Cruz Vermelha e da AMI, e depositei uma soma, logo pela manhã, nas mãos daqueles que farão a diferença, mais dos que as lágrimas que eu possa derramar.

 

Se calhar é só mais uma desclpa minha. Ou se calhar, sou eu a ganhar a fibra que é necessário, para um dia, também eu fazer a diferença

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:19
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14
Jan 10

 

Não é que fosse todos os dias, mas quase.

Conforme fazia a curva, logo onde acabam as casas e começava uma área de terreno em pousio, lá vinha o homem. Sempre na borda da estrada, de frente para quem vai de carro, com passo largo e braços caído. Diria que fora um domador de feras, do circo, agora reformado, por demência.

Alto, barbudo, com bigode retorcido, e uma cabeleira grisalha, despenteada,a condizer, lá vinha ele.

O olhar parecia vazio, sem qualquer pensamento, ou preocupação, quanto mais não fosse chegar para o lado, à medida que os carros que lhe apareciam de frente.

Não! Seguia sempre em passo largo, com os braços pendurados, mecanizado. Estou convencida que, todos os dias chegava a um ponto em que simplesmente voltava para trás, pelo mesmo caminho, agora de costas para os carros que seguiam direito a Sul.

Calças cinzentas, blusão azul, com muitos botões, apertados todos até cima, como se fosse uma farda de um exército , vestida num Rasputin desgrenhado.

Se passasse de manhã, ele aí vinha, se passasse rente ao almoço, ele passava também. Se era Inverno era assim que ele vinha, se era Verão, a mesma roupa vestida.

Foi assim durante quase dois anos, e depois deixei de lá passar.

Não consegui nunca tirá-lo da cabeça, já tentei desenhá-lo, descrevê-lo, mas não há muito para desenhar ou para dizer, porque era mesmo só isto.

Às vezes penso que não era real, apenas mais uma ilusão, daquele sítio mágico.

Olhava para o terreno e dizia: aqui ficava bem uma casa!

E uma tarde de chuva, enquanto olhava para a erva fresca, para o poço, descortinei um arco-íris que acabava mesmo ali, no sítio ideal para a construção. Distraí-me, o carro resvalou na valeta, subi um pouco a barreira de terra, do lado oposta da estrada, assustei-me a parei.

Fazendo o percurso de sentido contrário, aí vinha o homem oura vez.

Liguei o carro e fugi.

Presumo que seja mesmo imaginação, porque dez anos depois, passei lá de novo, num dia em que fugia do trânsito, e lá vinha ele outra vez.


publicado por na primeira pessoa do singular às 09:48

13
Jan 10

Quando eu era magra, a vida era diferente.

Não sei se era por não ter outras responsabilidades a não ser estudar, mas até a força de vontade era maior.

 

Estou para aqui sentada a pensar na vida, em vez de me mexer. O equipamento da ginástica está no carro, mas hoje até tenho boa desculpa.Não fosse só o mau tempo e a chuva , que está mesmo um abuso, a verdade é que tenho o nariz completamente entupido e só consigo respirar pela boca...

 

Hoje fui ao médico de familia para ser encaminhada para um Hospital e ver se chego à consulta de Obesidade.

 

Antes de mais, digo só que sou gorda, mas felizmente sou toda proporcional, o que dá a ilusão ( mas acho que é só a mim) de ser maciça, e não tão gorda quanto isso.

Nunca fiz dieta de revistas ou das amigas, não tenho por costume usar medicamentos para tentar emagrecer.

 

Quando pesava 68 kgs, há 10 anos atrás, achava-me gordissíssima. Pudera, ganhara 10 kg sem saber de onde desde que começara a trabalhar!

 

Fui então a uma nutricionista, em Leiria. Depois de um mês de dieta rigorosa, eis que tinha perdido 0,5kg e uma pipa de massa.

 

Mas ia-me casar, e não podia ser! Foi então que a médica de família me aconselhou uma dieta, com vários menús, e com vontade e dedicação, segui-os, até engordar quase mais 10kgs.

 

Mas faltam poucos meses! e arranquei com  o namorado para mais um nutricionista famoso de Santarém. De 15 em 15 dias lá ia eu, ao sábado. Durante meses fiz uma dieta de fome, meio pãzinho, meia frutinha, meio ovinho,meio cházinho, com fraquezas e xeliques, e emagreci 7kgs, em 9 meses, mesmo a tempo do grande dia. Isto com ajuda de ginásio!

O vestido era lindo!

 

Fui de lua de mel, e achei que não era hora de dietas. Tanto mais, quando um Queniano, mais atrevido e bem intencionado, aborda o meu recém marido para o felicitar pela Boa mulher, grande e forte, que devia ser boa para trabalhar...

 

Regressei, logo depois foi o Natal, o Ano Novo, e em poucas semanas já tinha mais 10 Kg outra vez.

 

Coincidentemente, por essa altura, começaram as tentativas para engravidar, e as coisas não correram bem. O Síndroma de ovários poliquísticos não foram uma ajuda, meses de tratamentos hormonais, também não.

A hidroginástica não fazia efeitos.

 

Uma amiga desistiu de uma consulta de mais um médico endocrinilogista famoso, desta vez em Lisboa, e eu aproveitei a vaga. Bela dieta! Gostei de lá ir. Não emagreci muito, não foi mais caro que os outros, mas a verdade é que também não fazia grandes sacrifícios, e não estava a voltar a engordar...

Mas eis que, ao fim de dois anos engravido, e o senhor doutor fez umas recomendações, e disse:" quando deixar de amamentar, volta cá".

Quando deixei de amamentar, estava grávida de novo! Pelo meio, tentei o ginásio, mas aquilo não estava a correr nada bem.

 

Diga-se, que das duas gravidezes, só engordei mesmo o que tinha de ser, e portei-me bem! E amamentei cada criancinha até depois do ano de idade, mas não vi melhorias na minha figura.Antes pelo contrário...

 

Em 2008, passei à casa da centena, e mais envergonhada que nunca, fui a uma clínica da moda, paguei os olhos da cara de avanço e sem pestanejar, e apliquei-me em dietas e tratamentos. Maravilha das maravilhas, funcionavam.

O apoio era constante, as consultas regulares, controlo, verificação, eficiência, a custos exorbitantes. Até que chegou o limite do que eu sabia que podia gastar, e tive de deixar as sessões de tratamento, ficando.me pela dieta, fraquinha, fraquinha, mas que dava frutos. Mas nesse dia que deixei aquelas belas massagens, o peso deixou de baixar, e se já me custava tanto a dieta, sem efeitos, não consegui mantê-la, e os 10 kgs perdidos com tanto esforço, em 4 meses, em 2 anos transformaram-se em 16 ganhos.

 

Procurei outra conceptuada endocrinologista, que sem querer saber de nada, me disse que tinha uma doença incurável,-ERA OBESA ! ó minha amiga, fui eu gastar o meu dinheiro para medizeres o que eu já sei? e recitou uma lista de coisas que não podia comer, como panrico, rissóis, croquetes,,,,,pão integral ( só papossecos  , daqueles bem rafeiros é que podia ser!) e eu vim embora, sem sequer voltar a olhar para a lista, que conheço de gingeira.

 

Voltei à carga, noutra endocrinologista, que me ouviu, sorriu, e propôs, assim de repente, um by-pass gástrico. Tenho pensado nisso, mas morro de medo.

 

Há umas semanas dei com outra clínica da moda que prometia milagres em troca de uma quantia não tão exorbitante quanto em outras, implorei a colaboração do marido, que a contragosto e de má vontade, deixou que eu utilizasse umas economias, e propus-me a mais esta experiência.

Desde o primeiro dia que me sinto um pouco defraudada, pela mudança de conversa, pela atitude de um Sr.Dr com uma língua comprida, que não lhe deve caber dentro da boca, pela falta de método a que a anterior me tinha habituado.

Já que paguei, vou ver no que dá.

 

Mas eu sei bem que estar gorda não foi apenas uma complicação hormonal, como tantas vezes tento iludir-me.

Foi ter deixado o desporto, e passar o dia cansada com o trabalho sem horas de acabar. Foi ter deixado de ter tempo de voltar a olhar para mim. Foi ter preocupações tão grandes no trabalho, que passavam por cima dos meus problemas.

É comer como um escape, porque me sabe bem, quando há tantas coisas amargas.

É enganar a auto-estima baixa, logo pela manhã, dizendo que eu sou mais do que um corpo gordo, e que valho pela minha inteligência, pelo meu trabalho e pelo meu humor...

É saber que , durante o dia, não tenho de me olhar ao espelho, e que o meu tamanho não inflencia a minha qualidade de trabalho.

 

Só que isto não é inteira mente verdade, e por isso quero tratar-me, por respeito a mim, e à saúde que dá sinais de fraqueza, por eu estar gorda;  por respeito ao meu fabuloso marido, que merece mais do que tem; por respeito às minhas filhotas, que precisam de uma mãe para as cuidar durante ainda muitos anos, por respeito ao meu menino, que ainda não sei se algum dia vou ter, mas a quem já quero muito.

 

Outro dia fui andar de bibicleta e ia morrendo! Por outro lado, fui ao ginásio, 6 anos depois, e após 1,5h de treino a sério, vim para casa e não tive quaisquer dores.

 

Sinto-me limitada. Os meus movimentos já não são o que eram, as hérnias deram que falar, e tive ser operada, as costas estão com pouco músculo, e tenho dores horríveis quando me deito. E há coisas que eu gosto de fazer quando me deito! Assim fica complicado...

 

Eu vou tratar-me! eu vou voltar a emagrecer. Para o resto da vida. 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:40

12
Jan 10

Papi é o nome carinhoso que as três lhe damos.

Vai pedir ao papi..Papi, estamos prontas!...Anda, vamos acordar o papi com uma "moche" de beijos...

 

É o meu complemento. O meu amigo. O meu amor.

 

Eu acho que ele é lindo. Morria de ciúmes das amigas da irmã dele, 15 anos mais velhas, porque me parecia que andavam sempre a namoriscá-lo.

 

Conhecemos-nos há quase 20 anos, mas, no fundo, no fundo, já o tinha topado talvez 2 anos antes, só não sabia que era ele.

Numa festa de Carnaval, teria talvez 13 anos, e numa saída única e imprevista, vi passar um Ghostbuster, que me fez virar a cabeça. Anos mais tarde, perguntei-lhe: Ouve lá, alguma vez  foste a tal parte, assim assim, e a resposta, foi sim...

 

Namoramos há mais de 18 anos, casamos há pouco mais de nove e temos duas filhotas lindas. Nunca tive outro namorado. Nunca deixei de adorar o seu cheiro a Avon Musk. Guardo o cartão de visita que me ofereceu dias antes de começarmos a namorar.

Não esqueço os primeiros beijos, os primeiros toque, as primeiras desilusões ou extases, nem os primeiros sustos.

Não esqueço as primeiras palavras depois do primeiro beijo. A primeira de muitas noites.

Acho que sinto a textura das roupas, o cheiro dos locais, as músicas, e é tudo muito bom!

 

 

Se esquecermos as diferenças profundas do modo de ser, de estar, de como certas coisas me irritam solenemente ( é reciproco, o sentimento, apenas mudam os objectos dessa irritação), então só posso dizer que o Amo, Tanto, mais que Muito.

 

E como é habilidoso... o ideal para levar para uma ilha deserta, e começar a repovoar o mundo! Por todos os motivos, em todas as Artes. Como a do Amor!

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:11

09
Jan 10

Ainda que não seja a mais bonita,é, contudo, a melhor. É mãe e dona de casa, e cuida como ninguém das quatro netas, três filhas, um filho, três genros , um marido e um pai e todos os outros que entrem naquela casa, e ainda do trabalho do escritório e da costura.

Por isso anda sempre cansada.

Costurar, cozinhar, arrumar, cuidar , tudo muito bem, dá-lhe, no entanto, um feitiozinho lixado, com o qual temos de viver.

A ele,que  trabalha até a exaustão, e depois tenta dormir, nunca o vi bêbado ou a dizer um palavrão.Gosta da terra , da tecnologia e da espiritualidade. Chato, quando quer...

A ela, fui buscar o formato, a maternidade e o cuidar, a doçura ( bem escondida, não podem saber que eu sou assim), a ele o carácter e a convicção.

Como gato e rato, vão discutindo todos os dias, mas não poderão viver um sem o outro.

 

Juntos deram-me forma, como a madeira dá ao betão, e a resistência, que o aço acrescenta à peça estrutural.

 

Assim sou eu.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:41
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08
Jan 10

Gosto de ler.

Adoro ler!

É dos poucos vícios que tenho, e que me faz gastar dinheiro. Se pudesse era leitora profissional, em vez de Engenheira Civil. Se tivesse uma loja , era de livros e culinári , (não necessariamente gourmet), porque para mim, são prazeres extraordinários e equivalentes.

 

Tenho alguns autores preferidos, mas o autor, a crítica ou classificação, não é o que me diz se gosto de ler.

 

Tenho uma grande colecção de prémios Nobel, Pullitzer e outros, da qual só li metade.

 

Tenho todos os livros do Nicholas Sparks, lidos em tempo record, excepto um, que não consigo acabar. Tenho vários da Nora Roberts, que não sendo nada de extraordinário, são uma óptima companhia literária.

Gosto de Gabriel Garcia Marques e de Agatha Christie. Gosto de Laura Esquível e de Enid Blyton. Gosto de Jorge Amado e das colecções da Verbo Juvenil, da Patricia, da Meg, da Ana e outras do género. Gosto de Eça de Queirós, Júlio Dinis, menos de Camilo. Gosto de Alice Vieira , de José Rodrigues dos Santos e de Dan Brown. Gosto de Hemingway e Sommerset Maughan, e também de Mark Twain.Gosto de Júlio Verne e JK Rowing e Victoria Hislop

 

De tantos outros, cujo nome não me lembro, mas que ocupam o seu lugar na prateleira da sala, no quarto, no escritório, na casa de banho e no meu quarto, da casa dos meus pais ( estes últimos aguardando que Passarote e Papanique tenham idade e juízo para os poderem merecer, tocar, herdar e disfrutar de horas de prazer, e amá-los tanto como a mãe)

 

Variados?Sim! Pirosos? e depois?

 

 

Gosto de lindos romances e histórias estapafúrdias.

Não aprecio poesia por aí além, mas de vez em quando surgem pérolas.

Até gosto da colecção Arlequim, quando nada melhor aparece.

Gosto de livros de viagens.

 

 

 

Gosto de livros que me emocionem, me façam rir, chorar e acreditar no amor.

 

Não gosto de livros sobre crianças e mulher abandonadas, abusadas, maltratadas e outras coisas afins.

Não gosto de Saramago nem Lobo Antunes, nem da generalidade de livros sem parágrafos ou pontuação. Não gosto de vampiros nem fantásticos, mas adorei o Never Ending Storie, há vinte anos atrás.

De banda desenhada, Astérix, Agente 327, Yankee Doddle, e pouco mais...

 

Nunca consegui chegar ao fim de Os apanhadores de Conchas, O Princepezinho, Viagens na minha terra, Correspondência de Fradique Mendes, Anjos e Demónios, os Senhor dos Anéis ou da Viagem Espiritual.

Na mesa de cabeceira, a aguardar vez, Carlos Ruiz Zafon, que ainda não me deu aquele "clic", mas aguardo que esse dia chegue, sem pressa.

 

A Bíblia não é para  se ler de uma só vez.

 

Sou capaz de acordar de madrugada, só para ler. Consigo trocar quase tudo por uma leitura agradável.

 

Este Natal não recebi um único livro! Não me lembro de outro assim!

 

Comprei ontem  O Quarto Mágico, para ler enquanto esperava para fazer uma ecografia, tal como há meses atrás tinha comprado O jardim Mágico, ambosde Sarah Addison Allen  e foi devorado com a mesma voracidade. Sem saber que existiam, sem me terem sido recomendados, mas porque eram lindos por fora, e, pelos vistos, ainda mais por dentro.

 

Para quem gosta de mimos destes

 

Entre o Céu e a Montanha- Will North

O Clube de Tricot de sexta à noite -Kate Jacobs

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 17:03
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06
Jan 10

Dizia um senhor com quem trabalho, um dia destes, qualquer coisa sobre a minha forma de apresentar contas, todas certinhas, mas contas de merceiro, que só eu percebo..

"Tem de melhorar isto", dizia," é o que lhe estraga tanto virtuosismo!..."

Tem razão, mas veja, já apresento em folhas separadas, como me tinha pedido...respondi eu.

 

Nunca ninguém se tinha referido, a mim, como virtuosa!

 

Não sou a melhor que conheço em nada do que faço. Até sou bastante aldarabona, diga-se de passagem, e às vezes minto tão bem que até eu própria estranho.

 

No entanto, sou entusiasta, esforçada, decidida e frontal, consigo usar uma certa dose de inteligência emocional.Sou manipuladora, quando quero. Dizem que mostro uma enorme segurança no que faço, até sou educada e prestável, e trabalho muito bem numa equipa em que seja eu a mandar. Sou desenrascada.

 

Tenho uma memória bastante razoável, facilidade e rapidez de leitura de texto e projecto, e se não estiver muito barulho, consigo captar muitas coisas que decorrem ao mesmo tempo, à minha volta. Tenho boa capacidade de trabalho debaixo de pressão e com um bocado de boa vontade, consigo fazer as coisas de modo a agradar a Deus e ao Diabo.

 

Tenho um mau feitio, que poucas pessoas tiveram o azar de ver, porque consigo escondê-lo durante muito tempo, e um fabuloso humor negro, que encantava o meu primeiro chefe...e no entanto, não é fácil verem-me a rir à gargalhada. Mas sorrio bastante!

E consigo esconder ainda as insónias e ansiedades, dores de barriga e choro iminente, em momentos chave, atrás de um sorriso, de uma piada certeira, ou do comentário mais cínico - até ao minuto em que , já sozinha, possa explodir de raiva ou de dor, chorando até esvaziar o coração.

 

Lido mal com a injustiça e com incompetentes. Sou refilona e bato-me por aquilo em que acredito, até me demonstrarem que estou errada. Aí, sei pedir desculpa, ainda que arrancada a ferros...

 

Tento ser eficiente (um misto de eficaz e de competente)

 

Os meus ex-patrões experimentaram, todos, a dose completa, e até hoje, despedi-me sempre de todos os trabalhos, a partir do momento em que deixei de ser feliz no que fazia.

 

Porque eu adoro a minha profissão: sou engenheira civil e trabalho nas obras. Posso afirmar a pés juntos que não sabia para o que ia, quando entrei do IST, nem quando de lá saí, 5 anos e 1 dia mais tarde. Garanto-vos que é uma profissão lixada (f.d.d.para falar curto e grosso), mas tudo somado, adoro. Se ganhasse mais e trabalhasse menos, então seria melhor que torrões de açucar amarelo!

 

 

Apesar de toda a crise, lancei-me na incerteza, e criei uma empresa de mulher, que dá trabalho a mulheres, ousando singrar num mundo de homens, sendo mãe, esposa e dona de casa, ao mesmo tempo.

(Também dá chatices, menor rendimento, mais horas de trabalho e dores de barriga, à espera dos cheques dos clientes que não chegam, e impostos e contas que não param de chegar)

 

 

Por estas e por outras,e  no meio de tanta contradição, tenho uma certa dor de cotovelo, de alguns engenheiro/as(?) e doutore/as e professore/as e outros afins da função pública ( e porque não, privada?) que não percebem, não gostam, não se dedicam, nem se ralam com o trabalho que fazem, mas que recebem o belo antes do fim do mês e têm o trabalhinho assegurado no mês que vem, sem ter que se esforçar , nem sequer disfarçando ou fingindo que o fazem. Passo-me!

 

Ou talvez não inveje, apenas lamente, por eles...

 

 

 

 

publicado por na primeira pessoa do singular às 18:41
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05
Jan 10

 

Oficialmente, o meu ano rege-se pelo ano lectivo, de alguns anos para cá.

 

Não obstante, e tal como as dietas que começam sempre na próxima segunda feira, também coloco objectivos que começam no início do ano ( ou talvez não).

 

Lembro-me de ter listas bastante elaboradas e objectivas, que eram meticulosamente seguidas meses a fio... mas isso era quando eu tinha tempo e força de vontade para isso.

 

Como tal, agora penso , ao de leve, em pequenas ou grandes coisas, que gostaria, mas sem ter de me esforçar muito para obter a maioria delas.

 

No entanto, estou absolutamente resolvida, e já comecei a tomar providências há algumas semanas, e vou entrar num programa sério de  tratamento da obesidade ( e para o provar, já consultei o médico de familia e já estou a fazer exames!), e com isto, ginástica e a colaboração do esposo maravilhoso, hei-de conseguir engravidar.

 

Complementarmente, terei de aumentar o volume de negócios na minha micro empresa, e se assim fôr, puderemos pôr o apartamento à venda ( gosto tanto dele...) e preparar a construção da nossa casa nova.

 

Pronto, é só isto, para este ano... e já agora, pararem as dores de costas, descobrir umas botas onde as minhas pernas caibam, conseguir ir de férias para longe, nem que sejam dois dias, que as garotas se portem melhor, que a casa se mantenha arrumada mais tempo, que a batedeira avarie ( se e apenas se! eu puder comprar uma Kenwood)

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:36

 

Quem olha para mim e não me conhece, nunca diria que já fui atleta. Mas fui, há muito muito, muito tempo...

Quando o meu tempo era só meu, podia dedicar-me livremente ao desporto, à depilação, manicure, maquilhagem e tratar da melena de caracóis, na altura, castanhos escuros.

 

Quando comecei a trabalhar, e depois me casei, reduzi estas actividades ao estritamente indispensável. Depois de nascerem as miúdas fechei para obras, e já lá vão seis anos...

 

Eis que ao lado do meu escritório aparece um anúncio de ginásio...liguei e inscrevi-me, com dois meses de antecedência.

Deixei de ter desculpa de tempo, deslocações e outras, mas penso que em breve a minha imaginação terá mais argumentos.

 

Ontem no primeiro dia oficial de funcionamento, dirigi-me ao local e executei a função.

Doeu em alguns sítios, mas parece que afinal ainda tinha mais para dar.

Concluo, por método experimental, que os ginásios são mais para franganotas. Em três eventos diferentes no espaço e no tempo, concluo que quando chego a um circuito de máquinas, onde as outras senhoras se esmifram a tentar mexer milimetros do aparelho, as sacanas das instrutoras dizem que está fácil para mim e aumentam a carga.

 

E o que parecia ser um minuto fácil, (e pensava eu," o que é um minuto numa máquina?") passa a ser um minuto ligeiramente mais doloroso, e depois mudo de máquina, a senhora que vem a seguir não consegue mexer um dedo, baixam a dificuldade e seguem logo para a minha, para de novo aumentar o meu.

 

Quase me convenço, que, dentro do meu "quintal métrico"e mais qualquer coisinha, sou uma super atleta...mas depois verifico que não, sou só a versão humana de uma elefantinha...

 

O que interessa é que fiz exercício, e hoje não me doi nada, pelo que, eventualmente, voltarei.

 

Pelo sim pelo não, só paguei seis meses.

publicado por na primeira pessoa do singular às 10:14

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